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[COLUNA] Pequeno dicionário feminista

Quanto ao sovaco não me incomoda.
Me incomoda é esse mimimi sem sentido das feministas.
É dizer que a mulher é prejudicada de alguma forma, é buscar igualdade de gêneros em gêneros diferentes(...)

Eu não gosto desse feminismo moderno, cultural: o que ele faz é banir para o politicamente incorreto termos sucessivamente e te obrigar a falar cheio de dedos quando você quer se referir a alguma diferença de gêneros, que existe. Num ciclo que dura de um a dois anos, a terminologia queridinha já se esgotou e é relegada à segundona dos machistas impolidos e opressores, sendo necessário assimilar um novo vocabulário igualitário.

Nem falar "mulher é foda" num papo cueca sobre relacionamentos você não pode mais, se algum dos marmanjos na mesa for (neo-)feminista. É um saco ter que pisar em ovos para conversar. Na situação referida, estamos discutindo obviamente as dificuldades que o relacionamento com mulheres sempre impõe, sem jamais proibir as mulheres de fazer (acertadamente) o mesmo em conversas-calcinha.

O feminismo (ou humanismo) real não é a repressão da expressão de quaisquer diferenças que existam entre os dois gêneros, mas a liberdade para que cada um, conforme suas próprias inclinações, haja da forma que achar adequado. Sou mega a favor, por exemplo, de se garantir licença-paternidade remunerada de vários meses para homens, dado que qualquer barbudo pode trocar umas fraldas, fazer papinha, dar mamadeira e oferecer um pouco de atenção ao filho que ele deve amar.

A definição de um vocabulário politicamente correto não vai consertar nenhum problema do mundo por si só. Na verdade, uma "novilíngua" impossível de se dominar é antes um entrave para que os debates decorram de forma franca e para que a situação possa ser mudada. Só a conversa com respeito mútuo salva. E propostas concretas de intervenção.
 
Todo o meu respeito às lutas e às conquistas históricas das mulheres.
Entretanto, a meu ver, o texto que o Morfindel postou é um bom exemplo do que há de pior no movimento feminista pós-modernoso.

Ver anexo 68097

Não vi problema nenhum na forma como o texto aborda a ideia de vivência. Mulheres da periferia, por exemplo, a possuem, e levar em conta essa vivência na difusão de ideias feministas e mesmo na própria teoria feminista é necessário. Acho que você está se referindo à ideia da vivência como substituta de outros conhecimentos, por exemplo o científico. E eu de novo não vi isso no texto: quando a autora aborda ideias como manterrupting e mansplaning, ela se refere a formas de intervenção silenciadoras, inúteis e arrogantes. Problema algum quanto a isso. Acho que a única crítica que eu faria seria em relação à forma como ela aborda a ideia do patriarcado, como algo invisível. Eu diria que é muito mais algo inapercebido comumente do que realmente invisível. Deixá-lo como algo invisível pode inflá-lo demais, tornando-o meio que onipotente e podendo evoluir pra casos de denúncias infundadas de machismo.
 
