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Clube de Leitura 17º livro - As Vinhas da Ira (John Steinbeck)

Qual dos cinco títulos abaixo será o 17º livro do Clube de Leitura?

  • O caso de Charles Dexter Ward (H.P.Lovecraft)

    Votos: 0 0,0%
  • Em busca do tempo perdido - No caminho de Swann (Marcel Proust)

    Votos: 0 0,0%

  • Total de votantes
    6
  • Votação encerrada .
Acabei lendo até o cap. 10 até agora, pensando que fosse o da semana passada, mas vamos lá.

Aqui o tópico herdado do Meia, com boas observações pelo que pude rever: https://www.valinor.com.br/forum/topico/as-vinhas-da-ira-john-steinbeck.119477/ Ainda bem que não tenho nada contra literatura americana mais. =P

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Dito isso, resuminho dos capítulos, com boa apresentação da família Joad:
1. Narração de seca (de 2 anos?) e início do desastre;

2. Apresentação de Tom Joad - Aos poucos descobrimos que esteve preso (roupas novas, calos nas mãos (de trabalhar como presidiário)). Preso por assassinato. Um comentário interessante do motorista que dá carona pra ele é sobre os tratores substituindo as pessoas na agricultura ("Um trator faz o trabalho de 10 famílias").

3. Capítulo do Cágado... (!?) - Representa a tenacidade da vida no deserto? Dos habitantes de Oklahoma? Dos Joad?

4. Apresentação de Jim Casy - Um pastor que perdeu a fé e que demonstra uma doutrina "herege" (não existem pecado e virtude, panteísmo) e que tem papel importante no futuro da história. Descobrimos um pouco mais sobre Tom: Matou um homem em uma festa. Comentário sobre a inadequação fora da prisão.

5. Sistema impessoal de expulsão - Vemos a importância dos tratores. Bancos vistos como monstros que se alimentam de lucros e que ninguém controla (concordam com isso?). Califórnia apresentada pela primeira vez como utopia: sem frio, muitos empregos, frutas/comida à vontade. Aparece um dos temas do livro: o benefício individual (do motorista do trator) contra o coletivo (100 famílias expulsas pelos seus 3 dólares x Não é problema meu. Tenho que alimentar os meus).

6. Chegada de Tom na casa abandonada - Encontro com Muley Graves, fantasma no cemitério. Ligação das pessoas com a terra segundo Muley: local onde se vive é a pessoa. Crítica ao sistema prisional. Casy decide pregar aos migrantes. Escondem-se na plantação.

7. Vendedores de carros e exploração dos migrantes pelos vendedores.

8. Encontro e apresentação da família - Apresentação da Mãe como um dos centros da família. Crítica ao sistema prisional que torna o indivíduo pior do que entrou (Pretty Boy Floyd). Discurso da mãe sobre o coletivo x o indivíduo: a revolta individual não pode nada. A coletiva sim, resiste. Panteísmo de Casy, de novo: Terra sagrada.

9. Venda dos objetos pessoais e exploração dos migrantes pelos compradores.

10. Apresentação do resto da família e últimos preparativos pra partida - Primeiro flash da realidade sobre a Califórnia: baixos salários, fome, péssimos locais pra morar. Panteísmo de Casy : Viver é sagrado.
 
Última edição:
@Erendis sinta-se intimada a subir aqui no altar e confessar diante de seus irmãos em que capítulo você encalhou.


Dito isso, resuminho dos capítulos, com boa apresentação da família Joad:
1. Narração de seca (de 2 anos?) e início do desastre;

2. Apresentação de Tom Joad - Aos poucos descobrimos que esteve preso (roupas novas, calos nas mãos (de trabalhar como presidiário)). Preso por assassinato. Um comentário interessante do motorista que dá carona pra ele é sobre os tratores substituindo as pessoas na agricultura ("Um trator faz o trabalho de 10 famílias").

