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O propósito do Um Anel

Eriadan

Well-Known Member
Pode ser vergonhoso para quem se diz fã devoto, mas acho que eu nunca entendi exatamente este ponto central da história: o propósito do Um Anel. Por que Sauron resolveu correr tamanho risco? e de que modo ele exercia poder sobre os demais? Afinal, ao forjá-lo, ele não somou poderes, ele apenas os dividiu entre o seu próprio corpo e o Anel, correto? E de que modo isso foi benéfico para ele: ele conseguia controlar as ações daqueles que portavam os outros anéis? O que ele chegou a ganhar, efetivamente, com isso?

Alguém pode me explicar com o máximo de detalhes, por favor? Não aguento mais amigos me perguntarem isso e eu ter que desconversar. :pray:
 
Boa pergunta! Bem desafiadora.

Acho que ele ganhou muita coisa, principalmente por parte dos homens. Quando ele consegue escravizar os 9 homens, esses espectros do anel ganham poder de inlfuencia e dominio muito grande em varias regiões da Terra media e isso ajudou e muito Sauron em disseminar seu poder e controle ao longo dos mais de 3000 mil anos.

Ele dividiu seu essencia, poder e força nos anéis e principalmente no Um Anel. Acho que o tiro saiu pela culatra quando os elfos usaram seus aneis e em sintonia com o Um Anel descobriram os itentos de Sauron.

Agora, uma outra pergunta:

O que seria da Terra media se Sauron não tivesse forjado o Um Anel? Seria mais fácil vencer os povos livres da Terra media?
 
1)Por que Sauron resolveu correr tamanho risco?

entendo que a criação dos anéis do poder (incluindo o Um Anel) fazia parte de um plano de dominação de longo prazo de Sauron. primeiro, como Annatar, ele ensinou aos elfos como criar os tais anéis. como Sauron esteve envolvido diretamente na criação dos primeiros 16 anéis do poder (os lesser rings), na prática isso significou que o canal de comunicação entre o Um Anel e esses anéis era mais forte - tanto é que foram esses lesser rings que foram usados pelos homens. no caso dos anões, que também foram presenteados com os anéis menores, a influência de Sauron se mostrou fraca, possivelmente por questões naturais (e misteriosas) dos anões. como os elfos criaram os três grandes anéis sem a participação direta de Annatar, entendo que o domínio do Um Anel sobre eles era muito menor.

então, respondendo a sua primeira pergunta, entendo que Sauron correu o risco de colocar parte de sua essência no Um Anel, pois isso o tornaria mais poderoso e isso fazia parte do seu plano de longo prazo: distribuir os anéis do poder entre os povos da Terra-Média e dominá-los com o Um Anel, que precisaria de sua força para funcionar.

enfim, foi uma estratégia de risco.

2)de que modo ele exercia poder sobre os demais?

acho que esse domínio era algo mais sutil do que tornar os usuários em marionetes. talvez fosse algo ligado a Sauron gradativamente dobrar a vontade dos usuários e direcionar suas ações de acordo com seu desígnio de dominação. no caso dos humanos, se não me engano o único exemplo de sucesso de dominação através dos anéis, os anéis do poder aumentaram consideravelmente suas vidas além de concederem poderes mágicos. com o passar dos anos, no entanto, os reis numenorianos definharam até se transformarem em espectros, nem vivos e nem mortos, e escravos da vontade de Sauron.

então, tentando responder a sua pergunta (que acho bem difícil, na verdade), acho que o domínio deveria ser algo sutil, como um direcionamento de vontades. mas importante do que isso, no entanto, acho que os anéis tornavam seus usuários em viciados por poder que, sem perceber, gradativamente se tornariam escravos.
 
Talvez ele pode ter cometido um dos maiores erros que alguém pode cometer quando faz um plano de dominação: achar que não será derrotado. Ao colocar sua essência no Um para aumentar seu poder de dominação, ele pode ter achado que nada poderia pará-lo. O que ele não contava seria a pouca influência que ele teria sobre os anéis dos elfos e a Última Aliança que acabou cortando seu dedo e atrasando um pouco seus planos.
 
