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Django Livre (Django Unchained, 2012)

Sua nota para o filme.


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Durante todo esse tempo eles continuam caçando criminosos, com métodos nada ortodoxos e de forma fria. Aí o cara se converte porque vê alguém sendo torturado? Ah, porque matar o sujeito na frente do filho é totalmente válido, certo? Me perdoe, Pips, mas não cola.

Tá perdoado. Você citou o ponto de virada do personagem. Quem mata é o Django, não o Schultz.

Figurações de gala que não fazem nada a não ser aparecer. Até o Stallone faz melhor com seus atores de ação esquecidos na década de 1980.

Não entendi. Seu problema é porque as figurações de gala não tem falas tão marcantes ou porque não fazem nada? Aliás, qual o problema, no desenvolvimento da história mesmo, de zoom nos personagens secundários, nas aparições relâmpagos da Joan Of Arcadia, etc?

Uma homenagem ao estilo Leone - em que o sujeito ainda era importante para a trama -, faz sentido. Mas posicionar a câmera em uma personagem secundária que nem participa da ação ou a desenvolve é desperdício de filme.

Cite a cena exata, assim não dá para eu provar que você está errado. Em todos os filmes do Tarantino ele usa a câmera para em personagens que não falam, isso é autorreferência até onde eu sei - como as câmeras girando em torno da mesa.


"Redondo" de perfeito? It's not.

Redondo não é perfeito, senão Skol seria a melhor cerveja do mundo. Redondo porque não tem nada a mais nem a menos. Veja bem, eu não disse que o filme é perfeito - os únicos filmes perfeitos na face da terra são Persona (Bergman), O bandido da luz vermelha (Sganzerla), Vertigo (Hitchcock) e Sans Soleil (Marker). Não é necessário tirar nem pôr no filme, está redondo, uns vão achar que tem cenas desnecessárias ou longas demais, mas não atrapalham a narrativa, a linha de pensamento e nem a história. Só disse que a reclamação da edição é exagerada, eu vi muita gente dividida. Uns querem só puxar o saco da Sally Menke - que sempre foi uma ótima montadora e grande parceira como Thelma Schoonmaker com o Scorsese.


Ser longo não tem nada a ver com qualidade - é que o filme é ruim mesmo, rs.

Como não se emocionar com "Auf Wiedersehen"? Como não falar "como odeio o Stephen esse duas caras filho da puta (e se você for racista falar "negão desgraçado")? Como não achar demais a cena que Django solta "Eu gosto do jeito que você morre". Caralho, filme ruim. Não! Não!

Até "À Prova de Morte" foi melhor. "Jackie Brown" é melhor, até. Pelo visto ele nunca vai fazer algo a altura de "Bastardos Inglórios", sua própria - de acordo com sua protagonista - obra-prima.

Como assim "até"? À Prova de Morte é uma obra-prima!
 
Tá perdoado. Você citou o ponto de virada do personagem. Quem mata é o Django, não o Schultz.

E quem é que manda o Django matar o sujeito? :lol:

Não entendi. Seu problema é porque as figurações de gala não tem falas tão marcantes ou porque não fazem nada? Aliás, qual o problema, no desenvolvimento da história mesmo, de zoom nos personagens secundários, nas aparições relâmpagos da Joan Of Arcadia, etc?

Cite a cena exata, assim não dá para eu provar que você está errado. Em todos os filmes do Tarantino ele usa a câmera para em personagens que não falam, isso é autorreferência até onde eu sei - como as câmeras girando em torno da mesa.

Não, o problema é dar close nas figurações. Se elas não são úteis à narrativa, por que citá-las? Nesse caso, nem tava pensando na Amber-sei-lá-o-quê - e é Amber mesmo? Preguiça de procurar no Google -, porque nessa cena, houve enquadramento de todos os secundários. Agora, por que dar zoom em personagens que 1) não falam nada, e 2) sabemos que fazem algo, mas não ativamente em cena?

