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Notícias Para o bem das crianças, inviabilizam a programação infantil na TV

Turgon

Mugiwara no Ichimi
Um passeio rápido pela TV aberta e você perceberá que nenhuma emissora exibe mais desenhos animados.

No Brasil, temos a felicidade de poder acompanhar o surgimento de leis arbitrárias a cada semana - fascículo especial com capa dura todo mês na banca mais próxima de você. O projeto de lei 5921/2001, que foi aprovado há três meses, trouxe a proibição de publicidade voltada para o público infantil. De brinde, uma caneta esferográfica e o fim da exibição de desenhos animados na TV, que hoje não têm patrocínio.

A proibição é o Estado assumindo a incapacidade de lidar com um problema (ou um suposto problema), no que vale até demonizar propaganda da Barbie. Autoridades preferem proibição ao povo instruído que toma as decisões que julgam melhores para si. Ensino, que é bom, necas. Não estamos preparados para um povo que pensa.

Infelizmente não sou dado a regimes repressores. Portanto, não me peçam para aprovar esse tipo de regulação.

Proibir a publicidade voltada para as crianças é passar por cima da autoridade dos pais, poupar o trabalho deles de instruir e limitar suas liberdades de decisão. É delegar soluções a um bando de políticos pançudos, com marca de pizza debaixo dos braços; como se eles soubessem, à distância, o que é melhor para o seu filho.

Por essas que não posso ver deputados na minha frente.

E mesmo que a publicidade fosse tudo o que dizem, a decisão dos pais, penso, ainda vale mais do que qualquer outra instituição. Ou pelo menos assim deveria ser.

Além de inviabilizar programas para as crianças na TV, parte da infância que vivi nos anos 90 seria praticamente impossível sob essa lei. Para começar, a Turma da Mônica como conhecemos hoje não existiria. Algo em torno de 70 a 90% do faturamento da Maurício de Sousa Produções vêm dos licenciamentos dos personagens. Foram os licenciamentos que muitas vezes sustentaram as revistinhas. Mas como disse a filha do Maurício de Sousa, em entrevista para O Globo, até a maçã da Mônica não existirá mais, pois a lei não permite o uso de personagens nas embalagens dos produtos.

Se algum dia houve a intenção de surgir um grande estúdio de animação ou de quadrinhos no Brasil, qualquer coisa parecida com uma Disney, Nickelodeon ou Studio Ghibli, a possibilidade, sob essa lei, foi enterrada de vez. Voltamos vinte casas.

Por mais que a televisão tenha mudado muito nos últimos anos, com a migração do público da TV aberta para a TV a cabo e internet, essa ainda não é a realidade da maioria das famílias no país. Além de tudo, essa é uma medida que afeta principalmente aqueles com menos condições financeiras, que não têm acesso a essas mídias.

Será que não ocorre aos defensores da lei que eles também cresceram com a publicidade infantil e que nem por isso viraram o monstro que estão pintando? Ou será que foi justamente por terem virado o monstro que agora defendem esse tipo de lei? Mistério.

Para o bem das crianças, inviabilizam a programação infantil na TV, podam os personagens dos desenhos, comprometem o surgimento e crescimento de estúdios de animação e quadrinhos, etc. E, me juram, com a melhor das intenções.

Fonte
 
É eu lembro de ter visto uma nota no jornal dizendo que o SBT nao iria mais exibir o bom dia & cia nas manhas!!!! Fala serio a unica coisa que mantem as crianças rebeldes e teimosas quietas sao os desenhos, dava pra arruma a casa e fazer outros afazeres sem ter menino em cima da gente dia e noite!!! valeu Estado, desse jeito o Brasil nao vai pra frente =c
 
O regulamento não proíbe de exibir desenhos mas de tentar vincular propaganda dirigida ao público infantil com os desenhos (por isso não vão exibir), Malcolm X estava certo. tentar fazer parecer que a culpa é da regulação é muito baixo. Antes, televisão é uma concessão pública. Entre seus objetivos está o de educar, informar, promover desenvolvimento e fomento da cultura nacional. Onde que empurrar brinquedos, maquiagens e comidas sem valor nutricional se encaixa nisso?

