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[Coluna] Protestar não restringe o direito de ir e vir. Aumentar a tarifa de ônibus, sim

Falou com a voz de songa-monga de sempre, mas se for cumprido tudo o que foi prometido, vai ser ótimo. E eu vou cobrar:

1. 100% dos Royalties do Petróleo para a Educação.
2. Importação imediata de médicos qualificados.
3. Projeto de qualidade e barateamento da mobilidade urbana com todos os governadores e prefeitos das principais cidades.
4. Reforma Política
5. Criação de mecanismos de participação da população nas decisões dos líderes.
6. Criação de mecanismos no combate à corrupção.


Agora eu acho que tá na hora de o pessoal ir para casa, e dar um tempo para que as promessas sejam cumpridas. Se até a Copa do Mundo no ano que vem ela já não tiver cumprido tudo, ou pelo menos que já esteja muito bem encaminhado, aí ela vai ter se ferrado. Vai ter tudo de novo na Copa, e ela vai perder as eleições.

Aliás, na Globo News falaram uma pesquisa que fizeram com os manifestantes na rua, para saber em quem elas votariam nas eleições para Presidente do ano que vem:

1º Joaquim Barbosa (30%)
2º Marina Silva (22%)
3º Dilma (10%)
4º Aécio (5%)




Eu acho que foi conveniente pra ela fazer isso, porque tá uma guerra pelos Royalties do Petróleo. Rio de Janeiro e Espírito Santo querem tudo para eles, mas o resto do Brasil pede para dividir. Desse jeito ela mata essa discussão.

E eu acho que 100% vai ser algo revolucionário. Acho que a educação pública no Brasil precisa disso sim. Muito por conta das escolas no interior do sertão, no nordeste, no norte, no Mato Grosso, etc... Tem que dar um salário digno para os professores, contratar mais professores, e investir em equipamentos e estrutura mesmo.

Mas é aquele negócio... Se não cumprir, ano que vem o castelo pega fogo de novo.

Sei não Thor, acho que tá cedo pra simplesmente ficar com as palavras dela. Os protestos tem que continuar, se não vai ser mais promessas não cumpridas, pressão é muito importante num momento como esse. Temos que ficar na cola para que isso realmente saia das palavras e vire uma realidade, e dependendo de como as coisas forem feitas, reclamar em tons mais altos ou mais baixos, que ela de motivos para que pare as manifestações, e não apenas promessas.
 
Vale lembrar que os royalties destinados para a educação são os oriundos do Pré-Sal, que tem um ritmo próprio de produção e tal.

Acho que precisamos é de mecanismos para melhorar a qualidade dos legisladores.
 
De um confrade do facebook.

Raphael Machado disse:
Há muita gente no meu Facebook que necessita de algumas aulas de práxis política. Geralmente é gente que vive o mundo da Política no discurso, normalmente virtual. Gente que nunca foi a protesto, nunca participou de qualquer movimento, gente que nunca militou na rua por nada, etc.

Então vamos à aula:
O Revolucionário está onde houver um inimigo claro, uma causa justa e camaradas de luta em cujo lado lutar. Ponto.
Você não pergunta pro indivíduo sufocando com gás lacrimogênio do seu lado sob uma chuva de balas de borracha se ele é marxista-leninista ortodoxo anti-revisionista, se ele é fascista de esquerda pós-republicano ou se ele é anarcocomunista trotskista da Quarta Internacional, pra saber se você deve ajudar ou não, estar ali ou não, e se a resposta dele não for do seu nicho minúsculo e irrelevante de agrado, daí você taca pedrada nele ao invés de na polícia.

Ser um "Camarada" não é um status alcançado por algum tipo de "profissão de fé ideológica" ou coisa do tipo. Tem gente que usa esse termo com liberalidade demais, pra qualquer pessoa que concorde mais ou menos com um punhadinho minúsculo de posições comuns ou que não goste de duas ou três coisas de que não gostamos ou que tem um pouco de interesse por uns dois autores de que gostamos também.

A "Camaradagem" é um laço carismático "circunstancial". Esse laço só emerge nos momentos de ação. Não existe Camaradagem fora da ação. Quem não tá na ação, na linha de frente, lutando ao meu lado não é meu "Camarada" só porque lá em sua casa compartilhou uma propaganda do Julius Evola ou coisa do tipo.
É essa consciência que se tem que ter, a não ser que se deseje dar a vitória aos inimigos fundamentais, e a não ser que se queira desintegrar essas frentes únicas que se vinham formando.

Ontem eu lutei lado a lado por horas com anarquistas, punks, comunistas e gente da periferia, e tenho orgulho de dizer que esses aí se provaram mais camaradas, mais corajosos e mais valorosos do que essa galerinha cheia de reticências, preocupações, paranoias, "nãometoques" e "aimeucu" em relação às manifestações.

Belo e moral.
 
Morfindel, eu não vou premiar a sua pressa. Leia com atenção, de novo, o conceito de suprapartidário e vai entender o que está acontecendo. Uma dica... Apolítico é diferente de supra. Supra é superior e todo mundo tem direito de se manifestar.

Eu não disse que não tem. E quando falo não falo dos apolíticos, falo dos anti-partidários. Eles não querem ser representados por partidos nem querem deixar as outras pessoas escolherem se elas se sentem ou não representadas. Eu não tenho talento pra ditador. Que venham partidos de direita com pautas interessantes pra discussão. Como disse o Paganus, aqui temos um bom debate de ideias. Mesmo quando alguém de uma ideologia diferente posta seus argumentos eu leio, mesmo achando que não vou concordar eu leio, vai que eu mude minha opinião.

E não ofenda a situação do Brasil acusando as cidades afetadas de "roubarem" uma idéia. Se você viu um crime e tem provas denuncie no órgão, se não tiver então é cúmplice de espalhar o boato.

Eu não disse cidades e com "roubar" entendam "se apropriar" já que quem começou foi outro grupo. E eu não disse (se dei a entender foi erro meu) que pessoas de outras ideologias não pudessem participar, o MPL nunca falou contra a presença de partidos de outras ideologias (que eu saiba pelo menos), então não estou falando isso.

Esse "se alguém aparecer" é um insulto gratuito (não apenas para a direita mas para quem for bom entendedor) e eu não vou responder.