Nesse caso, estou pensando em duas cenas que envolvem uma mulher no bando de Candie. E no meio estavam Robert Carradine, Tom Savini, etc. Nossa, nem o Samm Levine teve close, e olha que ele matou um nazista fugindo e ainda teve um diálogo com a protagonista em "Bastardos Inglórios". :tsc:

Redondo não é perfeito, senão Skol seria a melhor cerveja do mundo. Redondo porque não tem nada a mais nem a menos. Veja bem, eu não disse que o filme é perfeito - os únicos filmes perfeitos na face da terra são Persona (Bergman), O bandido da luz vermelha (Sganzerla), Vertigo (Hitchcock) e Sans Soleil (Marker). Não é necessário tirar nem pôr no filme, está redondo, uns vão achar que tem cenas desnecessárias ou longas demais, mas não atrapalham a narrativa, a linha de pensamento e nem a história. Só disse que a reclamação da edição é exagerada, eu vi muita gente dividida. Uns querem só puxar o saco da Sally Menke - que sempre foi uma ótima montadora e grande parceira como Thelma Schoonmaker com o Scorsese.

Sou abstêmio, rs. Mas valeu por esclarecer o "redondo". :lol: Dava para aparar algumas coisas - como a extensão do segundo ato, dava para simplificar, mas uma tonelada de referências acabou se acumulando e "travando" o andamento do filme. Até aquela cena envolvendo Candie, há um ritmo; depois, fica irritante. E quanto à Sally Menke... ela não morreu? 8-O

Como não se emocionar com "Auf Wiedersehen"? Como não falar "como odeio o Stephen esse duas caras filho da puta (e se você for racista falar "negão desgraçado")? Como não achar demais a cena que Django solta "Eu gosto do jeito que você morre". Caralho, filme ruim. Não! Não!

Considerando tais qualidades, me emocionaria até com um filme de Steven Seagal. :lol:

Ok, não exageremos. :mrgreen:


Como assim "até"? À Prova de Morte é uma obra-prima!

Tem gente que não curte, mesmo fãs de Tarantino.
 
Como não achar demais a cena que Django solta "Eu gosto do jeito que você morre".
Essa cena me incomodou um pouco.
A construção parece uma pista-recompensa em diálogo. Só que uma cena acontece 30 segundos antes da outra. Na minha concepção quebrou bastante o impacto da cena.


Na questão de ser redondo eu achei que o tiroteio foi uma barriga. Ou pelo menos eu não peguei qual era a função narrativa daquilo, de todo aquele tempo de tela.
O epílogo, apesar de eu também achar excessivo já que o vilão já tinha morrido e a questão estava solucionada, entendi quando disseram que a questão era colocar Django agora como um individuo independente, além de confrontar o Samuel L Jackson também como um vilão em termos de escravidão. Mas novamente, grande parte da cena com o Tarantino foi uma barriga também.


Por fim, pra mim a questão das cenas repetidas recai que a maioria tem função primordialmente de referencia. Os closes rápidos no Di Caprio, etc, eu também não vi uma função mais profunda. A cena do buraco de bala ficando vermelho, etc.
Quando ele faz isso 2 ou 3 vezes durante o filme, fica com ar de redundancia. Ficar repetindo a mesma referencia mais de uma vez fica parecendo piada velha do seu tio na mesa de jantar. O grande tchan do Tarantino era que ele sempre pareceu ser um cara com TANTA cultura pop que ele podia ficar fazendo milhares de referencias diversas sem repeti-las, pelo menos sem repeti-las num mesmo filme 5 minutos de distancia entre um e outro. Nesse filme ele me pareceu não conseguir fazer isso, muito em função das barrigas. Mesmo em kill bill eu vejo que as referencias por mais que muitas vezes não tenham função no filme, são mais variadas, não dá ar de dejavu o tempo todo.
 