A metafísica por trás do poder do Um anel se dá com a presença de uma substância ou essência que remonta antes mesmo dos eventos da 1ª Era do Sol: O elemento Morgoth:

When in Middle-earth, Morgoth became fully incarnated in an attempt to be able to control the hroa – the physical matter – of Arda. This was a similar, but much more far-reaching, thing to what Sauron did when investing his power into the One Ring.

Because of this, it came to pass that all matter outside the Blessed Realm contained a portion of Morgoth’s physical “essence”. This was known as the “Morgoth Element” or the “Morgoth Ingredient”, and it meant that Morgoth’s power was disseminated throughout Middle-earth – and he became part of everything in the world, both animate or inanimate. There did seem to be certain elements into which Morgoth concentrated his power, and one of these was gold – the main constituent of all Rings of Power except Nenya. There were also elements to which he didn’t pay much attention – for example, silver (though mithril seems to have been an exception to this) and water. It has been also suggested that the wills of Morgoth’s evil creatures – e.g. balrogs, orcs etc – were part of Morgoth’s dispersed power.

The main effect of this dispersal of power was to make all things created from the hroa of Middle-earth have a tendency to lean towards evil and Morgoth – “they were none of them wholly free of him in their incarnate form, and their bodies had an effect upon their spirits”. And what that meant was that Morgoth could never be totally dispelled from the world – unless Arda was completely disintegrated.

There was, however, a downside – just as with Sauron and the Ring. From incarnation into the world, Morgoth lost a large amount of his Valarin powers. This was a permanent effect as Morgoth had abandoned his Valar body, with no possibility of return, and he started to exist solely as a desire to possess and dominate matter.

Because Morgoth had taken up a physical form, the Ainur and the Children of Ilúvatar had to fight him on a physical level. And the problem with this was that any direct confrontation with Morgoth would substantially affect the substance of the world through the Morgoth Element. This seems to be why the Valar did not rush to battle with him in any major way.

“The whole of ‘Middle-earth’ was Morgoth’s Ring, though temporarily his attention was mainly upon the North-west. Unless swiftly successful, War against him might well end in reducing all Middle-earth to chaos, possibly even all Arda. It is easy to say: ‘It was the task and function of the Elder King [Manwë] to govern Arda and make it possible for the Children of Eru to live in it unmolested.’ But the dilemma of the Valar was this: Arda could only be liberated by a physical battle; but a probable result of such a battle was the irretrievable ruin of Arda.”

The Morgoth Element and Sauron

While Sauron could not extract Morgoth’s essence from the fabric of the world, he did automatically profit from the fact that Morgoth’s ill-will inhabited the Earth and was willing to co-operate with many of Sauron’s evil goals.

“Morgoth’s Ring” states that the Morgoth Element was a prerequisite for the ‘magic’ Sauron worked upon matter, particularly the One Ring. However, exactly how the Rings of Power interacted with the Morgoth element is unknown, but it has been suggested that the increases in power seen by ringbearers when wearing a Ring could be associated with the Rings accessing the Morgoth Element – and the more powerful the bearer to start with, the better a Ring could tap into the Morgoth Element. The Morgoth Element could also be the “backdoor” Sauron worked into the Rings of Power, and it could be that Sammath Naur contained a particularly strong concentration of the Morgoth Element, thus aiding the creation of the Ring in some manner.

The Morgoth Element and the Children of Ilúvatar

The presence of the Morgoth Element meant that there was a duality within all life on Middle-earth – a conflict between the Morgoth Element contained within all matter, and that in life which is pure and untainted (represented in “The Silmarillion” by the Flame Imperishable). The evil in men then stemmed from a willingness to give in to the Morgoth Element, which allowed their souls to be tainted by the very materials from which they were composed.

So did Morgoth achieve his goals?

The common wisdom is that Morgoth failed as eventually he was cast out into the Void, not to trouble Arda again in that age, or many ages to come. But did he fail? Yes, his body was defeated, but until the end of Arda, he endured in the Morgoth Element. His essence ran through the veins of Middle-earth, of Arda Fallen, until the end of the world. So actually, I’m not sure he did fail after all.

