• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

Guimarães Rosa

Ok, vou tentar da próxima. Thanks, @fcm .
(O do ESC nem usei, @Calib - eu consigo usar o login do Facebook pra isso. Bom, tudo pra ferrar com a Folha.) :lol:
 
O trecho inicial do Grande Sertão traduzido pro inglês:

§

http://www.wordswithoutborders.org/preview/article/19566#.V30WhohRDFg.facebook

The following is an excerpt from the new translation of João Guimarães Rosa’s magnum opus, Grande Sertão: Veredas, first published in English in 1963. That translation soon fell out of print for reasons that are not entirely clear. As translator Alison Entrekin explains in her introduction to the piece on our blog, “[t]o read Grande Sertão: Veredas for the first time in Portuguese is like setting foot in a foreign country where the people speak a dialect similar to your own language, but with such a different accent and turns of phrase that you struggle to make sense of it.” Rosa’s novel is frequently compared to Joyce’s Finnegan’s Wake, and yet it remains unavailable to English-language readers in a good translation until now. The challenges to complete the entire book-length project are many, as Entrekin explains. We hope that funding to undertake this mammoth project may finally be found.

Nonought. Shots you heard weren’t a shootout, God be. I was training sights on trees in the backyard, at the bottom of the creek. Keeps my aim good. Do it every day, I enjoy it; have since the tendrest age. Anyhow, folks came a calling. Bout a calf: white one, strayling, eyes like no thing ever seen and a dog’s mask. They told me; I didn’t want to see. Seems it was defective from birth, lips curled back, and looked to be laughing, person-like. Human face, hound face: they decided—it was the devil. Oafenine bunch. They killed it. Nought a clue bout the owner. They came to beg my guns, I let em. I’m not superstitious. You got a way of laughing, sir . . . Look: when shots are for real, first the dogs set up barking that instant—then you go see if anyone’s dead. Don’t mind, sir, this is the sertão. Some reckon it in’t: the backlands are further off, they say, the campos-gerais inside and out, back-o-beyond, high plains, far side of the Urucúia. Lottarot. To folks in Corinto and Curvelo, in’t this here the sertão? Ah, and that’s not all! The sertão makes itself known: it’s where pastures have no fences, they say; where a man can go fifteen, twenty miles without coming to a single house; where outlaws live out their hallelujah, in the yonder beyond the law. The Urucúia comes from the highlands in the west. But nowadays, all long the riverrun, there’s everything—walloping great farms, lushlands bordering banks, the floodplains; crops that go from wood to wood, thickset trees, even some virgin forest. All round is Minas Gerais. These gerais have no bounds. Anyway, you know how it is, sir, to each his own: cows or kine, depends on your eyen . . . The backlands are everywhere.

The devil? Nought to say. Ask round, sir. Out of false propriety, folks in these parts skirt his name—they just say: the Whatsit. Heavens! No . . . The more a man fights shy, the closer he gets. So avouches a certain Aristides—in the palm thicket over on my right here, called the Gentle-Cow-of-Santa-Rita-Way—they all believe: he can’t set foot in three specific places, cause when he does there comes a weeping, behind, and a tiny voice, like a warning, “Here I come! Here I come . . .”—it’s the old goat, the Whatsit . . . And a José Simpilício—anyone here’ll tell you he keeps a demon captive in his home, a wee little Satan, forced to assist in all his greedy schemes; which is why Simpilício is well long on the road to richness. Heck, they also say it’s why his mule skitters, spooks when he tries to mount . . . Folklore. Any rate, José Simpilício and Aristides are fattening up, hearing or not-hearing. And consider this, sir: right now, in this day and age, there’s folks out there avowering that the Devil himself stopped off on his way through Andrequicé. Seems a young stranger showed up there bragging he could get here—usually a day and a half on horseback—in just twenty minutes . . . cause he rounded the headwaters of the Old Chico! Or—noffense—could it, for example, have been you, sir, who nounced yourself like that as you were passing through, just for a little larksome shenaniganry? Course, don’t grudge me, I know it wasn’t. No harm intended. It’s just that, nown then, a timely question can peace the mind. But you understand, sir, that the young man, if he exists, was just pulling legs. Cause, you see, to detour round the headwaters would be like doubling back through the interior of this state of ours, some three months in the doing . . . Whatsit? Madness. Figmentation. And as for hiding him behind fancy names, well now that’s just asking him to take form, to entify!