A intenção era criar um espécie de mito heróico negro no contexto americano da escravidão, comparando ostensivamente com a versão meio duvidosa do Sigfried que é mencionada. E também temos que ver que esse é meio que um "filme de formação". O Django começa como nada e vai se estabelecendo como mito até o final da narrativa.
O tiroteio é pura catarse, assim com a cena final. (Sem contar que é uma dessas cenas de ação diabolicamente divertidas, horrorosa e engraçada ao mesmo tempo, que dificilmente vamos ver com muita freqência cinema) A cena da fuga provavelmente refere-se ao fato de que nos mitos em geral o herói tem que usar de sua lábia para escapar de alguma situação, e a cena final a de que ele tem que se erguer sozinho no "desafio final".
E, sim, muito disso vem da indulgência do Tarantino em querer criar algo que parece já resolvido mas continua assim mesmo. E isso provavelmente é uma das maiores marcas do Tarantino como autor, no sentido que as narrativas não obedecem uma coerência muito lógica. Pulp Fiction são basicamente vários curtos, Kill Bill tem suas "mini-narrativas" encerradas após cada vilão ser derrotado, A prova de morte acaba e basicamente começa novamente, com a mesma premissa à partir da segunda metade; Bastardos, a trama do Brad Pitt seria completamente desnecessária se levarmos em conta que a vingança da judia cumpre exatamente os mesmos objetivos, etc, etc. Jackie Brown é um filme considerada mais maduro dele, mas é exatamente o único que ele adaptou de um livro.
Admiro muito "narrativas redondas" mas não acho que isso é uma pré-condição científica pra gostar de qualquer coisa. O que interessa pra mim é se funciona no contexto da apreciação.
 
O Sr. Bonzinho disse coisas interessantes.

Quanto a cena do Tarantino ela só serviu, na minha opinião, para o Django voltar para Candyland montado num CAVALO BRANCO. Sério, eu dei muita risada essa hora.
 
Sabem em eu penso toda vez que ouço/leio Candyland?

Who can take a sunrise, sprinkle it with dew
Cover it with chocolate and a miracle or two
The Candy Man, oh the Candy Man can
The Candy Man can 'cause he mixes it with love
and makes the world taste good

Who can take a rainbow, wrap it in the sky
Soak it in the sun and make a groovy lemon pie
The Candy Man, the Candy Man can
The Candy Man can 'cause he mixes it with love
and makes the world taste good

Link: http://www.vagalume.com.br/sammy-davis-jr/candy-man.html

Confesso que fiquei esperando esta música tocar no filme ><
 
Sabem em eu penso toda vez que ouço/leio Candyland?

Who can take a sunrise, sprinkle it with dew
Cover it with chocolate and a miracle or two
The Candy Man, oh the Candy Man can
The Candy Man can 'cause he mixes it with love
and makes the world taste good

Who can take a rainbow, wrap it in the sky
Soak it in the sun and make a groovy lemon pie
The Candy Man, the Candy Man can
The Candy Man can 'cause he mixes it with love
and makes the world taste good

Link: http://www.vagalume.com.br/sammy-davis-jr/candy-man.html

Confesso que fiquei esperando esta música tocar no filme ><

eu penso nisso >>> http://www.hasbro.com/games/en_US/candyland/ e nisso >> http://www.candyland.com.br/ =F
 
Achei o filme excepcional!!!!
Não senti o tempo passar e quando acabou, fiquei com pena. Logo no início, alguém na sala do cinema esqueceu que o filme se tratava de Tarantino e no primeiro show de sangue, deu um gritinho... Vi algumas pessoas reclamando da quantidade de sangue por aqui, mas acho que faz parte do caráter dos filmes dele. Violência além do necessário e sangue sempre que possível, mas é só aproveitar (IMO).

Waltz roubou a cena, desde o início e quando morreu, o filme perdeu metade da graça. DiCaprio também estava ótimo, com o sotaque puxado, as tiradas, os dentes pretos e o lápis de olho. Gostei do Foxx, ele me surpreendeu positivamente. Samuel L Jackson, maravilhoso como sempre, com atuação incrível, que me gerou raiva.

Sobre a discussão do desenvolver e mudança do Schultz durante o filme, não sei se concordo muito não... Não o via como um carniceiro no início. Acho que ele sempre teve uma visão muito prática sobre as mortes que era "pago" para fazer, era o trabalho dele e pronto. Um meio para um fim. Agora, ao mesmo tempo, sempre demonstrou um lado humano, se preocupando e interessando pela história de Django e se oferecendo para ajudar. Acho que a parti do segundo ato, ele continuou o mesmo cara prático, mas humano do início. O fato de ele não ter pena em matar alguém para conseguir a recompensa não significa que torna tranquilo ver alguém morrer sendo comido por cachorros enquanto praticamente não consegue andar de tão ferrado.

