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[Coluna] Protestar não restringe o direito de ir e vir. Aumentar a tarifa de ônibus, sim

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Não tem o que discutir. Vancê é burro.

Ri demais, mas a parte da veja eu concordo :lol:
Falando nisso acabo de voltar da assembleia aqui em BH, a coisa ta ganhando cunho politico, tinha muitos lideres de bairros, partidos e sindicatos la.
Parece que ta ficando organizado e bem legal.
 
Em tempo: sobre o tão esperado "discurso" da presidenta, o que o jornalista Fernando Rodrigues (Folha de S. Paulo e Rádio Jovem Pam AM) publicou em seu blog exprime exatamente o que penso.

Dilma não traz novidades, faz ameaça e comete erros de informação


O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff nesta noite de sexta-feira (21.jun.2013) não trouxe nenhuma novidade a respeito do posicionamento do governo federal sobre as manifestações de rua. O mais notável foi seu tom de ameaça em vários trechos quando falou que o governo não vai “transigir” com atos de violência.

Mas o que fez o governo até agora? Há quase duas semanas que as principais cidades do país têm ficado paralisadas no final da tarde.

Como o Brasil é um país conservador, talvez o pronunciamento da presidente possa ter algum efeito tranquilizador em parte da população. Foi uma gravação realizada da forma mais conservadora possível. Em frente a um fundo de madeira, ela usando um blaser de tom amarelo acabou lendo no teleprompter por 9 minutos e 43 segundos. É uma fala muito longa sob qualquer métrica possível. Mas Dilma não tinha saída.

Como a presidente raramente dá entrevistas formais para mídia (exceto para falar de novelas ou “faits divers”), quando fala é necessário ficar descrevendo uma lista sem fim do que considera útil dizer para a população –mesmo que o governo já gaste mais de R$ 1 bilhão por ano em propaganda.

Em certa medida, o pronunciamento de Dilma tenta recuperar o tempo perdido por ela nos últimos dois anos e meio. Sobretudo quando chegou a dizer que vai se esforçar agora para incentivar uma “ampla reforma política”. Essa expressão “reforma política” chega a provocar ataques de narcolepsia em quem acompanha o mundo do poder aqui em Brasília. Basta haver um problema de qualquer ordem no país que o presidente de turno fala sobre a necessidade de uma… reforma política. Passa a crise ou arrefecem os seus efeitos, a reforma política nunca sai.

Por que Dilma nunca falou sobre a necessidade de uma reforma política antes? Foi pega de surpresa agora?

Em outro trecho do pronunciamento, a presidente faz uma confusão com algo que ela própria patrocinou. Diz que a Lei de Acesso à Informação “deve ser ampliada para todos os poderes da República e instâncias federativas”. Como assim, ampliada? A lei já vale para todos os Poderes e para governos estaduais, prefeituras e União.

Talvez até de maneira inadvertida, Dilma acabou passando um pito em cadeia nacional de TV em prefeitos e governadores –que, de fato, cumprem de maneira precária a Lei de Acesso. E o que dizer da própria presidente, que acaba de decretar sigilo sobre todas as informações de gastos de suas viagens ao exterior? Como ela própria disse “a melhor forma de combater a corrupção é com transparência e rigor”. Pois é.

Em resumo, quem redigiu e copidescou o pronunciamento não estava muito familiarizado com o governo de Dilma Rousseff. E a própria presidente não fez a revisão necessária daquilo que leu no teleprompter. É desagradável quando ocorrem tantos descuidos em um texto para o qual a petista e sua equipe de marketing tiveram dois dias para produzir.

Sobre a Copa do Mundo e seus gastos, Dilma usou outra verdade pela metade para tentar conter a irritação dos indignados que foram à rua protestar. A presidente afirmou que todos os gastos para construir estádios e outras obras são empréstimos que serão pagos pelas empresas e Estados que receberam esse dinheiro. Não é bem assim. Tem muito dinheiro público, do BNDES, com juros que são subsidiados por todos os brasileiros.

Mesmo que as empresas e Estados paguem esses empréstimos (se é que vão pagar), terão recebido um grande benefício por causa dos juros camaradas. E mais: a maioria dos recursos foi para governos estaduais. Ou seja, se esses governos pagarem, ainda assim terá sido usado dinheiro público –portanto a presidente tergiversou ao dizer que não usaria fundos estatais. Já usou.

