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Reinaldo Azevedo sugere que Olavo de Carvalho é um esquerdista infiltrado na direita

Clara

Perplecta
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Olavo de Carvalho critica impeachment e causa alvoroço na direita brasileira
Ícone da nova direita brasileira, até mesmo Olavo de Carvalho reconheceu que processo de impeachment de Dilma foi forjado apenas para blindar a classe política das investigações e favorecer algumas figuras. Declaração revoltou outros conservadores, como Reinaldo Azevedo, da Veja

Desde que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) aceitou o pedido de impeachment de Dilma Rousseff em dezembro de 2015, a legitimidade do processo é questionada de várias formas. Cunha demonstrou ter agido em retaliação ao PT depois que a legenda votou pela continuidade do processo contra ele no Conselho de Ética da Casa.

Ao mesmo tempo em que os interesses escusos por trás do impeachment eram denunciados, a oposição ao governo Dilma defendia a tese de que houve crime de responsabilidade fiscal e, portanto, não seria plausível falar em armação e nem em golpe.

Nesta segunda-feira, porém, uma gravação revelou que Romero Jucá (PMDB-PE), ex-ministro do Planejamento (durou 12 dias no cargo) de Temer, afirmou que o impeachment de Dilma Rousseff foi pensado como uma maneira de barrar as investigações da Lava Jato.

Após a divulgação do áudio de Jucá, o reconhecimento de que o impeachment de Dilma foi forjado partiu de quem menos se esperava: Olavo de Carvalho, considerado uma espécie de ícone da nova direita brasileira.

“Eis aqui [link para áudio de Jucá] a prova de que o impeachment, amputado de todo o combate anticomunista, foi criado para defender a classe política apenas. Não o Brasil. Kims e Janaína Paschoais jamais compreenderão a que serviram. Mas Reinaldo Azevedo compreende – e gosta”, escreveu em sua página oficial no Facebook.

“Os melhores líderes do movimento pró-impeachment sabiam disso desde o começo. O ingresso de Bicudos e Reales na área só serviu para fortalecer a hegemonia em troca da remoção da Dilma, uma migalha jogada aos cãezinhos. Quanto de esforço mental certos fulanos ainda precisarão fazer para entender que o projeto Jucá FOI realizado, que nisso consistiu o impeachment e nisso consiste, ao menos em parte, o governo Temer?”, continuou.

“O escândalo não é a presença dele no ministério. É a trama toda que ele planejou com o tal Machado, a qual foi realizada, continua em vigor e não será abolida pela demissão do ministro”, concluiu.

Citado, o também conservador Reinaldo Azevedo, blogueiro da Veja, demonstrou irritação com as declarações de Olavo de Carvalho e sugeriu que seu companheiro de ideologia estaria sendo financiado para trair a causa do golpe. “Quem paga Olavo de Carvalho para ele atacar expoentes da tese pró-impeachment?”, disparou.

Reinaldo sugeriu ainda que Olavo seria um esquerdista infiltrado na direita. “Uma questão me intriga: a quem serve Olavo de Carvalho? Quem o financia? A quais interesses se subordina? Seria Olavo a peça mais exótica e improvável jamais produzida pela mentalidade criminosa de esquerda?”, publicou o blogueiro.
Fonte

Aqui a coluna do Reinaldo Azevedo sobre Olavo de Carvalho

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Não creio

Olha o ponto de surrealismo a que chegamos

Sério mesmo?

Quer dizer

...

Acho que chega de Internet por hoje
 
:rofl:

O Olavo não é nem de direita nem de esquerda. É um oportunista que possui uma ideia conservadora ou outra, e com base nelas elabora algumas agendas que ele tenta aplicar por aqui. É um agente de provocação, como se diz, só que autônomo.

O Reinaldo enlouqueceu, faz de tudo pra atingir a imagem do 'filósofo' só porque ele começou a ficar com medo do rumo que as coisas estavam tomando.

A imagem do Olavo diante de seus seguidores é tudo pra ele.
 
