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[Coluna] Protestar não restringe o direito de ir e vir. Aumentar a tarifa de ônibus, sim

Não é monopólio. A esquerda começou com os protestos, depois chegaram os oportunistas e quiseram sentar na janela com o bonde andando.

Sem noção, Morfs, sem noção. Acho que deveriam cobrar a carteirinha do partido pra permitir participar das manifestações. Tu realmente acha que isso é uma revolução de esquerda. Lamentável.

Isso nunca foi a pauta. Quem chegou depois é que veio com essa história.

É claro, a pauta sempre foi pela redução de 20 centavos. Aliás, o movimento podia acabar agora.

E porque os sem partido(=direita) espancaram e arrancaram as bandeiras do pessoal de movimentos sindicais, partidos pequenos de esquerda se foram eles que começaram? Não vi ninguém arrancando bandeira de ninguém do PSDB (que em termos de honestidade não tem moral nenhuma pra estar ali), mas os reaças e d extrema-direita se aproveitaram pra sabotar e colocar suas pautas no movimento como se eles estivessem apoiando desde o início.

Você viu muitas bandeiras do PSDB para serem arrancadas? Até o momento eu não vi nenhuma. Nesse sentido, se você quiser, podemos falar que os partidos que tiveram as bandeiras arrancadas são justamente os aproveitadores, querem fazer auto-promoção. Fala sério, né? Você tem provas que os "sem partido" são representantes da direita? Não deve ter prova alguma. Além disso, é muita inocência acha que só alguém de direita teria interesse em hostilizar um representante de partido de esquerda!

E porque não fazem uma marcha pelos valores da direita? Se é que vai aparecer alguém. Mas não, tem que tentar se apropriar do esforço dos outros.

Nas suas palavras:

Corrupção, transporte, educação, saúde, segurança.
Isso nunca foi a pauta. Quem chegou depois é que veio com essa história.

Ufa, ainda bem que esses são os valores da direita. Não faltaria gente apoiando essas causas, né?

--

Na boa? Direita ou esquerda, eu to cagando. Nenhum dos dois me representa (isso já virou bordão).
 
Re: [Coluna] Protestar não restringe o direito de ir e vir. Aumentar a tarifa de ônibus, sim

A rixa politica ta na sua imaginacao.
 
Além disso, é muita inocência acha que só alguém de direita teria interesse em hostilizar um representante de partido de esquerda!
tá te faltando conhecimento da história do teu povo.

A.I. 2 disse:
A Revolução é um movimento que veio da inspiração do povo brasileiro para atender às suas aspirações mais legítimas: erradicar uma situação e um governo que afundava o País na corrupção e na subversão.

(...) Art. 18. Ficam extintos os atuais partidos políticos e cancelados os respectivos registros
 
Cara na moral essa merda de direita esquerda é mó balela.
Militante do PT continua insistindo que o partido é típico de esquerda, sendo que ele descambou pro centro antes de o Lula subir no poder.

Agora quer saber porque tem tanta gente na rua contra os partidos?
Volta 11 anos no tempo e olha as pessoas invadindo o palácio do planalto com bandeiras vermelhas estreladas, vendo o a oposição finalmente chegou ao poder, com um líder de sindicato como representante, era a certeza de uma mudança, e o que vemos hoje? Estas mesmas pessoas que encheram um povo de esperança sendo condenado pelos mesmos crimes que antigamente tanto denunciavam, e o pior, compactuando com ela, deixando seus membros impunes, dando total apoio a eles. Um ser podre que foi condenado pelo STF como presidente da câmara, e outros da mesma laia assumindo outros cargos. O PT é tão corrupto que tivemos que escrever livros para que as pessoas (que tem memória curta) não esqueçam as atrocidades que foram feitas no passado.

Ou seja, quando todos tinham a esperança de mudanças e uma instituição política mais justa para o povo, que o PT tinha tudo para ser, levou uma pancada na cabeça. E nesse aspecto, não ha melhoria social que segure a onda. Por isso as pessoas não querem partidos, as pessoas querem algo novo, algo que olhe para eles, e trabalhe para eles, e não para si mesmos.
 
Fifa ameaça cancelar a Copa das Confederações

A Fifa deu um ultimato ao governo brasileiro: ou as autoridades nacionais garantem a segurança da Copa das Confederações, dos jogadores, comitivas e membros da imprensa internacional que estão no Brasil, ou irá cancelar a realização do evento.

