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Cite um trecho do livro que você está lendo! [Leia o 1º post]

Mário de Andrade, sobre uma acusação de plágio:

"O que me espanta e acho sublime de bondade é os maldizentes se esquecerem de tudo quanto sabem restringindo a minha cópia a Koch-Grünberg, quando copiei de todos."

Citado por Silviano Santiago em Nas malhas da letra.
 
"amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém tenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, more, belisca, e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe: acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito destravado, por mais força que se faça mais o maldito rasga, esburaca e se profunda."

A Moreninha - Joaquim M. de Macedo​
 
"- Fui tão jovem até este momento que toda a minha vida agora parece ter sido como um sono. Eu achava que estava sendo carregada e, veja só, eu estava andando."

Perelandra - C. S. Lewis
 
"— O senhor poderia simplesmente ter me mandado embora — falei com amargura.
— Seu tio tem um preço, e é este. Ele queria sua morte, mas aceitou isso.

Olhei para além dele, onde as nuvens negras se amontoavam no oeste como
montanhas. Estavam muito mais perto e muito mais escuras, e um vento
revigorante esfriava o ar.

— O senhor deve ir embora também — avisei —, porque vem aí uma
tempestade.

Ele não disse nada e eu me afastei. O destino é inexorável. Na raiz da
árvore da vida as três fiandeiras haviam decidido que o fio de ouro que tornava
minha vida afortunada chegava ao fim. Lembro-me das botas esmagando os
seixos e me lembro das gaivotas brancas voando livres.
Eu estivera errado quanto aos quatro homens. Estavam armados, não com
espadas ou lanças, mas com facas curtas. Viram-me chegar perto enquanto
Guthred e Ivarr me olhavam indo para longe. Eu sabia o que ia acontecer e não
tentei resistir. Caminhei até os quatro homens e um deles se adiantou e me deu
um golpe na barriga para fazer com que eu perdesse o fôlego. Outro me acertou
na lateral da cabeça e eu caí nos seixos. Em seguida fui golpeado de novo e não
vi mais nada. Eu era um senhor da Nortúmbria, um guerreiro de espada, o
homem que havia matado Ubba Lothbrokson junto ao mar e que havia
derrubado Svein do Cavalo Branco, e agora era escravo."

- Os Senhores do Norte, Bernard Cornwell

Incrível como chorei de novo ao ler esse trecho pela segunda vez. #pamonha
 
"– A cantiga é “Se alguém encontra alguém atravessando o campo de centeio”! – ela disse. – É dum poema do Robert Burns.

– Eu sei que é dum poema do Robert Burns.

Mas ela tinha razão. É mesmo “Se alguém encontra alguém atravessando o campo de centeio”. Mas eu não sabia direito.

– Pensei que era “Se alguém agarra alguém” – falei. – Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto – quer dizer, ninguém grande – a não ser eu. E eu fico na beirada de um precipício maluco. Sabe o quê que eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar onde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto. Só isso que eu ia fazer o dia todo. Ia ser só o apanhador no campo de centeio e tudo. Sei que é maluquice, mas é a única coisa que eu queria fazer. Sei que é maluquice."​

O apanhador no campo de centeio - Salinger
 
" - A gente foge da solidão quando tem medo dos próprios pensamentos, da própria memória... mas se tu soubesses como a solidão nos pode enriquecer..."
(Olhai Os Lírios Do Campo - Érico Veríssimo)
 
《[Lavoisier] foi membro ativo da Real Francesa de Ciências e da 'Ferme Générale', organização envolvida na coleta de impostos. Como consequência, depois da Revolução Francesa, em 1789, o governo revolucionário considerou-o suspeito, sendo, afinal, preso junto com outroa vinte e sete membros da 'Ferme Générale'. A justiça revolucionária pode não ter sido muito acurada, mas certamente foi rápida. Em um só dia (8 de maio de 1794), todos os vinte e oito foram julgados, condenados e guilhotinados. [...]
Durante o julgamento foi feito um apelo para que Lavoisier fosse poupado, citando os numerosos serviços que prestara ao país e à ciência. O juiz não o aceitou, retrucando: "A República não tem necessidade de gênios." Mais perto da verdade estave seu colega, o grande matemático Lagrange: "Bastou um momento para cortar aquela cabeça, mas talvez nem em cem anos outra igual possa ser produzida."》

Michael H. Hart. As 100 maiores personalidades da história. RJ: Difel, 2001, p. 153-154.
 
"You’re not alone, and you’re not the one in charge,” Mother said gently. “Ask for help when you need it, and give help when you can. I think that is how we serve God—and each other and ourselves—in times as dark as these.”

