[COLUNA] Infância não é carreira e filho não é troféu

[Bel]

Ah, no pré 2, pouco antes d'eu completar 6 anos, tive meningite e fiquei 14 dias no hospital. Depois fiquei mais 2 semanas em casa e não queria mais voltar pra escola

 

[Jacques Austerlitz]

Eu repeti a pré-escola. Mas era por causa da idade (fiz com quatro e depois de novo com cinco). Minha mãe conta que eu aprendi a matar aula nessa época (segunda pré-escola), que toda semana ligavam pra ela me buscar porque eu alegava estar com dor de cabeça (que, magicamente, passava quando eu chegava em casa). Não sei se eu tinha mesmo dores de cabeça (e, se for o caso, minhas enxaquecas remontam à mais tenra infância), ou se as dores de cabeça desenvolvidas na adolescência não passam de karma pelo meu mau-caratismo infantil.

 

[Liv]

Minha chefe acabou de me enviar esse link, muito legal <3

http://educarparacrescer.abril.com.br/alfabetizacao/1/

 

[Fúria da cidade]

Agora falando mais especificamente de educação, em tempo, outra coisa que também me sinto muito grato na minha infância antes de ir pro pré aos 6 anos foi minha mãe ter feito pra mim uma "pré-alfabetização" caseira, mas de uma forma bem tranquila sem nenhuma forçação de barra, seja comprando brinquedos e jogos de tabuleiros com letras, sílabas e outros visando o lado da matemática.

E justamente aquele que foi o meu primeiro livro antes da pré-escola e que tenho até hoje um enorme carinho por ele é a clássica cartilha Caminho Suave, que acredito alguns aqui devem conhecer muito bem, que por algumas décadas já ajudou a alfabetizar muita gente por todo o país.

 

[ExtraTerrestre]

Acho que o importante é que a criança seja livre para buscar seu próprio interesse.

Todo ser humano, dependente que é do intelecto, nasce meio que programado para captar os objetos e as sensações do mundo e experimentar/observar como tudo se relaciona. E essa programação é tão forte quanto menor a idade. É o tal sensation seeking

Acontece que cada um é único, e volta-se seu interesse mais intensamente e primeiramente para algumas coisas, depois para outras. Mas no deixar esse ímpeto desobstruído que está o gosto infantil pela vida.

A grande maldição é impor um currículo à criança de 0-10 anos. Dizer que ela deve fazer um cursinho de ingles aos 7, aula de alguma arte, estar matriculada em alguma modalidade esportiva específica, enchê-la de afazeres. Isso gera a morte do sensation seeking, da curiosidade e do gosto pelo mundo, podendo gerar Michael Jacksons e Macaulay Culkins frustrados.

Agora, se ela quer fazer tudo isso acima por um desejo espontâneo e os pais têm as condições, que ela faça.