3. Capítulo do Cágado... (!?) - Representa a tenacidade da vida no deserto? Dos habitantes de Oklahoma? Dos Joad?

4. Apresentação de Jim Casy - Um pastor que perdeu a fé e que demonstra uma doutrina "herege" (não existem pecado e virtude, panteísmo) e que tem papel importante no futuro da história. Descobrimos um pouco mais sobre Tom: Matou um homem em uma festa. Comentário sobre a inadequação fora da prisão.

5. Sistema impessoal de expulsão - Vemos a importância dos tratores. Bancos vistos como monstros que se alimentam de lucros e que ninguém controla (concordam com isso?). Califórnia apresentada pela primeira vez como utopia: sem frio, muitos empregos, frutas/comida à vontade. Aparece um dos temas do livro: o benefício individual (do motorista do trator) contra o coletivo (100 famílias expulsas pelos seus 3 dólares x Não é problema meu. Tenho que alimentar os meus).

6. Chegada de Tom na casa abandonada - Encontro com Muley Graves, fantasma no cemitério. Ligação das pessoas com a terra segundo Muley: local onde se vive é a pessoa. Crítica ao sistema prisional. Casy decide pregar aos migrantes. Escondem-se na plantação.

7. Vendedores de carros e exploração dos migrantes pelos vendedores.

8. Encontro e apresentação da família - Apresentação da Mãe como um dos centros da família. Crítica ao sistema prisional que torna o indivíduo pior do que entrou (Pretty Boy Floyd). Discurso da mãe sobre o coletivo x o indivíduo: a revolta individual não pode nada. A coletiva sim, resiste. Panteísmo de Casy, de novo: Terra sagrada.

9. Venda dos objetos pessoais e exploração dos migrantes pelos compradores.

10. Apresentação do resto da família e últimos preparativos pra partida - Primeiro flash da realidade sobre a Califórnia: baixos salários, fome, péssimos locais pra morar. Panteísmo de Casy : Viver é sagrado.
Porra, @-Jorge- me fez passar vergonha agora, eu só fui até o capítulo 10 mesmo, pra mim, tava tudo meio devagar e #mejulguem até meio chato. Aí o cara vem e faz um resumo desse e eu fico pensando: "Aonde que ele leu tudo isso??? Não pode ser o mesmo livro que eu li!".
Sendo assim, eu confesso perante esta congregação que me faltou um pouco (ou muito) de interpretação literária e peço aos demais fiéis, devotos da literatura clássica, que "mim ajudem" a alcançar a graça de entender esse livro.
** Posts duplicados combinados **
Aliás, cadê o @fcm nesse tópico???
 
Acho que são os capítulos da semana que vem, mas vamos entrar na Rota 66, de fuga. E o livro se torna um road trip. Só que para 250 mil pessoas como coloca Steinbeck no cap. 13. E que capítulo!

Aqui uns mapas da estrada, que se não me engano mudou de nome e virou história. A rota deles começa em Oklahoma:


Dá pra ver que as montanhas começam a subir no Novo México e Arizona.
 
Peguei capricho e o livro de volta pra ler, principalmente pelo fato de que 8 horas dentro de um ônibus ajuda bastante a ter tempo pra isso. Por coincidência parei justamente no início do capítulo 23, ou seja, estou dentro do cronograma.
Confesso que depois de passar todas aquelas descrições sobre terra vermelha e gotas de chuva o livro ficou um tanto mais interessante. Comecei a me interessar mais ainda depois que os Joad partiram, a vida na estrada e seus percalços tornou tudo mais instigante, fiquei curiosa pra saber o que vai acontecer com eles. Até agora não vi nenhuma vinha em si, mas... aguardarei os próximos capítulos :hihihi:
Pra quem não está muito por dentro da história da depressão americana fica um pouco confuso, com certeza, mas o livro é bem interessante e aos poucos a família vai cativando a gente. A mãe sempre muito passional, mas ainda assim mantendo tudo sob controle, achei uma das melhores personagens. Gostei muito do Tom também até agora.
E aí? Tem mais alguém lendo? @-Jorge- @fcm @Clara @Spartaco
 
@Erendis, infelizmente desta vez não estou participando do Clube de Leitura, por várias razões. Uma delas é que comecei a ler, um pouco antes da escolha do respectivo livro, uma obra do Stephen King, It - A Coisa; trata-se de um livro longo e cativante e, assim, acabei ficando "preso" à ele.