A suntuosidade das obras da Copa é um dos poucos pontos de consenso na irritação de quem têm ido às ruas protestar. Há uma sensação forte de que tudo foi feito apenas para turistas e a elite usarem.

Dilma também anunciou que convidará governadores e prefeitos de grandes cidades para aperfeiçoar as instituições e anunciar novos planos de ação.

Por exemplo, o Plano Nacional de Mobilidade Urbana. Agora? A menos de um ano da Copa do Mundo?

E os prefeitos e governadores em Brasília? Esse tipo de reunião é tão improdutiva como a do ministério de Dilma –que com 39 integrantes precisaria de mais de um dia de reunião se todos falassem por meia hora.

Tudo considerado, não dá para dizer que Dilma cometeu o mesmo erro de Fernando Collor (que em 1992 pediu aos brasileiros que se vestissem de verde e amarelo e todos usaram preto). Ainda assim, o resultado parece ter ficado longe do que a presidente precisaria para tentar recuperar a autoridade perdida nos últimos dias.
 
Esse aqui foi um texto que achei legal, apesar do discurso bem caloroso.
É um tanto irônico, pedimos educação de qualidade, e queremos manifestantes bem educados e politizados.

Em todas as grandes mobilizações mundiais que eu tenho notícia a ultradireita esteve presente. Na França, Le Pein e cia, além dos votos em urna, tiverem representantes nas ruas para fazer valer sua opinião. Na Grécia, a ultradireita neonazista compareu aos atos em grandes blocos. Tiveram muitos votos na urna também. Na Espanha, Portugal e Itália também.

O Brasil vive uma crise. O povo está puto e insatisfeito e não há saídas organizadas e unânimes para ela. A ultradireita está disputando nas ruas sua política, que passa por afastar o “mal do comunismo” da massa. Eles são espertos, se escondem atrás de um sentimento generalizado de insatisfação contra os partidos. Este setor é um câncer para as manifestações e precisa ser denunciado e combatido. Estou certa que eles são uma minoria. Militarmente organizados, e por isso parecem fortes, mas uma minoria.

Mas dois graves erros se reproduzem neste momento.

O primeiro é achar que os milhões que saíram às ruas estão organizados com esta ultradireita. É uma grande miopia. O povo rechaça os partidos porque não confia nos métodos tradicionais de se fazer política. Não confia nos velhos partidos brasileiros que sempre governaram para poucos. Desiludiram-se com a esquerda quando o PT traiu a confiança da massa. Em quem eles vão confiar agora? Eles não confiam em ninguém, porque as grandes referências partidárias no país os traíram. Infelizmente, a maioria da massa não pôde fazer a experiência com os demais partidos de esquerda. Convenhamos, a esquerda consequente no país ainda é nanica. Vocês se esqueceram disso? Na confusão e na falta de informação o povo rechaça o partido como forma, porque não sabe diferenciar ainda em conteúdo as distintas formas de partido. Aqueles que bradam para baixar as bandeiras fazem porque não se identificam com partido nenhum. O único sentido de pertencimento é ao Brasil como pátria. Mas este fato não quer dizer que esta massa defende o golpe militar no país, um partido único, o Collor, o AI-2, ou sei lá o quê.

Essas pessoas são os seus primos que nunca foram em ato nenhum, a sua mãe, a sua tia, o seu amigo que achava uma bobagem toda a sua atividade política. Os colegas da escola. Mas quais oportunidades estas pessoas puderam debater com a esquerda? Quantas vezes essas pessoas se reuniram conosco? Nenhuma. Nunca.

Daí vem o segundo erro. Essa gente confusa, cheia de dúvidas decide sair às ruas. E parte da esquerda que nunca esteve acostumada a debater com tanta opinião distinta se assusta e começa a defender o fim das manifestações. Ou ainda, começa a propor que a esquerda não saia mais às ruas. Vocês ficaram loucos?