Última edição:
É como eu disse no meu facebook: as pessoas acham que funciona com a direita a mesma coisa que com a esquerda, onde os ditames de uma união internacional se fazem necessários e uma narrativa de fraternidade é repetida com frequência. Não. Vejo a direita muito mais esfacelada do que se imagina. É a coisa mais comum do mundo que libertários criem rusgas com conservadores, por exemplo (caso eu queira apontar dois dos núcleos centrais da direita: liberalismo econômico e conservadorismo cultural). Com o Olavo é algo parecido. Ele não precisa estar em sintonia com todos. Ele pensa por conta própria, ué. No final das contas o Olavo sempre foi assim. A questão é que ele criticava determinadas coisas há um tempão, isso pelo menos desde O Imbecil Coletivo, livro dele da década de 90, e muitas dessas críticas acabaram entrando em sintonia com o que alguns enxergam da realidade sócio-política do país. (E é por isso, pelo fato de que o Olavo já criticava coisas, na década de 90, que hoje são criticas, que dizem que ele tem razão.) Mas isso não quer dizer que o Olavo esteja numa comunhão universal com o que é pregado pelo Reinaldo Azevedo, Constantino, Kataguiri e por aí vai. Não me espanta que a coisa seja assim.

Anyway, a retórica do Olavo sempre foi a de enxergar um sistema maior no meio da superfície política. É bem provável que a formação marxista dele tenha contribuído nesse ponto. Vcs acham que prum marxcista de cepa o impeachment da presidente é exatamente um problema? Não necessariamente. A ordem econômica, a engrenagem da máquina capitalista é que é o problema. O resto é comitê da burguesia. É a mesma coisa com o Olavo, só que, claro, sem a crítica às mesmas ideias. Então quando ele fala no Plano Jucá como algo maior, no sentido de que destituir a presidenta era simplesmente um preâmbulo desnecessário e que achar que a situação está boa é algo infantil; bem, eu não acho isso muito espantoso se vindo do Olavo. Acho até coerente que ele ataque a apatia (que ele enxerga, pelo menos) do MBL.
 
O Olavo já foi um filósofo conservador autêntico. Nos tempos em que largou o comunismo, quando escreveu o Jardim das Aflições mas as preocupações dele com os estudos tradicionais nunca o abandonaram. Ainda vejo uma certa tendência, uma crise entre as agendas políticas neocons que ele importou dos ianques e algumas ideias originais dele.

De resto é como o Mavz colocou. Na direita conservadora, essa divergência de ideias é normal, até saudável, faz parte da crença da direita na democracia aristocrática da razão, na sua fidelidade à tradição do discurso monológico refletido em várias consciências buscando a verdade. Quem não lembra nas Cartas de J.R.R. Tolkien as críticas mordazes às ideias de Chesterton em teoria literária? E as divergências entre aquele e seu grande amigo C. S. Lewis? Mesmo filósofos ultraconservadores radicais como Donoso Cortes e Joseph de Maistre se permitiam discordar entre si e de outros igualmente políticos, como Burke. Discordar sem precisar fundar escolas, movimentos, sem precisar institucionalizar suas ideias, mas se manter em um espírito de diálogo saudável, mesmo quando sarcástico e britânicamente incisivo. Enfim...

O marxismo é complicado. É complicado porque diferentemente do conservadorismo, ele tem um núcleo central muito específico, um conjunto bem limitado de fontes, a saber, as ideias de Marx e Engels. Mesmo tendo um continuidade teórica na sociologia, na economia política, na filosofia materialista, na ciência política, na teoria literária, na linguística, com as obras de Lênin, Plekhanov, os teóricos da Segunda Internacional, os autores da Teoria Crítica, Bakhtin, Voloshinov, os estruturalistas, o centro ainda é a obra de Marx, como um tipo de Bíblia. E ainda tem o problema da dogmatização soviética do marxismo, a Inquisição do Comintern, e todos aqueles problemas práticos da estratégia revolucionária, que exigem uma unidade política imensa para que a revolução seja não apenas vitoriosa mas possa se manter e avançar nas conquistas socialistas, unidade que precisa ser cimentada em termos científicos tanto quanto em termos político-partidárias. Esse tem sido sempre o problema do marxismo. No fundo as grandes questões políticas que separam marxistas-leninistas, maoístas, trotskistas, hoxhaístas, frankfurtianos, estruturalistas e pós-modernos se refletem em divergências ideológicas profundas, até filosóficas. Não basta Trotsky criticar as posições de Lênin, ele se torna um traidor da Revolução porque discorda da visão do marxismo de Lênin, da ideia do partido de vanguarda, da mobilização estrutural e gradual das forças sociais e econômicas na transição de uma economia de mercado para uma economia socializada. Enfim...