“Today’s young people want to know everything about everyone. They think talking about a problem will solve it. I come from a quieter generation. We understand the value of forgetting, the lure of reinvention.”

“I belong to a generation that didn't expect to be protected from every danger. We knew the risks and took them anyway.”

“I am a mother and mothers don’t have the luxury of falling apart in front of their children, even when they are afraid, even when their children are adults.”

The Nightingale - Kristin Hannah.

E isso é porque eu ainda não terminei o livro. Só de ler essas frases eu já começo a chorar.

 
"Não acusar-me. Buscar a base do egoísmo: tudo o que não sou não pode me interessar, há impossibilidade de ser além do que se é — no entanto eu me ultrapasso mesmo sem o delírio, sou mais do que eu quase normalmente —; tenho um corpo e tudo o que eu fizer é continuação de meu começo; se a civilização dos Maias não me interessa é porque nada tenho dentro de mim que se possa unir aos seus baixos-relevos; aceito tudo o que vem de mim porque não tenho conhecimento das causas e é possível que esteja pisando no vital sem saber; é essa a minha maior humildade, adivinhava ela."
(Perto do Coração Selvagem - Clarice Lispector)
 
Qual o ardil para se tornar, como águas vertidas numa jarra, inextricavelmente a mesma coisa, uma coisa só, com o objeto que se adora? Poderia o corpo consegui-lo, ou a mente, sutilmente imiscuindo-se nas intrincadas passagens do cérebro? ou o coração? Amar, como diziam as pessoas, poderia fazer dela e da Sra. Ramsay uma só coisa? pois não era conhecimento mas unidade o que ela desejava, não inscrições em tabuletas, nada que pudesse ser escrito em qualquer língua conhecida dos homens, mas a intimidade mesma, que é conhecimento, pensara ela, reclinando a cabeça nos joelhos da Sra. Ramsay.

Ao Farol, de Virginia Woolf.

Esse está sendo um desses livros tão laboriosamente polidos que praticamente no final de cada parágrafo você está sem ar de tanto maravilhamento!
 
"O desjejum era todo dia às oito. Os passageiros da terceira classe eram divididos em grupos de dez e os homens revezavam-se em turnos para se servir de papa na cozinha do navio no castelo de proa. A papa, que passava a noite inteira sendo fervida no fogão da cozinha, era feita de aveia e pedaços de gordura de carne. O almoço era ao meio-dia e com mais papa, embora esta ocasionalmente tivesse pedaços maiores de carne ou peixe seco flutuando na aveia queimada e encaroçada. Aos domingos servia-se peixe salgado e biscoitos duros como pedra, embora mesmo assim estivessem tão infestados de gorgulhos que precisavam ser batidos na mesa antes de serem comidos. Os biscoitos eram muito secos e precisavam ser mastigados por uma eternidade, embora a sensação de se comer um tijolo fosse ocasionalmente atenuada por algum inseto suculento que escapara das batidas. O chá era servido às quatro, mas apenas aos passageiros que viajavam na popa do navio, enquanto os passageiros da terceira classe precisavam esperar pelo jantar, que era mais peixe seco, biscoitos e um queijo duro no qual minhocas vermelhas faziam túneis minúsculos."
(As Aventuras de Sharpe Vol. 4 - Sharpe em Trafalgar)

Ah, os prazeres de viajar na classe econômica..., hehe.
 
" - Culpar? - perguntou Lara. - Foi aqui que desistimos de toda espécie de conflito, violência e morte.
- Deaistimos de muito mais que isso. Você já reparou nas familias nobres ultimamente? Estudou a história krryptoniana ao longo dos ultimos séculos?
-Claro que sim.
- Então consegue explicar em uma frase tudo que alcançamos desde que proclamamos nossa sociedade "perfeita". Estagnada melhor dizendo!
- E quanto a...Jor-El? Pense em tudo que ele já realizou.
- A exceção prova a regra querida Lara. "
Os Ultimos dias de Krypton
Kevin J. Anderson.

Achei essa parte em espcial muito boa.
 
Ele sempre foi um típico e assíduo leitor desde os tempos de escola. Mesmo depois de formado orgulhava-se de sua condição de poder adquirir livros e se beneficiar deles sem que isso lhe trouxesse problemas de subsistência. E, pela força do hábito, sentia-se arrasado se ficasse um único dia sem ler ao menos uma única página. Por isso, houvesse o que houvesse, sempre procurava dar um jeito de manter a intimidade com as letras impressas. Às vezes tinha a impressão de que seu único e verdadeiro talento era o de leitor.

Natsume Soseki, E Depois, cap. 13.

Me identifiquei um bocado com quase tudo disso aí. Muitos personagens do Soseki são bibliófilos, como em Borges ou Bolaño. Acho que ele era também.
 