Vocês acham que estas pessoas vieram da onde? Um contingente de milhões de aliens que a direita trouxe de Marte para dar o Golpe no país? Essas pessoas são o cobrador do ônibus, ou o filho dele. O taxista, ou os netos dele. A atendente do Mc Donalds, ou os primos dela. A telefonista do telemarketing, ou os amigos dela. O nerd da sala, que nunca nem abria a boca pra falar de política, ou os amigos errepegistas dele. Essa multidão é gente nem de esquerda e nem direita que saiu às ruas para protestar. E agora que eles saíram vocês pedem pra voltar? Acusam de golpistas de direita? Vocês só podem estar loucos. Ou mal acostumados. Nas ruas a esquerda convicta é minoria mesmo. Mas não era assim antes? Nas ruas tem a direita, a esquerda, os confusos, os nem isso nem aquilo, os ambas as coisas. Mas não era assim antes? Mas agora essa gente toda está na rua. E você, com seu preconceito de classe média ilustrada, os acusa de bando de ignorantes, mal-educados e direitosos.

Como eles não são e não pensam como você, você desiste e volta a se contentar com seu Facebook. Jesus apague a luz, os coxinhas não estão nas ruas segurando a bandeira do Brasil e com a cara pintada de verde e amarelo. Eles estão vestindo camisetas vermelhas com a cara do Che Guevera. Que mundo estranho, isso sim está me deixando confusa. Mas eu prefiro seguir nas ruas, é lá que as dúvidas serão tiradas a limpo.

Fraternalmente,
Nathalie Drumond, GTN Juntos!

foi mal, esqueci a fonte
 
Dilma propõe 5 pactos e plebiscito para constituinte da reforma política

A presidente Dilma Rousseff propôs na tarde desta segunda-feira (24) aos 27 governadores e aos 26 prefeitos de capitais convidados por ela para reunião no Palácio do Planalto a adoção de cinco pactos nacionais (por responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte, e educação).

Em relação ao segundo pacto, a presidente apresentou a proposta de convocação de um plebiscito para que o eleitorado decida sobre a convocação de um processo constituinte específico destinado a fazer a reforma política.

"Quero neste momento propor um debate sobre a convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico para fazer a reforma política que o país tanto necessita. O Brasil está maduro para avançar e já deixou claro que não quer ficar parado onde está", declarou a presidente.
Fonte
 
Já postei no fb, mas achei digno postar aqui tbm.

Vela no facebook ontem à noite disse:
Consegui juntar as peças desse quebra-cabeças de coisas estranhas com as manifestações. Espero estar errado, mas se estiver certo é muito, muito pior que um golpe de estado interno (tipo militar).

FAÇAM REIVIDICAÇÕES BEM PONTUAIS. Peçam coisas que só fazem sentido pra quem vive no Brasil (tipo "não à PEC 33"). *NÃO APAREÇAM* pedindo coisas genéricas, como "fim da corrupção". E principalmente, em hipótese alguma sob nenhuma boa desculpa peça ou nem sequer mencione nada que tenha a palavra "democracia".

A minha hipótese é que quem está armando toda a confusão nas manifestações está querendo ganhar apoio internacional para que um certo país (vcs sabem qual) invada o Brasil para "trazer a democracia".

E todas as coisas "estranhas" sobre as manifestações são para que as imagens (fotos e vídeos) causem o efeito desejado LÁ FORA. É por isso que nada está fazendo sentido para nós. Não precisamos entender. O objetivo é lá fora.

Se as fotos mostrarem bandeiras de partidos, o público internacional pensará "estão em luta partidária, isso não é problema nosso". Mas se aparecemos vestindo bandeiras brasileiras e com as caras pintadas com as cores e símbolos *que todos os países conhecem*, vão pensar "o povo brasileiro protesta contra o governo tirano, precisam de ajuda". O apartidarismo é natural, mas está sendo alimentado, pq marcas de partidos internos (marcas de democracia) estragam a foto pra cena sendo armada lá fora.

Ônibus sendo incendiados fora de contexto, coisas pixadas, quebradas, mostram um "país em crise". Fazem com que a briga não seja um grupo social pedindo uma mudança na lei, faz parecer que o país está em caos.

Polícia recebendo ordens injustificadas de tomar atitudes que serão noticiadas lá fora (por nós mesmos, que caímos como um patinho) como fascistas. Já parou pra pensar em como a política internacional se comporta diante de um país denunciado como fascista?

A truculência da polícia é bizarra onde tem mais presença internacional, tipo jogos. Lembram do japonês gritando tentando fugir com a esposa e filho? É exatamente esse tipo de coisa que eles precisam mostrar lá fora.