Don’t. I’ve all but ceased to give him credence myself, by the grace of God; that’s just between us, sir. I know he’s well stabled, and he’s rife in the Holy Scriptures. I once met a young seminarian; he looked the part, glancing in his prayer book, draped in robes, switch of maria-preta in his hand—claimed he was going to help the priest evict the Beast from the body of an old woman in Cachoeira-dos-Bois. He was going with the vicar of Campo-Redondo . . . Good Lord. Are you like me, sir? I didn’t buy a word. What it is, cording to my pal Quelemém, is inferior, disincarnated spirits, lowest of the low, running muck in the murkiest underworld, yearning for contact with the living—they latch on. My pal Quelemém comforts me a lot—Quelemém from Góis. But he has to live a long way away, in Jijujã, Brown Buriti Way . . . But hey, I’d wager that—bedevilled or with latchons—you’ve happened cross all sorts yourself, sir, men, women—no? For my part, I’ve seen so many I’ve learned. Mama-Neigh, Blood-Sucker, Lippy, Slit-Beneath, Cold-Blade, Goat-Boy, a certain Treciziano, Azinhavre . . . Hermógenes . . . Whole bunch. If only I could forget all the names . . . I’m no horse wrangler! Sides, if thoughts of outlawry a man entertains, it’s that the devil’s already wangled his way in. Wouldn’t you say?



From Grande Sertão: Veredas by João Guimarães Rosa. © Nonada Cultural Ltda. All rights reserved.
 
to aqui toda emocionada (sério mesmo). que trabalho foda, putaqueopariu. rola tipo um patreon, é isso? doar dinheiro para ela continuar o trabalho num ritmo em que possa produzir algo bom?
 
Vixe Anica, táí: não sei o_o
Pq ao que me consta ela está dependendo de um mecenas. É o que saiu num jornal goiano hoje. Dou destaque pra parte sobre a Lei Rouanet, que já havia saído numa notícia nO Globo ano passado, que ponho logo abaixo.

Tradução para o inglês à altura do clássico de Guimarães Rosa está a caminho. Mas depende de um mecenas
Edição 2140

http://www.jornalopcao.com.br/colun...esta-caminho-mas-depende-de-um-mecenas-70303/

A australiana Alison Entrekin se incumbiu, ela mesma, de conseguir um financiador para um trabalho estimado para durar cinco anos – 12 vezes mais do que um romance “comum”

Ela já havia traduzido para o inglês, entre outros livros, “Cidade de Deus” (“City of God”) , de Paulo Lins; “Perto do coração selvagem” (“Near to the Wild Heart”), de Clarice Lispector; e Budapeste (“Budapest”), de Chico Buarque. Foi quando apareceu para Alison Entrekin um convite a uma empreitada desafiadora: construir a nova versão de “Grande Sertão: Veredas” para o inglês.

Obra basilar da literatura nacional, o clássico de Guimarães Rosa nunca foi popularizado fora do Brasil. Em boa parte, isso se deve ao problema da única tradução existente em inglês: batizada de “The Devil to Pay in the Backlands”, ela data de 1963 e é bastante contestada. Harriet de Onís, americana nascida em Illinois e respeitada por seu trabalho com a literatura espanhola — e pessoa que acabou se tornando íntima de Guimarães Rosa, depois de introduzi-lo no mercado americano —, se incumbiu primeiramente do trabalho, mas desistiu, alegando que, caso prosseguisse, não faria outra coisa da vida. Faz sentido. A odisseia, então, foi concluída por James L. Taylor, mas nunca teve uma segunda tiragem. Taylor era considerado um excelente lexicógrafo (“cujo nome me olha, em ouro, da lombada do meu dicionário favorito”, escreve a própria Alison), mas não conseguiu “captar a mensagem” do dialeto criado pelo autor. Por suas mãos, a versão inglesa de “Grande Sertão” se tornou uma espécie de romance de faroeste. Jamais um livro ruim, mas bem aquém de seu verdadeiro potencial e riqueza ímpar.