Ao mesmo tempo, Django sempre demonstrou determinada frieza e distanciamento... Isso só foi sendo deixado mais claro com o passar do tempo e com sua experiência como caçador de recompensas, mas não acho que ele mudou tanto assim. Senti como se ele tivesse começado a ver as coisas de maneira mais prática, como Schultz via, começou a analisar mais como um modo para chegar no objetivo dele final.

Enfim, amei... Tarantino não me decepcionou!!! :grinlove:
 
Achei o filme excepcional!!!!
Não senti o tempo passar e quando acabou, fiquei com pena. Logo no início, alguém na sala do cinema esqueceu que o filme se tratava de Tarantino e no primeiro show de sangue, deu um gritinho... Vi algumas pessoas reclamando da quantidade de sangue por aqui, mas acho que faz parte do caráter dos filmes dele. Violência além do necessário e sangue sempre que possível, mas é só aproveitar (IMO).

Waltz roubou a cena, desde o início e quando morreu, o filme perdeu metade da graça. DiCaprio também estava ótimo, com o sotaque puxado, as tiradas, os dentes pretos e o lápis de olho. Gostei do Foxx, ele me surpreendeu positivamente. Samuel L Jackson, maravilhoso como sempre, com atuação incrível, que me gerou raiva.

Sobre a discussão do desenvolver e mudança do Schultz durante o filme, não sei se concordo muito não... Não o via como um carniceiro no início. Acho que ele sempre teve uma visão muito prática sobre as mortes que era "pago" para fazer, era o trabalho dele e pronto. Um meio para um fim. Agora, ao mesmo tempo, sempre demonstrou um lado humano, se preocupando e interessando pela história de Django e se oferecendo para ajudar. Acho que a parti do segundo ato, ele continuou o mesmo cara prático, mas humano do início. O fato de ele não ter pena em matar alguém para conseguir a recompensa não significa que torna tranquilo ver alguém morrer sendo comido por cachorros enquanto praticamente não consegue andar de tão ferrado.

Ao mesmo tempo, Django sempre demonstrou determinada frieza e distanciamento... Isso só foi sendo deixado mais claro com o passar do tempo e com sua experiência como caçador de recompensas, mas não acho que ele mudou tanto assim. Senti como se ele tivesse começado a ver as coisas de maneira mais prática, como Schultz via, começou a analisar mais como um modo para chegar no objetivo dele final.

Enfim, amei... Tarantino não me decepcionou!!! :grinlove:

O fato de Schultz justificar de forma prática as suas ações como caçador de recompensas não muda o fato de que ele trocava vidas por dinheiro (por mais que as vidas fossem de criminosos). Se fossemos pensar assim, então Candie também não é um carniceiro, uma vez que ele também justifica de forma bem prática as sua ações, como mostrou bem na cena da sala de jantar. Eu acho que a questão é que quando Schultz entra em Candyland, ele olha um outro lado da moeda, como se visse uma imagem distorcida de sua própria lógica (acho que fui longe aqui, mas enfim) e ele não gosta do que vê. Tanto é que ele queria sair o mais rápido possível de Candyland uma vez que o problema de Django já estava resolvido. Só que quando Candie pede para apertarem as mãos, para Schultz isso possivelmente significa que eles estaria compactuando com tudo o que ele viu e isso já seria demais. Na verdade, pensando assim, talvez a ação de Schultz não seja muito descabida, pois poderia ser interpretada como um momento de redenção do personagem, pois se ele ainda fosse o caçados de recompensas frio e prático, então ele apertaria as mãos de Candie e voltaria para a sua vida.

Aliás, em outro post eu critiquei a fala de Django quando ele diz que é um negro em dez mil, mas acho que a frase precisa ser ponderada. Ele era um escravo e possivelmente de tanto ser inferiorizados, deve ter acreditado em sua própria condição. Quando Schultz o resgata desse mundo, Django enxerga todas as suas possibilidades e então acredita ser realmente especial - só que essa interpretação míope é justificável no contexto do filme.

Sobre a sanguinolência, realmente não seria um filme de Tarantino sem ela.
 
