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Guerra e Paz

Soloros

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'Guerra e Paz' descreve a campanha de Napoleão Bonaparte na Rússia e estende-se até o ano de 1820. Baseado em pesquisa - com fontes que vão dos estudos do francês Adolphe Thiers e do russo Mikháilovski-Danílevsk a testemunhos orais -, Tolstói procura recontar os episódios que culminaram na derrota francesa e retrata, à sua maneira, personagens reais, como o próprio Napoleão e uma série de comandantes militares.

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Estou querendo muito ler esse livro, principalmente depois do lançamento dessa maravilhosa edição da Cosac Naify. Provavelmente será minha próxima leitura.
 
Só batendo ponto, além de dizer que também tenho muita vontade e muita preguiça de ler a obra, tem uma edição mais barata que essa, em capa dura:

http://30porcento.com.br/detalhes.php?proc=9788540501379

Acho bacana o paralelo que o Carpeaux faz dessa obra com a Ilíada do Homero, dizendo que são obras capazes de escrever e, principalmente, representar a história... Acho que no Brasil "O Tempo e o Vento" do Érico Veríssimo é a única coisa que mais se aproxima desse nível tolstoiano de criação.
 
E aí? Alguém já encarou esse montrengo?

Em muitas listas é considerado como o melhor livro ou um dos melhores de todos os tempos, mas não tive coragem nem disposição ainda para comprar e encarar essa leitura!

Quem leu, acha que realmente é isso tudo?
 
É uma ótima leitura quando se tem: tempo e não tem pressa.

Existem muitos personagens e o Tolstói é especialista em saltar entre períodos e personagens. Uma hora você está na descrição de uma cena quase que pelos olhos de um personagem, depois cai em outro lugar (na guerra ou em outro campo) com outro personagem e mais tarde volta para um terceiro personagem naquela primeira cena com outro ponto de vista. Sem contar que Napoleão é, creio eu que não sou estudioso, a figura mais caricata da obra.

E depois da leitura nada como assistir A Última Noite de Boris Grushenko, do Woody Allen, onde ele satiriza totalmente Guerra e Paz (e alguns diretores de cinema).
 
Valeu Pips!

Vou me aventurar primeiramente em Anna Karenina* pois comprei na promoção 50% da Cosac que rolou a pouco tempo.
Quem sabe se gostar do cara eu parta para a batalha maior, rsrs!
 
Quero muito ler esse livro... Estou esperando a edição de luxo ficar em promoção; então acho que até ele ficar em promoção e eu lê-lo todo já terei uns 20 anos...
 
Acho que ela não estava aqui no fórum na época e provavelmente nem ficou sabendo por outros meios da promo...

Pips, vc disse ali em cima que Guerra e paz "é uma ótima leitura quando se tem: tempo e não tem pressa". Entendi, ainda mais com o outro parágrafo, que isso que falou é por causa das descrições e trocas de perspectiva... Mas assim, no geral, vc acha que é uma leitura instigante? Apesar dos saltos dos pontos de vista é um texto que te prende(é claro tbm que essa percepção pode variar de leitor pra leitor etc...).
 
Acho que ela não estava aqui no fórum na época e provavelmente nem ficou sabendo por outros meios da promo...

Pips, vc disse ali em cima que Guerra e paz "é uma ótima leitura quando se tem: tempo e não tem pressa". Entendi, ainda mais com o outro parágrafo, que isso que falou é por causa das descrições e trocas de perspectiva... Mas assim, no geral, vc acha que é uma leitura instigante?

Depende. O que instiga você em uma leitura? Personagens cativantes ou uma história cativante? Guerra e Paz tem isso. Romance histórico ou romântico? Guerra e Paz tem isso. Guerra e Paz só não é instigante para quem não gosta de ler, creio eu. O trabalho com cenários, psiques e narrativa são tão incríveis que é impossível largar. Não é que nem Anna Karenina, por exemplo.