A australiana aceitou o desafio. “Eu tirei três semanas para o livro, deixando de lado o romance em que eu estava trabalhando. Traduzi três páginas. Sim, “páginas”, não capítulos”. É o que ela conta no artigo “When in Hell, Embrace the Devil: On Recreating ‘Grande Sertão: Veredas’ in English” (fazendo o ofício da autora, ainda que de maneira precária, algo como “Se Você Está no Inferno, Abrace o Capeta: Recriando ‘Grande Sertão: Veredas’ em Inglês”), publicado em versão online na revista eletrônica “Words Without Borders”. “Quando fui abordada a respeito de traduzir um certo clássico literário brasileiro reconhecido por seu linguajar característico e me perguntaram se eu estaria disposta a produzir uma pequena amostra dele, meu primeiro pensamento foi: ‘isso é possível?’ Então, eu disse que sim, como se faz quando atolada em prazos, mas confrontada com um desafio irresistível.”

Como era de se esperar e ela mesma relata, não está sendo fácil. Alison conta que o normal de um dia de trabalho produtivo no ofício de tradutor é conseguir avançar algo em torno de 2 mil palavras. O que ela própria conseguiu com a obra de Guimarães foram 860 palavras… em três meses. “Isso é uma página por semana, 57 palavras por dia, ou 7 palavras por hora, se você trabalhar a rotina diária de oito horas”. Mas ela mesma conclui: “Mas quando você está em um ‘cozido’ desses, por que se preocupar com números?”

Acabou escolhida pela Wylie, considerada a agência literária mais importante do planeta, e Eduardo Tess — que detém os direitos sobre o romance —, a nomeou tradutora oficial da nova edição em inglês. No processo de seleção, ela enviou um trecho traduzido que foi vistoriado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade de Princeton, em Nova Jersey (EUA).

Um livro convencional com o mesmo porte da obra de Rosa —entre 600 e 700 páginas —, ocuparia um tradutor por seis meses. Alison prevê que precisará de cinco anos para concluir seu trabalho. Isso pode até não parecer, por conta da nobreza da tarefa, mas é um entrave. É que o interesse comercial existe, mas com pagamento do serviço com valor convencional, como se fosse por um romance comum. Ou seja, “business is business”, valor imaterial à parte. É como querer pagar apenas pela função do objeto — exagerando em outra seara, seria como comprar um capacete usado por Ayrton Senna pagando o preço de mercado por um equipamento de segunda mão. Então, além de se ocupar diretamente de seu ofício, Alison está buscando financiamento. Uma chance para que o trabalho seja viabilizado é a Lei Rouanet, tão atacada ultimamente.

Enquanto isso, para pôr em evidência seu trabalho, ela publicou um trecho do que já fez até o momento com o livro (veja no box desta página). Certamente, conferir o que ela faria ao levar a palavra “nonada” para o inglês é uma das principais curiosidades dos leitores de Guimarães Rosa. Virou “nonought”, um termo do inglês arcaico que significa “nada” e, ao mesmo tempo, serve ainda como uma forma de negação.


§
§§§
§
§§§
§

Flip 2015: Alison Entrekin busca apoio para nova tradução da obra-prima de Guimarães Rosa
Australiana é uma das tradutoras mais reconhecidas de literatura brasileira para o inglês da atualidade

PARATY - A australiana Alison Entrekin está na rua, no meio do redemoinho. Uma das tradutoras mais reconhecidas de literatura brasileira para o inglês da atualidade, talvez fique com a agenda menos cheia em breve, para mergulhar em uma grande obra: quer passar cinco anos dedicando-se exclusivamente à tradução de “Grande sertão: veredas”, de Guimarães Rosa. Quer dizer, se conseguir viabilizar o projeto. Se concretizado, o trabalho de Alison se somará à primeira tradução americana da obra, feita em 1963, alvo de grandes críticas.

Alison foi eleita pela Wylie Agency, agência literária mais poderosa do mundo, e por Eduardo Tess, detentor dos direitos do romance, como a tradutora oficial da nova edição em inglês do livro. Na seleção, ela chegou a mandar um trecho traduzido — que foi avaliado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e pela Universidade de Princeton. Acabou ganhando o posto. Ela participa hoje, às 18h, no Centro Cultural Sesc Paraty, da mesa “Com a palavra, o tradutor”, ao lado da americana Zoe Perry.