Em Porto Alegre, a polícia apareceu quando a manifestação foi pra onde? Pra perto do jornal. Jornal tira fotos, faz filme, é visto internacionalmente.

Todas as bizarrices são montagens de cenário pra aparecer lá fora como um país que precisa de ajuda.

E qual o problema de alguém ajudar?

Bom, se a Suécia viesse dar a democracia dela, eu aceitava de boa. O problema é que quem vai fazer isso é um país dominado por empresas. Nós temos amazônia (remédios), aqüífero Guarani (água!), plantações de soja (vcs sabem o nome da empresa, né?), e por aí vai.

Agora entendem pq pedidos como "impeachment do presidente", "chega de tanta corrupção", e pedidos genéricos são perigosos?

E os partidos? Se temos muitos partidos, é normal na democracia. Agora pense como a política internacional vê um país que só tem um grupo no poder? Aí a gente hostiliza os partidos, vem um imbecil (ou vendido...) propondo extinguir os partidos. A galera aqui com medo de "ih, será que os militares vão tentar tirar o PT?" e lá vem o exército do país-que-você-sabe-qual arrancar o país de nós e enfiar goela abaixo o colonialismo apelidado de democracia.

Acha que estou louco? Pois é. Pense: com tudo o que você ouviu sobre a Turquia, o tal país oferecer ajuda soa até normal, né? Fizeram isso com vários supostos "ditadores" ultimamente. Sabe o problema da Turquia? Não querem que construa um shopping. Era só isso.

Se o tal país oferecer ajuda na Turquia, vcs já sabem que a invasão do Brasil está na fila.

Protestem? Protestem. Mas *NÃO LEVE NENHUM SÍMBOLO QUE FAÇA SENTIDO PRUM ESTRANGEIRO*. Verde-amarelo na bochecha é o caralho.


Acabei de ser marcado num status de ontem à tarde, apenas algumas horas antes do meu.

Relato do muito querido amigo Giovano Iannotti, que esteve na manifestação de ontem!

