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O Estudante Eunuco

Éomer

Usuário




A juventude de hoje pertence a uma geração mimada que pratica um fascismo "light".



“Não concordo com o que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo” (Voltaire)


Há alguns dias houve um debate na BBC entre o presidente do conselho de estudantes de uma universidade britânica e um senhor que escreve colunas para The Times de Londres. O tema era a liberdade de expressão. Quem estava contra? O colunista do Times, cujo dono é o reacionário Rupert Murdoch? Não. O líder estudantil.

Algo raro está acontecendo nas universidades do Reino Unido, e nas dos Estados Unidos também. O estudante que falava na BBC é sintoma de uma tendência repressiva em um setor da sociedade onde se supunha que era dado um alto valor ao princípio do pensamento livre.

O motivo do debate entre o jovem e o jornalista, que pela idade poderia ter sido seu avô, tinha sido uma petição assinada por 3.000 estudantes da universidade Cardiff exigindo que Germaine Greer, antigo ícone da revolução feminista, fosse proibida de dar uma conferência em seu câmpus. Greer, como alguns ou algumas recordarão, é a autora do influente e provocador livro A Mulher Eunuco, publicado em 1970. O livro, tão irreverente como iconoclasta, exortava as mulheres a se libertarem dos estereótipos repressivos de outrora.

O problema dos estudantes de Cardiff com Greer, que hoje tem 76 anos, é que a consideram uma “misógina”. À primeira vista, é como chamar Martin Luther King de racista. Como se explica? Da seguinte maneira: Greer escreveu um texto em 2009 no qual argumentou que as transexuais não podiam ser consideradas mulheres. Tal afirmação foi considerada suficientemente ofensiva para declará-la persona non grata no campus. Greer se rendeu, mas não sem antes declarar na rádio: “Só porque você corta o pau e coloca um vestido não significa que você se transforma em uma mulher”.

A questão aqui não é se Greer tem razão ou não. A questão é que a censura de pessoas cujas ideias não confluem com as percepções do que é ou não aceitável se está estendendo pelas universidades anglo-saxãs. Alguns exemplos.

Na semana passada um professor da Universidade Yale, nos Estados Unidos, foi rodeado por um grupo de estudantes que lhe gritaram, entre outros impropérios, “cale a puta boca!”. Seu pecado: ter aconselhado a seus alunos que, se vissem alguém usando um disfarce “ofensivo” no Halloween, não lhe dessem bola.

No final de setembro, a Universidade de Warwick, na Inglaterra, cancelou uma conferência de uma mulher nascida no Irã, chamada Maryam Namazie. Ela é uma marxista conhecida por seu virulento desprezo pela religião, a começar pela sua de nascimento, o islã. A universidade explicou que seu comparecimento no campus incitaria “o ódio”.

E um exemplo mais entre milhares: uma professora de Direito na Universidade Harvard escreveu um artigo no ano passado lamentando a pressão que recebia do corpo discente para que não desse aulas sobre como a lei responde a casos de estupro. A professora, Jeannie Suk, comparou essa atitude com uma tentativa de ensinar cirurgia a um estudante de medicina sem expô-lo à angústia de ver sangue.

Segundo Suk, as entidades estudantis se opunham às aulas sobre a lei e a violência sexual porque temiam que a experiência poderia se tornar “traumática”. E aqui, aparentemente, está o xis da questão. O líder estudantil que falou na BBC explicou que o objetivo da censura era sempre dar prioridade “à segurança” dos universitários. Um artigo recente escrito pelos acadêmicos na revista The Atlantic, dos Estados Unidos, aprofundou o tema. Explicou que para os que seguem essa nova corrente a meta final era proteger “o bem-estar emocional” dos estudantes, transformando os campus em “lugares seguros” onde “jovens adultos estão protegidos contra palavras e ideias que os façam sentir-se incômodos”. “Está sendo criada uma cultura”, acrescentava o artigo”, “na qual todo mundo tem de pensar duas vezes antes de abrir a boca”.

Alguém que optou por não abrir a boca nunca mais em eventos estudantis é o famoso comediante norte-americano Chirs Rock, que construiu uma brilhante carreira à base de ridicularizar tabus raciais, sexuais e políticos. Rock, que é negro, disse em uma entrevista recente que já não vai às universidades porque são “conservadoras demais”. Sua principal preocupação, afirmou, é “nunca ofender ninguém”.

