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Instituto Liberal publica denúncia de que Física Quântica é esquerdista

Clara

Perplecta
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Segundo o colunista do Instituto, as "complicações" contidas no ensinamento da Física Quântica, bem como no da Filosofia, Economia e Estatística, têm como objetivo final implantar o socialismo e o ateísmo e são associados à ideologia marxista.

A Complicação como método ideológico

Todas as coisas, se postas à luz, distribuídas com equilíbrio e observadas de forma serena, apresentar-se-ão tais quais são, ao menos com o máximo de verdade que se pode obter numa esfera humana. A Verdade está sempre associada à luz, ao desatar de nós e à contemplação imparcial.

Dito isto, e usando este critério, todo sistema de ideias que seja simples, claro e objetivo, está do lado da Verdade, ou ao menos se pode dizer que está “no caminho certo”. E, por outro lado, todo sistema que seja confuso, hermético e complicado, tende a estar do lado da Mentira.

A marca histórica da esquerda é a falta de clareza. Claro, pois para justificar um sistema de crenças que não funciona, é esperado que as assertivas não pudessem ser facilmente analisadas ou refutadas, esperando-se do discípulo apenas a fé no que o mestre diz. Assim, não só disciplinas típicas da esquerda, como a Sociologia e a História, mas todas as outras são absorvidas em seu aspecto heterodoxo, para ser útil à agenda esquerdista.

Vejamos alguns exemplos de complicações oportunas:

  • Filosofia
Tendo o objetivo final de implantar o socialismo, associado à ideologia marxista, é necessário primeiramente, a quem busca isto, dizimar os sistemas de crenças concorrentes. O Cristianismo, a ideia de Verdade, o conceito de indivíduo, de responsabilidade, família e outros ligados à tradição e com matizes conservadores, devem ser postos em contradição, desacreditados, deixando a todos sem um sistema de crenças, perdidos, para, em seguida, ser vendida a solução socialista. O povo desesperado e atomizado não terá escolha senão amar o Grande Irmão, como em 1984, de George Orwell.

Um time de filósofos se empenhou, alguns talvez inconscientemente, nessa missão. Cito como exemplos a Escola de Frankfurt, tendo como representantes ilustres Adorno, Horkheimer e Habermas, retomando Marx, Hegel e outros anteriores, agora em termos mais atuais e adequados à nova geração. A França contribuiu bastante, com Sartre, Foucault, Derrida, Deleuze, Guattari e outros. As obras Pensadores da Nova Esquerda, de Roger Scruton, e Imposturas Intelectuais, de Sokal, dão conta de explicar o fenômeno.

Dada a competência literária de alguns desses filósofos, como Foucault e Deleuze, o que temos é um desfile de conceitos imprecisos, conclusões ilógicas e projeção de vivências impossíveis, ao lado da beleza da escrita, da menção apaixonada de passagens literárias, cinematográficas e filosóficas, com grande pirotecnia erudita e mistura de fatos e sentenças verdadeiras no caldo mentiroso da teoria. O poder de sedução é real, fisgando o leitor incauto.

  • Física
A física tradicional newtoniana é, para quem quer confundir, excessivamente exata, matemática e previsível. São objetos em movimento no universo, seguindo leis já mapeadas.

O interesse se volta, portanto, para a física quântica e ramos associados. A física quântica, através de extrapolações indevidas de descobertas de cientistas como Einstein, Heisenberg, Schrödinger, Planck e outros, ganhou a fama de ser o ramo científico onde “tudo pode”. Estar em dois lugares ao mesmo tempo, ser e não ser, teletransporte, telepatia, o mundo como um sonho, o nada que é tudo, enfim, uma espécie de “liberou geral” da ciência, contrário à física newtoniana, e que certamente não seria autorizado pelos físicos quânticos, os quais eram sérios.

E por que o interesse da esquerda na física quântica? Porque “harmoniza” com o uso de drogas, com a ideia de que o indivíduo é uma ilusão, criando uma justificativa racional para a irresponsabilidade e o ateísmo. Ambos os resultados bem úteis e “capitalizados” pelo movimento revolucionário.

  • Estatística
A Estatística pode justificar virtualmente qualquer coisa e esconder a verdade, ao invés de trazer esta à luz. O tratamento estatístico dos dados, contrariamente ao uso atual, foi concebido para mensurar a incerteza do mundo e organizar as probabilidades dos eventos de forma elucidativa, permitindo induções.

A obscuridade vem de não sabermos exatamente, na enxurrada de informações, de onde vêm as tabelas, as conclusões, quais os métodos usados pelo IBGE etc. Dizem disponibilizar, mas não é simples achar. E se sabe da ingerência em órgãos de estatística por governos autoritários, como constatado pela revista The Economist, em relação à Argentina, no artigo Wrong Numbers (2013).