Querem colocar um cadáver no colo da Presidente

Ontem, 22 de junho de 2013, minha mulher e eu fomos à manifestação ocorrida em Belo Horizonte na qualidade de médicos. Somos professores e vários de nossos alunos estavam presentes. Como já havíamos testemunhado a violência no ato da segunda-feira anterior, fomos preparados para atender possíveis vítimas, levando na mochila alguns elementos muito básicos para pequenos ferimentos e limpeza dos olhos irritados por gás.
A manifestação foi tranquila durante todo o trajeto. Até mesmo a intolerância com militantes de partidos de esquerda foi pouco vista. Uma grande bandeira vermelha era orgulhosamente carregada e, salvo um ou outro, respeitada. Contudo, o clima começou a piorar quando a manifestação encontrou o cordão policial. Como tem ocorrido, a maioria aceitou o limite imposto, mas os provocadores instavam os moderados a enfrentarem a polícia. Parecem colocados estrategicamente entre o povo, porque se repartem em certo padrão e gritam as mesmas frases.
Como é sabido, eventualmente o conflito aconteceu. Retiramo-nos para a pequenina área verde que sobra naquele encontro as avenidas Abraão Caran e Antônio Carlos. E ali ficamos tratando sobretudo intoxicações leves e ferimentos superficiais causados por estilhaços e balas de borracha. Em um momento, fui chamado para atender um senhor ferido na cabeça. Fui correndo, mas ele já passara o cordão de isolamento da polícia. Identifiquei-me como médico aos policiais do Governo de Minas Gerais e disse que poderia atender o senhor ferido. A resposta foi uma arma apontada contra meu peito. Pedi para falar com algum oficial, mas a PM recomeçou a atirar. Voltei para nosso pronto-socorro improvisado. De dentro do campus da UFMG começaram a atirar bombas de gás sobre nós que atendíamos os feridos e recuamos ainda mais, para o meio da Antônio Carlos.
Minutos depois, chamaram-nos com urgência informando que alguém caíra do viaduto José de Alencar. Quando chegamos, um jovem com o rosto sangrando estava sofrendo uma pequena convulsão. Fizemos a avaliação primária e, na medida em que surgiam problemas, tratávamos da melhor forma possível. Aquele paciente precisava de atendimento avançado urgentemente, em um centro de trauma, mas a polícia não arrefecia. Aproximou-se de mim um sujeito com o rosto tampado por uma camiseta. Ele descobriu parcialmente a face e me disse no ouvido que era policial e que pediria que não atirassem para que pudéssemos evacuar a vítima (penso ter visto esse autodeclarado policial perto de mim, quando eu tentava falar com um oficial, e depois correndo ao meu lado. Se for a mesma pessoa, ele era um dos exaltados que instavam à violência). Chegaram algumas pessoas com camiseta vermelha, na qual se lia “bombeiro civil”. Eles nos ajudaram a improvisar uma maca com um cavalete da empresa de transportes e faixas de manifestantes. Algum tempo depois, por coincidência ou não, os tiros pararam e fomos, com dificuldade, levando a vítima em direção do cordão policial. Minha mulher ficou na barreira.
Quando passamos a barreira, vi uma ambulância parada a uns 20 metros. Gritei para os que ajudavam para que fôssemos para ela. Todavia, para meu horror, a polícia não permitiu. Disse que aquela viatura era somente para policiais feridos. Tentei discutir, mas vi que seria improdutivo. Disse a um oficial, então, que conseguisse outra. Não tínhamos muito tempo. Colocamos a vítima no chão, imobilizando sua coluna cervical e iniciei a avaliação secundária. Na medida do possível, limpamos o rosto ensanguentado do jovem e realinhamos os membros fraturados. Pedi aos policiais que, pelo menos, trouxessem equipamentos da ambulância “deles” para imobilização e infusão. Recusaram-se.
Esperamos um bom tempo até que uma ambulância do resgate do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais chegasse. O veículo praticamente não tinha nenhum equipamento. Somente a prancha, talas, colar cervical e oxigênio para ser usado com máscara. “Soro” não havia. Transferimos e imobilizamos o paciente. Nesse tempo, tentávamos descobrir para onde levar a vítima. Respostas demoravam a chegar. Pensamos no Mineirão, bem próximo de nós, mas primeiro disseram que era para torcedores e depois que não dispunha de centro de trauma. Fomos para o Pronto Socorro de Venda Nova, Risoleta Neves. Lá uma colega assumiu o tratamento do ferido.
Entrei em contato com minha mulher e ela me disse havia se juntado a meu irmão, que dois outros haviam caído do viaduto e que havia vários feridos, mas que eles não estavam conseguindo mais atender.
Mais tarde, quando os reencontrei no metrô de Santa Efigênia eles me contaram uma história de terror. Depois de me deixar com a primeira vítima, minha mulher se identificou aos policiais e disse que queria passar também para me ajudar. A polícia não deixou e ameaçou atirar nela. Como as agressões reiniciaram logo depois, ela ficou presa entre bombas e pedras, até que conseguiu fugir e retomar a antiga posição para socorro, no meio da Antônio Carlos. Foi quando encontrou meu irmão. Logo depois, receberam um chamado, avisando que outro rapaz havia caído. A situação clínica desse paciente era muito pior do que a do anterior. Não interessa escandalizar ou ofender com detalhes médico-cirúrgicos. Relato somente que o quadro que os dois descrevem é gravíssimo. A vítima não reagia, estava em coma, mas respirava e o coração batia. Meu irmão, sabendo da primeira experiência, correu para os policiais, desta vez um outro cordão formado na Antônio Carlos, levantando as mãos, agitando uma camisa branca e gritando que havia um ferido morrendo. Os policiais, vários, apontaram-lhe armas e gritaram para que ele fosse embora. Quando ele tentou avançar um pouco mais, os tiros começaram e ele correu em direção de minha mulher para ajudá-la.
Ali, ao lado da vítima, perceberam que a polícia atirava neles. Relatam que já não havia ninguém próximo. Somente a vítima, ele e minha mulher de jaleco branco. Os tiros e as bombas de efeito moral e de gás vinham com um único endereço. O deles. Ficaram o quanto aguentaram; mais não puderam fazer. Desesperados, tiveram que abandonar o rapaz que morria e buscar refúgio.
Depois, tiveram a notícia de que um terceiro homem caíra do mesmo viaduto. A cavalaria já estava em ação e não havia como atravessar a avenida para socorrer essa terceira vítima. Quando cheguei em casa, alguns alunos relataram que socorreram um homem que caíra do viaduto (perece que foram quatro, no total). Quando a polícia passou, eles conseguiram chegar à vítima e ficar com ela até que o SAMU chegasse.
Algumas ideias ficam em minha cabeça. Quem já conviveu com militares sabe na maioria das vezes reconhecer um por sua forma de agir, andar, cortar o cabelo e de falar. Sem leviandade, acredito que vários dos provocadores eram militares infiltrados. Vi o homem de rosto coberto dizer ser policial e que pediria para que os policiais alinhados dessem uma trégua e nos deixassem passar. Isso aconteceu. Outra imagem simbólica foi ver a tropa de choque da Polícia Militar de Minas Gerais dentro de uma universidade federal (deveria ser um território livre e sagrado da paz, da inteligência e da cultura) fechada para os estudantes. Da universidade vinham bombas que machucavam a juventude. Já ampliando o horizonte, o Itamaraty em chamas, a bandeira de São Paulo queimando, o Congresso quebrado, um governador sitiado em sua casa. Há que se ler nos símbolos e nos fatos. Amplie-se mais esse horizonte. Não se vê que os métodos são os mesmos usados nas “primaveras” árabes, em Honduras, no Paraguai, no Equador, na Venezuela e que começa também a ser usado na Argentina?
Nada há de espontâneo no que está ocorrendo e não é à toa que os meios de comunicação têm promovido e estimulado a agressividade e a multiplicidade de slogans e bandeiras. Não é verdade que não haja líderes nessas manifestações. Os líderes estão nas sombras, colhendo os frutos das últimas tecnologias. São discretos. Quem sabe o que são o Instituto Millenium, o instituto Fernando Henrique Cardos, o Council on Foreign Relations, a Trilateral Commission, o Carnegie Council? Preparam o Brasil para a guerra global idealizada pelos think tanks? É essa a forma de chegar aos recursos naturais do imenso território brasileiro sem a mínima resistência de governos mais progressistas? Incomoda o acordo com a Rússia para a compra e desenvolvimento de armas?
Uma certeza: querem atacar a democracia. Em vez de atacar partido, tome partido. Você está sendo manipulado. Pelo que vi e vivi é certo que querem jogar um cadáver no colo da Presidente Dilma.