Países com a Suécia, Grécia, EUA, Portugal, Reino Unido baniram de uma forma ou de outra propaganda dirigida ao público infantil em qualquer horário ou em alguns horários, Suécia das 7 às 21 h, Portugal até as 22, Grécia até meia noite.

Eles gastam bilhões todo ano pra convencer as crianças a comprar e vocês cham que um pai e uma mãe vai convencer a criança que o que todos os coleguinhas dela tem ela não vai ter porque ela não precisa ou faz mal? Crianças até os 8 anos não sabem separar realidade de ficção. Se aparece o Mickey dizendo que ela será mais legal se ela tiver a lancheira do Mickey ela não vai saber separar o personagem da realidade.

É muito desonesto querer culpar a regulação (qualquer país desenvolvido faz isso, seja com cigarro, bebida. propaganda, televisão), mas se o Brasil faz é ditadura, censura, totalitarismo.

Achar que o mercado se autorregula demonstra muita ingenuidade, pra não dizer mais.
 
Última edição:
Já vi esse filme antes. Todos pagam o pato por causa do que uma parte não consegue cumprir... Projetado para quebrar o galho com o problema de pais que não aplicam crítica nem auto-crítica em casa enquanto a política se move por razões populistas.

Na vida urbana o povo deixa a TV (e cada vez mais a internet) como substituto para o contato humano e acaba criando uma doença que vai além da TV. É tipo algumas pessoas que esquecem de monitorar o próprio corpo durante o entretenimento, quando o rosto está na frente de uma tela de game ou TV, a boca fica aberta, musculatura flácida, os olhos ficam sem vida e o indivíduo fica com cara de tonto. Vai acontecer independente se é TV, PC ou palestra, se não houver empenho no ensino da utilidade dos aparelhos sempre vai dar imaturidade. Tem até a expressão chula em que fulano diz "estou me F* para isso e aquilo" porque a pessoa que está se divertindo inclusive no sexo tem uma tendência enorme a não ligar a mínima para os outros. (recomendo o vídeo no youtube do Osho sobre os vários significados que o povão dá para a palavra fuck)

Enquanto isso quem vive para absorver o mundo no modo automático continua na moda. Pessoalmente penso que a idade mental necessária para alcançar o entendimento do mundo incluindo a TV tem aumentado e não diminuído (explosão do conhecimento que cria mais formas de ilusão, big data, etc...).

É uma encruzilhada fatal para os grandes mecanismos de busca como o Google, porque tem aparecido muitas pessoas muito inteligentes, mas que sejam sumamente cruéis porque sabedoria e inteligência são diferentes e a medida que o mundo evolui outros tipos de inteligência são necessários para poder sobreviver nele. Por sinal conheci gente inteligente que vivia fadada ao fracasso porque inteligência mesmo era ponderar e colocar as coisas nos devidos lugares.
 
Última edição:
argh, detesto gente que vem articular opinião sobre algo usando como argumento informação falsa ou errada. :raiva: turgão, não é sobre você, mas sobre o cara que escreveu o artigo que abre o tópico, ok?

Um passeio rápido pela TV aberta e você perceberá que nenhuma emissora exibe mais desenhos animados.

oi? abre guia de programação da globo de hoje: tv globinho às 8, e depois do treino de F1, às 10. no sbt tá passando sábado animado desde às 7 da manhã. sabe, esse tipo de cenário apocalíptico "óóóó não tem mais desenho na tv por causa dessa lei" é meio que canalhice para pegar trouxa perdido e guiá-lo a concordar com você.