Última edição:
Tô caído de amor por Slaughterhouse Five, do Kurt Vonnegut. É um livro que eu não quero parar de ler e quero deixar sempre um tanto que ter pra ler depois (pena que é tão curtinho, daqui a pouco acaba)...

Nessa passagem, um pouco longa mas vale a pena, o protagonista, que viaja no tempo, acaba fazendo uma viagem ao contrário e assiste a um filme de guerra de trás pra frente...

He went into the living room, swinging the bottle like a dinner bell, turned on the television. He came slightly unstuck in time, saw the late movie backwards, then forwards again. It was a movie about American bombers in the Second World War and the gallant men who flew them. Seen backwards by Billy, the story went like this:

American planes, full of holes and wounded men and corpses took off backwards from an airfield in England. Over France, a few German fighter planes flew at them backwards, sucked bullets and shell fragments from some of the planes and crewmen. They did the same for wrecked American bombers on the ground, and those planes flew up backwards to join the formation.

The formation flew backwards over a German city that was in flames. The bombers opened their bomb bay doors, exerted a miraculous magnetism which shrunk the fires, gathered them into cylindrical steel containers, and lifted the containers into the bellies of the planes. The containers were stored neatly in racks.

The Germans below had miraculous devices of their own, which were long steel tubes. They used them to suck more fragments from the crewmen and planes. But there were still a few wounded Americans, though, and some of the bombers were in bad repair. Over France, though, German fighters came up again, made everything and everybody as good as new.

When the bombers got back to their base, the steel cylinders were taken from the racks and shipped back to the United States of America, where factories were operating night and day, dismantling the cylinders, separating the dangerous contents into minerals. Touchingly, it was mainly women who did this work. The minerals were then shipped to specialists in remote areas. It was their business to put them into the ground, to hide them cleverly, so they would never hurt anybody ever again.

The American fliers turned in their uniforms, became high school kids. And Hitler turned into a baby, Billy Pilgrim supposed. That wasn’t in the movie. Billy was extrapolating. Everybody turned into a baby, and all humanity, without exception, conspired biologically to produce two perfect people named Adam and Eve, he supposed.
 
"Atualmente, as práticas de marketing devem ir além da simples realização de transações, que quase sempre redundam em vendas hoje e em perda de clientes amanhã. O objetivo dos profissionais de marketing é construir relacionamentos com os clientes, mutuamente lucrativos, de longo prazo, em vez de apenas vender o produto. Uma empresa não vale mais do que o valor vitalício dos clientes. Essa constatação exige que se conheçam os clientes suficientemente bem para apresentar ofertas, serviços e mensagens relevantes e oportunas, que atendam a cada uma de suas necessidades."
Kotler, Marketing de A a Z
 
Jon ficou chocado ao ver o brilho de lágrimas nos olhos do idoso.
— Quem é o senhor? — perguntou em voz baixa, quase aterrorizado.
Um sorriso sem dentes estremeceu naqueles velhos lábios.
— Apenas um meistre da Cidadela a serviço do Castelo Negro e da Patrulha da Noite. Na minha ordem, pomos de lado o nome de nossas Casas quando fazemos o juramento e colocamos o colar — o velho tocou a corrente de meistre que pendia solta em torno do pescoço fino e descarnado. — Meu pai foi Maekar, o Primeiro de Seu Nome, e meu irmão Aegon reinou depois dele em meu lugar. Meu avô deu-me o nome em honra do Príncipe Aemon, o Cavaleiro do Dragão, que era seu tio, ou seu pai, depende da lenda em que se acredite. Chamou-me Aemon...
— Aemon... Targaryen? — Jon quase não conseguia acreditar.
— Outrora — disse o velho. — Outrora. Portanto, como vê Jon, eu sei... e, sabendo, não lhe direi fique ou . Você tem de fazer essa escolha, e viver com ela pelo resto de seus dias. Como eu — a voz reduziu-se a um suspiro. — Como eu...

(George R. R. Martin - As Crônicas de Gelo e Fogo - Livro 1: A Guerra dos Tronos)
 
"— Oh! aquele buço! exclamava Estevão nos intervalos de uma ópera, aquele
delicioso buço há de ser a perdição da gente de bem! Quem me dera ir
encaracolado por ali acima, até ficar mais próximo do céu, quero dizer dos seus olhos, e ser visto por ela, que me não descobre na turba inumerável dos seus adoradores! Querem saber uma coisa? Ali é que ela há de ter a alma, e eu
quisera entreter-me com a alma dela, e dizer-lhe muita coisinha que tenho cá
dentro à espera de um buço que as queira ouvir."
(A Mão e a Luva - Machado de Assis)

:lol:
 

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