A que se deve tanta suscetibilidade entre os estudantes do mundo anglo-saxão? Em parte isso terá a ver com a pressão conformista exercida pela polícia religiosa das redes sociais, o medo à crucificação verbal de que padecerá qualquer um que divirja da ortodoxia da manada. Mas, como também sugere o artigo da revista The Atlantic, a juventude de hoje, especialmente a que teve a sorte de ir à universidade, pertence a uma geração mimada. É verdade que hoje os jovens têm dificuldade para conseguir trabalho, mas, pelo menos nos países ricos do Ocidente, seus pais tiveram a melhor e mais pacífica qualidade de vida que a espécie humana conheceu. Esses afortunados pais se esforçaram de uma maneira nunca vista para não ferir os sentimentos de seus filhos, para protegê-los do feio, do duro e do difícil da vida.

A consequência tem sido o aparecimento de uma geração de adolescentes e jovens na casa dos 20 anos psicologicamente delicados, que detectam ofensas onde seus pais –e mais ainda os pais dos pais, que viveram guerras– não as teriam imaginado. Antes, quando o colunista do Times era jovem, os estudantes censuravam os que chamavam de fascistas. Para bem ou para o mal, faziam isso a partir de um processo de raciocínio político. Os militantes universitários anglo-saxões de hoje censuram com base no que sentem. Praticantes de uma espécie de fascismo light, eles são os que mandarão dentro de não muito tempo. Se a coisa não mudar, teme-se pela democracia.

Fonte:
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Deixando o texto para reflexão.

Eu imagino quando esses alunos tiverem que deixar as barreiras seguras que cercam as Universidades e enfrentar o mundo de verdade. Com certeza vão se esfacelar emocionalmente diante da primeira crítica ou adversidade.
 
A quem interessar possa:

Podres de Mimados – As consequências do sentimentalismo tóxico, de Theodore Dalrymple


Podres de Mimados é a mais recente obra de Theodore Dalrymple publicada no Brasil pela editora É Realizações. Ao contrário de “A Vida na Sarjeta” e “Nossa Cultura… ou o que restou dela”, o livro não é uma coletânea de artigos com temas mais ou menos semelhantes, mas sim uma análise profunda das consequências do que o autor chama de “sentimentalismo tóxico” em nossa sociedade.

Dalrymple é um autor recente nas estantes e livrarias brasileiras. Seu nome é, na realidade, um pseudônimo do psiquiatra inglês Anthony Daniels, que, trabalhando como médico de uma prisão, transformou suas “experiências diárias em ouro jornalístico”, como bem disse Noel Malcom para o The Telegraph. O autor faz parte daquele panteão de gênios que consegue analisar, compreender e descrever a realidade de maneira clara e objetiva, enquanto, para nós, ela passa despercebida.

Ao longo das cerca de 200 páginas, o autor não se omite de tecer opiniões, de apontar causas e consequências. Não se pauta pelo falso moralismo nem se esconde atrás de certo relativismo que, travestido de isenção, denota apenas total indiferença para com os assuntos abordados. Não por menos João Pereira Coutinho sentencia: “Dalrymple não é leitura fácil para gostos politicamente corretos. Mas qualquer obra do dr. Dalrymple merece o tempo e o dinheiro. Dalrymple não engana.”

Mas o quê, então, é esse “sentimentalismo tóxico”? Por que motivo seria ele tão nocivo? Em primeiro lugar, afirma o autor, o sentimentalismo é “uma daquelas características mais fáceis de se reconhecer do que se definir”. Os dicionários todos apontam para os mesmos “sintomas”: “um excesso de emoção falsa, doentia e sobrevalorizada em comparação com a razão”. Dalrymple, todavia, vai além, e sua análise se dá para uma característica cada vez mais comum – a exibição pública do sentimentalismo, no qual “derramar uma lágrima em privado é um dos maiores crimes que se pode cometer”. Para tanto, faz uso do cotidiano inglês (que é, infelizmente, perfeitamente adaptável à realidade tupiniquim) como forma de apresentar sua tese: desde os casos mais ordinários, como um simples pé de galinha dentro de uma embalagem em que deveria haver apenas peito de frango, até aqueles com ampla repercussão internacional, como o desaparecimento da menina Madeleine McCann e a morte da Princesa Diana.