***

anyway, sobre o projeto e não sobre a forma de argumentar do cara: não sei, ainda não formei opinião sobre isso. sempre achei cagada terem proibido comercial de cigarro no começo de 2000, por exemplo. grandes eventos patrocinados por marcas de cigarro não existem mais (tipo o hollywood rock, ou o free jazz concert), e pombas, aquelas propagandas massas de cigarro tipo a do lucky strike¹ e aquelas do free não existem mais também. mas a indústria deu um jeito, ela sobreviveu, mesmo sem comercial. vejo até no caso da F1, que tem patrocínio de grandes marcas de bebida e de cigarro, e que em países onde a propaganda desses é proibida os carros entravam sem propaganda e pronto. sabe, ninguém morreu.

por outro lado, não sei o quanto isso influenciou no consumo de cigarro. eu vejo gente nova fumando, inclusive nascidos ali na metade dos 90, que tecnicamente nem assistiram aos comerciais. e eu penso no meu caso, se eu em algum momento da minha vida fumei, não foi pelo comercial. eu já tinha pai e mãe fumante em casa, então não adiantava tirar da tv o "modelo".

aí eu penso no esquema para publicidade voltada ao público infantil. o cara do artigo disse que os desenhos tinham sumido da grade, eu disse que ainda não. mas não duvido que isso vá abalar a tv aberta e, mais ainda, a tv fechada. discovery kids é o canal pago mais assistido no brasil - do que ele depende? lógico que de propaganda voltada ao público infantil. chega perto de datas como dia das crianças os desenhos ficam até mais curtos para servir mais comercial na programação. como que esse tipo de canal se sustentaria? produtos voltados para as mães? não sei. só acho que assim como foi com o cigarro, o mercado vai acabar se adaptando se a lei começar a valer mesmo (até onde entendi, ela ainda depende de aprovação de uma comissão, então ainda não está valendo).

mas aí tem outro lado meu que se aborrece com essa coisa de estado babá, né. ainda mais nivelando por baixo: TODO pai não sabe dizer não ao filho? TODO pai não sabe dar noção de consumo para o filho? TODO filho fica traumatizadinho por não ter um produto que viu na tv? peloamor, né. eu cresci numa família com três filhos e renda não exatamente baixa, mas vá lá, naqueles tempos para nós era luxo comprar iogurte uma vez por mês. não tive todos os brinquedos do mundo, tive o que meus pais podiam dar - e fui feliz durante a infância, não tenho trauma algum² e sempre entendi que se pudessem meus pais me dariam o que eu desejasse, mas que nem sempre era possível. pronto. só isso.

resumindo, minha opinião por enquanto: precisa dessa lei? meeeesmo?

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¹ eta homi gato :rider:
² ok, na real eu tenho um: no verão nós só tínhamos dinheiro para sorvete de fruta (hoje em dia chamam de frutare ou algo assim), aí de vez em quando, normalmente perto do dia de pagamento, minha mãe liberava um sorvete "um nível acima", chicabon, tablito, etc. e olha, foram tantos anos assim que até hoje eu vou comprar um sorvete pra mim e nem olho pro lado dos cornettos, eskibons da vida, mesmo podendo pagar :rofl:
 
Achei um texto explicando um pouco melhor sobre o assunto. Dá forma como está, sinceramente não sei como tem pessoas que apoiam essa lei.

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No dia 13 de março de 2014 o Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente aprovou, de forma unânime, a resolução nº 163 que considera abusiva toda e qualquer publicidade e comunicação mercadológica dirigidas às crianças.

A resolução é apoiada por muitos como uma forma de proteger as crianças contra os abusos, mas, se for colocada na prática, vai ter resultados muito mais amplos.