O marxismo é brilhante pela associação que faz entre a superestrutura e a infraestrutura, mas isso gera entraves imensos no debate, reflexão e desenvolvimento livre de ideias porque não basta pensar a superestrutura e a infraestrutura, é preciso agir tendo em vista as duas coisas. Não basta saber que não basta mudar uma lei para mudar sociedade, eu preciso agir politicamente de modo que meus objetivos sejam alcançados tendo em mente essa insuficiência superestrutural, ou seja, atuando o mais diretamente possível sobre a infraestrutura. Mas para que tal ação seja possível (e democrática), ela precisa vir de uma consciência de classe subssumida em uma unidade político-partidária e com força massiva. Aí dificulta mesmo o debate de ideias.

É como se da relação orgânica entre infra e supra os marxistas inferissem um modelo ideal de ação política que desse conta dessa complexidade mas na prática não conseguissem se livrar desse dualismo na oportunidade que tivessem de separar as coisas para atingir seus objetivos. Mas isso é coisa de marxista ingênuo, como os esquerdistas de todas as épocas, um Lênin jamais cairia nesse tipo de armadilha mental.

Nada disso acontece com os conservadores. Isso porque eles tem a liberdade de pensarem, refletirem profundamente sobre a natureza, a sociedade mas como não tem pretensões de atuarem profundamente sobre a vida política e social, se permitem a velha democracia aristocrática, a cultura do debate, da troca de ideias. Não que não pensem em agir politicamente, só que eles não tem aquelas ilusões progressistas (de direita e de esquerda) de que 'fazem a diferença', que podem mudar o mundo. Não crêem que nada de bom possa advir de revoluções violentas, nem do questionamento irresponsável de antigas e tradicionais instituições como a família, o casamento, a moralidade da administração pública, a monarquia etc. Em suma, seu horizonte axiológico de atuação política é bem limitado. Para eles as coisas são do jeito que são e mesmo que estejam muito ruins, nunca estão tão ruins que não valha a pena continuar defendendo a sociedade civil. É a máxima dostoievskiana 'não há salvação na imanência'. Crendo nisso eles podem mandar a unidade política pro caralho e se contentarem com a intelectualidade literária ou jornalística, o que fazem muito bem.

Claro que o Olavo muitas vezes caga para essa democracia de ideias, muitas vezes é arrogante, ríspido, mas em geral ele é como os conservadores britânicos. Só mais burro e mal educado e com umas ideias meio esquisitas. Mas é a mesma coisa: não crê em profundas transformações sociais, em revoluções, em 'salvar o mundo'. Tem o seu ideal, a sua democracia aristocrática e cristã dos Founding Fathers, seu catolicismo moralista de parca base teológica, o amor ao republicanismo ianque, e diversas ideias relacionadas às ciências antigas e modernas, críticas sociais etc. Daí a necessidade de demonizar o comunismo: ele precisa achar um bode expiatório, uma explicação para esse desacordo tão grande entre a realidade social e política brasileira e a de seu modelo ideal, a dos ianques. E é uma posição difícil essa porque mesmo que a totalidade de nossa história intelectual dificilmente possa ser considerada marxista, é fato que ela tem caracteres libertadores, emancipatórios, nacionalistas, de 'esquerda,' enfim, assim ele não pode contar com ela, tem que reinventar a roda e isso dá um trabalho do cacete, claramente acima de suas forças e habilidades. Aí vem os recursos ao ódio, à propaganda virulenta, as maquinações políticas, suas agendas...