O primeiro caso, todavia, merece uma atenção especial, visto que é quase que uma epítome da situação que se quer demonstrar. Num jantar ordinário, a filha de um casal faz um escândalo porque encontrou, em seu prato, um pé de galinha (a bandeja com os cortes de ave deveria conter apenas peito). Os país, indignados, voltam-se contra o supermercado, afirmando que sua pequena e adorável filha, em decorrência dessa experiência traumática, havia assustado-se de tal maneira que afirmava que nunca mais iria comer carne em toda a sua vida, exigindo, portanto, uma volumosa indenização. A reação deproporcional, tanto da criança (que fez o berreiro) quanto de seus pais (que o aceitaram), só pode existir, afirma Dalrymple, numa cultura em que impere à emoção em detrimento da razão e, mais ainda, num ambiente em que seja socialmente aceitável, e até esperado, que empresas sejam sempre culpadas e clientes sempre vítimas. É evidente que ninguém merece comprar gato por lebre, ou, no caso, pé por peito, todavia, apenas a noção de que tal aviltamento é digno de atenção (e de ser assim considerado) e que responsáveis (que não os pais que miseravelmente prepararam esse jantar) devem ser identificados e punidos, não só pelo valor do produto em si, mas pelo ceifamento de todo um aspecto de uma vida humana, é evidência suficiente de que o sentimentalismo tem papel de destaque em nossa cultura. Como bem definiu Dalrymple: “a esperança de indenização é a forma moderna de alquimia que transforma aflição em ouro.”

Se aceitamos que tal comportamento aconteça na esfera privada (ainda mais quando vemos nele um potencial benefício financeiro), é impossível que o mesmo não ocorra também em público: “em um estado de sentimentalismo, certamente do tipo vivido em público, a pessoa é mais comovida pelo fato de ser comovida do que por aquilo que supostamente a está comovendo. Além disso, está interessada em que todos vejam o quão comovida está. O trigo do sentimento genuíno é logo perdido no joio das considerações secundárias; e, tendo o exagero uma lógica própria, o joio tende a aumentar.” Exemplos dessa espécie de exibicionismo sentimental, no Brasil e no mundo, não faltam (na realidade, infelizmente, os temos em excesso): desde a morte prematura de artistas até a defesa política de causas progressistas as mais variadas, a expressão de um sentimento é mais importante do que o conhecimento do fato ou causa em si. Diz ainda Dalrymple: “o sentimentalismo olha para si: ele não é apenas a resposta emocional a algo, mas a satisfação de possuir a emoção por si própria”.

Sendo assim, a verdade e a realidade são secundárias quando em contrastes com a emoção. Um possível erro, nesses casos, seria justificável. A partir de uma frase de Jean-Jacques Rousseau, em “A Profissão de Fé do Vigário Saboiano” (“Se estou equivovado, estou sinceramente equivocado, e, portanto, meu erro não será considerado um crime“), Dalrymple afirma que, desse modo, o equívoco, de fato, nunca será considerado um crime, uma vez que a coisa mais importante do mundo “é o aconchego psicológico dos princípios a partir dos quais um um homem diz agir”. Ou seja, quando o erro é resultado de “boas intenções”, erro não é. Eis aí um resumo do programa de governo do ciclofaixista (e, algumas vezes, prefeito de São Paulo) Fernando Haddad, por exemplo.

Dalrymple remonta à Rousseau as origens do sentimentalismo, mais precisamente à Revolução Romântica do século XVIII. Nessa época, “a visão cristã de que o homem nasceria imperfeito, mas poderia e deveria buscar pessoalmente a perfeição foi primeiramente questionada e depois trocada pela visão romântica de que o homem nascia naturalmente bom, mas era corrompido e transformado em mau por viver numa sociedade má”. Como consequência, “a exibição de vícios tornou-se a prova de maltratos; o que se considerava defeito moral se tornou condição de vítima.” Aquele que, de posse de uma faca, comete um crime, torna-se, portanto, cada vez mais vítima quanto mais estocadas dê. Ao cidadão que sangra e agoniza transfere-se a culpa e, caso sobreviva, não é absurdo em pensar que, em um futuro próximo, ainda lhe exijam um pedido de desculpas à vítima social que o atacou.