O UOL Esporte apurou que a cúpula da entidade que controla o futebol mundial levou à presidente Dilma Rousseff o seguinte recado: se mais algum membro da Fifa, das seleções que participam da Copa das Confederações ou da imprensa internacional sofrer algum tipo de violência advinda dos protestos que tomaram conta do país, a Copa das Confederações será cancelada.

Oficialmente, a entidade e o Comitê Organizador Local negam qualquer tipo de reclamação ao Governo Brasileiro ou a possibilidade de suspensão da Copa das Confederações. A área de comunicação ligada à Presidência afirma desconhecer o assunto.

Também em virtude desta situação, a presidente da República marcou uma reunião ministerial de emergência para a manhã desta sexta-feira. Um dos objetivos do encontro é encontrar subsídios para convencer a Fifa de que é possível realizar os torneios mundiais no país em segurança.

Delegações já pedem cancelamento

Um dos motivos para que Fifa e Governo comecem a discutir medidas drásticas em relação aos eventos esportivos é o clima de insegurança que passou, a partir desta quinta-feira, a atingir as delegações que estão participando da Copa das Confederações. Os problemas mais graves ocorreram em Salvador.

Nas manifestações realizadas na capital baiana, após confrontos com a polícia nos arredores da Fonte Nova, o protesto migrou para a região do hotel onde membros da Fifa estão hospedados. Alguns manifestantes jogaram pedras sobre dois ônibus oficiais da entidade. Houve também uma tentativa de invasão ao hotel, contida pelo Batalhão de Choque.

A violência já causou uma mudança oficial de comportamento na Fifa. Desde a última quinta-feira, todos os membros da entidade devem ir e voltar juntos ao estádio, sempre com escolta da polícia, independentemente do horário de trabalho dos profissionais.

Além disso, Juca Kfouri, blogueiro do UOL, informou que uma das seleções já teria manifestado a intenção de deixar o Brasil, em razão da insegurança. Segundo ele, "uma delegação, que a Fifa não quer mencionar, mas cujos jogadores trouxeram famílias, está pressionando seu comando para ir embora. Eles dizem que não querem jogar futebol em uma praça de guerra". Essa seleção seria a Itália, ainda de acordo com Kfouri. Oficialmente, a delegação italiana nega a reclamação.

Órgãos de segurança já discutem como conter violência

Na última quinta-feira, a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), o Exército Brasileiro e a Secretaria Extraordinária para Grandes Eventos (subordinada ao Ministério da Justiça) debateram o assunto em duas reuniões, em Brasília e Belo Horizonte.

Na capital mineira, a reunião aconteceu na Sala de Situação e Gerenciamento de Crises e Grandes Eventos, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), que centraliza informações e operações de segurança durante a Copa das Confederações.

De acordo com o coronel Messeder, chefe de comunicação da 4ª Região do Exército Brasileiro, há 1.600 homens prontos para agir em Minas Gerais para garantir a segurança do Estado durante o evento. "Basta que o governador Antonio Anastasia solicite. Estamos prontos", diz o capitão.

Lei da Copa prevê Fifa indenizada pelo governo

Caso a medida extrema seja adotada e a Fifa, realmente, cancele o evento, a Lei Geral da Copa prevê que o Governo Brasileiro pague eventuais prejuízos da entidade. O capítulo V da Lei, sancionada em 2012, fala sobre o assunto.

O artigo 22 diz que "A União responderá pelos danos que causar, por ação ou omissão, à FIFA, seus representantes legais, empregados ou consultores". O artigo 23 fala que "A União assumirá os efeitos da responsabilidade civil perante a FIFA, seus representantes legais, empregados ou consultores por todo e qualquer dano resultante ou que tenha surgido em função de qualquer incidente ou acidente de segurança relacionado aos Eventos, exceto se e na medida em que a FIFA ou a vítima houver concorrido para a ocorrência do dano".

Além da agressão aos ônibus da delegação de Salvador, a entidade internacional já está lidando, há alguns dias, direta ou indiretamente, com problemas graves decorridos dos protestos. No Rio de Janeiro, a Fifa blindou o centro de distribuição de ingressos. Placas da Copa das Confederações foram destruídas no centro da cidade e, durante um evento paralelo aos jogos, na Avenida Presidente Vargas, tendas foram depredadas.