Eu tenho pra mim que simplesmente o Olavo teve seu papel na confecção do MBL, foi influente sim (não há como negá-lo) na idealização de várias ideias do movimento, não só de ideologias reacionárias e anticomunistas, mas de pontos programáticos e políticos, incluindo a capitaneação do desconforto da classe média com a recessão para manobrá-la contra o governo petista. Oportunista como é, assim como nas eleições passadas apoiou o PSDB contra o PT só para derrubar o governo, logo depois criticou duramente os tucanos pela sua incapacidade de transformar a antiga base social-democrata em uma força política autenticamente de direita, concretamente de direita. Da mesma forma, agora vê que a queda de Dilma propiciou a ascensão de Temer e das mesmas raposas velhas vê o MBL se curvando a esse governo, implorando para serem ouvidos, dando propostas imbecis a esmo e sem esperança de alguma participação mais efetiva no governo. E justo quando a desunida esquerda começa a se unir mais em pautas e ações contra o governo interino. Ou seja, vê a falência do MBL, sua covardia burguesa e a ataca. Seria oportunismo? Ou só mudança de tática? Para os olhos de um marxista, que vincula objetivamente ações políticas a posições ideológicas, oportunismo. Para um conservador mais astuto que só quer tentar agir segundo suas ideias, e de acordo com as circunstâncias, está tudo muito bem. Não muito higiênico, mas está muito bem.

Enfim, resumindo, o Olavo encarna muitas de suas característica intelectuais de um determinado tipo de conservadorismo de direita, ao qual eu me filio, inclusive, com exceção apenas de algumas leituras que eu considero erradas, uma ignorância abissal em teologia católica (que ele diz confessar), ideias tradicionalistas (e anti-cristãs) e o maior problema, a meu ver, é moral. Ele é extremamente oportunista, safado, e hipócrita, no sentido de que não vive absolutamente o que prega. Ao contrário, se utiliza de suas ideias e até de sua fé para obter vantagens pessoais. Não é esse demônio que as pessoas pintam, é só um duende que conseguiu alguma popularidade ao ser aquele que fez o melhor uso das redes sociais para desinformação, agitação, manipulação política, social etc.
 
Mas também não há nada a ser dito.

Só queria mesmo esclarecer semelhanças e diferenças entre direita conservadora e esquerda. O Olavo mesmo é só um pretexto.

Quanto ao Reinaldo, pff...
 
Mais treta:

O triste fim de Olavo de Carvalho: de mãos dadas com o PT, também o mascate da paranoia ataca o impeachment
Por: Reinaldo Azevedo 29/05/2016 às 5:17 Fonte: http://veja.abril.com.br/

Olavo de Carvalho resolveu se juntar à extrema esquerda e aos petistas e também ele acha agora que o impeachment é um golpe, aplicado, no caso, pelo “estamento burocrático”, expressão de que a literatura política de esquerda usa e abusa e que os abduzidos do professor repetem por aí sem saber o que significa. Olavo já não consegue esconder: quer Dilma de volta ao Palácio do Planalto. Mas traveste o seu desejo com o manto de uma suposta “revolução”. O celerado, agora, adotou a tese da democracia plebiscitária, que é o que Lula e o PT sempre tentaram implementar no Brasil desde que chegaram ao poder. Vejam a imagem abaixo. Volto ao ponto mais tarde. Antes, algumas considerações.

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O VV, Vampiro da Virgínia, não deixa de ser um homem notável. Já foi professor de astrologia, o que significa que era capaz de convencer os seus “alunos” de que o Sol girava em torno da Terra. Não só. Poucos conhecem o seu passado de adepto do islamismo místico de René Guénon, uma aberração intelectual. Mas calma! Antes disso tudo, alinhou-se entre os admiradores de Carlos Marighella — sim, o autor do “Minimanual do Guerrilheiro Urbano”. Vai ver é por isso que, hoje em dia, tanto a extrema direita como a extrema esquerda se juntam nas redes sociais para vociferar contra o impeachment.

