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Cosac - O Fim

A amazon comentou algo sobre a possibilidade de saírem alguns lançamento previstos para 2017. É isso mesmo? :smile:
acho que tinha lido que eles tinham umas monografias e outros livros teóricos para lançar... Então, meh... :dente: Seria legal mesmo se eles lançassem a Ilíada pra ficar bonito na estante junto com a odisseia deles :/
 
Só pra constar, rolou reimpressão de vários livros esgotados da Cosac, como David Copperfield, Guerra e Paz, Novelas do Cervantes, Pais e Filhos, e por aí vai.
No Mercado Livre vi gente vendendo o Pais e Filhos por 150 reais e o Copperfield por 170 e o pior é que tinha muita gente comprando. Mundo loco, né.

Só de curioso queria ter acesso aos números de vendas antes e depois do anúncio de fechamento da editora.
 
Eles colocaram alguns ebooks novos também. E o catálogo de ebooks da Cosac foi incorporado -- não sei se todo -- ao Kindle Unlimited. Tá bom de ter agora, hein.
 
O certo seria outra editora assumir a publicação desses livros que comprovadamente vendem, e manter tiragens regulares desses livros que tanto leitor comum quanto os estudantes querem.
 
Eles colocaram alguns ebooks novos também. E o catálogo de ebooks da Cosac foi incorporado -- não sei se todo -- ao Kindle Unlimited. Tá bom de ter agora, hein.

isso do kindle unlimited tá dando treta. porque entre os livros têm alguns que já tiveram os direitos vendidos para outras editoras, ou seja, não poderiam estar no mesmo pacote da cosac (os direitos deveriam ser negociados com a nova casa do autor, etc.).

O certo seria outra editora assumir a publicação desses livros que comprovadamente vendem, e manter tiragens regulares desses livros que tanto leitor comum quanto os estudantes querem.

as editoras já foram atrás dos títulos mais lucrativos. companhia das letras, 34 (ficou com russos) e globo, principalmente. mas isso de "tiragem regular" é só sonho. mesmo editoras que seguem firme no mercado acabam deixando de publicar novas tiragens de determinados títulos (vide a companhia das letras com alguns do pynchon, foster wallace, etc.). o negócio é sempre lembrar que editora não é entidade filantrópica: se algo não vai dar lucro, só vai gerar despesas e não trará o retorno esperado, eles não investem. os títulos publicados no final das contas são isso: investimentos.
 
A título de curiosidade, o apartamento do Charles Cosac está à venda por 8 milhões de capirotos (condomínio r$ 6,759,00 :ahn?: ).
Fica em Higienópolis, tem 992m² (880 de área útil) seis banheiros, três suítes, três vagas de garagem.
Atenção para o gigantesco quarto com carpete vermelhão, roupeiro transparente e cama com dossel, quem será que tinha coragem de dormir ali? o_O

Mais detalhes aqui.

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Vou esperar sair no Bota-Fora

Que, segundo uma matéria do PublishNews, não acontecerá. Saiu também na Folha, mas essa última é só um resumo, com paywall, da matéria original ("jornalismo de qualidade exige recursos").

A matéria na PublishNews disse:
Livros da Cosac virarão aparas
PublishNews, Leonardo Neto, 22/09/2016

Até 31 de dezembro, os livros que ainda estiverem nos estoques da editora serão picotados

Quando chegar o último dia de 2016, a Cosac Naify não deverá ter mais nenhum livro em seus estoques. Os que sobrarem até lá serão transformados em aparas. A informação foi confirmada por Dione Oliveira, diretor financeiro da editora que teve seu fim anunciado em dezembro de 2015. “Me parte o coração mandar os livros para picotar, mas não posso deixar de atender às necessidades da empresa para a qual eu trabalho. Em alguns momentos, você acaba sendo impopular com algumas medidas”, disse Dione ao PublishNews. Desde o fim de janeiro deste ano, a Amazon passou a comercializar, com exclusividade, os livros da Cosac. Dione informou que os livros que já foram vendidos à varejista não serão recolhidos. “Seria fantástico se a Amazon tivesse comprado todo o nosso estoque, como dizem por aí, mas isso não foi verdade, infelizmente”, comentou o diretor. Dione não revelou quantos livros a editora ainda mantém em seu estoque.