Patrocinadores da Copa também viraram alvo dos manifestantes. Em São Paulo, um painel da Coca-Cola, que ficava na Avenida Paulista, foi queimado durante um dos protestos. No Rio, a loja da marca ao lado do Maracanã foi fechada, com medo de depredação.

FONTE: http://copadomundo.uol.com.br/notic...fa-ameaca-cancelar-copa-das-confederacoes.htm

Não fui no protesto ontem em Goiânia, mas li muito que virou micarêprotesto. Nas palavras de uma blogueira:

Não fui a um protesto. Fui a um evento social. Estou totalmente desiludida com o que vi hoje em Goiânia. (...) Hoje até comentei com uns colegas mais cedo: estamos todos tão românticos! - Acho que aí residia um grande perigo e eu não havia notado. Nacionalismo romântico, enfatizar a glória de ser brasileiro - é a hora?! Foi pra isso que fomos às ruas? Festejar?

Não senti Civismo hoje. O que eu senti quando estava lá, no meio do povo, foi uma apavorante falta de foco sobre o que reivindicar. E digo mais - falta de REVOLTA. (...)

Faltou lembrar o motivo pelo qual todos ali tinham ido pras ruas. Faltou para muitos, sentir na pele a lotação de um 020 ao meio-dia antes de gritar pela melhoria do transporte, ou sentir a fila de um hospital público antes de gritar pela melhoria deles. Faltou garra, faltou dor, faltou fúria. (...)

Mas o instagram estava lá, bombando com cartazes criativos e rostos bonitos, vestidos de branco pedindo paz, ao som da música do Falcão, chamando o pessoal pra vir pra rua. Só gostaria de lembrá-los que o mesmo Falcão canta, em outra música: "Podem até gritar, gritar, podem até barulho então fazer/ Ninguem vai te escutar se não tem fé". (...)

FONTE: http://problemacarla.blogspot.com.br/2013/06/um-protesto-de-aparencias.html

Outra coisa que estão dizendo muito é que o preconceito tá comendo solto... Pessoas que veem aqueles de cabelo pixaim, negros, aparentemente de classe mais baixa, e logo gritam: "sem vi-o-lên-cia!"

Só que: sério? Sério mesmo?

Mas, concomitante a isto, vemos alguns casos lamentáveis de violência... Como a morte do jovem em Ribeirão Preto, numa cena chocante.

E aí entra essa notícia que postei.

Não podemos ser irresponsáveis. Temos um compromisso, e, por mais que muitos brasileiros tenham ligado o foda-se pra Copa, temos um compromisso. Como disse um professor meu numa entrevista à Folha (recomendo, aliás, a leitura do texto todo):

Mais: se por algum motivo de insegurança uma partida tenha que ser atrasada, adiada ou até mesmo cancelada, a União terá que indenizar os detentores dos direitos de transmissão da competição e a Fifa --a venda de direitos de TV é uma das maiores receitas que a entidade tem com a Copa.

"Eu temo que a Copa tenha que ser paga mais uma vez", aponta Wladimyr Camargos, ex-consultor jurídico do Ministério do Esporte e um dos elaboradores da Lei Geral.
"A questão dos direitos televisivos geraria uma multa multimilionária", completa.

FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/esport...-custe-mais-do-que-os-r-33-bi-estimados.shtml

Não é simplesmente expulsar a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. As empresas que investiram pesado no Brasil não vão colocar suas barracas debaixo do braço e dizer: "Foi bom, foi bom, deixa pra próxima, abraços". As chances de cancelarmos esses eventos e termos de pagar por eles são fatídicas!

A reivindicação por um foco está se tornando urgente... E é por isso que eu acho que o brasileiro precisa abaixar esse discurso de "fora os partidos políticos". São justamente os partidos políticos que podem ajudar muito nesse momento crucial... É hora de UNIRMOS essas duas formas de fazer política. Como acabei de ler no Facebook, na página do Plínio Comenta, gritam "sem vio-o-lên-cia" e só faltam espancar quem carrega bandeira de partido.

Porque, no fim das contas e dos rosários, o problema NÃO É a Copa! Aliás, digo até mesmo que a Copa é algo desejável! É claro que é!
Essa conversa de que a Copa não traz nada de bom pro país... Ah, vamos parar por aí, né?

O problema não é a Copa, o futebol ou o brasileiro idolatrar o Neymar. O problema é ele fazer isso. É investir SÓ na Copa. Como dizem nas tirinhas, construímos os estádios. Falta construir o país em torno deles.