Então ficamos assim: Olavo já foi astrólogo e hoje em dia acha que isso tudo é bobagem. Já foi um islamista da vertente mais autoritária e mística e, claro!, hoje faz profissão de fé contra o Islã. Já foi comunista da turma do Marighella, o terrorista, e hoje se vende como um anticomunista radical. Não importa a loucura que tenha abraçado, sempre conseguiu arregimentar seguidores. É preciso ser um farsante competente. Independentemente da picaretagem a que se dedique, sempre há alguém que aceita pagar as suas contas. Faz tempo que não tem um trabalho regular e vive de “doações”.

Ah, claro! Olavo era um admirador de Reinaldo Azevedo, com elogios em textos públicos e e-mails privados. Eu o mantinha a uma prudente distância porque percebia que, como diria Machado, o grão da loucura, nele, era bem maior do que o do talento. Nunca fui “discípulo” seu, é evidente! Quando o conheci, já tinha régua e compasso.

Dia desses, alguém resolveu dizer que tentei impedir que publicasse seus textos na BRAVO!, da qual fui redator-chefe. É mentira! A revista tinha um diretor de Redação. E eu sou disciplinado. Assim como sempre fiz o que quis nas revistas que dirigi, aceito que diretores tomem as decisões nos veículos que dirigem. Quando não gosto do que fazem, peço demissão.

Aconteceu, sim, de, nas férias do diretor, eu ter deixado de publicar um ensaio seu porque trazia uma metáfora detestável, inaceitável sob qualquer aspecto, sobre professoras — sim, especificamente sobre professoras, mulheres. Eu o convidei a cortar o trecho. Ele se negou. Então deixei de publicar o artigo. Quando mando, mando. Se não, não. Nem vou entrar no detalhe do que escreveu porque é uma daquelas baixarias de que só ele é capaz em seus surtos. Basta dizer que associava a militância política das mulheres ao molestamento sexual paterno. Olavo pode ser abjeto, como todos sabem.

Este senhor resolveu me eleger como um dos seus inimigos, sem mais nem aquela, do nada, de 2015 para cá, especialmente a partir do momento em que o MBL (Movimento Brasil Livre), num magnífico rasgo de lucidez, decidiu se distinguir de forma clara e inequívoca dos militantes do “aiatoloavismo”. Aiatolavo – ex-mariguella, ex-astrólogo, ex-islamista — cismou que havia chegado a hora de os militares botarem ordem no Brasil. Ele e seus delinquentes intelectuais passaram a defender um golpe de estado saneador, um período de “limpeza” da política e, depois, a volta da democracia…

Felizmente, os moços e as moças do Movimento Brasil Livre perceberam quão estúpido era esse pensamento. Mantenho interlocução com o MBL e outros grupos, mas, já disse mais de uma vez, não sou guru de ninguém. Olavo meteu naquela cabeça doentia que eu roubei os seus pupilos, como se estivéssemos disputando almas. Pra começo de conversa, o movimento nada lhe devia.

Guru do insucesso
O impeachment veio. Na contramão da “estratégia” de Olavo. E isso só aconteceu porque ele estava errado. O bicho ficou furioso. A verdade é que esse esbirro do PT não queria a deposição de Dilma. Ele se alimenta do insucesso dos que lutam contra a esquerda. A exemplo de toda religião finalista, é preciso que o mal triunfe para que os escolhidos se salvem. E os “alunos” de Olavo o veem como um resgatador de almas.

Ele se torna o porto seguro de seus abduzidos flagrados em pecado. Isso explica que consiga reunir, por exemplo, tantos homossexuais homofóbicos entre seus fiéis. Olavo consegue convencê-los de que são aberrações morais, ainda que seres da natureza (como ele é generoso!), e se oferece como o seu guia num mundo de suposta contenção e rigor intelectual, que os tiraria da rota viciosa. Tornam-se suas presas fáceis.

Outros buscam no “mestre” e no “professor” se livrar da penúria. No geral, são candidatos malsucedidos a pensadores e intelectuais. Não conseguem se estabelecer no mercado das ideias ou numa profissão que cobre talento e criatividade. Precisam achar culpados por sua vida acanhada. Que tal a grande conspiração das esquerdas, que teria vitimado até o próprio Olavo?