Fica para a próxima.

Abraço.
 
não estou lendo @Erendis mas concordo com você em relação a mãe da família. Pra mim foi a personagem mais cativante do livro.
Que garra e fibra e naquele tempo o escritor criar um personagem assim é bem legal.
 
@fcm muito do que me levou a ler este livro foi a tua indicação e tu ter falado tão bem dele. Confesso que no começo eu fiquei tipos "uati?? o que ele viu de bom?" mas agora entendi.
 
confesso que também demorei a engrenar no livro, aqueles primeiros capítulos davam sono. :zzz:
 
Eu já terminei, Erendis. Tinha ficado de comentar mais, mas um pouco de falta de tempo e um pouco de preguiça não deixaram. Dei uma revisada aqui entre os cap. 10 e 23. Eles saíram de Oklahoma e chegaram na Califórnia e no Acampamento Weedpatch, né isso?

Nesse meio tempo a família foi se desfazendo: primeiro o avô, depois a avó, depois Noah, depois Casy, o pastor, e por fim Al, marido da Rosa de Sharon (aliás, ela é muito nova para estar casada e com filho rs). Vejo como o enfraquecimento da unidade que se contrapunha ao mundo. A fortaleza e o ponto de apoio contra a mudança brusca na vida de todos.

Nesse meio tempo, tivemos vários avisos de que a situação não é tão boa na Califórnia, não é a Terra Prometida onde jorram leite e mel. Teve um homem num acampamento depois que o carro quebrou, teve o homem no Rio Grande (assim que cruzam a fronteira), teve a polícia sempre caçando eles, o desastre na Hooverville com homens à noite quase linchando os Joad e temos o anúncio de que algo vai acontecer no acampamento Weedpatch (pelo homem que contrata Tom). Esse acampamento, aliás, é um oásis de paz. Daí pra frente a situação só piora.

Saindo um pouco dos comentários sobre o enredo, desses capítulos os meus preferidos são o 15 (das crianças) e 19. O 15 é simplesmente lindo. E o 19 coloca a conquista do Oeste em uma perspectiva mais ampla. Tinha sido coisa de 50 anos só, antes disso tudo. Não lembrava que esse livro era tão bonito e bem escrito. Nessa releitura lutei um pouco com o fundo marxista dele (para mim, está bem claro que o Steinbeck era marxista, pelo menos quando escreveu o livro), mas se se ignora isso e se pensa em termos de injustiças, grandes contra pequenos, é um livro intemporal, que ultrapassa esse tempo e lugar.

Por falar nisso, para mim a viagem dos Joad passou a representar todos os migrantes do mundo, não? Sendo mais expulsos que atraídos para um lugar novo, trazendo novas vida e cultura com eles. E assim, penso nos "retirantes" nordestinos ou nos migrantes sírios atuais. Sempre a mesma coisa, com suas pequenas diferenças.

Para terminar esse post, acabei vendo o filme mês passado. Não é tão bom como o livro, mas é muito bom também. O final foi completamente mudado para algo mais esperançoso, talvez. Talvez um tipo diferente de esperança. Seria provavelmente muito chocante repetir o final do livro. Não sei como não fizeram uma regravação do livro com essa crise de 2008, já que há muitas semelhanças contextuais com a crise de 29 e o livro.

E pesquisando sobre a "trilha sonora" do livro (experimentem ler o cap. da festa no acampamento, o 24, ouvindo um pouco das músicas citadas por Steinbeck como o Chicken Reel), acabei encontrando esse ótimo link que fala sobre algumas músicas baseadas nele e sobre a recepção do livro e a criação do filme. A "Balada de Tom Joad" de Woody Guthrie reconta a vida do personagem direitinho de acordo com o filme, deem uma olhada.

O link:
http://www.pophistorydig.com/topics/tag/the-grapes-of-wrath-music/

Depois podemos falar ainda da "iluminação" do pastor Casy e de Tom Joad. Algo muito bom do livro também.
 