Sem contar que você verá muito como Tolstói enxergava as guerras napoleônicas, a vida no campo, a política e por aí vai.
 
Bom, eu li Ana Karênina e posso dizer que, tão cedo, não lerei nada do Leão Tostão.

Ana é um livraço, bem conduzido, frequentemente engraçado, com uma crítica bem feita. E é gostoso de ler. Mas, Jesus, dá preguiça.
 
Ano passado eu li "Ressurreição" e gostei, esperava mais mas no geral acabou sendo um livro interessante, e quando teve a promoção da Cosac eu acabei aproveitando e comprando o "Guerra e Paz" e estou começando a ler agora.

Como estou bem no começo, não dá para falar muito da obra, mas uma coisa que parece deixar a obra mais....."lenta", é a quantidade de textos em francês, e no meio de cada frase. O "Ressurreição" também tinha isso, mas nem de perto era tão frequente ao ponto de irritar ;p

Uma dúvida, li Dom Quixote com uma diferença de quase um ano entre o volume 1 e 2, mas nesse caso o primeiro livro foi escrito pensando em terminar a história nele mesmo e o segundo foi uma continuação que a princípio não havia necessidade. Isso ocorre também com Guerra e Paz, ou vocês recomendam ler a obra toda de uma vez só?
Penso em adiar a leitura para as férias quando terei mais tempo, ainda mais se tratando de uma obra tão extensa.
 
Uma dúvida, li Dom Quixote com uma diferença de quase um ano entre o volume 1 e 2, mas nesse caso o primeiro livro foi escrito pensando em terminar a história nele mesmo e o segundo foi uma continuação que a princípio não havia necessidade. Isso ocorre também com Guerra e Paz, ou vocês recomendam ler a obra toda de uma vez só?

Koalla, acredito que o melhor a fazer é ler todo o livro em sequencia. Não se preocupe em ler ele todo com uma atenção de crítico-literário; não: apenas leia. Em certas partes você até vai ficar com sono, e em outras vai estar tão interessado que vai querer ler com uma velocidade voraz, apenas para chegar ao fim dos acontecimentos do capítulo ou da cena, mas que seja: deixe a leitura fluir com naturalidade, leia cada dia um pouco, e vá seguindo em frente. Você vai receber, ao fim da leitura, uma das maiores recompensas estéticas de toda a sua vida. Guerra e Paz é considerado por muitos o maior romance (ou mesmo o maior livro) de todos os tempos, e acredito que tal opinião não seja exagerada. Não tente ler alguns pedaços e então largar o livro, pois assim você não vai ter uma ideia geral de sua grandeza.

Sabia que Guerra e Paz começou a sair, em primeiro lugar, como um folhetim? Saia no jornal, em capítulos. No entanto as pessoas estavam criticando o livro (diziam que só mostrava a condessa fulana tomando chá e conversando com o conde beltrano), e isso motivou Tolstói a abandonar o folhetim e a publicar o volume todo de uma só vez: ele queria que as pessoas não fossem tendo apenas migalhas de percepção da obra, mas que vislumbrassem de uma vez por todas em sua maravilhosa integridade. Na realidade, a própria esposa de Tolstói, ao começar a ler os manuscritos do autor, julgou que a obra seria apenas um amontoado de pessoas fúteis (condes, lordes, condessas, barões); no entanto, após ler mais e mais, ela percebeu que seu marido estava criando uma obra genial, e passou a amar ajudá-lo em sua tarefa heróica (só mesmo o amor a daria forças para copiar mais de 7 vezes os rascunhos desse enorme e gordo livro).