O “professor” criou, assim, a ascese do fracasso. Quanto mais o sujeito quebra a cara e é ignorado em ambientes em que gostaria de brilhar, mais vê comprovada a teoria de que esse mundão só dá oportunidade aos medíocres e recusa os verdadeiros gênios, entenderam?

Olavo consegue convencer os incompetentes de que são apenas injustiçados.

Loucura maior
Mandam-me um tuíte do maluco em que ele tenta justificar a suja parceria com o PT e com a extrema esquerda. Dados os vazamentos das gravações de Sérgio Machado — que não arranham nem a Lava Jato nem o impeachment —, lá vem o VV a afirmar que Dilma e o PT não são os problemas, mas “ toda a classe política, o estamento burocrático”. Ora, quem duvida que a “classe política” seja um problema? A questão é outra: os que queríamos o impeachment deveríamos ou não ter atuado em parceria com ela? Lá da Virgínia, Olavo queria e quer ver a população invadindo palácios. Ele e o Guilherme Boulos.

Mas isso não é a coisa mais estúpida do texto em que volta a me atacar — e ao MBL… Olavo quer o que chama de “período de democracia plebiscitária”, em que “o povo tome diretamente todas as decisões”. Olavo quer um Comitê de Salvação Pública… Quer ser o nosso Robespierre.

Leiam esta frase de 2007: “Eu acho que, na democracia, é assim: a gente submete aquilo que a gente acredita ao povo, e o povo decide, e a gente acata o resultado. Porque, senão, não é democracia”. Seu autor é Luiz Inácio Lula da Silva. Naquele ano, com a popularidade nas alturas, Lula e os petistas reivindicavam que o Poder Executivo tivesse a prerrogativa de convocar plebiscitos. Um dos entusiastas da ideia era Fábio Konder Comparato, que pertencem à fina flor do “direito petista”.

Vá propor às esquerdas uma democracia plebiscitária. É claro que elas vão dizer “sim”. É a tese defendida por… Olavo de Carvalho. Não há nada de curioso nisso. Os dois extremos acham que podem convencer o povo com seus argumentos infalíveis e só sabem falar a linguagem da guerra e do confronto. É bem verdade que o máximo que o incendiário Olavo de Carvalho consegue fazer é acender os próprios cigarros. Enquanto pede uma graninha por seus “cursos”. O rigor intelectual com que ele se comporta no impeachment parece dizer bastante sobre a qualidade da filosofia que pratica.

É um triste fim esse de Olavo. Ele não se conforma que o petismo tenha sido apeado do poder e que isso tenha se dado na contramão das bobagens que ele escrevia. Abraçado ao seu rancor e à sua impotência, resta-lhe o alinhamento com as esquerdas, que agora têm nele uma referência: “Se o guru da direita está dizendo, então…”. Ocorre que Olavo não é guru de porcaria nenhuma, exceção feita aos trouxas que lhe dão uma graninha.

Nas suas ofensas dirigidas a mim, Olavo diz que eu sei bem o que estou fazendo, sugerindo que participo de alguma conspiração. Bem, o falso paranoico — inventa teorias para arrumar clientes — se construiu alimentando a paranoia alheia. À diferença de Olavo, trabalho muito. Não teria tempo de conspirar nem que quisesse. Em parte, no entanto, ele tem razão: sei bem o que faço. Estimulei e estimulo o tempo inteiro a luta política, nos marcos da democracia. Olavo queria e quer um golpe. Ele e os bocós que ainda não conseguiram se libertar do jugo do ex-astrólogo, do ex-islamista, ex-comunista e hoje neopetista.

Olavo está doido para ver Dilma subir a rampa: “Eu bem que avisei! Culpa do Reinaldo Azevedo! Culpa do MBL! Comprem meus cursos! Ajudem este mascate da paranoia a viver sem trabalhar!”.
 