O fato de Schultz justificar de forma prática as suas ações como caçador de recompensas não muda o fato de que ele trocava vidas por dinheiro (por mais que as vidas fossem de criminosos). Se fossemos pensar assim, então Candie também não é um carniceiro, uma vez que ele também justifica de forma bem prática as sua ações, como mostrou bem na cena da sala de jantar. Eu acho que a questão é que quando Schultz entra em Candyland, ele olha um outro lado da moeda, como se visse uma imagem distorcida de sua própria lógica (acho que fui longe aqui, mas enfim) e ele não gosta do que vê. Tanto é que ele queria sair o mais rápido possível de Candyland uma vez que o problema de Django já estava resolvido. Só que quando Candie pede para apertarem as mãos, para Schultz isso possivelmente significa que eles estaria compactuando com tudo o que ele viu e isso já seria demais. Na verdade, pensando assim, talvez a ação de Schultz não seja muito descabida, pois poderia ser interpretada como um momento de redenção do personagem, pois se ele ainda fosse o caçados de recompensas frio e prático, então ele apertaria as mãos de Candie e voltaria para a sua vida.
Ok, acho que não me expliquei direito. Concordo com oq vc disse, concordo que houve uma mudança em Schultz no passar do filme. Só não concordo que a mudança foi assim, tão drástica. Concordo que o sentimento dele deu uma guinada quando ele chegou em Candyland e que estava extremamente desconfortável por sair de lá assim que terminou a questão de Django e que a morte de Candie foi uma catarse dele, uma forma de se liberar de toda a tensão que passou enquanto estava na casa (pela violência testemunhada por ele) e um modo de mostrar a si mesmo que talvez não seguisse os passos que vinha seguindo até então...

Mas discordo quando diz que por justificarmos os atos de Schultz como praticidade, tiramos tb o título de carniceiro de Candie. Acho que o título é ganho não só pela facilidade de matar, mas tb pelo toque de crueldade ao matar. Senti durante todo o filme que Schultz não tinha maiores problemas com a morte em si, mas se tinha algo que o incomodava era o tratamento diferenciado para brancos e negros. Quando Schultz busca Django na estrada, ele já demonstra isso pelo modo com que trata os escravos e pela chance de vingança que dá a eles quando parte com Django, entendo que a mesma coisa foi demonstrada quando eles chegam na cidade para matar o xerife - ele foi frio, calculista e prático em todas as suas ações e sempre demonstrou um leve desagrado e até uma superioridade quando era questionado sobre o pq de estar ao lado de um negro, como igual para igual.

Acho que sua mudança grave em Candyland aconteceu não só pela morte do escravo que fugia, mas pelo modo e pela crueldade que aquilo foi feito. Candie sempre fazia questão em demonstrar a superioridade racial e acho que em alguns momentos isso incomodava Schultz muito mais do que a própria violência (mais uma vez, acho sim, que o toque de crueldade, como matar alguém devorado por cachorros, incomodou Schultz).

Aliás, em outro post eu critiquei a fala de Django quando ele diz que é um negro em dez mil, mas acho que a frase precisa ser ponderada. Ele era um escravo e possivelmente de tanto ser inferiorizados, deve ter acreditado em sua própria condição. Quando Schultz o resgata desse mundo, Django enxerga todas as suas possibilidades e então acredita ser realmente especial - só que essa interpretação míope é justificável no contexto do filme.

Sobre a sanguinolência, realmente não seria um filme de Tarantino sem ela.
Quanto à frase de Django, ele falou já em Candyland, não? Enquanto estava no papel de negociante? Pode ser inocência minha, mas acho que parte do motivo para ele ter falado isso foi interpretação... Ele deixou claro que negociantes negros seriam a raça mais baixa da escória da Terra e que faria tudo para agir como um - sentir-se especial e diferente dos negros seria necessário se ele realmente os negociasse.

Por outro lado, entendo que ainda assim ele poderia se sentir um pouco diferente dos demais, mas acho que pela história e pela possibilidade de ter um parceiro como Schultz, que possibilitou que fosse atrás de vingança. E além do mais, por ser livre em uma época que isso era quase impossível.
 