P.S.: Numa enquete do R7:
http://esportes.r7.com/futebol/copa...esult=success#r7poll_51c43e262bc243c4160042b5
Do momento em que a acesso, o número de pessoas a favor do cancelamento da Copa das Confederações é preocupante...
 
Última edição:
"pelé calado é um poeta" (romário)

[video=youtube_share;nUeWFiEWh58]http://youtu.be/nUeWFiEWh58[/video]
 
Não é simplesmente expulsar a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. As empresas que investiram pesado no Brasil não vão colocar suas barracas debaixo do braço e dizer: "Foi bom, foi bom, deixa pra próxima, abraços". As chances de cancelarmos esses eventos e termos de pagar por eles são fatídicas!

A reivindicação por um foco está se tornando urgente... E é por isso que eu acho que o brasileiro precisa abaixar esse discurso de "fora os partidos políticos". São justamente os partidos políticos que podem ajudar muito nesse momento crucial... É hora de UNIRMOS essas duas formas de fazer política. Como acabei de ler no Facebook, na página do Plínio Comenta, gritam "sem vio-o-lên-cia" e só faltam espancar quem carrega bandeira de partido.

Porque, no fim das contas e dos rosários, o problema NÃO É a Copa! Aliás, digo até mesmo que a Copa é algo desejável! É claro que é!
Essa conversa de que a Copa não traz nada de bom pro país... Ah, vamos parar por aí, né?

O problema não é a Copa, o futebol ou o brasileiro idolatrar o Neymar. O problema é ele fazer isso. É investir SÓ na Copa. Como dizem nas tirinhas, construímos os estádios. Falta construir o país em torno deles.

Gostei da reportagem da Folha e também concordo que a ideia de cancelar a Copa é bem estapafúrdia. Não deveríamos ter entrado nessa, em primeiro lugar, mas já que entramos, agora tem que ir até o fim. Cancelar a Copa é jogar no lixo a oportunidade de recuperar algum dinheiro. É mais interessante pensar em formas de aumentar a fiscalização e transparência sobre os gastos. Será possível que não existem mecanismos para isso? Não creio.

Não sei muito bem se o discurso apartidário significa um desejo de não ter partidos políticos. Se for isso, também acho outra ideia esdrúxula. Parece mais que o problema é a falta de controle sobre os políticos do que qualquer outra coisa. Talvez o problema é que hoje é bom ser político, quando na verdade deveria ser algo ruim. Só deveria ser político quem realmente quer discutir sobre o país, ao invés de receber inúmeros benefícios ou ter várias oportunidades de roubar. Concordo que a forma de fazer política atualmente é péssima, mas isso não significa que o fim dos partidos seja necessariamente uma boa solução. Afinal, só se destrói aquilo que pode ser substituído.
 
Um problema grave que faz com que as pessoas desconfiem seriamente dos partidos.

Pauta para manifestante a procura de solução

21/06/2013

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Capa da Folha de hoje (21/6/13):

Em SP, multidão grita 'fora, partidos' e petistas deixam ato
Militantes de partidos como PT, PSOL e PSTU e do Movimento Passe Livre foram hostilizados na avenida Paulista no protesto de ontem

Se os protestos são, em parte, contra as máquinas partidárias que controlam a política brasileira, a solução não é tecnicamente difícil. Pelo contrário, é bem simples. Basta abolir duas regras.

A primeira é a que cria o Funda Partidário, o fundo que pulou de R$729 mil em 1994 para R$350 milhões em 2012 e deve subir ainda mais em 2013.

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É esse fundo que mantém financeiramente a máquina partidária. É ele, por exemplo, que é usado para manter políticos que não se elegem entre uma eleição e outra (a outra forma é mantê-lo em cargo comissionado), pagar gastos do partido com infraestrutura etc.

O Fundo é distribuído a todos os partidos registrados no TSE (5% do fundo é distribuído igualmente e os outros 95% em proporção aos votos obtidos na última eleição para a Câmara dos Deputados). Segundo dados do TSE, PT, PMDB, PSDB, DEM, PP e PSB, os seis maiores partidos, receberam, respectivamente, R$ 53 milhões, R$ 44 milhões, R$ 37 milhões, R$ 22 milhões, R$ 25 milhões e 25 milhões do Fundo em 2012.