A australiana — que já traduziu “Cidade de Deus”, de Paulo Lins, e “Perto do coração selvagem”, de Clarice Lispector —, porém, esbarrou em uma dificuldade. Editoras americanas ficaram interessadas na obra, mas pagariam o mesmo valor que pagam para um romance mais convencional. Uma obra do tamanho de “Grande sertão: veredas”, se não tivesse toda a experimentação de linguagem, demoraria cerca de seis meses para ser traduzida. Alison calcula que vá gastar cinco anos. A ideia agora é buscar financiamento — missão que ela resolveu assumir. O primeiro passo vai ser tentar aprovar o projeto na Lei Rouanet, mesmo sabendo que isso exigiria a publicação do livro também no Brasil, talvez em edição bilíngue.

— Foi o primeiro livro que li do Guimarães Rosa. Quando me convidaram, eu nem tinha lido. Mas me fisgou. Principalmente quando comecei a traduzir. Foi aí que vi toda a densidade do romance — diz Alison. — Esse trabalho de conseguir financiamento me custou o último ano todo. Mas ainda não consegui resolver.

A única tradução em inglês de “Grande sertão: veredas” — com o título “The devil to pay in the backlands” — foi feita por Harriot de Onís, importante tradutora do boom latino-americano, e James Taylor, que assumiu o trabalho depois que ela desistiu. São comuns as críticas ao fato de os dois não terem conseguido recriar poeticamente, em outra língua, o idioma rosiano — e terem construído uma espécie de faroeste. Depois, houve outras tentativas, mas abortadas no meio do caminho.

— A Harriot agia também sob as influências culturais da época, que buscavam atender às expectativas de latinidade (do boom), com esses autores engajados politicamente. E o Guimarães Rosa não se enquadrava nessa expectativa. Então, a abordagem da tradução foi domesticadora — diz Alison. — Ele sentia uma gratidão a ela, por abrir as portas para o mercado de língua inglesa. Mas dizia coisas contraditórias. Às vezes elogiava a tradução, outras vezes pedia um inglês mais joyceano. Só que acabava cedendo. Com tradutores de outras línguas, ele encorajava quando conseguiam uma ruptura de linguagem.

O que lhe chamou atenção na obra do autor mineiro, diz Alison, foi o fato de ele criar “um dialeto que não existe, mas parece existir”. E ela quer repetir isso na versão em inglês. Para isso, a australiana conta com um professor de literatura, outra tradutora — e leitores que ela usa como “cobaias”. Quando sair da marcha lenta e puder se dedicar só a isso, em vez de alternar com outras traduções, vai passar às cartas que Guimarães Rosa trocou com seus tradutores. Para dar um gostinho a quem ficou curioso, ela conta que traduziu a famosa palavra “nonada” como “nonought”. “Nought” é uma palavra do inglês arcaico que significa “nada”, mas que também serve como uma negativa.

— Não prometo que continue assim para sempre, ainda posso encontrar outra tradução! — ri Alison.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/liv...rima-de-guimaraes-rosa-16636258#ixzz4E1K7HZlN
© 1996 - 2016. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.
 
é que pelo donate ali na amostra da tradução eu achava que era algo nesse esquema. mas pelo visto é para doar para o site mesmo, não para ela, né?
 
Não sei se vocês viram mas o Livrada! tinha entrevistado ela na última FLIP. Lá no vídeo ela fala um pouquinho sobre o projeto de tradução do Guimarães.
Fiquei sabendo da existência dela quando saiu o vídeo, que pronúncia absurda essa dela, nunca que eu chutaria que era estrangeira.

 
Tradutora de 'Grande Sertão: Veredas' para o inglês consegue apoio financeiro
Alison Entrekin estava em busca de financiamento para seu ambicioso projeto de verter a obra-prima de Guimarães Rosa

A saga da tradutora Alison Entrekin – australiana radicada em Santos – para verter ao inglês e publicar Grande Sertão: Veredas atinge agora um novo patamar: o Itaú Cultural vai anunciar o patrocínio do projeto por três anos. Uma das tradutoras mais populares quando o assunto é literatura brasileira contemporânea em inglês – ela já trabalhou com obras de Paulo Lins, Cristovão Tezza e Clarice Lispector –, ela estava há mais de um ano buscando apoio financeiro para a empreitada, nada fácil levando em conta a densidade e a riqueza do texto.