Não, não é. Não vou falar da geral, mas muitas das pessoas que agora querem pautar as manifestações eram aquelas que não ligavam pra política até semana passada, mas quando viram que as coisas podiam sim ser alteradas (e para desespero delas) do jeito que elas não gostariam aí decidiram se mexer.

Sem noção, Morfs, sem noção. Acho que deveriam cobrar a carteirinha do partido pra permitir participar das manifestações. Tu realmente acha que isso é uma revolução de esquerda. Lamentável.

Não, quanto mais gente melhor, mas não precisa concordar, só aceitar que quem começou foram movimentos de esquerda. Mas se o objetivo é redução das passagens a ideologia não interessa. O problema é querer impor suas pautas que não eram do movimento.

É claro, a pauta sempre foi pela redução de 20 centavos. Aliás, o movimento podia acabar agora.

Não só por isso, a melhoria do transporte também faz parte. Como algumas pessoas disseram: o problema não é a passagem custar 4 reais se a qualidade valesse os 4 reais, mas esse preço não condiz com a realidade.

Fala sério, né? Você tem provas que os "sem partido" são representantes da direita?

Errei em generalizar, me baseio pelos comentários e postagens na internet. Mas na medida em que dizem: "meu partido é o Brasil" isso é sim de extrema-direita.

Um ser podre que foi condenado pelo STF como presidente da câmara, e outros da mesma laia assumindo outros cargos.

Ele foi eleito pelo Legislativo não foi pelo PT.

Não entendo muito o boicote à Copa ou o apelo ao povo para não virem... O dinheiro já foi gasto, o roubo já aconteceu. Não termos público para o evento não vai mudar isso em absolutamente nada.

"Hoje" (como ainda não fui dormir pra mim foi hoje) o senador Cristovam Buarque falou justamente isso, depois de bilhões investidos eles querem cancelar? Eu até cheguei a postar no Facebook aquilo (que não deveria ter postado) de pedir para não virem para a Copa, mas ele falou e faz sentido. Vão nos devolver o dinheiro investido?

Ou você levanta bandeira ou você é anti-partidarista

Não, há uma diferença em ser apartidário (não se sentir representado por partido nenhum) e ser anti-partidário (não querer que ninguém possa escolher se é ou não representado por algum partido). Você pode não levantar bandeira e não ser anti-partidário.

E outra, não consigo aceitar pessoas que lutam pelo direito da esquerda de brandar suas crenças e suas opiniões, mas que na primeira opinião contra, xinga de fascista e tira o direito do outro lado de expor também suas opiniões. Sim, fascismo é stricto senso de direita, mas vamos combinar? Se há direito de expressão de um lado, deve haver do outro também.

Ninguém expulsou integrantes de grupos de extrema-direita de lá, foram integrantes de extrema-direita que espancaram e expulsaram integrantes de grupos de esquerda.

Ela só não tocou no delicado PEC37, mas acredito que com a promessa de reformas políticas ela deve englobar isso.

Isso é atribuição do Legislativo, não?
 
Opinião de Cristovam Buarque sobre o Vandalismo:





Como eu já disse antes...não condeno o vandalismo em sua totalidade....e os argumentos estão aí para justificar! O inaceitável é a violência de um Senado VAZIO NUMA HORA DESSAS, como disse o próprio Cristovam Buarque!
 
Última edição por um moderador:
Eu não disse que não tem. E quando falo não falo dos apolíticos, falo dos anti-partidários. Eles não querem ser representados por partidos nem querem deixar as outras pessoas escolherem se elas se sentem ou não representadas. Eu não tenho talento pra ditador. Que venham partidos de direita com pautas interessantes pra discussão. Como disse o Paganus, aqui temos um bom debate de ideias. Mesmo quando alguém de uma ideologia diferente posta seus argumentos eu leio, mesmo achando que não vou concordar eu leio, vai que eu mude minha opinião.



Eu não disse cidades e com "roubar" entendam "se apropriar" já que quem começou foi outro grupo. E eu não disse (se dei a entender foi erro meu) que pessoas de outras ideologias não pudessem participar, o MPL nunca falou contra a presença de partidos de outras ideologias (que eu saiba pelo menos), então não estou falando isso.



Não, não é. Não vou falar da geral, mas muitas das pessoas que agora querem pautar as manifestações eram aquelas que não ligavam pra política até semana passada, mas quando viram que as coisas podiam sim ser alteradas (e para desespero delas) do jeito que elas não gostariam aí decidiram se mexer.



Não, quanto mais gente melhor, mas não precisa concordar, só aceitar que quem começou foram movimentos de esquerda. Mas se o objetivo é redução das passagens a ideologia não interessa. O problema é querer impor suas pautas que não eram do movimento.



Não só por isso, a melhoria do transporte também faz parte. Como algumas pessoas disseram: o problema não é a passagem custar 4 reais se a qualidade valesse os 4 reais, mas esse preço não condiz com a realidade.



Errei em generalizar, me baseio pelos comentários e postagens na internet. Mas na medida em que dizem: "meu partido é o Brasil" isso é sim de extrema-direita.



Ele foi eleito pelo Legislativo não foi pelo PT.



"Hoje" (como ainda não fui dormir pra mim foi hoje) o senador Cristovam Buarque falou justamente isso, depois de bilhões investidos eles querem cancelar? Eu até cheguei a postar no Facebook aquilo (que não deveria ter postado) de pedir para não virem para a Copa, mas ele falou e faz sentido. Vão nos devolver o dinheiro investido?



Não, há uma diferença em ser apartidário (não se sentir representado por partido nenhum) e ser anti-partidário (não querer que ninguém possa escolher se é ou não representado por algum partido). Você pode não levantar bandeira e não ser anti-partidário.



Ninguém expulsou integrantes de grupos de extrema-direita de lá, foram integrantes de extrema-direita que espancaram e expulsaram integrantes de grupos de esquerda.



Isso é atribuição do Legislativo, não?

Felizmente. Mas vale frisar outra vez (repito) que o que é supra-partidário nunca pode ficar atrelado a imagem negativa diante do público igual poderia ser inferida na demonização da oposição. As manifestações vindas a partir desse conceito devem ser sempre esperadas e desejadas que é para fortalecer as cobranças. Não deve pertencer a este ou aquele e é uma visão conquistada pela nação.