O Fundo é distribuído não com base na votação dos candidatos, mas com base no número de cadeiras recebidas pelo partido. E, por causa da forma como as cadeiras na Câmara são distribuídas (os chamados quocientes eleitoral e partidário), as duas coisas não andam juntas. Um partido com um candidato que atrai muitos votos (‘puxadores de votos’) acaba elegendo dezenas de parlamentares, ainda que a maior parte deles não tenha recebido uma quantidade relevante de votos. Eles são eleitos graças aos votos daquele candidato muito bem votado (por isso vemos sempre ‘celebridades’ sendo disputadas pelos partidos para serem suas candidatas).

Ou seja, a divisão do Fundo não é necessariamente proporcional aos votos recebidos pelos candidatos daquele partido. Paga-se por quem não teria sido eleito se dependesse apenas de seus próprios votos.

Além disso, o Fundo é pago independente da vontade do eleitor ou do contribuinte. A contribuição é obrigatória, assim como o repasse aos partidos.

Removendo-se o Fundo, a máquina partidária passaria a depender apenas de doações voluntárias.

O risco aqui é que os partidos passassem a buscar dinheiro de doadores de forma ilegal. Passariam a ser balcões de negócios (presumindo que isso já não aconteça).

E é essa é uma das razões para a segunda mudança: a possibilidade de eleição de candidatos independentes.

No Brasil, ao contrário do que acontece em outras democracias, não é possível alguém se candidatar sem estar filiado a um partido. Ao filiar-se, o indivíduo-candidato não apenas aceita as regras internas do partido, mas também submete-se ao comando das lideranças partidárias. Torna-se refém da vontade alheia. Eleito, ele é obrigado a votar não com base na plataforma na qual se elegeu, mas de acordo com as instruções do líder do partido.

Embora do ponto de vista legal, ele possa e deva votar de forma independente, do ponto de vista prático, se o fizer, sofrerá sanções do partido, que podem chegar à expulsão. E como ele não poderá se reeleger no futuro se não estiver filiado a um partido, ele não quer ser expulso (e, mesmo que não seja expulso, não quer ser tratado de forma desfavorável dentro do partido).

Ao remover a necessidade da filiação partidária, candidatos que não estão dispostos a submeterem-se à vontade alheia passariam a ter mais força. E isso minguaria o poder dos atuais partidos e, especialmente, de seus líderes.

Mas essas são duas propostas muito difíceis de serem aprovadas no Congresso. Afinal, partidos e seus líderes estariam aprovando suas mortes financeira e política.

Se olharmos propostas recentes de reformas eleitorais – como o voto em lista fechada e a atual proposta para inibir a criação de novos partidos, veremos que elas vão justamente em sentido contrário: o de fortalecer o poder de alguns partidos e, por consequência, de seus líderes.

PS: Analisando os números, vê-se também por que os atuais partidos não querem a criação de novos grandes partidos. A criação de partidos nanicos não incomoda tanto os grandes partidos, mas como 95% do Fundo Partidário é distribuído baseado na bancada, um partido que perca 10 deputados para o novo partido, deixará de receber quase R$26 milhões ao longo de quatro anos. Isso se o valor do Fundo não continuar aumentando. Se continuar crescendo no rítimo das duas últimas décadas, cada deputado eleito poderá, em breve, estar 'valendo' para o partido algo como R$ 1 milhão por ano.
 
Por Murilo Rocha

Ainda é difícil compreender o movimento social em andamento em todo o Brasil, mas, certamente, é equivocado tentar desqualificá-lo pela ausência de bandeiras definidas ou pela comparação com outros atos políticos na história do país – luta contra a ditadura, Diretas Já, Fora Collor. O mérito de agora talvez seja justamente emergir após anos de um processo massificador de despolitização em todos os níveis. É mais natural mobilizar-se quando há polarização entre duas forças bem-delineadas, quando há um inimigo definido e alternativas para um modelo de vida melhor. E isso foi colocado fora do desejo de toda uma geração. Acreditar em mudanças estava até ontem fora de moda.

Por isso, é contraditório e conservador exigir um caráter revolucionário, programático e organizado por parte dos manifestantes. A ideologia dos tempos atuais sempre vendeu – e ainda vende – a tese da liberdade individual como liberdade de consumo, do anacronismo das ideologias, do fim da história. Quem agora protesta nasceu em uma época sem esperança, sem horizonte. E talvez seja essa angústia, esse vazio, o motor de tanta insatisfação atirada para todos os lados.