Duas editoras já manifestaram interesse: a Alfred A. Knopf, de Nova York (que publicou uma contestada tradução do livro, em 1963), e a Harvill Secker, de Londres, do grupo Penguin Random House. “Quero que o leitor do inglês seja seduzido pelas palavras e que consiga projetar um livro imaginário, porque a transposição regional é uma das impossibilidades da tradução”, explica Alison – o livro se passa num sertão meio real (entre Minas Gerais e Bahia), meio imaginado. “A salvação da pátria é o neologismo. O brasileiro lê e não sabe bem se as palavras e expressões são coisas reais ou se foram criações. Vou tentar recriar esse enigma em inglês.”

O anúncio do apoio – que envolve outras contrapartidas da tradutora, que envolve atividades e outros conteúdos – será feito nesta quarta-feira, 9, na primeira mesa do seminário Conexões – que ocorre este ano ao mesmo tempo em que o Encontros de Interrogação. Os dois eventos, que vão até o dia 11 na sede do Itaú Cultural (Av. Paulista, 149), têm mesas e painéis que vão discutir literatura contemporânea, suas relações com a política e com o momento atual do Brasil, tradução e estética (veja a programação abaixo). Alison divulgou em julho um primeiro estudo da tradução – que ela assegura que ainda vai ser modificado.



Foto: Roberta Laas/Divulgação
1478556362486.jpg

Australiana. Traduções de obras de Clarice, Tezza e outros



UM ENSAIO DA TRADUÇÃO

O original

"- Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja. Alvejei mira em árvores no quintal, no baixo do córrego. Por meu acerto. Todo dia isso faço, gosto; desde mal em minha mocidade. Daí, vieram me chamar. Causa dum bezerro: um bezerro branco, erroso, os olhos de nem ser - se viu -; e com máscara de cachorro. Me disseram; eu não quis avistar. Mesmo que, por defeito como nasceu, arrebitado de beiços, esse figurava rindo feito pessoa. Cara de gente, cara de cão: determinaram - era o demo. Povo prascóvio. Mataram."

Em inglês

"- Nonought. Shots you heard weren’t a shootout, God be. I was training sights on trees in the backyard, at the bottom of the creek. Keeps my aim good. Do it every day, I enjoy it; have since the tendrest age. Anyhow, folks came a calling. Bout a calf: white one, strayling, eyes like no thing ever seen and a dog’s mask. They told me; I didn’t want to see. Seems it was defective from birth, lips curled back, and looked to be laughing, person-like. Human face, hound face: they decided-it was the devil. Oafenine bunch. They killed it."

PROGRAMAÇÃO

CONEXÕES

9 de novembro

Sala Vermelha - 16h

Mesa 1: A Tradução de Grande Serão: Veredas

O tradutor pode ser considerado um leitor muito privilegiado. Cada tradução é uma nova leitura, que enriquece e lança luzes sobre a obra traduzida. Em alguns casos, a complexidade de um livro impõe uma reflexão sobre a própria tradução. É o caso de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

Com Alison Entrekin, Berthold Zilly e Sandra Vasconcellos. Mediação: Felipe Lindoso

10 de novembro

Mesa 2: A literatura de Luiz Ruffato no exterior

Sala Vermelha - 16h

Luiz Ruffato é um dos escritores brasileiros com mais espaço no cenário internacional. Traduções de seus livros em vários países e sua agenda em feiras e universidades atestam a sua contribuição para a circulação da literatura brasileira fora do país. Mas como se dá a leitura e o ensino de sua obra no exterior?

Com Luiz Ruffato, Michael Kegler e Nelson Vieira. Mediação: Rita Palmeira

11 de novembro

Mesa 3: O impacto da história recentíssima do Brasil nas aulas de cultura e literatura brasileiras

Sala Vermelha - 16h

As manifestações de junho de 2013 em todo o Brasil representaram um autêntico divisor de águas, muito embora as interpretações sobre seu significado são divergentes. Desde então, o político, em sua acepção ampla, ganhou uma nova dimensão não apenas no cotidiano brasileiro, mas também nas artes e na literatura. Qual o impacto desse presente imediato nas salas de aulas no exterior?