Legislações restritivas à publicidade infantil existem em outros países do mundo. Na Suécia, por exemplo, estão proibidos os comerciais na TV aberta. Países como Chile e Peru proíbem anúncios de determinados alimentos e bebidas. Na Grécia, anúncios de brinquedos só podem ser anunciados na TV aberta em horário adulto. No Irã, bonecos dos Simpsons e da Barbie não podem ser comercializados ou anunciados. Mas esse é o primeiro caso de proibição total e absoluta de qualquer tipo de comunicação comercial voltada ao público infantil.

A resolução considera abusiva "a prática do direcionamento de publicidade e comunicação mercadológica à criança com a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço". Estão proibidos linguagem infantil, efeitos especiais e excesso de cores; trilhas sonoras de músicas infantis ou cantadas por vozes de criança; representação de criança; pessoas ou celebridades com apelo ao público infantil; personagens ou apresentadores infantis; desenho animado ou de animação; bonecos ou similares; promoção com distribuição de prêmios ou de brindes colecionáveis ou com apelos ao público infantil; e promoção com competições ou jogos com apelo ao público infantil.

A resolução define a 'comunicação mercadológica' como toda e qualquer atividade de comunicação comercial, inclusive publicidade, para a divulgação de produtos, serviços, marcas e empresas realizada, dentre outros meios e lugares, em eventos, espaços públicos, páginas de internet, canais televisivos, em qualquer horário, por meio de qualquer suporte ou mídia, no interior de creches e das instituições escolares da educação infantil e fundamental, inclusive em seus uniformes escolares ou materiais didáticos, seja de produtos ou serviços relacionados à infância ou relacionados ao público adolescente e adulto.

Ou seja: a legislação, na prática, proíbe qualquer comunicação voltada às crianças. O maior prejudicado com a norma é, claro, Maurício de Sousa. Muitos têm comemorado o fato de que ele não pode mais colocar seus personagens em produtos infantis, como pacotes de maçãs.

Mas a legislação é tão ampla que afeta quase toda a produção nacional destinada às crianças. As revistas em quadrinhos infantis, por exemplo, dificilmente se sustentam sem publicidade. Produzir um gibi infantil é um processo caro que quase nunca se paga apenas com as vendas de revistas (até porque essas vendas se reduzem a cada ano). Da mesma forma, os desenhos animados só são exibidos por causa da publicidade. Não por acaso, as TVs abertas estão tirando desenhos animados de sua programação. Há de se perguntar como ficarão os canais infantis da TV por assinatura, até porque eles não poderão mais ser anunciados e também não poderão mais exibir publicidade.

Na prática, a resolução joga uma pá de cal no mercado de desenhos animados infantis, que vinha apresentando um crescimento invejável, com personagens como Peixonauta e Turma da Mônica, e coloca em situação difícil as revistas infantis nacionais, já que não é permitida nem mesmo a publicidade das próprias publicações. Ou seja: a revista do Cebolinha não pode mais anunciar o conteúdo da revista do Cascão. Pior ainda para autores que queiram lançar gibis com personagens novos, que não poderão ser divulgados. Nem mesmo a distribuição de brindes para as crianças são mais permitidos. Na prática, Maurício de Sousa ainda está em uma situação melhor do que outros quadrinistas que queiram lançar outras publicações infantis. Nunca mais veremos o lançamento de outros gibis.

Mas essa é uma visão otimista. A legislação é tão ampla que, na prática, pode proibir até mesmo as capas dos gibis infantis. Veja-se: a legislação considera "'comunicação mercadológica' como toda e qualquer atividade de comunicação comercial, inclusive publicidade, para a divulgação de produtos, serviços, marcas e empresas realizada, dentre outros meios e lugares, em eventos, espaços públicos, páginas de internet, canais televisivos".