Para lhe dar uma ideia do que você vai encontrar em Guerra e Paz, quero citar aqui algumas palavras de um crítico russo (Strakhov) tecidas quando o romance saiu pela primeira vez (na íntegra):

"Que massa de material e que equilíbrio! Nenhuma outra literatura do planeta nos oferece nada comparável. Milhares de personagens, milhares de cenas, o mundo do governo e da família, da história, da guerra, cada momento da vida humana, desde os primeiros choros do bebê recém-nascido até o último jorro de sentimento de um patriarca que morre...E no entanto nenhuma das pessoas é escondida por qualquer outra, nenhuma cena ou impressão é estragada por nenhuma outra; tudo é claro, tudo é harmonioso, tanto nas partes individuais como no todo..."

Eu já li com prazer Guerra e Paz (algumas partes eu já li várias e várias vezes), e concordo plenamente com Strakhov: milhares de personagens, milhares de cenas, milhares de situações. Somos apresentados a soldados; a membros da alta sociedade; a condes; a princesas; ao imperador da Rússia; a corte do imperador da Rússia; a Napoleão; aos generais de Napoleão; ao general russo Kutuzov; aos auxiliares do general russo Kutuzov; a mulheres belas e fúteis; a mulheres feias e pensativas; a mulheres de seios perfeitos, de cintura pequena e fartos quadris, que todos os homens desejam; a fanáticos religiosos; a sábios religiosos; a jovens jogadores (de cartas e dados); a jovens estudiosos e envergonhados; a playboys belos e ricos, que adoram fazer festas e esbanjar dinheiro; a moças alegres e saltitantes; a velhos amargurados; a velhos festeiros; a velhas e experientes solteironas; a homens de guerra secos e incapazes de atuar em sociedade; a homens de guerra orgulhosos e famintos por dominar a sociedade; a camponeses pobres e ignorantes; a camponeses dotados de experiência de vida; a moradores da cidade humildes e sujos; a moradores da cidade violentos e com moral podre; a crianças; a bebês; a adolescentes. Do primeiro choro, dos primeiros grunhidos e gemidos de um recém-nascido até os últimos pensamentos no cérebro cansado de um patriarca moribundo: toda essa vida desfila pelas páginas de Guerra e Paz. E seu desfile é apresentado em uma inigualável riqueza de detalhes, pois nada escapa aos olhos de Tolstói, a suas imensas córneas: todos seus personagens são dissecados, todos têm sua anatomia exposta com perfeita clareza, com rigor matemático. Jamais se produziu um romance mais vasto, mais abrangente, mais completo. É uma obra que é fruto de uma série de condições perfeitas, porém que dificilmente ocorrem em conjunto: um homem inteligente; um homem experiente; um homem ambicioso; um homem dedicado; um homem trabalhador; um homem obsessivo; um homem rico, sem necessidade de trabalhar; um homem dotado de tempo de sobra; um homem com uma esposa inteligente, esforçada, faminta por motivar; um homem psicologicamente forte; um homem dotado de nervos de aço; um homem infatigável. Todas essas características se juntaram para que Guerra e Paz fosse gerado; é uma obra de uma abrangência jamais igualada em literatura (a não ser pela junção das obras de Shakespeare, que, se unidas, superam até mesmo a abrangência de Tolstói).

Portanto, meu humilde conselho é que você leia a obra inteira. Pode confiar em mim: depois que ela o absorver, você vai sentir um enorme prazer em continuar acompanhando o material (a não ser pelos capítulos chatos e descartáveis onde Tolstói fica ruminando sua teoria sobre como a história funciona; Tolstói é um maravilhoso escritor, mas não é um filósofo muito profundo e pensador organizado).

Abraços,

Matheus Spier:traça:
 
Talvez eu leia quando acabar o Conde de Monte Cristo, mas em nenhuma biblioteca aqui de SSA tem essa edição da Cosac, só aquela em 4 volumes.
 
Guerra e Paz pra mim é a melhor e maior obra do Tolstói e como retrata um período da história do qual sempre me interessei bastante ficou ainda melhor pra ser apreciado. Vale a pena.
 
Amei "Ana Karenina", que também é bem denso e bem extenso (umas 900 páginas), mas Guerra e Paz ainda não li... quem sabe!
 

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