Se for realmente tal a intenção que o Reinaldo quis dar a entender eu observo problema na abordagem do assunto em um ponto. Uma vez que Olavo já comentou que vem da esquerda nos discursos e tendo temperamento de enfrentamento polêmico não o vejo como infiltrado (a camuflagem seria mais sutil). O temperamento do homem, para quem é realmente importante dentro do assunto, parece vir autenticamente de longa data, dos tempos da esquerda mesmo e para quem o lê supõe-se que esteja avisado de prestar atenção quando a luz amarela acenda. Ou melhor, sabendo das retóricas e efeitos usados nos embates de idéias entre pensadores gregos é uma obrigação fazer a filtragem da teatralidade.

Porque quando se fala que a crítica destrutiva não é um recurso totalmente inútil é porque se houvesse apenas pessoas coerentes não haveria necessidade de exércitos nem de forças policiais e nesse contexto eu mesmo também já vi o Reinaldo dizendo que reconhece que é preciso defender o direito de usar a crítica destrutiva quando houver necessidade. Só que mesmo que a crítica destrutiva seja necessária em ocasiões especiais não é fácil aceitar na prática quando ela está apontada pra nós.

Então o ocorre que o Olavo se pronuncia bruscamente para refletir a experiência de desilusão da entrada dele (por meio da entrega total) na ideologia de esquerda durante a juventude ao mesmo tempo em que decide dissecar o assunto de forma fria apresentando uma tese forte (como tem que ser com o trabalho de análise que é uma qualidade que tem faltado no Brasil). Esse comportamento de mergulho de cabeça transparece nos textos dele. Na verdade, como ele demonstra não se interessar em assumir cargo político nos textos produzidos (devido ao chamado da profissão atualmente exercida por ele) faz mais sentido que o material escrito ecoe nas pessoas (com influência política ou não) que pensem de forma semelhante ao invés de ser voltado para sabotagem pessoal de jornalistas.

Ainda, em textos mais antigos o Olavo defendia que apenas tirar Dilma ou PT, dentre os remédios ou soluções para o Brasil este era o mais fraco deles e que se não fosse fiscalizado pela população serviria apenas como "boi de piranha" (que eu concordo aliás) por ser uma organização grande, com fundos internacionais. Para o Reinaldo desde o começo bastava tirar o PT e apesar do jornalista ter consciência de que Impeachment é só uma etapa para um fim está claro que eles divergem nas etapas futuras porque Olavo enxerga (acertadamente) raízes fundas da destruição nacional de uma esquerda anarquista lutando contra outra esquerda burocrática ao invés do colorido partidário mostrado pela mídia convencional.

O Reinaldo também que tem seu público segue a função e formato da revista e as pessoas tendem a escolher as próprias armas de discussão preferindo se alinhar. Mas não é por aí. E até poderia ser holofote mas é um motivo muito pequeno para fazer isso, antes de tudo é fundamental na profissão deles de criticarem e esmiuçarem dizendo que algo e alguém (dando nome aos bois) estão errados afinal é o risco do ofício. A digestão do que sai no meio público é dura, mas cedo ou tarde tem que vir e alguém tem que fazer.

Então não penso que seja simplesmente porque fulano agora é um lixo e decadente, ou porque estourou um escândalo que as redes sociais adoram refestelar e sim um reflexo da sociedade brasileira dividida com a punição apropriada da política podre e a ausência de artigos e opiniões referendados que abre espaço para o que não contribui.
 
Olavo tem razão. :rofl: :rofl:

BTW, eles já tinham tretado há uns meses, quando o Olavo criticou o Reinaldo por ser porta-voz do Kim Kataguiri, e mais um rolo em que ele briga com o Constantino por causa do Bolsonaro, ACHO. :lol:
 
Só não entendi o que há de análise 'fria' ou 'pensamento profundo' em Olavo. Ele pensava profundamente algumas questões anos atrás mas abandonou a filosofia pelas tramoias políticas há muito tempo.

E nada há de frio nas análises. Ao contrário, toda a figura dele é extremamente apaixonada em relação à sua agenda. Ele é ideologicamente comprometido com suas pautas, suas denúncias paranoicas, o complexo de perseguição. Em tudo, paixão, paixão, paixão. Isso se vê pela linguagem mesma.
 