Com Lucia Tennina e Nelson Vieira. Mediação: João Cezar de Castro Rocha.

ENCONTROS DE INTERROGAÇÃO

PROGRAMAÇÃO

9 de novembro

Sala Itaú Cultural - 18h

Mesa 1: Autoria ou crítica: qual a política do texto hoje?

A relação entre escrita, função autoral e crítica vem sofrendo transformações influenciadas pelo suporte digital e pelo contexto de possibilidade democrática em que emerge uma noção de direito à escrita, cuja prática vai redimensionando o próprio papel do cânone literário tradicional. Existe uma política do texto, no texto?

Com: Ítalo Moriconi, Ricardo Lísias e Paloma Vidal. Mediação: Ieda Magri.

20h

Mesa 2: Como a forma se torna conteúdo político?

O poeta russo Vladimir Maiakovski afirmou que “não existe conteúdo revolucionário sem forma revolucionária”. No entanto é muito comum associar o valor político de um texto ao seu tema ou conteúdo, ao invés de perceber o desempenho formal. Passado o tempo das vanguardas, como a forma literária pode ser revolucionária em nossos dias?

Com José Luiz Passos, Fernando Paixão e Beatriz Bracher. Mediação: Josélia Aguiar.

Dia 10 de novembro

Sala Itaú Cultural - 18h

Mesa 3: Quais são as outras línguas da literatura?

A experiência da literatura no Brasil não está restrita às formas cultas. Ela pode se constituir também pela interceptação e alteração do idioma oficial por formas e maneiras vindas de outras línguas, de outros usos ou, ainda, emergir de contextos antes invisibilizados e em novos territórios.

Com Douglas Diegues, Kaká Werá e Jarid Arraes. Mediação: Sérgio Cohn.

20h

Mesa 4: O projeto literário implica uma escolha política?

Frente aos conflitos e transformações que a sociedade continuamente nos coloca, o escritor tem como se furtar a lidar com eles? Poderíamos dizer que suas escolhas literárias, os temas que os preocupam, surgem daí? Por quais processos passam suas ideias antes mesmo da escrita? Haveria uma intenção política no que você escreve?

Com Maria José Silveira, Ana Maria Gonçalves, Alberto Mussa. Mediação: Roberto Taddei.

11 de novembro

Sala Itaú Cultural - 18h

Mesa 5: Quais as interações possíveis entre literatura e política?

Diz-se que um autor abraça a política quando escreve de maneira posicionada, ou seja, inspirada em certos princípios. Mas engajamento e tema social são apenas uma parte da questão; há também as conexões sutis presentes na própria noção de literatura ou no estilo. Então: quais são as interações possíveis?

Com: Sheyla Smanioto, Márcio Souza e Ricardo Aleixo. Mediação: Noemi Jaffe.

20h

Mesa 6: Política das letras e política das imagens: distâncias ou convergências?

Uma visita a qualquer grande evento de arte contemporânea deixa claro que as artes visuais passaram, ao longo dos últimos anos, por uma virada política. Embora a política, em suas muitas dimensões, nunca tenha deixado de ser um tema para a literatura, nada de comparável, como tendência coletiva, se verifica entre prosadores e poetas. Quais as razões dessa diferença?

Com Élida Tessler, Carlito Azevedo e Nuno Ramos. Mediação: Eduardo Sterzi.

http://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura,tradutora-de-grande-sertao-tera-apoio,10000086968


IEIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII \o/
 
O YouTube por acaso me sugeriu um vídeo aleatório que era uma entrevista do Rosa a uma TV alemã. Eu imaginava a voz dele mais grossa e ríspida, mas parece veludo; voz de dublador kk. A conversa em si não se aprofunda em nada. É só pra ouvi-lo mesmo, porque é gostoso. :grinlove:


Depois fiquei curioso e fui procurar mais, mas só aparece esta conversinha breve em espanhol e era isso. Acho que são os únicos registros audiovisuais que se tém dele... :/

 
Última edição:
que legal. Muito inteligente o tradutor do Guimarães que faz a ponte português -> alemão.
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo