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Zeca Camargo comenta repercussão da morte de Cristiano Araújo

Sentinela

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Bem, a maioria já deve ter visto a polêmica da semana, mas aqui está:


E um post do Zeca Camargo se explicando melhor:

http://g1.globo.com/pop-arte/blog/zeca-camargo/post/catarse-e-seus-descontentamentos.html

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Concordo com ele integralmente e até adicionaria algumas coisas. Essa adoração a um artista que não contribuiu com nenhuma novidade nem dentro do seu próprio estilo mostra a falta de conteúdo de qualidade atualmente no Brasil. E a posição da mídia com relação ao cara foi : "Peraí, muita gente tá chorando por esse sujeito? Então deixa eu ir ali pingar o colírio."
 
Concordo com ele integralmente e até adicionaria algumas coisas. Essa adoração a um artista que não contribuiu com nenhuma novidade nem dentro do seu próprio estilo mostra a falta de conteúdo de qualidade atualmente no Brasil. E a posição da mídia com relação ao cara foi : "Peraí, muita gente tá chorando por esse sujeito? Então deixa eu ir ali pingar o colírio."

Não contribuiu com nenhuma novidade no seu conceito. Na sua opinião. Pra muitos era um grande artista, e um novo talento da música sertaneja. Fazia parte de uma nova geração da música e era muito querido entre fãs e artistas do gênero.

Pô, o cara tinha milhares de fãs no Brasil. Tanto é que não teve essa repercussão toda atoa. Se fosse só mais um, não teríamos esse "choro" todo, né?

Particularmente não o conhecia. Se já dancei alguma música dele, devia estar bêbado. Mas nem por isso vou menosprezar ou diminuir a repercussão da morte dele. Se a mídia fez o que fez, foi porque teve audiência, teve muita gente que se importou.

E mesmo que o Zeca tenha essa opinião, ele foi muito infeliz em expôr do jeito que expôr. Momento indelicado, opinião ruim, tinha tudo pra dar bosta.

De qualquer forma, parece que ele se queimou na Globo também: http://noticiasdatv.uol.com.br/noti...irritam-com-zeca-camargo-e-temem-boicote-8438

"
Repercutiu muito mal nos bastidores da Globo a polêmica na qual se Zeca Camargo se envolveu no último domingo (28) ao analisar na Globo News o panorama cultural nacional a partir da morte do cantor Cristiano Araújo. Impressionado com o tamanho da cobertura da TV, o jornalista provocou a ira de fãs e cantores de música sertaneja ao afirmar que a idolatria a "uma figura relativamente desconhecida" revela a "pobreza da atual alma cultural brasileira".

Para executivos da Globo, Camargo foi no mínimo infeliz e inoportuno. Comprar uma briga com fãs e artistas sertanejos, às vésperas de estrear um novo programa, é péssimo para a emissora. Teme-se que uma legião gigantesca de telespectadores rejeitem o É de Casa, programa que terá Camargo como um dos apresentadores, no ar nas manhãs de sábado a partir de agosto. Isso sem contar o provável boicote de cantores sertanejos, que poderão recusar convites para se apresentarem no programa.

O gesto de Zeca Camargo de pedir desculpas no Vídeo Show de ontem não aliviou a situação do jornalista. Pelo contrário, só piorou. Isso porque Camargo se referiu a Cristiano Araújo como Cristiano Ronaldo. Para boa parcela dos fãs do cantor (e para profissionais da Globo também), pareceu que a gafe foi de propósito, para reforçar ainda mais a ideia de o sertanejo era um ilustre desconhecido, a ponto de ser confundido com jogador de futebol.

Zeca Camargo será o assunto de reuniões na emissora nos próximos dias. Suas declarações vão influenciar na estratégia de lançamento do novo programa. Há quem defenda que ele desapareça do ar até agosto. Os mais radicais acham que ele deveria ficar de fora do É de Casa, atração cuja principal missão será treinar novos apresentadores, como Tiago Leifert, Patricia Poeta e André Marques, entre outros.

Segundo um executivo da Globo ouvido pelo Notícias da TV, a análise de Zeca Camargo está sendo vista como um grande equívoco. Primeiro, Camargo criticou a cobertura da própria Globo. A emissora é a principal difusora da música sertaneja e tira proveito dela. Teve seu momento de Record ao derrubar a Sessão da Tarde da última quarta-feira (24) para exibir um Vídeo Show especial de duas horas e meia de duração sobre morte de Cristiano Araújo.

Ainda de acordo com essa fonte, que pede anonimato, Camargo demonstrou ignorância: a reação dos fãs e a audiência vigorosa da cobertura da morte do cantor mostraram que era a mídia que estava mal informada sobre Cristiano Araújo."
 
Empatia zero, insensibilidade 100.

Mesmo que se tirasse de pauta o timing ruim, nem sequer como argumentação foi válido.
Eu não conhecia esse cantor, então esperava que ele me explicasse e argumentasse sua opinião. Depois do video eu continuei sem entender porque ele deveria ser considerado como pobreza cultural. Onde estão as argumentações musicais da análise da sua obra?
É apenas mais uma das inúmeras opiniões vazias de argumentações baseadas em gosto pessoal dispensável para todo mundo a não ser ele próprio?
Só se fixou na fama da pessoa como fator comprovador de qualidade cultural. Pelo menos foi o que eu peguei do video.

Enfim.
Zeca Camargo baseado em sua carreira deve realmente só levar fama como fator de qualidade.
 
Pegou mal justo pra ele que sempre teve orgulho de ter viajado boa parte do mundo, mas pelo visto ou ele não sabia ou simplesmente ignorava por não gostar e/ou odiar do estilo dele. E ainda se atrapalhou confundindo com Cristiano Ronaldo.

Eu vou com certa frequência pra Goiás, principalmente o interiorzão daquele estado que é maravilhoso e pra mim ele não é nenhum desconhecido. É óbvio, o cara ainda não tinha a mesma projeção nacional que o Luan Santana, Teló ou Gustavo Lima tem, mas estava no caminho já tendo se apresentado recentemente em alguns programas de TV. Era um nome emergente, a despeito de eu não curtir nada deste tipo de sertanejo, pois minha preferência é de sertanejo de raiz.

Outra coisa que as pessoas não sacaram ou não caiu a ficha é que a repercussão não se deu apenas por ser ele ter sido um artista emergente e sim na ênfase no acidente em que o motorista estava com o cinto escapou da morte e ele e namorada no banco de trás não. Estão repercutindo bastante pra enfatizar a importância do uso do cinto no banco traseiro que é algo ainda muito ignorado em nosso país. Confesso que odeio overdose da mídia em cima de uma notícia, mas a enfatização em relação a segurança ao dirigir tem sim um lado positivo e que não dá pra fecharmos os olhos e ignorar.
 
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Neithan, ele era só mais um. Ele era só mais um como CPM22, Soweto ou Jammil e Uma Noites eram só mais um nos seus respectivos estilos. Será que eles invocariam tanta compaixão nacional se tivessem morrido durante o auge de suas carreiras?

As pessoas adorarem depois da morte um cantor mediano no nível que mostraram adorar prova duas coisas:

1. Brasileiro (ou seria qualquer cultura cristã?) adora santificar mortos. Depois que qualquer um morre, a importância dele é inflada numa facilidade
impressionante. Lembro de inimigos do ACM, que viviam criticando-o, elogiando o legado dele no dia que o cara morreu. Por que não questionar o legado do Cristiano Araújo depois que morreu? Pra mim morto merece tanto respeito quanto os vivos e debater a relevância dele é só adotar uma postura mais realista.

2. Falta artistas, esportistas, famosos em geral de relevância. Alguém que fazia o básico dentro do seu estilo, como Luan Santana, Teló ou Gustavo Lima fazem, merecem receber tanta atenção? Eu gostava de CPM22 na minha adolescência, mas admito que era uma banda que não mostrou nada novo, então eu só ouvia as músicas deles, nada de adorá-los como deuses.
 
Neithan, ele era só mais um. Ele era só mais um como CPM22, Soweto ou Jammil e Uma Noites eram só mais um nos seus respectivos estilos. Será que eles invocariam tanta compaixão nacional se tivessem morrido durante o auge de suas carreiras?

Tá parecendo o Zeca Camargo.

Ele, como já disse, fazia parte de uma nova geração de sertanejos, vinha em ascenção e no centro-oeste era SIM idolatrado por milhares de fãs.

CPM22 faz parte da elite do HC e HC melódico brasileiro há anos. É uma banda famosa e querida pelo público mainsream e sempre foi respeitada no underground. Marcaram época com vários sucessos e mesmo atualmente continuam em evidência. Fizeram inclusive uma regravação de Fama de mal que ficou bem bacaninha.

Jammil já conheço muito pouco, cabe perguntar a quem curte, ou é da Bahia. @Eriadan , você que é micareteiro, o que tem a dizer?

Mais uma vez: Não é porque não é de seu gosto que é bosta. Não é que não está mais no TOP que é lixo. E não é porque "é só axé" ou qualquer outro ritmo, que é ruim

Nerds piram, mas Funk é cultura sim. Representa muito da periferia desde os anos 90. Concordo que funk proibição é sujo, mas não podemos negar a força do funk em morros cariocas e nas periferias paulista. O Funk ostentação mesmo, é uma representatividade legítima da ambição e das oportunidades que jovens pobres querem ter.

Por exemplo, Cidinho e Doca, MC Marcinho cantam há tempos muita coisa interessante sobre a periferia.

Fora que: Mesmo que funk, sertanejo, axé ou qualquer outro ritmo tenha letras fúteis, que eu saiba músicas não precisam sempre levar mensagens poéticas ou fortes. Elas devem também entreter, divertir, animar. Serem dançantes. E são.

As pessoas adorarem depois da morte um cantor mediano no nível que mostraram adorar prova duas coisas:

1. Brasileiro (ou seria qualquer cultura cristã?) adora santificar mortos. Depois que qualquer um morre, a importância dele é inflada numa facilidade
impressionante. Lembro de inimigos do ACM, que viviam criticando-o, elogiando o legado dele no dia que o cara morreu. Por que não questionar o legado do Cristiano Araújo depois que morreu? Pra mim morto merece tanto respeito quanto os vivos e debater a relevância dele é só adotar uma postura mais realista.

2. Falta artistas, esportistas, famosos em geral de relevância. Alguém que fazia o básico dentro do seu estilo, como Luan Santana, Teló ou Gustavo Lima fazem, merecem receber tanta atenção? Eu gostava de CPM22 na minha adolescência, mas admito que era uma banda que não mostrou nada novo, então eu só ouvia as músicas deles, nada de adorá-los como deuses.

Legal agora embola preconceito religioso também? Santificar morto, ou respeitar e reconhecer os feitos dos mortos?

Duvido que quando o Beira-Mar morrer, ele receba elogios.

Sobre faltar artistas é piada. Primeiro: Quem julga a relevância?

Segundo, porra! A cultura da brasilidade é rica, e muito. Temos diversos ritmos brasileiros. Temos sertanejo, axé, bossa nova, samba, maracatu, frevo, e dezenas de outros derivados. No esporte tivemos o maior atleta do século XX do planeta.

E merece atenção quem o povo julgar legal. Michel Telô não é Chico Buarque, mas divertiu milhões. Não só no Brasil, mas ao redor do mundo também.

Aliás, mesmo que um artista brasileiro não tenha relevância fora do Brasil, WHO CARES? Quem se importa com o que americanos (por exemplo) gostam? Eles fazer corrida em colinas abaixo e preferem Baseball a futebol, cazzo! :lol:
 
cagada do zeca camargo foi aquela mistura idiota sobre livros de colorir e vazio cultural. tem nada a ver com isso. o que ele começa apontando na crônica procede - muita gente que estava enlutada pela morte do cara nem o conhecia, ou talvez até conhecia mas curtia uma música só ou outra, não era uma relação de fato ídolo/fã (tipo uma caralhada de gente que cresceu ouvindo legião e sentiu muito a morte de renato russo). mas não tem a ver com vazio cultural. o que atraiu a atenção foi a condição de estrela em ascensão morrendo de forma idiota. dando um exemplo, é mais ou menos parecido com o que rolou com o dener do vasco na década de 90: gurizão que tinha carreira promissora, morreu num acidente de carro porque banco e cinto não estavam em posicionamento correto. é uma morte estúpida que poderia ter sido evitada e o cara poderia ter feito muito sucesso. no campo da música, tinha o chico science, que também não era um fenômeno popular mas tinha lá seu grupo de fãs. mesma coisa com esse cristiano araújo.

ainda na misturança que o zeca fez, é importante separar a reação das pessoas que passaram o dia todo vendo a cobertura dada ao caso na tv, que nada tem a ver com criticar quem ficou triste pela morte de um ídolo ou ainda, se o cara tinha talento ou não para essa atenção toda. não é isso. o que o pessoal de fora do círculo (quem não curte/não conhece sertanejo) ficou surpreso foi com a atenção dada pela mídia. não é um questionamento inválido, se pensar que essa mídia nunca tinha dado espaço proporcional quando o sujeito ainda estava vivo. vejam bem: nunca fui fã de sertanejo, não é meu estilo. mas quando o joão paulo da dupla joão paulo e daniel morreu, eu sabia quem eles eram, por mais que nunca tivesse ouvido algo deles.

de qualquer forma, de novo: nada a ver com "vazio cultural", é mais pelo modo como se desenhou a história.
 
Nossa, Dener. :| Tinha tudo pra fazer parte de um trio que seria histórico ao lado de Ronaldo e Rivaldo. Eu sempre tive a impressão que perdemos ali um futuro melhor do mundo. Alguns achavam ele muito firulento. Mas Gaúcho e Neymar também são. Dener era ruim da cabeça, meio encrenqueiro. Mas Edmundo também era.

Amo um texto do Mauro Beting, uma suposição de como seria sua carreira se não tivesse morrido (Aliás Mauro Beting é pra mim um dos melhores cronicas esportivos do Brasil.

O estilista Dener causou furor nos anos 70. Dentro e fora das passarelas.

Nos anos 90, o estilista Dener que levou a Portuguesa de Écio Pasca a fazer lindo na Taça SP de Juniores, em 1991, teve momentos de craque. Gols de Placa como o que fez contra o Santos, no Canindé, em uma vitória por 4 a 2. E, mais ainda, no magnífico golaço desde a intermediária contra a Inter de Limeira, no SP-91.

Os gols mais lindos que o Canindé viu vieram do pé direito daquele mirradinho que não driblava. “Ele desvia”, sentenciou Otacílio Gonçalves, que o treinou na Lusa e, antes, na Seleção Brasileira, como auxiliar de Falcão.

Dener que tinha bola para ter conquistado mais do muito que fez em tão pouco tempo.

Por problemas extracampo, e boa grana também para o clube, foi ídolo em 1993 no Grêmio. Em 1994, tricampeão no Rio pelo Vasco até escolher mal o destino: fechou negócio com o Stuttgart para onde se transferiu logo depois de uma Copa onde poderia ter estado se tivesse mantido a regularidade.

Na Alemanha, e num clube instável, Dener não se adaptou. Kleber Leite assumiu o Flamengo no começo de 1995 e trouxe Romário. Chamou Dener para fazer uma turma do barulho. Ainda mais com a chegada de Edmundo em maio. “O maior ataque do universo” ainda tinha Sávio pela esquerda. Era quase o delírio do caro colega Matinaz Suzuki em campo. Edmundo, Dener, Romário e Sávio! Mas a barriga de Renato Gaúcho impediu o sonho do RJ-95. Luxemburgo se desgastou demais com Romário – e também com Dener, que bateu de frente com Edmundo.

Felipão foi esperto. Trouxe Dener de volta para o Grêmio que acabara de conquistar a Libertadores-95. Mudando o esquema, dando liberdade para Dener encostar em Paulo Nunes e Jardel, segurando um pouco mais Carlos Miguel, o time demorou a se achar. Foi para Tóquio enfrentar o favoritíssimo Ajax de Van Gaal. Felipão preferiu deixar Dener no banco para lançar no segundo tempo. A expulsão de Rivarola comprometeu os planos dele. Nos pênaltis, deu a lógica. Ajax campeão. E Dener, irritado por não ter sido aproveitado, brigou com o treinador e pediu para sair.

A Parmalat o queria de todo jeito no Palmeiras. Luxemburgo, não. Não seria preciso naquele trem-bola de 1996. Dener foi emprestado ao Juventude. Jogou três meses e arrumou problemas na noite de Caxias. Foi suspenso. A Parmalat tinha propostas da Europa. Mas a fama de craque temperamental não ajudava. Com as saídas de Rivaldo e Muller no meio do ano, Luxemburgo topou trabalhar com Dener no Palmeiras.

Deram-se tão bem que ele voltou à seleção de Zagallo, no segundo semestre de 1996. Mas havia um Grêmio no meio do caminho do Palmeiras no BR-96. Dener não foi bem no mata-mata. A torcida pegou no pé. E o Excel, que assumia como parceiro do Corinthians, pagou até o que não tinha para levá-lo para o Parque São Jorge.

Foi campeão paulista em 1997 pelo Timão como protagonista de um elenco rachado. Mas melhor que os rivais. Ele e Marcelinho Carioca se toleravam. Quando o Pé de Anjo foi para o Valencia, Dener assumiu de vez o time que se perdeu em campo. Edilson chegou e dividiu funções, mesmo tão semelhantes. Foram fundamentais para garantir a permanência do Corinthians na Série A no BR-97.

Mas não a de Dener no Parque São Jorge. O Excel não mandava mais e muitos queriam mandar Dener embora. Marcelinho voltou ao Corinthians. O Valencia pensou em Dener. Mas o coração rubro-verde cantou mais alto. Além de Evair, Dener pintou no Canindé por empréstimo, com ajuda da FPF.

Foi um sucesso. O bem montado time de Candinho chegou às semifinais do SP-98. Jogo contra o Corinthians de Luxemburgo, no Morumbi. O argentino Javier Castrilli só fez lambança. Os quatro gols com erros de arbitragem. O último, o pior de todos: bola no peito do zagueiro César virou pênalti para o Corinthians. Rincón fez 2 a 2. O empate era alvinegro.

Mas Dener voltara a ser rubro-verde. Na saída de bola, recebeu de Evair, driblou Vampeta, Rincón, Romeu, deu um drible-da-vaca em Cris e, na saída do goleiro Nei, tocou por cobertura. Eram 51 minutos do segundo tempo. 3 a 2 Lusa. Portuguesa classificada.

Não houve gol mais celebrado na história da Portuguesa. Não houve vitória mais absurda da Lusa.

Na final do SP-98, Raí reestreou pelo São Paulo definindo o título para o Tricolor. Suspenso pelo terceiro amarelo, Dener fez muita falta na final. Como, para muitos, também fez na Copa de 1998. Quando Romário foi cortado por lesão, muita gente queria Dener no time de Zagallo. O treinador preferiu levar o volante Emerson, ex-companheiro de Grêmio…

Decepcionado por perder mais uma Copa, Dener aceitou a proposta do Benfica. Seria a segunda passagem pela Europa.

Não aguentou seis meses.

Em janeiro de 1999 foi contratado pelo Vasco para a campanha do bi da Libertadores. O clube só estrearia no mata-mata. Possivelmente contra um clube brasileiro.

Um acidente automobilístico na Lagoa impediu mais uma conquista de Dener.

Mais um sonho de quem gosta de futebol.

Mais um desejo de quem adora pensar o que poderia ter sido.

E ter quase que a certeza de que, com Dener, poderia ter sido mesmo muito mais.

Faltava alguma coisa para ele em campo. Talvez nunca conseguisse, como aqui tentei conjecturar se ele tivesse tido ao menos mais cinco anos de vida e de carreira.

Talvez fosse nada.

Com a idade ele acabaria amadurecendo. Acertando ainda mais o pé e a cabeça menos reta que os desvios que ele tomava em campo com a mesma facilidade com que escolhia os desvios da vida reta.

Não sei. Ninguém saberia.

Mas sei que, para mim, vai ficar sempre aquele gosto amargo daquela linda tarde de sol de abril de 1994, no cemitério do Araçá, quando Dener estava sendo enterrado por centenas de camisas da Portuguesa.

E do Brasil, Corinthians, Vasco, Grêmio, Palmeiras, Santos, São Paulo.

Aquela tristeza da tarde linda de outono pensando numa vida que já deveria ser mais brilhante. E que estava sendo sepultada sem explicação.

Acho mesmo que Dener acabaria não sendo tudo que ele poderia ter sido.

Mas eu tenho quase certeza que, na casa da Portuguesa, algo ele teria feito.

Aqui eu chutei que ele fez o terceiro gol da Lusa no SP-98, superando o rival e Castrilli.

Talvez não fosse mesmo campeão paulista de 1998.

Mas alguma coisa do tipo ele teria feito.

Para a alegria dessa gente de verde e vermelho que chora pela Lusa hoje. Que chora sempre pela volta de Dener. O Dom Sebastião do Canindé.

Dener, desculpa se eu abusei do direito de pensar no futuro do pretérito.

Mas é que você nos fez sonhar com coisas que pareciam possíveis e acabaram numa curva da madrugada.