Giovano Iannotti
Professor de Medicina


É agora que perdemos a amazônia?
 
Tenho medo. Seria realmente uma estratégia para se apossar dos recursos da fauna e flora Brasileira ? Será que realmente chegou o dia em que olhos cobiçosos se voltam para a terra verde e amarela ? Não sei, isso o futuro, talvez nem tão distante, nos diga
 
Sobre a notícia dos 5 pactos e plebiscito: Estou especialmente curioso sobre o plebiscito. Duvido muito que os pontos citados na matéria que o Bruce postou serão considerados. Até onde entendo, esse fundo partidário é uma indecência e o coeficiente eleitoral não fica muito longe.

É claro que mais dinheiro para saúde e educação são ótimas ideias, mas acho que essa reforma política é imprescindível. Só que não apenas para mudar a forma como escolhemos os nossos políticos, mas também para mudar a forma como os nossos políticos fazem política. Talvez esse seja um bom momento para voltar o debate sobre o voto distrital, por exemplo.

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Sobre a invasão norte-americana: Sinceramente não vi lógica no assunto. Na verdade, acho que justamente é pior ficar com demandas pontuais. Já que os políticos vão tentar atende-las, só para acalmar as manifestações, mesmo que essas demandas não representem a vontade da maioria democrática. O precedente que isso traz para a nossa democracia não é dos melhores.
 
Acho que o Vela viajou com essa história de invasão norte-americana, mas não nego que há um fedor de conspiração na coisa toda.

Só comecei a ficar preocupadíssimo (e todo o pessoal de Direito também) com essa história de nova constituinte. Isso é loucura. Espero que encerrem de uma vez por todas esse assunto.
 
Existem grupos de militares e de extrema-direita infiltrados sim, até com aquela coisa estúpida do PMB (Partido Militar) e umas dezenas de defensores de um novo golpe militar, mas isso é delírio de rede social, de gente que nem nas manifestações vai, com exceção de anarco-punks e uns skinheads.

E essa história de intervenção norte-americana é balela gigante, só por conta de um vídeo em inglês falando dos protestos em linguagem viral já teve uma galera conspiracionando. Delírios. Como se os EUA não tivesse mais o que fazer que se preocupar com a nossa Amazônia.
 