Sem dissentir, há esta análise que Tolkien faz sobre este risco com a criação da Joia:

Essa pergunta e suas implicações são respondidas na “Queda de Númenor”, que ainda não foi publicada, mas que não posso preparar agora. Não se pode exigir muito do Um Anel, pois ele obviamente é um atributo mítico, embora o mundo das histórias seja concebido em termos mais ou menos históricos. O Anel de Sauron é apenas um dos vários tratamentos míticos da colocação da vida ou poder de alguém em algum objeto externo, que assim fica exposto à captura ou destruição com resultados desastrosos para si mesmo. Se eu fosse “filosofar” esse mito, ou pelo menos o Anel de Sauron, eu diria que ele era um modo mítico de representar a verdade de que a potência (ou talvez, melhor dizendo, potencialidade), se for ser exercida e produzir resultados, tem de ser externada e dessa forma, por assim dizer, sai, em um grau maior ou menor, do controle direto do indivíduo. Um homem que deseje exercer “poder” deve possuir subordinados, que não são ele mesmo. Mas ele então depende deles.
Ar-Pharazôn, como é contado na “Queda”, ou Akallabêth, conquistou subordinados aterrorizados de Sauron, não Sauron. A “rendição” pessoal de Sauron foi voluntária e astuta*: ele conseguiu livre transporte para Númenor! Ele naturalmente possuía o Um Anel, e desse modo logo dominou as mentes e vontades da maioria dos Númenóreanos.

Num paralelismo com os pormenores judaicos-cristâ, tal elemento poderia ter por base alguns dos dizeres bíblicos que explanam o porque do mal subsistir no meio da criação divina, bem como o pecado se dissemina e se mantém no seio da humanidade. Vide:http://www.estudosgospel.com.br/esbocos/geral/duas-sementes-a-do-bem-e-a-do-mal.html

Duas Sementes - A do Bem e a do Mal

1. QUEM NÃO VIGIA DÁ TERRENO A SEMENTE DO MAL
* O maligno semeia no campo que não é seu – Mateus 13.27 E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio?

* O maligno semeia seu joio no meio do trigo – Mateus 13.26 E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio

* O maligno é sutil em semear secretamente – Mateus 13.25 Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se.

2. QUEM VIGIA RECEBE A SEMENTE QUE FRUTIFICARÁ
* A boa semente é o produto da boa palavra recebida – Mateus 13.19 Ouvindo alguém a palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho

* A boa semente é o produto da boa palavra entendida – Mateus 13.23 Mas, o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta

Paralelo com a obra?

Contudo, quem semeia mentiras no final não deixará de ter sua colheita; e em breve poderá descansar da labuta enquanto outros vão colher e semear em seu lugar.

Destarte, em termos bélicos, Sauron podia, com o uso do Um anel manipular tal essência, tornando-se (num processo a longo prazo) virtualmente invulnerável, a exemplo do post que eu tinha feito neste tópico: http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=105048

A respeito da queda de Elendil e Gil-Galad, há uma série de vertentes/pontos de vistas que tentam trazer "à luz"/mais informações que não temos tanto no legendarium. Ora, o mesmo Sauron que ficou 7 anos "ruminando" na torre de Barad-dûr, enquanto os exércitos de homens, elfos e anões estreitavam o cerco à sua fortaleza, veio (lógico, é um exercício de imaginação ou "extrapolação") a utilizar seus "maquinários" e servos em suas contendas contra os seus inimigos, mas além disso há 2 pontos que me passavam desapercebido outrora:

Ponto 1:

"Sitiaram a fortaleza por sete anos e sofreram perdas pelo fogo, por lanças e setas do inimigo, e Sauron fez muitas investidas contra eles" (Silmarillion - Dos anéis de poder e da Terceira Era - 374).

