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Autor da Semana Indicações (180ª Semana) - LEIA O 1º POST ANTES DE INDICAR

Quem será o Autor da Semana (180ª Semana)?


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    6
  • Votação encerrada .
Agora vai ser difícil pro Saldanha. Se não ganhamos nem do John Green, que chegou de última hora...

Certeza que votarei no Saldanha (embora não saiba nada sobre o homem) porque não quero que a Daphne du Maurier ganhe agora, já que comecei a ler os livros dela hoje. :dente:
 
Certeza que votarei no Saldanha (embora não saiba nada sobre o homem) porque não quero que a Daphne du Maurier ganhe agora, já que comecei a ler os livros dela hoje. :dente:

Pois você vai conhecer o homem que, segundo o próprio, assistiu a todas as Copas do Mundo in loco. Inclusive faleceu cobrindo o torneio da Itália, em 90. Coitado... eu era pequeno, mas ainda lembro: era difícil, mesmo, ver os jogos daquela Seleção Brasileira comandada por Sebastião Lazaroni.
 
O João Saldanha botou o Tostão pra jogar ao lado do Pelé. Ou seja, sem a grande sacada, talvez ninguém lembrasse da Seleção de 70; talvez, hoje, tivéssemos apenas quatro estrelas no peito, olha que triste!

E o Joãozinho também escreveu crônicas pra tudo que é jornal.

Esses outros fizeram o quê? Dom Quixote? Faça-me o favor. A gente tá falando de Pelé e Tostão!

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O que seria de Brasil x Inglaterra - a então campeã do mundo - sem a dupla?

 
O João Saldanha botou o Tostão pra jogar ao lado do Pelé. Ou seja, sem a grande sacada, talvez ninguém lembrasse da Seleção de 70; talvez, hoje, tivéssemos apenas quatro estrelas no peito, olha que triste!

Com todo respeito @Cantona, mas aqui a enquete é para votar no melhor escritor ou qual o que mais gosta, e não o técnico de futebol mais importante. Valeu? :joinha:
 
Com todo respeito @Cantona, mas aqui a enquete é para votar no melhor escritor ou qual o que mais gosta, e não o técnico de futebol mais importante. Valeu? :joinha:

Tá bom, vai, vou fazer a propaganda pelos escritos.

João Saldanha, além de técnico, foi cronista. Não tinha, nem de longe e com suborno, a capacidade de Cervantes (mas, também, a Espanha só tem um título mundial #chupanóisépenta!). Sendo sincero, o Saldanha não chega aos pés do Nelson Rodrigues - o grande nome da crônica esportiva. Mas deu sua contribuição registrando momentos únicos do nosso futebol, como a "invenção do Olé", na comunhão entre Garrincha e a torcida mexicana:

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" O Estádio Universitário ficou à cunha. Cem mil pessoas comprimidas para assistir ao jogo. É muito alegre um jogo no México. É o país em que a torcida mais se parece com a do Rio de Janeiro. Barulhenta, participa de todos os lances da partida. Vários grupos de "mariaches" comparecem.

Estes grupos, que formam o que há de mais típico da música mexicana, são constituídos de um ou dois "pistões" e clarins, dois ou três violões, harpa (parecida com a das guaranias), violinos e marimbas. As marimbas são completamente de madeira, mas não vão ao campo de futebol, sendo substituídas por instrumentos pequenos.

O ponto alto dos "mariaches" é a turma do pistão, do clarim e o coro, naturalmente. No campo de futebol, os grupos amadores de "mariaches" que comparecem ficam mais ativos em dois momentos distintos: ou quando o jogo está muito bom e eles se entusiasmam, ou, inversamente, quando o jogo está chato e eles "atacam" músicas em tom gozador. No jogo em que vencemos ao Toluca, que estava no segundo caso, os "mariaches" salvaram o espetáculo.

O time do River era, realmente, uma máquina. Futebol bonito e um entendimento que só um time que joga junto há três anos pode ter. Modestamente, jogamos trancados. A prudência mandava que isto fosse feito. De fato, se "abríssemos", tomaríamos um baile.

Foi um jogo de rara beleza. E não foi por acaso. De um lado estavam Rossi, Labruña, Vairo, Menéndez, Zarate, Carrizo. De outro, estavam Didi, Nilton Santos, Garrincha etc. Jogo duro e jogo limpo. Não se tratava de camaradagem adquirida em quase um mês no mesmo hotel, mas sim da presença de grandes craques no gramado. A torcida exultava e os "mariaches" atacavam entusiasmados.