É um conceito mais universal que deve ser buscado decentemente por todos. Daqui a 100 anos as mesmas causas e necessidades (educação, saúde, transporte, etc...) vão continuar atraindo pessoas de diferentes tendências e pensamentos políticos como sempre ocorreu (igual o sol que brilha pra todos). Porque até tribos atrasadas possuem visões próprias dessas áreas em versão primitiva (educação das crianças, proteção, remédios...). A busca pela melhora não para. A bem da verdade é o que sustenta o estado e permite que lados opostos vivam debaixo da mesma proteção.

Essas causas básicas, sempre e naturalmente se tornam grandes (como os filhos por exemplo) e saem do controle do criador assumindo vida própria, legitimidade e movimentos independentes. Estas causas (idéias) eram livres porque são necessidades que circulam livres desde antes do Brasil e também fora do Brasil. Por serem tão antigas, de vez em quando elas geram explosões e reclamações generalizadas e se já vieram com as pessoas do país então ocorre o que aconteceu. Que se um partido ou grupo viu a necessidade, então outros também já estavam vendo a muito tempo e decidiram que cada um teria vida independente e não conectada ao grupo que funcionou como gatilho inicial. E por isso houve a massa de pessoas sem foco postada em alguns textos daqui do tópico. E não é igual abrir uma loja de som e vir um concorrente querendo abrir outra loja de som na frente da dele. A inflação estava gerando insatisfação desde antes do tomate e mais dia menos dia as vozes se unem. É igual mostrar uma pizza fumegante na frente da turma perto do meio-dia. O público vai se unir em expressões de emoção. As emoções são contagiosas e existe ainda o efeito de transe e hipnose.

Esse é um debate que afeta também o sistema da internet. O aparecimento de um grupo de pessoas emulando o comportamento da "voz que clama no deserto" (anônimos) pega uma idéia original e a converte em outra que não tem a identidade do profeta inicial e por isso é um símbolo inferior. A idéia original e correta é o cidadão pagar o preço por ter uma personalidade e identidade em que o preço correto é a argumentação fundamentada, a informação sendo comprada pelo valor real que tem e não apenas pela beleza lógica (apesar de que a beleza lógica sempre vem acompanhada das propostas verdadeiras).

Infelizmente, o internauta atual e o cidadão brasileiro não possui interesse em pagar o preço da reputação de "netizen de facebook" assumindo uma personalidade real e acima de tudo interessante, porque falta segurança na rede. Por isso tinha dito que ainda vivemos em nuvens de cor de rosa que a impressão ainda fica e a ilusão é especialmente forte na internet.

E sobre o insulto é porque é porque ainda que tenha sido uma piada é uma ilusão (uma mentira). Na verdade as pessoas precisam se interessar em saber o que ocorre nas assembléias públicas de cada partido. Dizer que ninguém vai aparecer em que sentido? Qual o compromisso com a realidade se estimula as pessoas a agirem por impulso, moda, ou só para costurar alianças? A fiscalização correta de projetos de partidos não pode viver sem apreciação honesta do valor de cada projeto e isso passa pelo interesse em estimular que as pessoas presenciem e vejam cada proposta com ar fresco. Uma vez alguém disse que a liberdade possui um ar refrescante, que é como um vento levemente frio que não permite que a pessoa se acomode demais.
 
Última edição:
o MPL nunca falou contra a presença de partidos de outras ideologias (que eu saiba pelo menos), então não estou falando isso.

Pedro criticou alguns grupos que estavam na manifestação. “Militantes de extrema direita querem dar ares facistas a esse movimento”, afirmou. Para Lucas, "a hostilidade sempre existiu".

Mas na medida em que dizem: "meu partido é o Brasil" isso é sim de extrema-direita.

Juro que não de onde saiu essa sua associação.

Ninguém expulsou integrantes de grupos de extrema-direita de lá, foram integrantes de extrema-direita que espancaram e expulsaram integrantes de grupos de esquerda.

Nesse mesmo post você falou que não tem provas sobre isso. Perda de memória recente? Remember Sammy Jankis...

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Como eu já disse antes...não condeno o vandalismo em sua totalidade....e os argumentos estão aí para justificar! O inaceitável é a violência de um Senado VAZIO NUMA HORA DESSAS, como disse o próprio Cristovam Buarque!

O vídeo é bom e toda num dos principais problemas: Pessoas erradas no legislativo. É claro, eu poderia falar que isso é pq nós votamos nas pessoas erradas. Isso é verdade, mas não é todo o problema. Os incentivos que levam alguém a querer ser deputado ou senador é que estão errados. Dificilmente a maioria quer entrar para o legislativo pq realmente tem a vocação e o desejo de legislar. Legislar sobre o próprio salário é que algo atrativo. Os benefício diretos e indiretos (oportunidades de roubar) é que são atraentes.

Eu não sei se o vídeo abaixo é muito velho, desatualizado ou se faltam informações mais detalhadas. De qualquer forma, parece uma utopia interessante.

 
Última edição por um moderador:
Eu desprezo profundamente essas associações entre bandeira do Brasil, hino nacional e 'extrema-direita'.

Aliás, essa coisa marxista de 'proletário universal' é uma das maiores babaquices já escritas e já foi refutada pelas próprias experiências revolucionárias do marxismo. Quem crê nisso não tem nem mentalidade de Guerra Fria, tem é mentalidade de século XIX mesmo. E no entanto o marxismo leninista no Brasil ainda abraça essas bizarrices.

Mas enfim, associar nacionalismo com extrema-direita é já complicado, agora patriotismo com extrema-direita. De boa, vão se foderem. Isso é cegueira, burrice ideológica.
 
Não, há uma diferença em ser apartidário (não se sentir representado por partido nenhum) e ser anti-partidário (não querer que ninguém possa escolher se é ou não representado por algum partido). Você pode não levantar bandeira e não ser anti-partidário.
Sim, teoricamente está clara a diferença, Morfs.
Mas a minha reclamação é exatamente o esquecimento na pressa de brandar opiniões por aí. Muitas pessoas esquecem da diferença de apartidarismo e anti-partidarismo e etiquetam qq um de anti-partidário. O meu problema é exatamente este. Estão criando extremismos por aí onde certamente não deveria existir.


Ninguém expulsou integrantes de grupos de extrema-direita de lá, foram integrantes de extrema-direita que espancaram e expulsaram integrantes de grupos de esquerda.
E mais uma vez eu faço a pergunta do Grimnir... Como você tem certeza que as pessoas são de extrema direita? Acho muito fácil tomar essa vertente como Judas e dizer que toda violência, toda a reclamação partem deles.
 