Me parece que, além dos meios convencionais, creio que Sauron utilizou-se (acho que por algum tempo fez uso disso; pois ele aparenta ter refeito seu Fana, mas não ter se "recuperado a totalidade do seu poder") dos fogos advindos das entranhas da terra de Mordor; meio que "invocar"/requerer a saída do magma para atingir seus inimigos (lembrar que ele usou o magma em seus feitiços e em sua forja). Se isso realmente ocorreu, parabéns aos elfos-homens-anões (quem sabe estes últimos tenha sido a salvação dos exércitos, é algo a ser discutido, eu acho) por serem capazes de manter e pressionar o cerco à Sauron.

Ponto 2:

"No final, porém, o cerco era tão rigoroso, que o próprio Sauron se apresentou; e lutou com Gil-Galad e Elendil, matando os dois; e a espada de Elendil quebrou quando ele tombou." (Silmarillion - Dos anéis de poder e da Terceira Era - 375).

Sem dissentir:

"Eu vi o último combate nas encostas de Orodruin, onde Gil-galad morreu, e Elendil caiu, e Narsil se quebrou sob seu corpo."

A somatória dessas duas passagens vão remeter a dois fatos, ou seja, a de que Sauron, mesmo diante de uma hoste de inimigos que cercaram totalmente seu refúgio, conseguiu "abrir caminho" (para mim lutando, mas não necessariamente sozinho) e atravessar a "estrada" que separa a torre da montanha da perdição, ou seja, se estou certo ele atravessou de 20-30 milhas de distância (deve de ter sido uma carnificina), perseguido (no mínimo pelos 5 grandes combatentes) e chegou a Orodruin, mas porque? Porque ele para lá foi?

A resposta mais óbvia, que eu também vejo, é a de que estando lá, ele poderia se utilizar do acúmulo de Elemento-morgoth que se concentra no interior do vulcão e utilizar o anel, bem, pra vencer ou fazer pagar caro sua existência.

Mas para mim, há outro motivo, pois vejamos:

"Sam chegara ao coração do reino de Sauron, e às forjas de seu antigo poder, as maiores da Terra-média; ali todos os poderes eram subjugados." (O retorno do rei - A montanha da perdição, pag. 1001).

Invulnerabilidade? Anulação de todos os poderes? Teria ocorrido algo "semelhante" quando Sauron estava no pináculo da sua torre de sacrifícios em Númenor (estaria com/sendo trazido elemento morgoth com os sacrifícios)? Ora, a luz de Earendil (que Tolkien, salvo me engano, considerava a luz da Silmarill como sendo "análogo" à luz do espírito santo: Acho que há um artigo de Ilmarinen, salvo me engano, que fala sobre isso...vou procurar) oriunda da pedra na testa de Earendil fora anulada.

Dessa forma, tomando a ideia trazida já aqui no fórum, a de que Sauron pudesse "virar um novo Melkor", e tomando-se também (trazida no fórum) a função do elemento-morgoth "aumentar o poder de Sauron", no final, poderia Sauron realmente suplantar os poderes do mundo por esse "meio" que tentei abordar aqui no tópico? (em todas as discussões de "O que aconteceria se Sauron tomasse o um anel na 3ª era, acho que isso seria uma das poucas formas de Sauron ficar meio que "quase-absoluto").

"Então os raios aumentaram e mataram homens nas colinas, nos campos e nas ruas da cidade. E uma faísca de fogo atingiu em cheio a cúpula do templo e a fendeu, e ela ficou envolta em chamas. Mas o templo em si não sofreu abalo, e Sauron ficou de pé em seu pináculo, desafiando os relâmpagos sem ser atingido."

Havia então uma tolerância quanto a danos "mágicos"/subcriativos? Se assim o for, parabéns a quem forjou Narsil e Aeglos, parabéns mesmo. E sorte da Terra-média Sauron não ter chegado "dentro da montanha".