Estava muito difícil fazer gol. Poucas vezes vi um jogo disputado com tanta seriedade e respeito mútuos. Mas houve um espetáculo à parte. Mané Garrincha foi o comandante. Dirigiu os cem mil espectadores. Fazendo reagirem à medida de suas jogadas. Foi ali, naquele dia, que surgiu a gíria do "Olé", tão comumente utilizada posteriormente em nossos campos. Não porque o Botafogo tivesse dado "Olé" no River. Não. Foi um "Olé" pessoal. De Garrincha em Vairo.

Nunca assisti a coisa igual. Só a torcida mexicana com seu traquejo de touradas poderia, de forma tão sincronizada e perfeita, dar um "Olé" daquele tamanho. Toda vez que Mané parava na frente de Vairo, os espectadores mantinham-se no mais profundo silêncio. Quando Mané dava aquele seu famoso drible e deixava Vairo no chão, um coro de cem mil pessoas exclamava: "Ôôôôô"! O som do "olé" mexicano é diferente do nosso. O deles é o típico das touradas. Começa com um ô prolongado, em tom bem grave, parecendo um vento forte, em crescendo, e termina com a sílaba "lé" dita de forma rápida. Aqui é ao contrário: acentua-se mais o final "lé": "Olééé!" – sem separar, com nitidez, as sílabas em tom aberto.

Verdadeira festa. Num dos momentos em que Vairo estava parado em frente a Garrincha, um dos clarins dos "mariaches" atacou aquele trecho da Carmem que é tocado na abertura das touradas. Quase veio abaixo o Estádio Universitário.

Numa jogada de Garrincha, Quarentinha completou com o gol vazio e fez nosso gol. O River reagiu e também fez o dele. Didi ainda fez outro, de fora da área, numa jogada que viera de um córner, mas o juiz anulou porque Paulo Valentim estava junto à baliza. Embora a bola tivesse entrado do outro lado, o árbitro considerou a posição de Paulinho ilegal. De fato, Paulinho estava "off-side". Havia um bolo de jogadores na área, mas o árbitro estava bem ali. E Paulinho poderia estar distraindo a atenção de Carrizo.

O jogo terminou empatado. Vairo não foi até o fim. Minella tirou-o do campo, bem perto de nós, no banco vizinho. Vairo saiu rindo e exclamando: "No hay nada que hacer. Imposible" – e dirigindo-se ao suplente que entrava, gozou:

– Buena suerte muchacho. Pero antes, te aconsejo que escribas algo a tu mamá.

O jogo terminou empatado e uma multidão invadiu o campo. O "Jarrito de Oro", que só seria entregue ao "melhor do campo" no dia seguinte, depois de uma votação no café Tupinambá, foi entregue ali mesmo a Garrincha. Os torcedores agarraram-no e deram uma volta olímpica carregando Mané nos ombros. Sob ensurdecedora ovação da torcida. No dia seguinte, os jornais acharam que tínhamos vencido o jogo, considerando o tal gol como válido. Mas só dedicaram a isto poucas linhas. O resto das reportagens e crônicas foi sobre Garrincha.

As agências telegráficas enviaram longas mensagens sobre o acontecimento e deram grande destaque ao "Olé". As notícias repercutiram bastante no Rio e a torcida carioca consagrou o "Olé". Foi assim que surgiu este tipo de gozação popular, tão discutido, mas que representa um sentimento da multidão.

Já tentaram acabar com o "Olé". Os árbitros de futebol, com sua inequívoca vocação para levar vaias, discutiram o assunto em congresso e resolveram adotar sanções. Mas como aplicá-las? Expulsando a torcida do estádio? Verificando o ridículo a que estavam expostos, deixam cada dia mais o assunto de lado. É melhor assim. É mais fácil derrubar um governo do que acabar com o "Olé".

Não poderia ter havido maior justiça a um jogador que a que foi feita pelos mexicanos a Mané Garrincha. Garrincha é o próprio "Olé".

Dentro e fora de campo, jamais vi alguém tão desconcertante, tão driblador. É impossível adivinhar-se o lado por onde Mané vai "sair" da enrascada. Foi a coisa mais justa do mundo que Garrincha tivesse sido o inspirador do "Olé"."


In Os subterrâneos do Futebol
 
Creio não ser necessário fazer propaganda de Cervantes, afinal que não conhece e sabe da importância fundamental deste que foi romancista, dramaturgo e poeta?

Dom Quixote, a sua mais famosa obra, é o primeiro romance moderno e é regularmente considerado um dos melhores romances já escritos. Seu trabalho é considerado entre os mais importantes de toda a literatura; ademais, a sua influência sobre a língua castelhana tem sido tão grande que o castelhano é frequentemente chamado de a língua de de Cervantes.
 

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