Não vejo eles como blocos homogêneos de puro calor, é bem ao contrário, uma mistura explosiva de fatores que os movem. Ao contrário do que se imagina a rudeza maquinal que se manifesta brutamente num discurso devido a trauma é um calculismo frio e automático que se afasta da paixão (mesmo a vingança é um prato que se come frio). Tinha um software antigamente que se chamava "brute force" se não me engano (números e números, códigos em texto apenas). A técnica é sempre bastante fria como uma lâmina. Os pensadores hindus e gregos por vezes se envolviam em embates como espadachins que colecionam cabeças. A crueldade é gelada e bem diferente dos insultos diretos que podem ser apenas a provocação ou isca para um debate.

Olavo aplica debate brutal e a brutalidade das discussões filosóficas não se atém a frio ou calor (paixão), podendo vir a tragédia de um vulcão ou de uma geleira.

Na qualidade de filósofo (ou estudioso da filosofia) ele sabe que o homem é um animal político e o Reinaldo sendo jornalista também. Todavia o Reinaldo está voltado para comentar o panorama geral (Veja) já o Olavo é especialista no campo dele (especializar é aprofundar).
 
Última edição:
Sem surpresa nesse front, na época do tópico do Movimento Passe Livre eu postava que não analisava os trabalhos e tópicos dele como um bloco sólido, que concordava com opiniões dele e discordava de outras. Acho que você também não mudou quanto a apreciação desse assunto se não me engano.
 
E pensar que a Veja paga para alguém escrever essa baixaria toda aí. E muito mal escrita, por sinal... Vinte e tantos anos de carreira profissional, e um textão que em nada supera os do Facebook, nem em estilo nem em conteúdo.

Aconteceu, sim, de, nas férias do diretor, eu ter deixado de publicar um ensaio seu porque trazia uma metáfora detestável, inaceitável sob qualquer aspecto, sobre professoras — sim, especificamente sobre professoras, mulheres. Eu o convidei a cortar o trecho. Ele se negou. Então deixei de publicar o artigo. Quando mando, mando. Se não, não. Nem vou entrar no detalhe do que escreveu porque é uma daquelas baixarias de que só ele é capaz em seus surtos. Basta dizer que associava a militância política das mulheres ao molestamento sexual paterno. Olavo pode ser abjeto, como todos sabem.

Agora imaginem vocês que, se a Veja tivesse o mesmo filtro de excelência que o Reinaldo finge ter como editor, o próprio Reinaldo não estaria autorizado a publicar esses lixos virulentos de hora em hora. Já são uns quatro "artigos" anti-Olavo em questão de duas semanas, pelo menos. Mas estejam certos, amigos, é o Villa quem "desonra o jornalismo"... :lol:
 
Seria melhor se tivessem focado a disputa de ideias nas diferenças entre os modelos políticos de cada um para o Brasil. No começo pensei que o Reinaldo citaria ou lembraria ponto a ponto dos livros do outro, mas não veio nada. Por exemplo, dentre as limpezas saneadoras que o Olavo propõe e o Reinaldo cita uma é a do STF e não a revolução francesa de sangue sugerida na coluna, de que não adiantaria apenas impeachment sem continuar a higiene na justiça. Não tem porquê os dois se baterem numa pauta que é desejo da gente da esquerda e da direita. Sei lá e como ver o Chico Anysio falando que o Jô Soares precisa fazer comédia (algo que o Jô já faz). Daí o Jô levantaria e diria "Você é que não faz comédia!"
 
A rivalidade entre o Reinaldo e o Olavo não é de agora, mas até então as farpas entre os dois ficavam mais no campo das redes sociais.

Até então o Reinaldo não vinha levando esse confronto pras mídias maiores que ele participa (rádio, revista, jornal, etc) mas chegou a um ponto que bateu no limite máximo da paciência. Agora ele não se segura mais e resolveu extravasar e descarregar em todas elas. Não vou entrar no mérito de analisar qual deles começou com essas provocações, mas é ruim e ridículo pra ambos ficarem com essa picuinha pessoal que não leva a lugar nenhum.
 

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