Infelizmente junto com o nome "feminismo" o movimento virou "modinha", e assim chegaram as extremistas e os haters.
Mas não é assim que acontece com todos os movimentos e religiões? Em todos os lugares tem as pessoas que deturpam um ideal a seu proprio modo de pensar, e isso não quer dizer que temos que desmerecer uma luta ou uma causa por isso.
As mulheres já foram tratadas apenas como "objeto reprodutor do homem", não podendo nem sentir prazer. Já fomos "propriedade", e não pessoas. A luta do "feminismo" como a gente chama hoje em dia começou ali, quando não tinhamos direitos nenhum, apenas o de servir.
Assim como os índios eram os "sem alma" e comparados a animais e os negros serviam só pra ser escravos. E quem resolveu que isso tudo tinha que ser assim? Sim, os HÓMI.
Claro que não podemos generalizar, mas não é por que as coisas são desse jeito que elas TEM que ser.
E consequentemente esse modo de pensar se alastra pela cultura e sociedade até os dias de hoje, e SIM, ainda existe o que lutar, ainda existem as mulheres que realmente pensam que têm quer ser mandadas por homens e por isso aceitam ser agredidas e têm medo de denunciar. Ainda existem homens que pensam que mandam e usam as mulheres como propriedade. Se falarmos em igualdade de gênero, não se vê por exemplo uma esposa exercendo uma relação abusiva com seu marido, ou pelo menos se existe são casos raríssimos.
Eu já fui vítima de abuso sexual, quando era criança, de um homem da minha família, sangue do meu sangue. Eu já fui vítima de relacionamento abusivo e sofri problemas psicológicos que até hoje ainda reflete na minha vida. E já apanhei desse mesmo cara. Eu já fui parada várias vezes na rua de noite por caras que me olhavam como se eu fosse um pedaço de carne e tentavam me pegar, ou me arrastar pra um carro. E por quê? Por que eu quis? Ou por que eu não era forte o suficiente pra lutar de igual pra igual e revidar, e me proteger? Ou só por que eu sou mulher? Se eu fosse homem isso teria acontecido comigo? Eu não denunciei nenhuma dessas pessoas por que eu tinha MEDO, PAVOR, por que eu sabia que podia ter consequência pra mim. Por que eu sabia que os policiais iriam rir da minha cara. Por que eu não tinha provas, e seria a minha palavra contra a deles.
Então, por experiência própria, eu acho que o feminismo tem que ser falado SIM, ainda tem muito o que melhorar, ainda tem MILHARES de mulheres que sofrem. E isso não quer dizer que eu desmereço outras lutas, eu apoio todas.
Mas pra quem diz que feminismo é besteira, meu sincero VAI TOMAR NO CU.
 
Meu ponto não é esse, Mavericco.
Não quero dizer que a "vivência" seja desimportante, mas questiono o status de autoridade que ela vem ganhando no seio dessa esquerda multiculturalista pós-moderna, concorrendo para o enclausuramento do debate em guetos identitários. Assim, você é credenciado ou descredenciado para pautar determinadas questões de maneira apriorística, a partir do que você é - ou melhor, do que dizem que você é.

A entronização da vivência atrelada a uma corrente exacerbação subjetivista se vincula - de maneira intrínseca, a meu ver - a noções como Mansplaning (e suas "irmãs"), que pretendem pôr em xeque o silenciamento se afirmando como novas engrenagens silenciadoras, por meio do controle sobre o discurso. Me soa um tanto acanhada a ideia segundo a qual você precisa sofrer uma violência, simbólica ou de fato, para falar com propriedade sobre ela. Como desdobramento dessa lógica, homens não podem debater o feminismo por serem homens; brancos não podem falar sobre o racismo por serem brancos; mulheres brancas não podem falar sobre a condição da mulher negra; mulheres negras heterossexuais não podem falar sobre a condição da mulher negra homossexual; e entramos em uma espiral de piração, caracterizada por essa sanha classificatória, que ademais vive de inventar novos conceitos que arreganham e mistificam a ideia de opressão e correntemente descuram a complexidade das relações sociais, com suas contradições, afirmando-se em torno de narrativas ultralineares e, como tais, antidialéticas.
 
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Outro dia vi uma publicidade aqui em São Paulo que dizia que as mulheres após certo horário poderiam descer do ônibus sem ser no ponto pra chegar com mais segurança em casa, aí eu pergunto: o risco de uma mulher ser assaltada é maior que a de um homem? Pra mim isso é discriminação, não? O feminismo que prega igualdades de gênero ao mesmo tempo elogia essa realização?
 
Nossa, ao mesmo tempo que eu vejo algumas besteiras no movimento feminista (tipo essas citadas pelo camarada Mercúcio), eu tenho que ler essas bostejadas do fcm.
** Posts duplicados combinados **
Explico com muito prazer. Existe um problema objetivo: mulheres são vítimas de estupro mais do que homens. A medida é um paliativo para tentar reduzir esse problema.
 
tudo bem, mas continuo com as duas perguntas:
isso é discriminação, não? O feminismo que prega igualdades de gênero ao mesmo tempo elogia essa realização?

Explique o péssimo @Grimnir
Você se sente discriminado quando mulheres passam a ter o direito (?) de não serem estupradas? Direito que você já tem só por ter nascido homem?
Olha, você se esforça muito pra fingir que não entende, parabéns.
 