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Mais do confrade Uriel Irigaray:

Meus amigos de esquerda (sejam vocês pós-modernos feministas ou marxistas-leninistas do PSTU ou ainda petistas da esquerda católica), vocês estão reclamando que os protestos estão cheios de "reaças" (reacionários) e querem que os reaças saiam das ruas. Se os reaças sairem das ruas, só vão sobrar... vocês. E seus amigos de DCE, do partido ou do seu movimento social. E aí ninguém vai ligar. Como ninguem nunca ligou. Não vai encher uma avenida paulista ou uma esplanada de Brasília com 50 mil pessoas. Os "reaças" são o povo brasileiro, são o material humano do qual vocês dispoem. Eu sou o primeiro a reconhecer que só quem protesta e quem faz algo no Brasil é a esquerda militante dos movimentos sociais. E os admiro por isso. Mas os movimentos sociais têm sucesso quando lutam por causas que gozam de amplo apoio popular, até mesmo entre os "reaças". Reaça também quer ônibus funcionando bem, quer serviços públicos de qualidade. O brasileiro médio (de classe média e mais ainda o brasileiro pobre!) pode não ter uma opinião tão esclarecida ou progressista quanto a sua com relação ao casamento gay, mas ele também quer hospitais publicos de qualidade e quer, em suma, que o Brasil se torne uma social-democracia de fato, com um welfare state decente. É a hora de aproveitar esse consenso, essa mobilização das massas e avançar com base nisso. Se houver uma reforma política, se a corrupção se tornar crime hediondo, se o governo (a Dilma ou quem for) criar vontade politica pra desmantelar a máfia dos transportes publicos e outras máfias, isso já terá sido um ganho enorme. Guarde sua bandeira gay e seu cartaz de "legalize já" e sua foice e martelo pra quando o Brasil fôr ao menos um país com uma saúde pública decente. Ou ao menos guarde-a na gavete só um pouquinho... Só agora... Agora é hora de somar forças e construir um consenso e não de criar divisões e alienar a população mais conservadora ou assustá-la. Nós não estamos no Canadá, na França, numa social-democracia avançada com uma população altamente escolarizada e esclarecida. Nós estamos num país latino-americano de terceiro-mundo que precisa dum Estado forte pra poder peitar o empresariado mafioso e os banqueiros. Reforma agrária, justiça social e saúde pública são temas não só mais urgentes (independentemente de juizos de valor) e com mais apoio poular (estrategicamente falando) do que a legalização da maconha ou o casamento gay. Eu admiro a capacidade de ação da esquerda e seu espírito de luta - mas eu acho que a esquerda está tomando um choque de realidade agora. E ela precisa desse choque, quiçá o merece. O povo não é "de direita", não é fascista nem neoliberal. Na verdade as aspirações do povo mais "reaça", meu caro esquerdista, são as mesmas aspirações suas, em grande medida. Suas categorias dogmáticas e suas dicotomias estanques não conseguem apreender o espírito do povo. Vocês não entendem a alma brasileira. Olhem pra Hugo Chavez e pra Getúlio Vargas, pra Brizola (e, por que não, para Lula) e aprendam alguma coisa, senhores. Se me permitem dizer-vo-lo.



Eu não tenho a pretensão de compreender o caos todo que está acontecendo, mas me parece que os especialistas e as pessoas engajadas, os direitistas ferrenhos, os esquerdistas militantes etc etc estão todos tentando enquadrar o que ocorre em suas categorias, em esquemas mentais talvez inapropriados, em conceitos fetichizados.

Exatamente o que eu venho dizendo desde o começo quando falei a amigos direitistas para aderirem aos protestos, mas mil vezes mais certeiro, cirúrgico.
 
tava vendo esse tumblr aqui >> http://faixababaca.tumblr.com/ e pensei numa coisa.

são aí 10 anos como admin na valinor. 10 anos lidando com um grupo pequeno de nerds tão diferentes entre si, que em comum têm só o gosto por tolkien (às vezes nem isso). e já tivemos muita dor de cabeça por ter que tomar determinadas situações, porque elas agradavam uma maioria de usuários, mas incomodavam uma minoria ("minoria barulhenta", como chama o fábio). não estou dizendo que foram sempre acertos, erramos pracaraleo nesse tempo todo, o que serviu de lição. mas o que quero dizer com isso é... imagina como é "administrar" um país como o brasil. se aqui temos a "cola" tolkien, como brasileiros nossa única "cola" é essa, ter nascido no brasil. e aí aparece esse tumblr e achamos cretino quem vai para a rua protestar contra o bolsa família (eu acho), mas vocês têm noção do pepino que os "administradores" têm em mãos no momento? NADA, absolutamente NADA do que eles façam hoje ou amanhã satisfará TODO MUNDO. então sempre terá um grupo de insatisfeitos, que se acha de alguma forma injustiçado pela gestão do momento.

enfim, pira minha. #xatiada com o que rolou no centro cívico ontem, independente dos canais para comunicação que o fruet abriu (e a redução da tarifa, e a prestação de contas sobre o transporte público).
 
Alguém sabia dessa belezoca aqui???
Run for the hills!!!!!!!!!! :ahhh:

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Protesto contra PEC 37 em São Paulo vira ato de oposição ao governo Dilma

Manifestação reúne número bem menor do que o previsto pela PM. Além da PEC, via-se cartazes contra corrupção, governo, pela redução da maioridade penal e direitos dos animais

Cerca de 30 mil pessoas se reuniram na tarde deste sábado (22) na Avenida Paulista para protestar contra a PEC 37 que limita os poderes de investigação do Ministerio Público, mas o ato acabou se tornando um protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff. O grupo se reuniu na Avenida Paulista, na altura do Masp e desceu a Consolação, bloqueando o trânsito das duas avenidas em ambos os sentidos. Depois, se dividiu: parte dos manifestantes foi para Rua Xavier de Toledo em direção ao Anhangabaú e parte se dirigiu à Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Um grupo de cerca de mil pessoas chegou a se sentar na frente da Prefeitura e cantou o hino nacional, enquanto perto dali, no Anhangabaú, o grupo de rock RPM tocava músicas de Caetano Veloso e Pink Floyd.

Apesar de ter começado pequena e crescido ao longo da tarde, o número de manifestantes foi bem aquém da previsão inicial de Polícia Militar, que esperava cerca de 80 mil pessoas , e menor ainda dos 230 mil que confirmaram presença no evento pelo Facebook.