Só dentro desse contexto, incluindo ainda a falência da representação política partidária e institucional, é possível tentar analisar essa onda disforme e heterogênea. Apenas algumas certezas estão consolidadas, por exemplo, a força inédita no Brasil das redes sociais para divulgar e conectar movimentos sociais. Também é evidente a enorme demanda da população mais jovem pelo protagonismo na vida política e também na reocupação das cidades de forma menos desigual e mais humana. O pano de fundo atual é a falência das políticas públicas promovidas no país nos últimos 30 anos.

O legado deixado pelas ruas em menos de duas semanas de protesto é a vontade de politizar-se, de ocupar as ruas da cidade com mais pessoas e menos carros, mais aparelhos públicos e menos condomínios fechados, mais acesso à educação e à saúde e menos concreto e estatísticas. Na onda dessa nova juventude, professores da rede pública, médicos do SUS e outros integrantes de movimentos sempre presentes nas ruas respiram aliviados, pois não poderão mais ser chamados de “baderneiros”.

A presença de milhares de pessoas nas ruas é muito positiva mesmo não estando todos remando para o mesmo lado nem pelas mesmas causas. Deixemos de lado a tentação de querer deslegitimar o “vem pra rua” pelos quebra-quebras ou por ações contraditórias, como ativistas saudando a polícia. Daqui a pouco, haverá uma separação natural, um arrefecimento de forças, mas o processo de politização já foi semeado em grande parte desses manifestantes.


Já que tá todo mundo ai falando de foco, foco, foco. Lembrando a todos que o primeiro a condenar a falta de foco, foi a criticada mídia, e hoje todo mundo fala disso.

E segundo, ninguém é contra ter partido, e sim que esses partidos peguem suas bandeirinhas e se infiltrem nas manifestações em andamento igual abutres pulando na carniça.

Se os partidos querem manifestações, que criem as suas próprias, pois quando estou na rua não estou pelo partido x e y, e a bandeira dele do meu lado passa a mensagem errada.
 
Já que tá todo mundo ai falando de foco, foco, foco. Lembrando a todos que o primeiro a condenar a falta de foco, foi a criticada mídia, e hoje todo mundo fala disso.

E segundo, ninguém é contra ter partido, e sim que esses partidos peguem suas bandeirinhas e se infiltrem nas manifestações em andamento igual abutres pulando na carniça.

Se os partidos querem manifestações, que criem as suas próprias, pois quando estou na rua não estou pelo partido x e y, e a bandeira dele do meu lado passa a mensagem errada.

Concordo, só que não coloco a mão no fogo por todos os manifestantes sobre a afirmação que "ninguém é contra partido". De qualquer forma, concordo que se um partido quer levantar bandeiras, que organize a sua própria manifestação. É por isso que falei anteriormente que acho um absurdo pensarem que só indivíduos de direita teriam motivos para reclamar das bandeiras dos partidos de esquerda. Quem também tem motivos para não querer bandeiras esquerdistas são os manifestantes que não se sentem representados. Só que, é claro, eu preciso estudar mais sobre a história do Brasil e aprender que direita, facismo e regimes autoritários são sinônimos.

--

@Amon

Cara, em algum momento eu falei que a ditadura brasileira não foi um movimento da direita conservadora? Acho que não. Só que se eu preciso aprender sobre a história do Brasil, você precisa aprender a generalizar menos. Ou então o debate aqui poderá ser simplificado como Comunistas X Ditadores. Acho que você podemos ir um pouco além disso, né?
 
Última edição:
Vi um vídeo agora que me deixou estarrecido. Alguém sabe mais sobre o assunto e/ou pode confirmar a veracidade?

[video=youtube_share;sY0nUH3BR0c]http://youtu.be/sY0nUH3BR0c[/video]
 
Algumas décadas atrás, se você falasse uma frase com uma tendencia um pouco esquerdista, você era rechaçado e chamado de comunista. Hoje isso voltou, só que ao contrário. Eu sou centro-esquerda, e acho que realmente o estado deve intervir em certos aspectos para que haja uma garantia de uma igualdade, mas porra, hoje, se uma pessoa se declara de direita, é vista como um demônio igual os comunistas comedores de criancinhas. Não existe direita sem esquerda, e vice-versa, e governo sem oposição é a pior coisa que pode acontecer para uma democracia.


Foi mal, fugiu do tópico, mas é que o facebook me estressou hoje.
 