Mas discordo quando diz que por justificarmos os atos de Schultz como praticidade, tiramos tb o título de carniceiro de Candie. Acho que o título é ganho não só pela facilidade de matar, mas tb pelo toque de crueldade ao matar. Senti durante todo o filme que Schultz não tinha maiores problemas com a morte em si, mas se tinha algo que o incomodava era o tratamento diferenciado para brancos e negros. Quando Schultz busca Django na estrada, ele já demonstra isso pelo modo com que trata os escravos e pela chance de vingança que dá a eles quando parte com Django, entendo que a mesma coisa foi demonstrada quando eles chegam na cidade para matar o xerife - ele foi frio, calculista e prático em todas as suas ações e sempre demonstrou um leve desagrado e até uma superioridade quando era questionado sobre o pq de estar ao lado de um negro, como igual para igual.

É por isso que eu disse que Schultz pode ter visto um reflexo distorcido em Candie. Isso não quer dizer que eles sejam iguais, embora ambos sejam bem práticos na hora de justificar os seus atos. Schultz parece bem confortável com a lógica de matar os bandidos e o seu lado perverso aparece na cena do pai com o filho, pois há nessa cena um certo requinte de crueldade (que não chega nem perto da crueldade em Candyland, sem dúvida). O fato dos alvos serem bandidos não torna Schultz menos assassino, né? Esse é um papo mais longo e filosófico, bom para ser acompanhado de uma cerveja.

Quanto à frase de Django, ele falou já em Candyland, não? Enquanto estava no papel de negociante? Pode ser inocência minha, mas acho que parte do motivo para ele ter falado isso foi interpretação... Ele deixou claro que negociantes negros seriam a raça mais baixa da escória da Terra e que faria tudo para agir como um - sentir-se especial e diferente dos negros seria necessário se ele realmente os negociasse.

Por outro lado, entendo que ainda assim ele poderia se sentir um pouco diferente dos demais, mas acho que pela história e pela possibilidade de ter um parceiro como Schultz, que possibilitou que fosse atrás de vingança. E além do mais, por ser livre em uma época que isso era quase impossível.

Agora estou na dúvida quando ele fala isso, mas acho que é quando retorna a Candyland. Quando critiquei a frase, achei que ela reforçava um pouco o racismo, mas depois entendi que o contexto precisa ser considerado. Django era um escravo e possivelmente acreditava em sua suposta condição inferior. Quando Schultz o liberta, Django entende que não era inferior, mas isso não significa que ele tenha entendido que nenhum negro é inferior e é por isso que ele falou a tal frase.
 
É por isso que eu disse que Schultz pode ter visto um reflexo distorcido em Candie. Isso não quer dizer que eles sejam iguais, embora ambos sejam bem práticos na hora de justificar os seus atos. Schultz parece bem confortável com a lógica de matar os bandidos e o seu lado perverso aparece na cena do pai com o filho, pois há nessa cena um certo requinte de crueldade (que não chega nem perto da crueldade em Candyland, sem dúvida). O fato dos alvos serem bandidos não torna Schultz menos assassino, né? Esse é um papo mais longo e filosófico, bom para ser acompanhado de uma cerveja.



Agora estou na dúvida quando ele fala isso, mas acho que é quando retorna a Candyland. Quando critiquei a frase, achei que ela reforçava um pouco o racismo, mas depois entendi que o contexto precisa ser considerado. Django era um escravo e possivelmente acreditava em sua suposta condição inferior. Quando Schultz o liberta, Django entende que não era inferior, mas isso não significa que ele tenha entendido que nenhum negro é inferior e é por isso que ele falou a tal frase.

Acho que vcs estão lendo demais aí. Não me parece que o Django se ache inferior ou qualquer coisa, mas é simplesmente uma frase de efeito dele: Ele virando a frase racista do Calvin/Stephen contra eles exatamente depois de destrui-los completamente.
Com relação ao Schultz, outra coisa bem típica do Tarantino é que os personagens tenham sua moralidade própria e transitem por aí sem se preocupar com suas contradições. Posso ver perfeitamente o cara achar assassinato por recompensa algo não particularmente reprovável e achar a escravidão e todo o sistema que o acompanha algo deplorável, o que também combina bem com o tipo "europeu esclarecido" que ele ostenta durante o filme inteiro. Isso fica claro na primeira cena no bar, em que ele explica que é um caçador de recompensas, mas ao mesmo tempo diz, de forma meio cínica, que sente vergonha de explorar a condição momentânea do Django como escravo para seu próprio ganho.
 