A grande maioria dos manifestantes protestou contra impunidade e corrupção, de maneira genérica. Mas quando as manifestações citavam nominalmente politicos ou partidos, elas se dirigem ao PT ou mandatários eleitos pela legenda. Ao longo do protesto, cartazes contra o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) foram vistos, mas em geral, a maior parte das reclamações eram dirigidas ao governo. A reportagem do iG também viu pelo menos um grupo de 30 skinheads com tatuagens de símbolos nazistas e usando camisetas com temas nacionalistas e separatistas.

"É que o mensalão deu muito mais escandalo e nada foi feito," disse o comerciário Fábio Rosa, de 35 anos. Questionado sobre o fato de políticos envolvidos no esquema terem sido condenados no STF, titubeou antes de responder: "Mas ninguém foi preso".

Alguns manifestantes carregavam cartazes em tom agressivo contra Dilma, que ontem fez um pronunciamento à nação . Muitos manifestantes questionavam o teor do discurso da presidente, e um grupo de médicos foi visto protestando contra o plano de trazer médicos cubanos para o Brasil.

As palavras de ordem também mudaram: os manifestantes cantavam "vem, vem pra rua, vem, contra o governo" e "quem não pula quer a Dilma".

O diretor comercial Albert Del Vecchio, 33 anos, carregava um cartaz com a frase: "Dilma, vá tomar no c.". Perguntado sobre o motivo da frase: "Porque não?"

Depois de discorrer sobre os escândalos de corrupção do governo petista, Del Vecchio revelou o motivo político de seu protesto: "O que ela e o PT têm feito de bom para o país? Está na hora de alguém governar para todos os brasileiros, e nao só para uma parcela da população. Hoje o governo do PT privilegia apenas os mais pobres", disse Del Vecchio.


A exemplo de outros protestos, a manifestação da tarde deste sábado virou palco para os mais diversos temas: um grupo comandado pela deputada federal Keiko Ota (PSB-SP) protestava pela redução da maioridade penal e aumento da pena máxima de 30 para 50 anos. Outro grupo numeroso se manifestava pelo aumento das punições referentes a crimes contra animais.

"Você podia ser um cachorro, eu podia ser um cachorro e você podia ser um humano protestando em minha defesa," disse a comerciante Carolina Marchese, 59 anos. Muitos trouxeram seus animais de estimação para o protesto.

Vários promotores do Ministério Público Estadual e procuradores do Ministério Público Federal, instituições que também convocaram para essa manifestação, também participaram do protesto.

De acordo com o Procurador da República Rodrigo De Grandis, responsável pela investigação de alguns dos principais escândalos de corrupção do país, como a Operacao Satiagraha, o fato da PEC 37 ter sido mencionada em vários protestos nas últimas duas semanas ajuda a pressionar o Congresso contra a aprovação da emenda: "O que é positivo é que toda a população está tomando consciência e o debate sobre a PEC 37 deixou de pertencer apenas ao meio juridico".

#ClasseMédiaSofre

Aliás, essa coisa marxista de 'proletário universal' é uma das maiores babaquices já escritas e já foi refutada pelas próprias experiências revolucionárias do marxismo.

Pode argumentar melhor?

Quem crê nisso não tem nem mentalidade de Guerra Fria, tem é mentalidade de século XIX mesmo. E no entanto o marxismo leninista no Brasil ainda abraça essas bizarrices.

Você sabe que eu posso usar a mesma linha de raciocínio pra falar de você, não é?

Mas enfim, associar nacionalismo com extrema-direita é já complicado, agora patriotismo com extrema-direita. De boa, vão se foderem. Isso é cegueira, burrice ideológica.

É complicado mesmo? Ou você é que não quer ver?
 
Juristas dizem que MP não pode fazer investigação

O professor e doutor Ives Gandra da Silva e o constitucionalista José Afonso da Silva se posicionaram favoravelmente à aprovação do projeto de emenda constitucional 37, que pretende dar à polícia a exclusividade de fazer investigações criminais. Para ambos, o Ministério Público não tem competência para fazer ou presidir investigação criminal. Eles responderam negativamente ao seguinte questionamento: Em face da Constituição Federal de 1988, o Ministério Público pode realizar ou presidir investigação criminal, diretamente?

Questionado pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp), Ives Gandra afirmou que a PEC seria a princípio desnecessária, uma vez que “já está implícita na atual Constituição esta prerrogativa exclusiva dos delegados”, mas em função das tentativas do Ministério Publico de realizar investigações sem base legal, ele reavalia a questão: “num país como o nosso, sempre é bom deixar o óbvio, mais óbvio”.

Ives Gandra explica que a Constituição claramente divide as funções judiciárias entre o poder de julgar (Poder Judiciário, artigos 92 a 126), o de acusar (Ministério Público, artigos 127 a 132) e o de defender (advocacia, artigos. 133 a 134). "Os delegados agem como polícia judiciária. Estão a serviço, em primeiro lugar, do Poder Judiciário, e não do Ministério Público ou da Advocacia, que são partes no inquérito policial — processo preliminar e investigatório que deve ser presidido por uma autoridade neutra, ou seja, o delegado".

Ele afirma ainda que "a alegação de que o Ministério Público pode supervisionar as funções da policia não significa que possa substituir os delegados em suas funções típicas, razão pela qual, mesmo hoje, a meu ver, já não tem o parquet direito de subrogar-se nas funções de delegado, desempenhando as de parte e de juiz ao mesmo tempo".

O advogado e professor José Afonso da Silva, em consulta feita pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), também é contrário a investigação criminal feita pelo MP. “A questão posta pela consulta não é complicada nem demanda grandes pesquisas doutrinárias, porque a Constituição Federal dá resposta precisa e definitiva no sentido de que o Ministério Público não tem competência para realizar investigação criminal direta”, afirmou.

Segundo ele, a constituição garantiu ao Ministério Público, o poder para “requisitar a instauração de inquérito policial, determinar diligências investigatórias, podendo supervisionar a investigação criminal e promover inquérito civil”, garantindo assim que o MP possa fazer o seu trabalho de combate á criminalidade e à corrupção. Razão pela qual, segundo José Afonso da Silva, não cabe falar em impossibilidade do MP realizar o seu trabalho com a competência habitual, caso a PEC venha a ser aprovada.