Acho que o Vela viajou com essa história de invasão norte-americana, mas não nego que há um fedor de conspiração na coisa toda.

Só comecei a ficar preocupadíssimo (e todo o pessoal de Direito também) com essa história de nova constituinte. Isso é loucura. Espero que encerrem de uma vez por todas esse assunto.

Fiquei com a impressão que essa declaração dela foi bem atrapalhada. Constituinte para propósito único parece uma certa banalização do instrumento.

Além disso, tem aquele papo de que isso não é exatamente uma atribuição do Executivo e que o Congresso é que deveria votar a Reforma Política, que vem sendo empurrada co ma barriga há alguns anos.
 
Fiquei com a impressão que essa declaração dela foi bem atrapalhada. Constituinte para propósito único parece uma certa banalização do instrumento.

Além disso, tem aquele papo de que isso não é exatamente uma atribuição do Executivo e que o Congresso é que deveria votar a Reforma Política, que vem sendo empurrada co ma barriga há alguns anos.
Ainda não assisti ao discurso dela de hoje, mas teve gente tocando nesse assunto ao longo da semana. Nossa Constituição é excelente, uma das melhores do mundo: não há nada nela que impeça a Reforma Política ou qualquer das reivindicações mais populares. Falar sobre uma nova constituinte é abrir margem para um golpe. Até por isso acho estranho Dilma ter mencionado isso: não faz sentido o atual governante cogitar tal risco.
 
Nossa Constituição é excelente, uma das melhores do mundo: não há nada nela que impeça a Reforma Política ou qualquer das reivindicações mais populares.
Assim, juro que é uma dúvida honesta, mas você pode me dizer pq acha a nossa CF excelente? Uma das melhores do mundo?
Pq o pouco que eu conheço, discordo bem... Tendo a acha-la extremamente prolixa e cheia de gargalos que permitem flexibilizar leis e interpretações da mesmas, com inúmeras brechas.

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Última edição por um moderador:
Assim, juro que é uma dúvida honesta, mas você pode me dizer pq acha a nossa CF excelente? Uma das melhores do mundo?
Pq o pouco que eu conheço, discordo bem... Tendo a acha-la extremamente prolixa e cheia de gargalos que permitem flexibilizar leis e interpretações da mesmas, com inúmeras brechas.
Se você acha a nossa Constituição cheia de brechas, imagina se ela não fosse prolixa. :dente: A que gargalos você se refere?

De qualquer forma, todos os constitucionalistas que eu li sempre foram unânimes ao fazer o estudo comparado, seja com outras constituições do mundo ou com as constituições brasileiras passadas: a CF de 1988 é excelente. Eu também nunca tive nenhuma grande crítica a fazer.

O único problema, na verdade, é ela não ser devidamente obedecida (principalmente no que se refere às normas programáticas), mas isso é não é um problema dela, e sim dos administradores públicos.
 
Última edição:
Se você acha a nossa Constituição cheia de brechas, imagina se ela não fosse prolixa. :dente: A que gargalos você se refere?

De qualquer forma, todos os constitucionalistas que eu li sempre foram unânimes ao fazer o estudo comparado, seja com outras constituições do mundo ou com as constituições brasileiras passadas: a CF de 1988 é excelente. Eu também nunca tive nenhuma grande crítica a fazer.

O único problema, na verdade, é ela não ser devidamente obedecida (principalmente no que se refere às normas programáticas), mas isso é não é um problema dela, e sim dos administradores públicos.

Então... Acho que prolixidade não é sinônimo de assertividade.
Acho que você pode ter uma coisa mais direta e bem melhor amarrada. Às vezes entendo até, que essa possibilidade de se procurar por brechas se dá exatamente por ser tão prolixa e por ter tantas emendas.

Os gargalos que eu cito são questões que levam à criação de algo exatamente como a PEC37.
É um texto cheio de furos, que dá abertura para "n" entendimentos. A responsabilidade do MP é claro no papel, mas não é na prática, tanto que ele atua nas investigações. Aí, para se contornar isso, o que faremos? Mais uma emenda... Não sei, me parece que nossa Constituição é tão emendada que acaba perdendo uma visão mais clara.

Mas é aquilo... Eu não sou jurista, não sou constituicionalista...
 

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