Um cara como você nos levava a isso. A pensar em algo sempre melhor.

Saudade, Dener, de um jogo que você não pôde jogar.

Tem outro, parecido, que também é bacana: http://blogs.lancenet.com.br/garone/dener-e-se/

Enfim, desviei do assunto, mas Dener merecia. :dente:
 
A analogia do Cristiano Araújo com o Dener no futebol é válida sim. Vinha numa crescente projeção.

E antes do acidente, o Araújo seguiria pro Nordeste, ele já tinha na sequência uma agenda de shows mais nacional do que regional. Tinha tudo pra ganhar mais projeção pois iria se apresentar para públicos e locais cada vez maiores.
 
Quanto show. Cristiano Araújo era mas um sertanejo entre os 500k que existem hoje em dia. Fazia relativo sucesso no Centro-Oeste brasileiro e alguns interiores de SP e MG, mas estava longe de ser uma sumidade midiática, sendo que a mídia foca 90% do seu conteúdo cotidiano em SP e Rio. Nisso o Zeca acertou. Ele errou na forma como expôs isso, faltou jogo de cintura com o público fragilizado de alguém que acabara de morrer e não saía da mídia (e não sai até hoje - exageradamente, convenhamos). Isso não o torna a pior pessoa do mundo, como a galera que reagiu ao texto tá pintando.

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"I feel a great mimimi in the Force"
 
Ele, como já disse, fazia parte de uma nova geração de sertanejos, vinha em ascenção e no centro-oeste era SIM idolatrado por milhares de fãs.

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Mais uma vez: Não é porque não é de seu gosto que é bosta. Não é que não está mais no TOP que é lixo. E não é porque "é só axé" ou qualquer outro ritmo, que é ruim

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Fora que: Mesmo que funk, sertanejo, axé ou qualquer outro ritmo tenha letras fúteis, que eu saiba músicas não precisam sempre levar mensagens poéticas ou fortes. Elas devem também entreter, divertir, animar. Serem dançantes. E são.

Não estou questionando se ele era ou não idolatrado, de fato ele era. Só questiono se ele merecia essa idolatria.

A relevância de cada artista ou até de cada estilo pode ser medida sim, e o melhor juiz nesses casos é o tempo. Basta ver quais artistas ou estilos atraem fãs até hoje e quais já foram esquecidos. Um Legião Urbana atrai milhares de fãs até hoje e o RPM é lembrado só por quem viu eles tocando. Um James Brown era mestre de um estilo dançante, tinha letras tão complexas quanto as de axé ou funk carioca, mas o cara inovou, era um gênio, ninguém conseguia fazer ritmos tão bons, e as músicas dele conseguem embalar festas até hoje.

Claro que no caso aqui eu estou dando um palpite, mas é muito provável que o Cristiano Araújo seria esquecido porque não tinha nenhuma característica única. Só ouça as músicas dele e você vai ver: ele era um sertanejo genérico. Igual a 500 ou mais no Brasil.
 
Não estou questionando se ele era ou não idolatrado, de fato ele era. Só questiono se ele merecia essa idolatria.

A relevância de cada artista ou até de cada estilo pode ser medida sim, e o melhor juiz nesses casos é o tempo. Basta ver quais artistas ou estilos atraem fãs até hoje e quais já foram esquecidos. Um Legião Urbana atrai milhares de fãs até hoje e o RPM é lembrado só por quem viu eles tocando. Um James Brown era mestre de um estilo dançante, tinha letras tão complexas quanto as de axé ou funk carioca, mas o cara inovou, era um gênio, ninguém conseguia fazer ritmos tão bons, e as músicas dele conseguem embalar festas até hoje.

Claro que no caso aqui eu estou dando um palpite, mas é muito provável que o Cristiano Araújo seria esquecido porque não tinha nenhuma característica única. Só ouça as músicas dele e você vai ver: ele era um sertanejo genérico. Igual a 500 ou mais no Brasil.

Por se tratar de algo bem recente é normal o questionamento, mas eu particularmente não me iludo com a mídia de hoje que adora fazer uma overdose maciça de repercussão durante um certo tempo, mas depois cessa e não faz mais nenhuma menção. Quando termina, nós sabemos de fato que quem deixou um legado maior será sempre lembrado por muito mais tempo como os bons exemplos que mencionou.
 

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