O professor afirma, ainda, que o artigo 129 define as funções institucionais do Ministério Público e lá não se encontra nada que autorize os membros da instituição a proceder a investigação criminal diretamente. Em sua argumentação, o professor que foi membro da Constituinte, lembra que isso foi rejeitado durante o processo constituinte.

Em resposta ao argumento que a Polícia não tem estrutura para realizar com eficiência a demanda de investigações, o jurista José Afonso defende que “o eventual mau funcionamento do sistema de investigação criminal pela polícia judiciária, como qualquer outro defeito ou deficiência que se possa verificar, não tem a força de transferir para outra instituição sua competência constitucionalmente estabelecida, nem autoriza que outra instituição o assuma, mesmo subsidiariamente”.

Ao concluir, ele diz que “a apuração das infrações penais é uma das atribuições exclusivas da policia civil, que se encontra expressamente prevista no artigo 144, parágrafo 4 º, da Constituição Federal. Não há como legitimamente passar essa atribuição para o Ministério Público por meio de ato administrativo ou de qualquer medida legislativa infraconstitucional, sem grave afronta a normas e princípios constitucionais. Vale dizer, pois, que o tal procedimento administrativo próprio é, na verdade, um expediente de invasão de competência, desprovido de base legal”. Com informações da Assessoria de Imprensa da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil.

Fonte: http://www.conjur.com.br/2013-mar-30/juristas-afirmam-investigacao-criminal-exclusividade-policia
 

Sobre isso, poderíamos inverter a lógica. Está cheio de direitoso por aí que chama a tudo e a todos de comunista (incluso o PSDB, o Serra e a puta que pariu), convictos de que um tal marxismo cultural é o câncer da modernidade e que apenas um restrito grupo (eles próprios), portadores da moral e dos bons costumes, resistem, acossados por todos os lados. Uma nova direita adolescente que por não se ver representada na direita que aí está, nega a existência de tendências desse espectro no país.

Como apontaram acima, o espectro político é mesmo complexo e heterogêneo tanto no campo da direita como na esquerda. Postulados teóricos de ambos os lados respondem de maneiras diversas a variáveis como "trabalho", "capital" e "propriedade privada", conformando uma miríade de arcabouços teóricos que pendem para um ou outro lado. Mas na real, não acho exagero chamar algumas das atitudes a que assistimos durante os eventos correntes de fascistas.

[Pagz e Bruce, vocês reconhecerão trechos dessa postagem de alguns de nossos debates no facebook :mrgreen:]

Agora, para mim é inaceitável esse pessoal que acaba de descobrir que é preciso protestar nas ruas hostilizando militantes de partidos como PSOL, PCB e PSTU, chamando-os de... oportunistas? :roll:
Quando começaram os movimentos, quando toda a mídia e a opinião pública condenavam as manifestações, antes que ganhasse toda essa proporção, esses "oportunistas" já estavam lá tomando borrachada da polícia e respirando gás lacrimogênio. Aliás, muito antes disso, eles estavam nas ruas, caminhando pari passu com os movimentos sociais, encampando uma série de lutas em defesa dos oprimidos enquanto o grosso da sociedade civil permanecia na inércia. Foram bandeiras desses partidos que enfrentaram a polícia junto aos moradores do Pinheirinho, quando da desocupação criminosa promovida pelo governo de São Paulo. O PSTU, como deixou ver texto publicado pela Rede Brasil Atual, teve 12 militantes assassinados por fazendeiros enquanto se colocavam em defesa dos índios. Então, na real, "abaixem as bandeiras" o caralho! Esse propalado apartidarismo vem dissimulando a face mais conservadora, autoritária e despolitizada dos levantes. Estão incitando a violência contra pessoas que apenas carregam o símbolo de suas lutas. Militantes que há tempos vivem enfrentamentos com a tropa de choque agora são agredidos por aqueles aos quais chamam de companheiros. É pouco coerente, aliás, que uma manifestação que bata na tecla da livre manifestação proíba que pessoas carreguem consigo o estandarte que há tanto tempo tremula sobre suas lutas.
O que rolou em São Paulo, onde manifestantes de esquerda foram covardemente agredidos, onde atiraram objetos em chamas contra eles, onde queimaram suas bandeiras, não tem outro nome: fascistização, sim. Gritam "troquem a bandeira dos partidos pela bandeira nacional" ecoando, sem que tenham consciência disso, Mussolini, enquanto comunidades nas redes sociais incitam o ódio irrefletido à militância e o "V de Vingança" das ruas mais e mais se parece "V de Veja".

E Pagz, eu não acho que nacionalismo esteja necessariamente vinculado à direita. Nossa própria história dá mostras disso com o ISEB e o nacionalismo progressista do PTB de inícios dos anos 1960. Aliás, o internacionalismo que você mencionou, presente em determinadas correntes marxistas é alvo de crítica mesmo no espectro da esquerda. E eu mesmo não fecho nem um pouco com essa tendência.

Quero deixar claro que não é mera questão de "chegamos primeiro, caralho! por que não podemos brincar também?" Essas disposições autoritárias cristalizam o que vejo como uma falsa consciência política, que se baseia exclusivamente em um moralismo conservador. São os que afirmam que não existe mais direita ou esquerda, perdendo de vista completamente a noção de projeto político. Ser ligado a um partido político, por si só, não torna ninguém menos digno de marchar. E isso tampouco é causa de vergonha ou mácula para que tenha que ser escondido. Um movimento plenamente democrático dá lugar à pluralidade. E outra coisa: esse propalado apartidarismo não é nada isento e o temos visto encobrindo posturas muito claras, como um anti-petismo que tenta ganhar seu espaço.

Não estou defendendo o governo PT, fique bem claro, mas apenas acho que se é pra dar um salto de consciência política, que não se esvazie o debate sobre o que a política realmente é.