Todo manual de marketing explica que um dos elementos essenciais da comunicação mercadológica é o merchandising, ou apelo no ponto de venda. No caso das bancas de revista, o apelo comercial é feito através das capas das revistas. Ou seja, sob qualquer aspecto, a capa de um gibi é uma comunicação mercadológica. Se a norma realmente for seguida, os editores de revistas infantis terão que se adaptar, uma vez que não poderão mais exibir personagens nas capas de suas revistas. Uma solução talvez seja vender as revistas lacradas, com tarjas escondendo os personagens da mesma forma como hoje se faz com as revistas pornográficas. Num mercado em que gibis vendem cada vez menos, a resolução pode ser a pá de cal no mercado de quadrinhos nacionais.

Lendo a legislação lembrei do amigo desenhista Antonio Eder, que, mesmo depois de adulto, ainda tinha o álbum de figurinhas do Palhaço Zequinha, lançado pelo governo do Paraná no final dos anos 1970. O álbum era gratuito e as figurinhas eram trocadas por notas fiscais. Um incentivo para que a população exigisse notas fiscais que fez a alegria de muitas crianças curitibanas. Pela nova legislação, a iniciativa seria ilegal, uma vez que a norma proíbe a "promoção com distribuição de prêmios ou de brindes colecionáveis".

Engana-se quem acha que o problema se restringe apenas aos quadrinhos infantis. Como maioria das pessoas acha que todo gibi é para crianças, toda a produção nacional pode ser afetada. Um exemplo: quando lancei o meu livro "Grafipar, a editora que saiu do eixo", perguntei porque o livro era vendido lacrado e com uma tarja avisando que se tratava de um livro para adultos. No meu entender, o livro era obviamente para adultos, até pela referência no subtítulo à produção erótica. "Tente explicar isso a um juiz", respondeu um editor. "Se tem desenho na capa e é quadrinhos, um pai pode achar que é para criança e nos processar. Já aconteceu com outros livros semelhantes". Ou seja: provavelmente para os "especialistas" do conselho, todo quadrinho é para criança e se encaixa na norma, até porque uma das definições para isso é o uso de cores chamativas.

No pior dos cenários, até mesmo as coleções de miniaturas de personagens de quadrinhos (como os da Marvel e DC, que temos visto nas bancas) ficam comprometidas. Explica-se: a legislação atual já proíbe vender em banca de revista algo que não seja revista. Assim, quando se pretende lançar algo do gênero, coloca-se uma revista junto, e diz-se que o boneco é brinde para quem comprou a revista. Como agora brindes são proibidos e como a maioria das pessoas vê quadrinhos como coisa exclusivamente de crianças...

Uma legislação que coíba abusos na publicidade infantil seria bem vinda. Mas a proibição total, com uma lei tão ampla que pode afetar até as capas dos gibis nacionais interessaria a quem? Em tempo, as citações entre aspas foram retiradas diretamente do site do Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente.

Fonte

Países com a Suécia, Grécia, EUA, Portugal, Reino Unido baniram de uma forma ou de outra propaganda dirigida ao público infantil em qualquer horário ou em alguns horários, Suécia das 7 às 21 h, Portugal até as 22, Grécia até meia noite.
Acontece que esse é o primeiro caso de proibição total e absoluta de qualquer tipo de comunicação comercial voltada ao público infantil. Um pouco diferente, não acha?
 
Gostaria de ver alguma fonte que descreva com clareza: (1) a proposta brasileira e (2) a legislação atual nos países europeus. Falar que tem país desenvolvido que faz o mesmo é muito simplismo. Além disso, se a função da tv é educar e tal, então é melhor proibir a propaganda de qualquer alimento não-saudável, de qualquer programa não-educacional, de qualquer produto superficial e etc. Dá um tempo, né?

Sobre a suposta inocência na auto-regulação do mercado, vale lembrar que a discussão é se é suficiente ou não a existência de órgãos que avaliem abusos na propaganda depois que ela forem divulgadas. Não é liberalismo, mas regulação sem proibição prévia.
 