Na televisão, usa-se o dado, por exemplo, em relação: 1) ao mês passado 2) ao mesmo período do ano passado 3) ao desenvolvimento no trimestre 4) ao acumulado no ano 5) à série histórica dos últimos 3, ou 5, ou 10 anos. Isto dependendo do que se quer provar e do interesse de dar informação “positiva” ou “negativa”. Parte-se do resultado para a pergunta, quando deveria ser o contrário.

  • Economia
É notória a prolixidade dos textos de economistas keynesianos ou de cunho intervencionista. A matemática intrincada preenche as lacunas racionais, criando nos leitores a sensação de que quem escreveu aquilo “sabe o que está fazendo” e o entendimento, um tanto caipira, de confiar em alguém que fala algo difícil, como se fosse verdade. Questionar tais equações levaria o aluno ou cidadão a ser alvo de um riso de superioridade do economista.

O resultado todos conhecem bem, em especial no Brasil: aumento do gasto público e desenvolvimentismo. Todas aquelas elegantes variáveis dispostas num arranjo indecifrável levam ao populismo. Claro, contas devem ser feitas, mas podem muito bem ser claras e resumidas. De nada adianta termos derivadas e integrais, se não sabemos somar, fato que se infere das propostas legislativas irracionais e déficit fiscal insolúvel.

A grande qualidade da Escola Austríaca foi retomar a “simplicidade” dos primeiros economistas liberais, os quais, em grande parte, eram também filósofos. O autor de Riqueza das Nações, Adam Smith, um dos pais do liberalismo clássico, por exemplo, foi também autor de Teoria dos Sentimentos Morais.
O alerta de Hayek em Desemprego e Política Monetária permanece atual. Expressa que prefere “o conhecimento imperfeito, mas verdadeiro – mesmo que ele traga, necessariamente, considerável dose de indeterminação e incapacidade de previsão – a um pretenso conhecimento exato, mas provavelmente falso”. Bertrand Russell também nos diz na obra Os Problemas da Filosofia que “as verdades da lógica e da matemática têm (grosso modo) menos evidência à medida que se tornam mais complexas”.

O Ocidente começa com a simplicidade das perguntas de Sócrates, que pedia que “os que sabem” dissessem o que, de fato, sabem. Devemos retomar isto. Quando um filósofo, estatístico, físico ou economista disser algo impenetrável e sem sentido, devemos dizer “não entendi, explique melhor”. Sem medo do ridículo, o que causará pânico entre os esquerdistas. Estejam alertas!

* Lucas de Moura Lima é formado em Administração de Empresas, especializado em Produtos Financeiros e Gestão de Risco

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O site do Instituto Liberal apagou o texto do colunista Lucas de Moura Lima e publicou hoje uma nota de retratação:
O Instituto Liberal vem a público se retratar pela publicação do texto “Complicação como método ideológico”. O texto causou repercussão negativa por ofender a comunidade cientifica, em especial, aos cientistas do ramo da física quântica, por fazer críticas e questionamentos a diferentes áreas do conhecimento sem o devido embasamento ou aprofundamento teórico.

O Instituto Liberal em sua linha editorial defende a promoção e livre difusão do debate e não compactua com as ideias do autor que geraram polêmica e insatisfação em muitos dos seus leitores.

Por esse motivo, o artigo foi removido da página e viemos na presença de nosso público leitor, externar um pedido de desculpas pelo ocorrido.

Rodrigo Constantino (parceiro do Instituto Liberal) também publicou o texto em seu blog apagando-o posteriormente.
A teoria pode ser lida na íntegra no Web Archive ou nesta captura de tela.

Notícia lida no blog Livre Pensamento.
 
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A Complicação como método ideológico

Todas as coisas, se postas à luz, distribuídas com equilíbrio e observadas de forma serena, apresentar-se-ão tais quais são, ao menos com o máximo de verdade que se pode obter numa esfera humana. A Verdade está sempre associada à luz, ao desatar de nós e à contemplação imparcial.

Dito isto, e usando este critério, todo sistema de ideias que seja simples, claro e objetivo, está do lado da Verdade, ou ao menos se pode dizer que está “no caminho certo”. E, por outro lado, todo sistema que seja confuso, hermético e complicado, tende a estar do lado da Mentira.

A marca histórica da esquerda é a falta de clareza. Claro, pois para justificar um sistema de crenças que não funciona, é esperado que as assertivas não pudessem ser facilmente analisadas ou refutadas, esperando-se do discípulo apenas a fé no que o mestre diz. Assim, não só disciplinas típicas da esquerda, como a Sociologia e a História, mas todas as outras são absorvidas em seu aspecto heterodoxo, para ser útil à agenda esquerdista.