Algumas décadas atrás, se você falasse uma frase com uma tendencia um pouco esquerdista, você era rechaçado e chamado de comunista. Hoje isso voltou, só que ao contrário. Eu sou centro-esquerda, e acho que realmente o estado deve intervir em certos aspectos para que haja uma garantia de uma igualdade, mas porra, hoje, se uma pessoa se declara de direita, é vista como um demônio igual os comunistas comedores de criancinhas. Não existe direita sem esquerda, e vice-versa, e governo sem oposição é a pior coisa que pode acontecer para uma democracia.


Foi mal, fugiu do tópico, mas é que o facebook me estressou hoje.

Sim. E essa demonização do "ser direitista" no Brasil tem uma consequência brutal para o debate político: os direitistas não sabem que o são, talvez por certa espécie de "recalque coletivo".

E isso fode com o debate todo.

Ótimos posts. Na verdade, não fugiram do debate não. O espectro político é bem mais complexo do que a dualidade direita-opressora e esquerda-libertadora.
 
É por isso que gosto da Valinor. Os marxistas daqui não me chamam de fascista nem vejo liberais chamando marxistas de comunistas comedores de criancinhas. Não é uma questão de nomenclatura mas de maturidade das pessoas e do debate ideológico. Isso existe aqui, respeito.

Um bom exemplo aqui é o Felagund que apesar de ser extremamente firme em uma linha marxista até bem ortodoxa nunca se fechou ao debate nem é cego a outros pontos de vista. Ele e muitos outros são assim.

Agora vejo no facebook olavetes gritando a torto e a direito que isso é tudo uma conspiração do Foro de São Paulo (sic) e vejo esquerdistas vendo fascistas em todo lugar.

Quando a prakriti se descontrola é normal que a intelligentsia se sinta meio perdida, mas não é só isso. A intelligentsia brasileira mesmo é que é uma coisa lamentável mesmo, se é que existe at all. É tudo uma massificação simplificadora grotesca mesmo em militantes bem politizados. Fica difícil discutir com alguém hoje em dia.

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Se bem que no meu caso é mais natural ser chamado de 'fascista' que de conservador mesmo. O tradicionalismo é essencialmente anti-liberal, anti-globalista, anti-capitalista. Isso é normalmente (não sem razão) associado à extrema-direita, assim como o nacional-bolchevismo e a ínclita Terza Posizione, áreas pelas quais tenho muito interesse, e certas formas mais ortodoxas de marxismo, menos contaminadas pelo progressismo científico e filosófico.

Agora chamar liberal de fascista? Libertário de autoritário e golpista? WTF, cs beberam soda cáustica?
 
Última edição por um moderador:
Não entendo muito o boicote à Copa ou o apelo ao povo para não virem... O dinheiro já foi gasto, o roubo já aconteceu. Não termos público para o evento não vai mudar isso em absolutamente nada.

Agora é o momento de recebermos parte de volta. De trazermos a atenção para a gente e para nossas questões, aproveitar que esse evento pode ajudar com isso. Agora é hora de cobrar do governo oq ele prometeu que viria com a Copa e não liberá-lo dessa promessa...

O problema não é a Copa em si. É a corrupção governamental.

Não aguento mais também esse extremismo todo que está acontecendo por aí...
Ou você levanta bandeira ou você é anti-partidarista, ou você aceita os saques e depredações ou você é fascista, ou você vai de cara limpa ou você é baderneiro, ou você enalta PT, PSOL, PSTU ou você é o demo... Cacete, cambada, vamos com calma aí!
Como o/a Ranza disse (malz, não sei se vc é homem ou mulher), sem diferenças, sem contra balança, não é democracia!!!!

Outra coisa, quem ainda acha que o PT de hoje é o mesmo de antigamente, que tem os mesmos ideais, deve querer se enganar, né? Quem acha que a dinâmica esquerda e direita é a mesma de antigamente, também me parece um pouco equivocado. Quem se pauta no passado para tecer críticas ao que está acontecendo hoje, não me parece querer ver toda a verdade...

E outra, não consigo aceitar pessoas que lutam pelo direito da esquerda de brandar suas crenças e suas opiniões, mas que na primeira opinião contra, xinga de fascista e tira o direito do outro lado de expor também suas opiniões. Sim, fascismo é stricto senso de direita, mas vamos combinar? Se há direito de expressão de um lado, deve haver do outro também.
 

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