Dione ponderou que os custos para manutenção do estoque e dos contratos com o operador logístico ficaram muito caros para a Cosac. “Infelizmente, temos obras que ainda têm um volume muito grande em nossos estoques, mas esses mesmos livros não têm giro. Não dá para ficar guardando esses livros que não têm giro. É muito caro”, alegou. Por outro lado, muitas das obras que fizeram parte do catálogo da editora já migraram para outras casas editoriais. “A Cosac tem negociado os seus títulos com outras casas editoriais. Alguns dos títulos que fizeram parte do nosso catálogo até já foram publicados por outras editoras. De certa forma, fica complicado eu jogar uma quantidade excessiva desses livros no mercado. Se eu inundo o mercado com uma grande oferta desses livros, os novos detentores dos direitos terão dificuldade em vender seus livros. Nós temos ponderado isso”, disse descartando a possibilidade de se fazer um grande saldão dos estoques da Cosac.

Doações

Autores ouvidos pelo PublishNews, mas que preferiram não ser identificados, questionam o destino que a editora quer dar aos livros. Por que não doá-los a bibliotecas ou mesmo a eles, os autores? Dione disse que não está nos planos da Cosac fazer nenhum tipo de doações. “Tem um problema que muitas pessoas desconhecem. Doações geram um transtorno contábil na empresa. Se faço uma doação de um livro, tenho que reconhecer o custo disso. Se eu faço a doação de um volume considerável de livros, eu gero um resultado financeiro negativo absurdo, fora da curva”, disse. Além disso, Dione apontou que falta tempo e pessoal para fazer essas doações. Ele disse ainda que os livros não poderão ser doados aos seus autores, mas que eles têm prioridade na aquisição dos volumes. “Os autores que entrarem em contato conosco para comprar os estoques – na sua totalidade ou parte deles – de seus livros terão dos descontos conforme está previsto em contrato. Podemos até fazer uma condição um pouco melhor. Mas, desde o anúncio do fim da Cosac, foram poucos os autores que nos procuraram com essa intenção”, concluiu Dione.

[22/09/2016 09:08:00]


Eu entendo que destruir o estoque realmente faça algum sentido contábil pois os livros que não saíram da empresa não "existem" para fins burocráticos, o que aconteceria em caso de doação. Algum contador pode confirmar isso?
 
Que, segundo uma matéria do PublishNews, não acontecerá. Saiu também na Folha, mas essa última é só um resumo, com paywall, da matéria original ("jornalismo de qualidade exige recursos").




Eu entendo que destruir o estoque realmente faça algum sentido contábil pois os livros que não saíram da empresa não "existem" para fins burocráticos, o que aconteceria em caso de doação. Algum contador pode confirmar isso?

achei esse caso das doações algo muito mal explicado. O César Benjamin (dono da editora Contraponto) chegou a falar no facebook pessoal que a Contraponto faz constantes doações e nunca tiveram problemas contábeis por isso
 
Cara, tem livro que simplesmente não sai; não tem público. Nem de graça vai ter gente querendo.
Vocês devem estar pensando num Dickens, num Melville... Não; devem ser aquelas edições chiques sobre antropologia Caingangue :lol:
 
Caaara, situaçãozinha difícil essa, ein.
Nunca tinha parado pra pensar nessa cenário de que eles se auto prejudicam caso despejem isso no mercado com baixo valor devido a venda dos títulos pra outras editoras. :|

Triste e complicado. Mas sim, também não entendi bem a lógica do problema com as doações.
 
Não tô conseguindo colar aqui, mas saiu uma notícia ainda ontem relativizando esse rolo do picote de livros.

Folha tá me zuando e não consigo colar aqui, mas eis o link.
 
Não tô conseguindo colar aqui, mas saiu uma notícia ainda ontem relativizando esse rolo do picote de livros.

Folha tá me zuando e não consigo colar aqui, mas eis o link.

Notícia de destruição de livros da Cosac assusta leitores; casa relativiza

Causou indignação a notícia veiculada nesta quinta (22), no "Publishnews", site de notícias do mercado editorial, de que a Cosac Naify vai destruir seus livros em estoque que não forem vendidos até o fim do ano.