“Para o sentimentalista, é claro, não existe criminoso, mas apenas um ambiente que não lhe deu o que devia.” Esse pensamento é deveras reconfortante, uma vez que nos exime de nossas responsabilidades individuais. Tendo em vista que nascemos bons e felizes, a infelicidade e o sofrimento são, portanto, as provas de maus-tratos e de vitimação. Em vez de se corrigir os indivíduos, deve-se, primeiramente, corrigir a sociedade “para restaurar no homem seu estado original e natural de bondade e de felicidade”. Aceitar tal pensamento é dar carta branca à megalômanos de mente mínima que acreditam ter respostas para tudo. Ao longo do século passado, inúmeras tentativas como essas foram realizadas em locais diversos. O resultado (desastroso) é sempre o mesmo: pilhas e mais pilhas de cadáveres.

Uma das consequências desse sentimentalismo tóxico é a vitimação. Dalrymple apresenta inúmeros casos de pessoas que falsificaram até a própria identidade para tornarem-se vítimas mais reconhecíveis, assumindo uma espécie de autoridade moral em determinados assuntos. Sendo assim, é o sofrimento de uma pessoa, e não suas ações, que se torna uma espécie de parâmetro moral que distingue os seres humanos. Nessa eterna luta entre o opressor e oprimido, o mundo se resume à máxima (ou seria mínima) orwelliana “quatro patas bom, duas patas ruim”. Não é coincidência, então, que muitos discursos políticos se deêm hoje no campo das “micro-agressões”: a busca de um culpado (e, por conseguinte, de uma vítima) deixam de se basear num contraponto objetivo (Código Penal) e passam a ser totalmente definidas pela emoção ou pelo sentimento do “oprimido”. Não é por menos que Thomas Sowell define essas “micro-agressões” como uma espécie de “micro-totalitarianismo”. A culpa, nesses casos, está simplesmente no fato de se existir.

Não é difícil de perceber, após a leitura do livro, que o discurso progressista se baseia puramente no sentimentalismo e que o mesmo é ainda o filtro por qual boa parte das notícias passam antes de chegar até nós. Tome-se por exemplo o caso de uma repórter que, ao “entrevistar” um bandido preso pelo estupro de menores, pergunta se o mesmo já havia sofrido alguma espécie de abuso sexual quando menor. Antes de se buscar a notícia, busca-se a causa, a desculpa. E, quanto mais fácil ela possa ser transferida para nós, que desses crimes nunca participamos, melhor. Se existem milhares motivos para uma pessoa cometer um crime, talvez a certeza da impunidade seja um dos mais relevantes. Quando tiramos dos criminosos até sua culpa moral, o resultado só pode ser a barbárie.

Dalrymple, por fim, resume: “O sentimentalismo foi o precursor e o cúmplice da brutalidade sempre que as políticas sugeridas por ele foram postas em prática. O culto do sentimento destrói a capacidade de pensar, e até a consciência de que é necessário pensar”. Nada poderia ser mais atual.

“O sentimentalismo é o progenitor, o avô e a parteira da brutalidade.”
http://reaconaria.org/colunas/colun...sentimentalismo-toxico-de-theodore-dalrymple/
 
Verdade, se colocarmos o príncipe ou a princesa na torre eventualmente eles podem se envenenar. Quem sabe até espalhar o veneno entre os pares antes de se autodestruírem.


De fato estamos diante de um quadro de envenenamento. Dentre os usos comuns de venenos se incluem controle de pestes, suicídio e assassinato e execução (por ordem de algum sistema político).


Claramente, da mesma forma que a nobreza se matava nos tempos do romantismo, a criação de termos como “micro-agressão” denotam um problema de dosagem na avaliação crítica dos alunos.


Ou ainda, falar em microagressão só faz sentido quando estamos diante de alguém que teve criação voltada para uma “micro-existência” incapaz de viver sem evitar a escalada dos danos, com profunda falta de maturidade.


Na faculdade grupos de professores até ficavam com medo em silêncio diante da disseminação das neuroses e patologias mentais em setores docentes e discentes.