Anexei a Resolução publicada no Diário Oficial da União. Li ela e não entendi como estão comentando. Me parece uma extrapolação do texto pra sugerir o que querem que ela sugira. Desenhos são proibidos? Não, desenhos onde tentam vender produtos às crianças. Programas onde a cada 5 minutos entre um comercial pra vender bonecas da Barbie, Big Macs, ou bonecos do Max Steel serão proibidos.

Se regulamentar é ruim vamos acabar com as leis de trânsito, afinal as pessoas devem poder julgar se dirigir sem cinto é ruim por conta própria. Vamos eliminar as leis que proíbem a venda de álcool e cigarro para crianças, é direito dos pais julgar se seu filho está apto ou não a beber com 13 anos.

Acontece que esse é o primeiro caso de proibição total e absoluta de qualquer tipo de comunicação comercial voltada ao público infantil. Um pouco diferente, não acha?

Só na rigidez. É como o Brasil com a Lei Seca só permitir 10 ml de álcool no sangue enquanto os outros países são mais brandos, O argumento de que em nenhum lugar se faz isso não é lá muito bom. Antes do Brasil algum país foi o mais rígido de todos, e aí?

Além disso, se a função da tv é educar e tal, então é melhor proibir a propaganda de qualquer alimento não-saudável, de qualquer programa não-educacional, de qualquer produto superficial e etc. Dá um tempo, né?

Bem, quando da concessão (pública) os receptores da concessão supostamente conhecem a lei. Se aceitaram então não há motivo pra reclamar agora. O problema é que isso nunca foi posto em prática, aí quando ameaçam perder a mamata ficam se mordendo.
 

Anexos

  • conanda_resolucao_163_publicada.pdf
    49,6 KB · Visualizações: 2
Se regulamentar é ruim vamos acabar com as leis de trânsito, afinal as pessoas devem poder julgar se dirigir sem cinto é ruim por conta própria. Vamos eliminar as leis que proíbem a venda de álcool e cigarro para crianças, é direito dos pais julgar se seu filho está apto ou não a beber com 13 anos.
Até porque infernizar a mãe ou o pai para comprar uma Barbie é tão nocivo para a saúde de uma criança quanto beber ou fumar.

:wall:
 
Eu entro nesses posts e nao sei porque sempre acabo achando que tudo cai em discussao de esquerda x direita.

Aqui aparentemente a questao eh, "tu acha que consumismo eh pecado e por isso temos que proteger nossas criancas?".

Eh tipo discussao entre religioso x ateu com relacao a sexualidade na tv/cinema/etc. Nunca vai ter consenso porque um lado ja acha que sexualidade em si eh errado e devemos proteger nossa sociedade.


Enfim.
 
Anexei a Resolução publicada no Diário Oficial da União. Li ela e não entendi como estão comentando. Me parece uma extrapolação do texto pra sugerir o que querem que ela sugira. Desenhos são proibidos? Não, desenhos onde tentam vender produtos às crianças. Programas onde a cada 5 minutos entre um comercial pra vender bonecas da Barbie, Big Macs, ou bonecos do Max Steel serão proibidos.

você não entendeu a questão dos desenhos, morfindel. ninguém falou em proibição dos desenhos, mas em consequência do que da lei. pensando em termos de rede globo: a globo vende o horário da tv globinho para as empresas que querem anunciar. óbvio que pode ter empresa que compre o horário que não seja de produto infantil (normalmente é produto para mãe, já notei que no discovery kids a coisa fica assim: mãe/filho), mas a grande maioria dos interessados por aquele horário é de que tipo de anunciante? de produto infantil. maçã da turma da mônica, supermassa da peppa pig, tesourinha do my little poney, etc.

o raciocínio é que sem a grana desses anunciantes, o horário não se paga. sem dinheiro de patrocinador, o canal tira o programa do ar. como comentei no post anterior: começo de 2000 teve a proibição de propaganda de cigarro e todo mundo sobreviveu. de repente seja o caso com programas infantis também. mas a longo prazo, principalmente em emissoras menores, poderia significar o fim desse tipo de programa, sim. é especulação, mas algo a se considerar.