Vou quotar uma publicação de um camarada no facebook:

Não aguento mais a chacota falaciosa do anti-partidarismo travestido de apartidarismo. Não aguento mais a inocência, ignorância ou má-fé mesmo de gente que se levanta "momentaneamente" "contra a corrupção", insistindo em não perceber que a guinada direitosa começa quando o povo é concitado a simplesmente achar "lindo o movimento", a dizer que "o povo acordou", fingindo não saber que as bandeiras sociais são tocadas por muita gente, em geral filiada a paridos sim, e negligenciadas pelos grandes partidos enquadrados no jogo pretenso-democrático instaurado - estes sim oportunistas!! Estou farto de ligar a TV aberta e assistir a uma estressante cobertura que faz questão de repetir os mantras "sem partido", "o gigante acordou" "uma minoria de vândalos" e o caralho a quatro, se negando a dar espaço a gente capaz de fazer reflexões sérias a respeito do momento histórico (eventual, ainda que fruto de uma conjuntura viciada). Basta ver a Veruska Donato indagando ao representante do MPL: _Mas, e o restante das reivindicações? A pec 37, a corrupção, o Feliciano?
Percebo que há entre as multidões pessoas e grupos totalmente desmobilizados e não são apenas os intitulados "manifestantes mais exaltados", mas todos os que oportunamente se aproveitam pra pintar a carinha de verde e amarelo, enrolar-se numa bandeira nacional (que de maneira nada isenta traz as palavras ORDEM e PROGRESSO) e esquecer-se que há pouco mais de um mês bradavam pela redução da maioridade penal, e que frequentemente, julgam necessária até a pena de morte. Me enojo com o bando de COXINHAS que teimam em não perceber o quanto a fantástica profusão de pautas tem sido reorientada para uma única prática: a desmoralização clara e o ataque ao PT e à presidente Dilma. E, ainda pior, vai-se clareando a calhordice que impulsiono o enfraquecimento das próprias reivindicações, que sem pauta de coesão, vão se encaminhando para um carnaval de cores. Nesse "carnaval primaveril", os arlequins REACINHAS vão conquistando a fagueira colombina, "despertada" pela luta pelos transportes e direito à cidade. Enquanto isso, o pobre, preto, marginalizado, violentado e vandalizado pierrô, integrante dos coletivos de mulheres, de atingidos por barragens ou de expropriados pelas ingerências da FIFA/COPA de 2014, esse pierrô filiado ao PCB, PSTU, PCO, à Consulta Popular e até ao PCdoB e ao PSOL, esse, vai ficando cada vez mais com cara de quarta-feira de cinzas.

Não dá pra prever que rumos essa coisa vai tomar. A proliferação de pautas (muitas delas pautas fantasmas) e a completa ausência de direcionamento esvazia de sentido o grosso das manifestações. Centenas de milhares nas ruas não significa necessariamente um salto de consciência crítica. Sobre esse temor de um golpe, penso que seria o contra-senso dos contra-sensos que a esquerda passasse a temer as ruas quando a direita e o direitismo parecem finalmente ter perdido esse medo. Eu ainda estou nas ruas e tenho me esforçado junto a algumas pessoas para pautar discussões e politizar o debate no grupo que vem organizando os protestos aqui em Lavras (cidade de 90 mil habitantes e que botou 12 mil manifestantes nas ruas) e acho que tem surtido algum efeito.

É importante que essas manifestações não se tornem mera propaganda da Brahma ("Imagina a festa!") e que a hashtag #saímosdofacebook não seja meramente substituída por #saímosdofacebookmastamobombandonoInstagram. Esse momento é uma grande oficina, um grande laboratório político. O momento deve ser valorizado, repito! Mas deve também ser pensado, criticado e deve-se pelo menos buscar construir consensos que dêem algum direcionamento. Tarefa árdua.
 
Sobre isso, poderíamos inverter a lógica. Está cheio de direitoso por aí que chama a tudo e a todos de comunista (incluso o PSDB, o Serra e a puta que pariu), convictos de que um tal marxismo cultural é o câncer da modernidade e que apenas um restrito grupo (eles próprios), portadores da moral e dos bons costumes, resistem, acossados por todos os lados. Uma nova direita adolescente que por não se ver representada na direita que aí está, nega a existência de tendências desse espectro no país.

Isso é a descrição perfeita de todo olavismo. É algo que me irrita profundamente também.

Como apontaram acima, o espectro político é mesmo complexo e heterogêneo tanto no campo da direita como na esquerda. Postulados teóricos de ambos os lados respondem de maneiras diversas a variáveis como "trabalho", "capital" e "propriedade privada", conformando uma miríade de arcabouços teóricos que pendem para um ou outro lado. Mas na real, não acho exagero chamar algumas das atitudes a que assistimos durante os eventos correntes de fascistas.

[Pagz e Bruce, vocês reconhecerão trechos dessa postagem de alguns de nossos debates no facebook :mrgreen:]

Agora, para mim é inaceitável esse pessoal que acaba de descobrir que é preciso protestar nas ruas hostilizando militantes de partidos como PSOL, PCB e PSTU, chamando-os de... oportunistas? :roll:
Quando começaram os movimentos, quando toda a mídia e a opinião pública condenavam as manifestações, antes que ganhasse toda essa proporção, esses "oportunistas" já estavam lá tomando borrachada da polícia e respirando gás lacrimogênio. Aliás, muito antes disso, eles estavam nas ruas, caminhando pari passu com os movimentos sociais, encampando uma série de lutas em defesa dos oprimidos enquanto o grosso da sociedade civil permanecia na inércia. Foram bandeiras desses partidos que enfrentaram a polícia junto aos moradores do Pinheirinho, quando da desocupação criminosa promovida pelo governo de São Paulo. O PSTU, como deixou ver texto publicado pela Rede Brasil Atual, teve 12 militantes assassinados por fazendeiros enquanto se colocavam em defesa dos índios. Então, na real, "abaixem as bandeiras" o caralho! Esse propalado apartidarismo vem dissimulando a face mais conservadora, autoritária e despolitizada dos levantes. Estão incitando a violência contra pessoas que apenas carregam o símbolo de suas lutas. Militantes que há tempos vivem enfrentamentos com a tropa de choque agora são agredidos por aqueles aos quais chamam de companheiros. É pouco coerente, aliás, que uma manifestação que bata na tecla da livre manifestação proíba que pessoas carreguem consigo o estandarte que há tanto tempo tremula sobre suas lutas.

Concordo totalmente.

O que rolou em São Paulo, onde manifestantes de esquerda foram covardemente agredidos, onde atiraram objetos em chamas contra eles, onde queimaram suas bandeiras, não tem outro nome: fascistização, sim. Gritam "troquem a bandeira dos partidos pela bandeira nacional" ecoando, sem que tenham consciência disso, Mussolini, enquanto comunidades nas redes sociais incitam o ódio irrefletido à militância e o "V de Vingança" das ruas mais e mais se parece "V de Veja".