O que a gente pode discutir é que nem todas as mulheres concordam com esse tipo de paliativo (poder descer em qualquer ponto de ônibus). O melhor exemplo é o vagão só para mulheres no RJ, para evitar as encoxadas na hora do rush. Tem muitas mulheres que são contra, dizendo que são os homens que tem que parar de se comportar como animais, ao invés das mulheres serem segregadas. Elas tem a sua razão, mas eu duvido muito que seja possível ensinar aos encoxadores que eles estão errados - o que faz mais sentido é aumentar o risco deles serem punidos. Nesse sentido o movimento feminista tem que lutar para incentivar as mulheres a denunciar mesmo. Não só isso, mas também tem que lutar para a polícia puna esses abusadores. É o mesmo caso para os estupradores - ninguém ensinar a um estuprador que estuprar é errado. Ele não estupra pq acha que é certo, ele estupra pq é um fdp sem medo de ser punido. Só que enquanto algumas medidas são de longo prazo, outras são de curto.

É por isso que te dei um péssimo, @fcm. Você bostejou.
 
Sim, sempre paliativos e nesse caso discriminatório.
Não que eu seja contra a medida, mas um homem pode ter medo de ser assaltado/violentado tanto como uma mulher.

@Nihal se eu moro em um local que tem muito assalto e minha colega do lado pode descer na porta da casa dela e eu tenho que descer no ponto a 3 quarteirões da minha casa, me sinto sim, discriminado.
** Posts duplicados combinados **
é descriminação crianças com deficiência terem educação especial?
Como disse acima, se eu moro em um local que tem muito assalto e minha colega do lado pode descer na porta da casa dela e eu tenho que descer no ponto a 3 quarteirões da minha casa, me sinto sim, discriminado.
 
Meu pai quando pega ônibus se vira e passa bunda com bunda quando tem uma mulher no caminho.
Ele diz: - Eu não sou doido, vai aí que ela grita e me chama de tarado.
Aí eu falo: - Mas pai, em certas situações é impossível não se esfregar no povo. Você está em um ônibus lotado, não é uma questão de esfregar, é questão de chegar na porta antes que o motorista vá embora e te esqueça no ônibus.
Aí ele replica: - Eu já perdi as contas de quantas vezes eu perdi a parada por conta disso. Mas eu prefiro perder do que ser motivo de baixaria no ônibus.
Pois eu passo mesmo, é transporte público. Então eu tenho que virar uma bailarina para poder ir de uma ponta à outra?

Agora assim, estou falando em se estregar (o que é inevitável), agora sarrar é outra coisa.
 
Última edição:
Se você mora em um local que tem muito assalto, sendo homem, você corre o risco de ser assaltado, perder o celular, algum dinheiro.
Sua colega enquanto anda por esses 3 quarteirões sozinha à noite corre o risco de ser estuprada, talvez morta quando acabar.

Não estou dizendo que concordo com a medida, tenho minhas reservas quanto a esses paliativos, e, sinceramente, não acho que faça diferença descer a 3 quarteirões ou na porta de casa. Eu desço num ponto quase em frente a minha casa e diversas vezes senti medo mesmo assim e precisei recorrer a um homem (meu pai ou meu noivo) para me esperar nesse ponto, a menos de 50m de casa, por medo, e não era de ser assaltada.

@adrieldantas , a gente sabe a diferença entre quem só está passando e quem é abusador. Abusador te segue, aproveita o balanço do ônibus para te encochar, abusador fica de pau duro e esfrega em você. Abusador não passa e vai pro lugar dele, ele se posiciona atrás de você e fica ali, mesmo que o ônibus não esteja tão cheio, mesmo que você saia do seu lugar, ele te segue, ele balança o corpo com o ônibus parado, ele se esfrega. É impossível alguém "só passando" fazer isso.
 
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Meu pai quando pega ônibus se vira e passa bunda com bunda quando tem uma mulher no caminho.
Cara, eu ando no metrô com os braços pra cima com medo de esbarrar e causar barraco, tento evitar qualquer contato com as mulheres porquê com essa onda feminista qualquer esbarrão já pensam outra coisa.

@Nihal pra mim o problema é segurança pública mesmo e sim, além de eu perder o celular e dinheiro posso tomar um tiro e morrer também, como acontece por aí. E sim, concordo que o risco é mais alto para as mulheres, apenas toquei no ponto da igualdade de gêneros.
 
88,5% das vítimas de estupro são do sexo feminino, mais da metade tinha menos de 13 anos de idade, 46% não possuía o ensino fundamental completo.

Ou seja, 11,5% são homens, então não é bem assim.
 
Claramente vc não tem ideia de como q se pensa em política pública.
 
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