Última edição:
Eu tive que dar um tempo na leitura nos últimos dias por conta de compromissos da faculdade, mas quero acabar de ler assim que possível. Já estou vendo que eu vou chorar antes de chegar no final só pelas pistas que tu deixou aqui...
O "marido" da Rosa de Sharon na verdade é o Connie, mas não acho que eles eram casados mesmo, pelo que entendi eles estavam juntos e ela engravidou, tanto que eles meio que se separaram sem muita cerimônia...
Vou dar uma olhada nesse link e principalmente, procurar ouvir essa música do Woody Guthrie, gosto muito das músicas do Arlo, filho dele.
 
Ontem de meio dia e a tarde, sobrou tempo aqui no trabalho e eu consegui pegar mais um pouco o livro.
A história melhorou consideravelmente depois que os Joad chegaram na Califórnia, apesar de que, nada de bom aconteceu com eles. Ontem quando eu estava lendo cheguei em uns capítulos que menciona como as pessoas passavam fome, e o dinheiro que eles ganhavam trabalhando mal e mal dava pra comer, sobre como as crianças iam enfraquecendo primeiro e aí, chegou uma parte que uma das crianças Joad fica doente, e a Rosa de Sharon, grávida, mas que não consegue se alimentar e com medo do que possa acontecer com o bebê dela. Nesses momentos é que cai a ficha que não é exatamente uma ficção, que isso tudo aconteceu de verdade, que teve gente passando por isso e bate a tristeza.
Vou seguir em frente, estou chegando em 90% do livro, quase o final. Quando eu acabar, ainda volto aqui pra contar o que achei, apesar de ninguém mais estar comentando hahaha.
 
Como eu me senti quando...
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Sério, gente, eu realmente me decepcionei com o final. Eu tava esperando algum desfecho pra história, sei lá. Talvez eu que não tenha entendido o "final poético" ou seja lá o nome que se dá pra isso, mas pra mim aquilo não finalizou ou livro. Eu tava lendo no ebook e fiquei com esperança que tivesse algum erro nele, aí cheguei em casa e fui pegar minha edição física e quase fiz isso aí com o livro, sério. Enfim, a história foi bacana, eu entendi a moral mas, pra mim, o final teria sido melhor se simplesmente todo mundo tivesse morrido afogado dentro do vagão, ou se a água tivesse levado o vagão com todo mundo dentro, tivesse acontecido uma briga de pá e vários assassinatos, qualquer coisa teria sido melhor que aquele final. Fiquei tipo "tá, mas, e aí?? Tem continuação???"
 
Nossa! Selo coração gelado pra você, Erendis. Já pode pegar:

coracao_gelo.jpg

O final aberto pode ser ter sido meio frustrante mesmo. No final não tivemos a "colheita" das vinhas da ira, né? Uma revolta geral...

Eu entendi como algo esperançoso, como a visão de que nem nas piores situações aquelas pessoas deixariam de se ajudar. De que no final o individualismo seria superado pelo altruísmo. De certa forma a Rosa de Sharon passa o livro todo só se preocupando consigo, só no final que isso muda, não?
Ela substituiu o filho morto pelo homem que estava morrendo.
É um renascimento da esperança, talvez.
 
Nossa! Selo coração gelado pra você, Erendis. Já pode pegar:

coracao_gelo.jpg

O final aberto pode ser ter sido meio frustrante mesmo. No final não tivemos a "colheita" das vinhas da ira, né? Uma revolta geral...

Eu entendi como algo esperançoso, como a visão de que nem nas piores situações aquelas pessoas deixariam de se ajudar. De que no final o individualismo seria superado pelo altruísmo. De certa forma a Rosa de Sharon passa o livro todo só se preocupando consigo, só no final que isso muda, não?
Ela substituiu o filho morto pelo homem que estava morrendo.
É um renascimento da esperança, talvez.
Sim, a tua análise, como sempre, foi ótima.
Mas... eu sou chata mesmo. Odeio ficar com finais em aberto.
Seria realmente maneiro se tivesse tido uma revolta geral, nossa!
Enfim, apesar de não ter gostado do final, valeu a pena a leitura!
 

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