Última edição:
Se me lembro bem, Candy é o primeiro a falar que Django é um em dez mil e Django repete isso uma ou duas vezes depois.
 
Estou lá assistindo ao filme. Aí nos créditos vejo o nome do Samuel L. Jackson... Daí ele demora tanto a aparecer que esqueço completamente que o cara tá no filme... Então eu saio da sessão e só nesse momento percebo que tinha visto o nome do ator nos créditos... Pior que eu não me toquei sobre qual personagem ele faz e levei um susto quando descobri que é o Stephens 8-O
Não só ele está muuuuuito diferente, como tbm nunca o tinha visto num papel tão engraçado :rofl: (You son of a - BOOOOOOM, hahahahaha). Nem suspeitei que era ele, hehe!
 
Morricone critica Tarantino, com quem não trabalhará de novo


De acordo com o site The Hollywood Reporter, em uma aula de uma universidade em Roma, Morricone declarou que é frustrante trabalhar com Tarantino porque ele “encaixa músicas em seus filmes sem coerência” e que “não dá para fazer nada com alguém assim”.

Morricone continuou: “Eu não gostaria de trabalhar com ele novamente. Ele disse no ano passado que gostaria de trabalhar comigo de novo desde Bastardos Inglórios, mas eu disse que não poderia porque ele não me deu tempo suficiente. Então ele só usou uma canção que eu tinha feito anteriormente”. Para completar, ele disse que não gostou muito de Django Livre: “Para falar a verdade, eu nem liguei. Muito sangue”.


A fonte é bem duvidosa. Mas é curioso.
Se for verdade, deve ser dolorido pro Tarantino ouvir isso de um ídolo.
 
Sobre Schultz
Não percebi nenhuma mudança drástica, se fosse para apontar um momento onde ele perde a frieza eu citaria a oferta de reembolsar os $500 para que o negro não fosse mais humilhado e castigado, foi aí que ele se sentiu realmente incomodado e esqueceu seu papel na fazenda, enquanto Django manteve a calma e seu personagem. A repulsa pela escravatura é demonstrada durante todo o filme, após o discurso na mesa de jantar esse nojo alcançou seu limite, Schultz aguentou o suficiente apenas para sair logo da casa com Django e sua esposa, mas apertar a mão daquele punhado de m**** seria inaceitável, pelo menos essa foi a interpretação que eu tive durante a cena, uma completa repulsa pelo Calvin onde mata-lo era a única opção para não ter que apertar sua mão.

sobre personagens secundários
Em nenhum momento os closes me incomodaram, muito pelo contrário, gostei bastante do pequeno destaque que cada personagem recebeu, sendo a cena mais especial o close no escravo que vê Django partindo de volta para Candyland.
Para mim não foi preciso um desenvolver ou participação maior na história central, suas aparições desenharam muito bem tanto o cenário quanto o reflexo dos acontecimentos.

e Django
Achei bom ele não se tornar uma espécie de Zorro, um herói lutando pelos outros, Django não é isso, ele não poderia nem deveria correr atrás do resgate de todos os escravos, o máximo que faz é dar uma chance de voltar à vida, a mesma oportunidade que recebeu de Schultz.
Concordar que ele é 1 entre 10 mil, ao meu ver, não indica que ele se ache superior, mas reconhece que apenas ele está fazendo algo contra os que se acham superiores, enquanto 9.999 abaixam a cabeça.. Django atira, isso não é questão de raça mas de atitude.

No geral, não foi tudo o que eu esperava, mas foi excelente, gostei do excesso de sangue (que infelizmente em um determinado tiroteio me lembrou Kill Bill), da duração do filme (que poderia continuar por mais 1h e eu assistiria com muito prazer), só acho que poderia ter finalizado de uma forma mais épica, mas talvez eu esteja comparando demais com o Django de 1966.
 

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