eu acredito muito mais em regulamentação do que em proibição. e de qualquer forma, não é como se já não existisse o conar para punir abusos. :think:
 
é o que a ana falou, é preciso olhar um pouco além da letra da lei. é óbvio que não está escrito que desenhos e revistas infantis serão proibidas. a questão é se desenhos e revistas são economicamente viáveis sem a propaganda. mas tudo bem, se esses canais pararem de exibir desenhos, eu tenho certeza que teremos uma Política Nacional de Educação Animada.

enfim, fusa, não acho que seja um debate de direita-esquerda, mas de liberalismo e intervencionismo social e econômico. é mais uma debate ideológico do que político, até pq a proposta de lei é de um deputados do psdb.
 
Como que produtos infantis serao vendidos?
Principalmente os novos e criativos ou tecnologicos que os adultos de hoje nunca tiveram a oportunidade de experimentarem na infancia para saber se sao bons ou nao para seus filhos.

Se dependesse de nos adultos sempre escolherem o presente da nova geracao tambem, o mundo infantil nunca teria saido de piao, pipa e bafo.
 
Vocês ainda não aprenderam que o Morfs fala com a inocência de quem vê o texto de regulamentação com um olhar bondoso, sem ver as nuances da lei e pensando que o governo tem total noção do que está fazendo (afinal é o governo)?

Morfs, teu argumento "Se regulamentar é ruim vamos acabar com as leis de trânsito, afinal as pessoas devem poder julgar se dirigir sem cinto é ruim por conta própria. Vamos eliminar as leis que proíbem a venda de álcool e cigarro para crianças, é direito dos pais julgar se seu filho está apto ou não a beber com 13 anos." é muito ruim, pqp.. Em primeiro lugar, a agência em relação à propaganda não é do pai e sim da emissora, em segundo lugar, essa questão afeta regulamentação de uma empresa e não o que o cidadão deve ou não fazer, o que torna o teu argumento ainda mais fraco.. tirando o ponto óbvio que o Éomer falou antes..

"Entre seus objetivos está o de educar, informar, promover desenvolvimento e fomento da cultura nacional." wtf? Onde que canais de televisão apenas por serem concessões públicas (e isso, eu acho que é muito mais uma questão técnica do que qualquer outra coisa, não?) tem um objetivo específico?

Baixos são teus argumentos em prol de uma regulamentação meia-boca como muitas das regulamentações do governo, antes de haver regulamentação, discutamos o que seria uma boa regulamentação sobre o tema, ao invés de achar que "qualquer regulamentação é melhor do que o mercado se autorregular".
 
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Em tempo: Sobre o cinto de segurança e capacete, tinha mais é que deixar liberado.
 
Como pai de três filhos, acho ótimo não ter mais comercial de brinquedo pra ser atazanado, principalmente perto de Dia das Crianças e Natal. "Papai me dá um Lego! Eu quero esse Max Steel! Olhaaaa esse brinquedo (de uns 600 reais) da Fisher Price! Que legal esse carrinho de controle remoto que custa mais que o seu VR, Papai! Vamos pra Disney!?

Não vou mentir, já me joguei no chão pra ganhar um presente de 200 reais na época que o salário mínimo era 151. (Em minha defesa era uma Nave da NASA que vinha com a plataforma de lançamento, dois astronautas minúsculas e a cabine da nave ejetava. E aina tinha um carro lunar e um satélite. :yep: ) Mas mesmo assim a situação é chata. E comerciais infantis deixam a criança fascinada em 10s, é incrível.

Entretanto espero que deem algum jeito de manter esses desenhos no ar. Os minutos que eles dão de sossego são imprescindíveis para a minha (já debilitada) saúde mental. O de 6 anos fica 2h vendo desenho. E até as gêmeas já amam Pocoyo.
 

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