É perceptível uma deterioração moral uma vez que a emergência de grupos radicais tirânicos fortes como o ISIS são um sinal de que apareceu um inimigo tão lesivo quanto eles dentro das democracias civilizadas ocidentais. O inimigo daquele que “quer poder fazer tudo” tende a ser aquele que “quer não poder fazer nada”. E a sabedoria que vá plantar batatas diante dessas duas frentes.


American Enterprise Institute, has criticized microaggression theory as oversensitive and paranoid.[38]Heather Mac Donald, writing for the Manhattan Institute for Policy Research'sCity Journal, has said that the theory is simply self-victimization.[39][
 
Não é porque os pais dos jovens de hoje não veriam como ofensas algo que hoje se vê que isso desqualifica a discussão. Há 300 anos dizer que um negro não tinha alma ou que não era humano ou dizer há 400 anos que mulheres eram menos inteligentes não eram tidos como ofensas ou causas de comoção social, mas isso não quer dizer que não fossem ofensas. As sociedades mudam, as pessoas mudam. E pregar discurso que pretende tornar alguma classe social desmerecedora de direitos deveria ser proibido sim.

Primeiro levaram os comunistas
Mas não me importei com isso
Eu não era comunista

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os sindicalistas
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou sindicalista

Depois agarraram uns sacerdotes
Mas como não sou religioso
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
 
Morfs. Pessoal tá confundindo academia com jardim de infância. E olha que lá as crianças enfrentam um monte de situações perigosas. Elas brigam, elas entram em conflito, elas disputam espaço.

Academia é local pra quebra pau ideológico mesmo, pra tirar pessoas da zona de conforto, pra testar e aprovar ou descartar idéias. Nunca deveria ser um espaço seguro no campo ideológico.

Se a pessoa tem problemas ao ser confrontada com determinadas ideias ou fatos e situações que lhes despertem lembranças ou sensações subjetivas de perigo talvez se devesse propiciar à ela ajuda especializada e não prejudicar toda a comunidade acadêmica em detrimento de alguns. Se o mundo não é um lugar seguro; tanto no campo ideológico como em qualquer outro; não vejo porque a Universidade deva ser.


Primeiro levaram os comunistas
Mas não me importei com isso
Eu não era comunista

Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os sindicalistas
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou sindicalista

Depois agarraram uns sacerdotes
Mas como não sou religioso
Também não me importei

Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Olha só que curioso, não é mesmo? Levaram todos os que tinham ideias contrarias àquelas em que ele acreditava.
 
Última edição:
Sim, mas esse não é o ponto aqui, porra. :dente:

O ponto é que logo vamos ter um novo Index Librorum Prohibitorum. Pode escrever.

Cara, sei lá, tô meio na dúvida sobre esse assunto. Assim como é essencial estabelecer alguma separação entre autor e obras (no sentido de não deixar de gostar de alguma coisa só pq foie scrita por um racista), não sei se é exatamente uma censura o caso em que uma comunidade de autores faz um abaixo-assinado solicitando a troca do formato de um prêmio. Seria bem bizarro se banissem Lovecraft e se quisessem que os livros dele viessem com uma tarja preta avisando que a obra contém altas doses de racismo.
 
Ah, entendi. No final das contas acho que ninguém vai dar ouvidos para esse povo maluco que quer barrar obras clássicas como a Divina Comédia, por exemplo. Não acredito que chegue a esse ponto.
 
Tenho mais de um amigo meu que faz "dieta intelectual", abstendo-se daquilo que não lhe agrada porque faz mal. Nego que parou de ver tudo do Gentili porque ele "é um reaça escroto" e afins.

Um exemplo sobre por que isso é estúpido é o caso do professor de Direito da USP defendendo o golpe de 64:


Convenhamos, a defesa que ele faz de sua própria causa é ridícula. Um cara que não tem nada mais a oferecer que não sua própria autoridade para defender a ditadura militar não pode ser levado a sério. Claro, os alunos fazendo encenação clichê sobre algo que não viveram diretamente não é lá grandes coisas também. Mesma coisa pode ser aplicada para o Bolsonaro, o Feliciano ou quem quer que seja. Gente com nível baixo de arcumentação.

