• Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!

tolkien filólogo

Vard

Usuário
Amigo.

Busco algumas repostas sobre Tolkien como acadêmico:

a) sabe-se já o processo de pesquisa para a construção da língua?
b) quais são os textos publicados por Tolkien, enquanto filólogo?

c) como a Filologia ajudou no processo de construção das ficções dele?
Como é que Tolkien faz filologia e dela se vale na ficção?

Ou alguém teria pelo menos alguma sugestão de palavra-chave para a busca em periódico? Talvez no Tolkien studies.

Obrigado
 
Eis um assunto que me interessa vivamente, mas que ainda não tive o menor tempo de pesquisar. Vou acompanhar de perto este tópico. :yep:
 
Fico pensando o que motivou Tolkien a criar um mundo mítico para seus idiomas. Tá, é legal criar, mas a coisa tomou uma proporção enorme. Tão grande, que em toda a vida dele, ele publicou apenas alguns livros - mas estes poucos tinham toda a história de um mundo.

É impressionante... o que será que o motivou a isso? Será que alguém já fez isso antes/depois de Tolkien?
 
Legal é o cara seguindo a idéia do forum ("Diga Amigo e Entre") e realmente dizendo "amigo" ou "mellon" para inicial o tópico! :lol:

Mas vamos às respostas. Quanto à pergunta A, não sei te dizer.
Quanto à B, alguns textos acadêmicos de Tolkien estão na antologia Tolkien Reader. Há uma página bem resumida sobre na Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Tolkien_Reader

Quanto à questão C, posso falar-lhe de cabeça alguma coisa.
Tolkien tinha muitas metas quando começou a escrever ficção: criar uma mitologia para a Inglaterra, criar uma paisagem para seus idiomas fictícios, entreter os filhos...
A filologia ajudou muito na construção do universo de Tolkien. Através da construção do idioma - sendo este algo vivo, que cresce e se desenvolve de acordo com as sociedades que os domina - Tolkien podia pensar em migrações, divisão de povos, famílias, raças etc. E o mesmo funcionava de maneira contrária: o desenvolvimento da história também afetava diretamente a criação dos idiomas.

Acho que quem mais poderia te ajudar neste assunto é o Tilion, mas não sei se ele ainda frequenta o forum. Se não achar pelo nick aqui no forum, procure pelo nome: Gabriel Oliva Brum.
 
Pode não ter muito a ver com o tema do tópico, mas sempre achei fantástico o fato de Tolkien criar não uma, mas várias linguagens para suas obras!! 8-O

Ele até mesmo criou quenya e sindarin para os elfos, sendo que um "idioma" só para a raça élfica já estaria bom, rs! Embora haja várias subdivisões entre os elfos, assim como entre os orcs, os homens, etc...

Mas é fantástico. Até eu, que sempre me considerei habilidosa com idiomas, creio que não chegaria nem perto desse patamar.
 
Um exemplo muito bom de como o trabalho de Tolkien como filólogo, estudando a origem das palavras, seu uso dentro da língua e da literatura, influenciava a criação artística da Terra Média e seus propósitos diversos ao longo do tempo e da vida de JRRT está discutido por mim em português aí:

O prisioneiro de Beleriand/Brocéliande-Melian e Merlin

Outro bom exemplo, esse em inglês pode ser achado aí: Light-elves, Dark-elves, and Others:
Tolkien's Elvish Problem
Tom Shippey


É bem melhor pra entender do que ficar descrevendo o processo com abstrações teóricas e descrição do que vem a ser filologia e a relação de Tolkien e sua literatura com ela.

Detalhe: a afirmação de Tolkien de que os nomes e a linguagem vieram ANTES das histórias é DESMENTIDA pela evidência biográfica, fato discutido lá fora agorinha mesmo no livro da Dimitra Fimi e,tudo indica, Tolkien exagerava HORRORES a proeminência e determinismo desse tipo de elaboração na cabeça dele.

When it comes to the invented languages spoken by the fairies/elves, Fimi questions Tolkien’s often stated view that the languages came first and the mythology followed, largely to provide a pseudo-historical matrix within which those languages could evolve. She thinks that fairies/religion, and fairies in the ‘mythology for England’, came first. The earliest example of ‘Qenya’ comes after the earliest written pieces of the mythology proper, The Voyage of Earendil the Evening Star, and Tolkien’s attempt to adapt the tale of Kullervo from the Kalevala (eventually the tale of Túrin). She reasonably concludes that language-invention and myth-making began independently but rapidly became interconnected. But linguistic invention always remained of primary importance to Tolkien, and it was doubtless this creative primacy which came to produce a temporal primacy in his own mind.

Tolkien initially approached language on the purely aesthetic level of the sounds of words independent of their meaning. But the next step in a linguistic evolution is ‘phonetic fitness’, when a word sounds just right for its intended meaning. Later in life, Tolkien developed the idea of ‘inherent linguistic predilections’ which are tied in with one’s ancestry: such a thing is literally inherited as indeed could memory, as shown in The Lost Road and The Notion Club Papers. But Fimi thinks that some of Tolkien’s own linguistic predilections, by his associating certain values with them, give glimpses of a lost history, or religious associations.

Se ele seguisse ao pé da letra suas elocubrações filológicas o nome sindarin de Fëanor no Legendarium seria Fainor no lugar daquele que conhecemos e amamos.

Taí nesse post mais uma evidência do processo de criação filológica( muitas vezes repleta de trocadilhos históricos que tornavam a similaridade MUITO MAIS do que fonética ao contrário do que ele tendia a dizer) e do porquê confiar ao pé da letra na descrição que o próprio Tolkien dava do processo é, provavelmente, péssima abordagem
 
Última edição:
Até ao momento ainda não encontrei mais nenhum escritor, que como um utilizador respondeu acima, tivesse criado "um mundo inteiro", apenas com a publicação de alguns livros. É um escritor fantástico, consegue fazer-nos "viver" num mundo totalmente paralelo. A sua capacidade de imaginação, é simplesmente impressionante. :)
 

Valinor 2023

Total arrecadado
R$2.434,79
Termina em:
Back
Topo