Dione Oliveira, diretor financeiro da editora, porém, diz que essa é "só uma" das possibilidades em vista –e acredita que, até dezembro, o estoque da casa será "mínimo", por conta da parceria com a Amazon, que vende os livros da Cosac com exclusividade.

Ele não diz quantos livros sobraram desde que a editora fundada por Charles Cosac anunciou o fim de suas atividades, no fim do ano passado. A reportagem apurou, porém, que o estoque está na casa das centenas de milhares.

"[Destruir] é só um dos cenários possíveis. Os autores podem comprar os livros que quiserem [com descontos previstos em contrato] ou posso fazer uma liquidação", diz Oliveira, ressaltando que não está nos planos vender os livros que sobrarem para distribuidoras que realizam saldões.

"Não vai chegar a zero, mas é provável que sobrem poucos livros. Temos a blackfriday e o Natal pela frente."

Se os exemplares finais chegarem a saldões, seria um problema para as editoras que planejam publicar títulos que foram da Cosac Naify. Se isso acontecesse, os exemplares poderiam ficar por muito tempo no mercado sendo vendidos a preços irrisórios.

Se a escolha for a liquidação dos exemplares, há contratos no meio editorial prevendo que, no período final de sua vigência, não é preciso repassar o pagamento a autores se uma obra for vendida abaixo de custo.

A destruição de encalhes, vale dizer, é causa de embaraço, e editores não costumam falar sobre o assunto com frequência –mas é prática comum no mercado.

A transformação do encalhe em aparas de papel é causada pelos altos custos de estocagem, aliados à dificuldade de promover a doação de grandes quantidade de exemplares. Nenhuma biblioteca tem interesse em receber cem cópias de um mesmo título.

Também há a questão dos custos envolvidos em uma doação tão grande como seria a do encalhe da Cosac Naify. Uma possibilidade seria uma instituição comprar o estoque e cuidar ela própria da doação.

Outra, seria dar os livros aos autores. Mas isso não resolveria o problema dos livros estrangeiros.

"Não fui eu quem inventou isso [a destruição do estoque], é uma prática do mercado. E os livros estão disponíveis na Amazon com preços acessíveis para quem quiser comprá-los até lá", afirma Oliveira.


 
Cosac no canto do Cisne, parece que vai marcar presença na Festa do Livro da USP. Após 1 ano de término, agora vai, pós USP e Black Friday acho que daí o resto é apara.

Aproveitando o ensejo, ofereço amizade sincera para quem estiver por SP no final do mês e quiser ser solidário. :abraco:
 
Parece que os livros que seriam picotados tiveram um outro destino, mais digno.
Cosac Naify e MIS de São Paulo fecham doação de 9 mil livros
A Cosac Naify e o Museu da Imagem e do Som de São Paulo (MIS) fecharam uma parceria para a doação de 9,6 mil livros – os exemplares serão distribuídos nos Pontos MIS do interior do estado, uma série de cidades pequenas que recebem apoio do museu para iniciativas culturais. O acordo foi estabelecido antes de a Cosac vender o estoque remanescente para a Amazon, conforme anunciado na metade de dezembro. Os livros doados vão desde literatura clássica Odisseia e Decameron, e outros) até livros de fotografia, cinema e história da arte.

A ideia partiu do diretor executivo do MIS, e agora novo secretário municipal de Cultura de São Paulo, André Sturm. “A Cosac foi com certeza uma editora única, nenhuma outra fez livros com a mesma qualidade.” A iniciativa surgiu em setembro, quando apareceu a notícia de que os livros poderiam ser picotados, após o encerramento das atividades da empresa. Essa foi a única grande doação de que se tem registro na situação toda – Sturm afirma que o MIS foi atrás e criou as condições necessárias para que a “transação” fosse possível.

 
Yeap, nada de apara. Cosac doou quase 10 mil livros, e a Amazon comprou o resto do lote agora em dezembro, algo em torno de 230 mil exemplares se não me falha a memória.
Em setembro, o Charles Cosac falou que restava perto de 400 mil exemplares, mas ainda tinha um tempo e também black friday pra tentar diminuir esse número.
Menos mau, né?
 

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