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  • Física
A física tradicional newtoniana é, para quem quer confundir, excessivamente exata, matemática e previsível. São objetos em movimento no universo, seguindo leis já mapeadas.

O interesse se volta, portanto, para a física quântica e ramos associados. A física quântica, através de extrapolações indevidas de descobertas de cientistas como Einstein, Heisenberg, Schrödinger, Planck e outros, ganhou a fama de ser o ramo científico onde “tudo pode”. Estar em dois lugares ao mesmo tempo, ser e não ser, teletransporte, telepatia, o mundo como um sonho, o nada que é tudo, enfim, uma espécie de “liberou geral” da ciência, contrário à física newtoniana, e que certamente não seria autorizado pelos físicos quânticos, os quais eram sérios.

E por que o interesse da esquerda na física quântica? Porque “harmoniza” com o uso de drogas, com a ideia de que o indivíduo é uma ilusão, criando uma justificativa racional para a irresponsabilidade e o ateísmo. Ambos os resultados bem úteis e “capitalizados” pelo movimento revolucionário.

Só li esse trecho. Em nada ele condiz com o título da matéria - ele meramente diz que a física quântica é alvo de "extrapolações indevidas de descobertas de cientistas (..)", "(...) que certamente não seria autorizado pelos físicos quânticos, os quais eram sérios". Ou seja, longe de dizer que a física quântica é esquerdista, ela diz que a física quântica é um ramo de estudo sério que é alvo de esquerdistas. Não sei se é verdade, mas não seria grande absurdo... afinal a física quântica é alvo de místicos, relativistas, etc, que para fundamentar suas bobagens mencionam indevidamente física quântica.

Um apelo à simplicidade nas teorias também não é algo particularmente ofensivo à mecânica quântica , muitos físicos filosoficamente entendem que é essencial que se busque a simplicidade e beleza na construção de teorias. Mas, claro, o conceito de 'simplicidade' ou mesmo de 'clareza' varia muito e o texto é fraco em estabelecer nuances, uma física subatômica moderna não pode ter o mesmo tipo de simplicidade e claridade do que aquela física que rege os objetos de nosso dia-a-dia. De qualquer forma, não vejo ataque nenhum à Física no texto.
 
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O interesse se volta, portanto, para a física quântica e ramos associados. A física quântica, através de extrapolações indevidas de descobertas de cientistas como Einstein, Heisenberg, Schrödinger, Planck e outros, ganhou a fama de ser o ramo científico onde “tudo pode”. Estar em dois lugares ao mesmo tempo, ser e não ser, teletransporte, telepatia, o mundo como um sonho, o nada que é tudo, enfim, uma espécie de “liberou geral” da ciência, contrário à física newtoniana, e que certamente não seria autorizado pelos físicos quânticos, os quais eram sérios.

E por que o interesse da esquerda na física quântica? Porque “harmoniza” com o uso de drogas, com a ideia de que o indivíduo é uma ilusão, criando uma justificativa racional para a irresponsabilidade e o ateísmo. Ambos os resultados bem úteis e “capitalizados” pelo movimento revolucionário.

Definitivamente o texto não diz que a física quântica é esquerdista. Podem existir usos indevidos dos conceitos da física quântica - tipo o Deepak Chopra. Tem um artigo interessante do Brian Cox no qual ele diz:

I recently gave a lecture, screened on the BBC, about quantum theory, in which I pointed out that “everything is connected to everything else”.

(...)

This statement received some criticism in scientific circles. Not because it’s wrong, because it isn’t; without this behavior, we wouldn’t be able to explain the bonds that hold molecules together. The problem is that it sounds like woo woo, and quantum theory attracts woo-woo merde-merchants like the pronouncements of New Age mystics attract flies – metaphorically speaking.

Agora, isso é exatamente um assunto interessante para o Instituto Liberal? Sei lá, não parece muito. Aliás, se o sujeito reclama do viés anti-científico que a esquerda pode dar à física quântica, a crítica dele também não pareceu muito científica, já que automaticamente ele associou o mau uso da física quântica não só ao pensamento de esquerda, como também associou à esquerda o ateísmo e o uso de drogas. Na boa? Uma crítica meio besta.
 
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Esses caras parecem aqueles ex-olavetes que decidiram se revoltar contra a tariqa e viraram liberais miseanos ou coisa pior. Não são propriamente liberais... são direitistas perdidos com um certo amor/rancor por um conceito vago de liberdade individual.
 
Só li duas frases, e me bastou para nem querer ler o resto:

"O liberalismo brasileiro está tão afundado no conservadorismo mais rancoroso que já está começando a surtar." :blah:
"Em um bastante criativo artigo no site do Instituto Liberal....". Como o @Haran Alkarin deixa passar incólume essa construção anglicista odienta? :chibata: Seria porque estava sonolento?
 

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