Se uma pessoa ou um grupo acha que a opinião de outrém não procede, então por que temê-la? Se expostas de forma igualmente didática, a verdade deve triunfar sobre a mentira. O correto é que todos os lados tenham a oportunidade de defender suas ideias para aquele mesmo público alvo as analise calmamente- e que este o permita, é claro. Julgamentos equivocados e com consequências trágicas tendem a surgir em ambientes passionais, como França de Robespierre, Rússia de 17, Alemanha de 33 e por aí vai.

Eu não sei, mas essa histeria toda pode encerrar dentro de cada coletivo o pavor mortal de que uma ou mais das premissas que sustentam a ideologia seja falsa - e nesse caso o mundo de um militantezinho médio cai, pois a arrogância intelectual exacerbada que qualquer convicção fanática traz fica em frangalhos, assim como tudo o que se foi feito em nome dela perde completamente o sentido. Qualquer pessoa de bom senso aqui já passou por mudanças importantes de opinião em algum assunto, e todo mundo sabe que é desconfortável, dói e sim, há frequentemente a pressão de se enfrentar um grupo social de ex-iguais com o qual você criou vínculo em função de uma ideia comum. Mas academia e mundo intelectual em geral, como é o lema deste tópico, não é coisa para crianças choronas com medo de vacina.
 
Última edição:
A solução pro Morfs é sempre proibir tudo que ele não gosta :lol:

Não. Sou contra qualquer discurso que tente oprimir alguém. Se alguém quer ter o direito de pregar que gays, negros, mulheres etc não deva ter direito disso ou daquilo eu sim serei contra. Se você defende monarquia, estado mínimo, meritocracia ou qualquer coisa que eu não concorde, mas que não fira a dignidade de ninguém eu não seria contra nunca.

Olha só que curioso, não é mesmo? Levaram todos os que tinham ideias contrarias àquelas em que ele acreditava.

Eu apontei pro fato de que alguém levaram essas pessoas autoritariamente, de forma autoritária seus direitos foram revogados.

Ah, entendi. No final das contas acho que ninguém vai dar ouvidos para esse povo maluco que quer barrar obras clássicas como a Divina Comédia, por exemplo. Não acredito que chegue a esse ponto.

Não gosto da forma como se faz esse culto aos clássicos. Foram escritos em outra época, em outro país, Não é por serem clássicos que estão acima de críticas, mas a censura (no sentido de proibição de serem lidos) de obras literárias está fora de cogitação. Mesmo as que tenham discurso apologético. Ficção e não-ficção possuem mecanismos diferentes de transmissão de seus conteúdos. Mesmo uma obra de ficção com caráter preconceituoso pode ser estudada sob várias óticas.
 
Não. Sou contra qualquer discurso que tente oprimir alguém. Se alguém quer ter o direito de pregar que gays, negros, mulheres etc não deva ter direito disso ou daquilo eu sim serei contra. Se você defende monarquia, estado mínimo, meritocracia ou qualquer coisa que eu não concorde, mas que não fira a dignidade de ninguém eu não seria contra nunca.

Mas isso é muuuito genérico, cara. Não é porque o sujeito se inscreve numa "minoria" que qualquer "direito" que ele reivindica é legítimo. Simples assim.
 
Sim, mas algumas liberdades não são difíceis de julgar se são válidas ou não, exceto quando houver conflitos (algo como liberdade de expressão de um lado e direito a dignidade do outro), mas algumas vezes pode ser difícil julgar, mas é pra isso que existe a discussão. O que não pode é desmerecer a discussão por achar que seja besteira ou problematização demais..
 
Sim, mas desmerecer a questão é justamente o que o texto faz. Quando diz que esses estudantes estão de mimimi. Que os pais deles nunca veriam motivo pra reclamar no que eles estão reclamando. Mas eu falava da questão dos direitos, que a discussão seria para discutir se o direito pretendido seria legítimo ou não, se a cassação do direito alheio seria válido ou não. Em questão de direitos humanos não tem como argumentar que o discurso é bonito e seria difícil de implementar. Todo mundo tem capacidade de julgar quando um direito humano está sendo atacado verdadeiramente. Ninguém é criança aqui. Querer diminuir essa discussão sim é desonestidade intelectual. Ou "fazer mimimi" só é errado quando é o outro que faz?
 

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