Pera lá, você parece se esquecer aqui que ao contrário do que prega essa absurda correlação que vocês desenham entre uma anti-partidarismo mais violento da massa com fascismo, existe sim uma rejeição endêmica da massa contra os partidos. Mas isso é uma coisa do POVO brasileiro, da massa nas ruas, não tem 'fascismo' aí ou direitistas infiltrados e controlando a massa. Isso é delírio, é insânia.

Dizer que certas atitudes mais violentas contra os partidos são fascistas é dizer que o povo brasileiro é fascista. pqp, mas nem esses conservadores que aplaudem queima das bandeiras do PT são fascistas, isso é a maior nuvem de delírio ideológico que já vi nesse país em anos.

E Pagz, eu não acho que nacionalismo esteja necessariamente vinculado à direita. Nossa própria história dá mostras disso com o ISEB e o nacionalismo progressista do PTB de inícios dos anos 1960. Aliás, o internacionalismo que você mencionou, presente em determinadas correntes marxistas é alvo de crítica mesmo no espectro da esquerda. E eu mesmo não fecho nem um pouco com essa tendência.

Belo e moral.

Quero deixar claro que não é mera questão de "chegamos primeiro, caralho! por que não podemos brincar também?" Essas disposições autoritárias cristalizam o que vejo como uma falsa consciência política, que se baseia exclusivamente em um moralismo conservador. São os que afirmam que não existe mais direita ou esquerda, perdendo de vista completamente a noção de projeto político. Ser ligado a um partido político, por si só, não torna ninguém menos digno de marchar. E isso tampouco é causa de vergonha ou mácula para que tenha que ser escondido. Um movimento plenamente democrático dá lugar à pluralidade. E outra coisa: esse propalado apartidarismo não é nada isento e o temos visto encobrindo posturas muito claras, como um anti-petismo que tenta ganhar seu espaço.

Não estou defendendo o governo PT, fique bem claro, mas apenas acho que se é pra dar um salto de consciência política, que não se esvazie o debate sobre o que a política realmente é.

Sim, mas eu concordo com você. Ninguém deveria ser proibido de marchar, mas nem aqueles que são anti-petistas. Você parece se esquecer que os 'fascistas' em questão é o povo brasileiro insatisfeito com o governo Dilma. Vá, que sejam coxinhas, classe mérdia gritando por redução de impostos, fim dos 'bolsas-esmolas', impeachment da presidenta, e uma série de incoerências mais ou menos fanáticas.

Mas isso não é fascismo, colegas. Isso é no máximo, coxismo, é conservadorismo liberal típico da sociedade brasileira temperado por uma sombra de ideologia liberal que tem uma grande influência na classe média, que é a maioria desses manifestantes, a maioria dos que tem pc em casa e fazem amplo uso de outras ferramentas digitais. E atrelados a eles uma multidão de pessoas de classe baixa que vê mais futuro nesse 'american way of life' que em outros projetos de vida política e econômica. Sejam criticados por isso mas não sejam denominados por aquilo que não são: são povo! Não é um golpe, nem militares ou conservadores tentando dirigir nada, é apenas o povo acompanhado de direitistas dos mais variados espectros que estão tão ou mais perdidos nessa zorra que os esquerdistas.

Não foi essa mesma confusão que levou conservadores a 'convocarem' uma 'Marcha por Deus, Pátria e Família' no vão do MASP? Eu fui convidado para esse evento pelas pessoas mais improváveis possíveis e eu sei muito bem que só o que os 'direitistas' conseguiram foi engrossar um caldo fervente que já iria engrossar de qualquer forma. Eles não desviaram o foco das passagens, ampliando o protesto a áreas estruturais e gritos massivos pelo fim da corrupção e contra o governo do PT, isso foi o POVO que fez. Esse povo aí foram simples mentores de coisas pequenas que cresceram e saíram de seu controle (controle que jamais tiveram) como o MPL simplesmente não tem mais controle NENHUM sobre os protestos que hoje se espalham por toda a nação.

É bem o que o Uriel falou. As coisas são claras mas falta certa maturidade e frieza para coordenar os fatos em esquemas mentais correspondentes à realidades e não a delírios ideológicos e fetichizações.

Vou quotar uma publicação de um camarada no facebook:



Não dá pra prever que rumos essa coisa vai tomar. A proliferação de pautas (muitas delas pautas fantasmas) e a completa ausência de direcionamento esvazia de sentido o grosso das manifestações. Centenas de milhares nas ruas não significa necessariamente um salto de consciência crítica. Sobre esse temor de um golpe, penso que seria o contra-senso dos contra-sensos que a esquerda passasse a temer as ruas quando a direita e o direitismo parecem finalmente ter perdido esse medo. Eu ainda estou nas ruas e tenho me esforçado junto a algumas pessoas para pautar discussões e politizar o debate no grupo que vem organizando os protestos aqui em Lavras (cidade de 90 mil habitantes e que botou 12 mil manifestantes nas ruas) e acho que tem surtido algum efeito.

É importante que essas manifestações não se tornem mera propaganda da Brahma ("Imagina a festa!") e que a hashtag #saímosdofacebook não seja meramente substituída por #saímosdofacebookmastamobombandonoInstagram. Esse momento é uma grande oficina, um grande laboratório político. O momento deve ser valorizado, repito! Mas deve também ser pensado, criticado e deve-se pelo menos buscar construir consensos que dêem algum direcionamento. Tarefa árdua.

Perfeito. Principalmente essa parte de que a direita fantasmagórica do Brasil está saindo às ruas e a esquerda deveria enfrentar esse problema. Não é brigar pelas ruas, mas crescer dentro dessas manifestações a consciência e maturidade políticas do brasileiro para que as divergências ideológicas e filosóficas possam ser debatidas abertamente, sem preconceitos. Isso pode demorar anos, pode demorar para a direita se tornar algo mais organizado, menos clandestino, perder a síndrome de cachorro molhado, perder algumas idiossincrasias e discursos estúpidos e reducionistas (como esse besteirol do marxismo cultural satânico) que infecta muita gente. E falta também a esquerda parar com essa fetichização, essa redução ao absurdo com um discurso muitas vezes tão pobre e descontextualizado, enfim, falta muita coisa, falta amadurecimento mútuo.

Esse 'fogo' que se alastra pelo país pode contribuir para isso. Ou não.
 

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