Pessoalmente, sempre achei que Gorthaur poderia, a nível divino e a longo prazo, se utilizar da manipulação pura da matéria e literalmente desfazer a constituição física do Hroa pertencente aos filhos de Iluvatar e simplesmente reduzi-los à nada, algo parecido (para mim) com os poderes de dr. manhattan do Watchmen:

OB-DF271_watchm_D_20090226231558.jpg


Num adendo, há este ótimo post de Ilmarinen que dita uma consequência ainda mais drástica para Sauron: http://forum.valinor.com.br/showthread.php?t=97979&page=4

O estudo detalhado da metafísica do Esquema dos Anéis do Poder sugere que a intenção, no fim, era, eventualmente, transformar Sauron num novo Morgoth, num Melkor redivivo com o poder do EM focalizado em seu fána no que ele poderia, inclusive ter sido double crossed por Melkor. Sauron queria ser Morgoth no lugar de Morgoth, mas o mais provável é que seu plano subestimava a capacidade de indução de Melkor sobre o EM, porque do mesmo jeito que o Anel era, de certa forma, um "Sauron" miniatura, o EM ERA Morgoth tb, assim como o Espírito Santo de Deus é Jeová e o Fogo Secreto era Eru ( analogia que o próprio Tolkien fez pra Clyde Kilby).

O EM, muito provavelmente era o Fogo Negro citado por Gandalf e, eu creio, é bem provável que, no fim, Sauron fosse CONSUMIDO pelo Fogo do EM e se tornasse, literalmente, um Novo Melkor, com a sobreposição da personalidade desse último sobre o fána do mesmo jeito que aconteceu com a segunda Estrela Negra da Marvel que tentou substituir a original e foi ela própria instrumento pra ressurreição da antecessora falecida manipuladora da Força Negra ( coincidências né?). Tb aconteceu coisa similar com o Brainiac do jogo da DC Online ( copiando o desenho da Liga) que tentou ferrar com Darkseid usando um artefato conectado com ele.

 
Última edição por um moderador:
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Amplificar os próprios poderes, (Sauron, maia de primeira grandeza, com o Anel, ascendia ao nível de poder de um vala de "segundo escalão") captando a energia (o Elemento Morgoth) dissipada por Melkor em toda a criação, era o propósito principal. E o controle sobre os demais anéis, por meio de "interface específica", pode ser considerada o segundo propósito da Grande Joia.

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Última edição:
Como o Ragnaros ressaltou, o Um gira em torno do elemento-Morgoth. Os poderes do próprio Sauron não aumentavam,. Mas, com o Anel, ele tinha acesso a uma fonte de poder enorme, o poder que seu Mestre, Melkor, dissipou na matéria de Arda. Além disso, o uso do Um possibilitava um controle das outras raças através dos Anéis de Poder.

É uma estratégia inteligente, que só deu errado porque Gandalf foi louco o suficiente para pensar destruir o Anel. Usando o Um, Sauron conseguiu dominar praticamente toda a Terra-média na Segunda Era.
 
Como o Ragnaros ressaltou, o Um gira em torno do elemento-Morgoth. Os poderes do próprio Sauron não aumentavam,. Mas, com o Anel, ele tinha acesso a uma fonte de poder enorme, o poder que seu Mestre, Melkor, dissipou na matéria de Arda. Além disso, o uso do Um possibilitava um controle das outras raças através dos Anéis de Poder.

É uma estratégia inteligente, que só deu errado porque Gandalf foi louco o suficiente para pensar destruir o Anel. Usando o Um, Sauron conseguiu dominar praticamente toda a Terra-média na Segunda Era.

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Como podem ver, há duas interpretações sobre a relação Sauron/Anel, uma que diz que o "One" criou um vínculo com Sauron (e com todos os que o tenham usado) ampliando os seus poderes e que este fluxo de Elemento Morgoth não cessou, mesmo sem o contato direto entre eles, e outra que diz que o Grande Anel era "apenas" uma "arma" que não ampliava as capacidades de quem o usava.

Particularmente, e tendo o Gollum em mente, fico com a primeira.

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Última edição:
Acho que o grosso da questão pode ser respondido rapidamente encarando o Anel simplesmente como uma máquina de dominação:

Já o anel, vejo-o como uma desvirtuação desse caráter "artístico" para um caráter científico e tecnológico. Sauron ensina os elfos a fazer anéis (estes, parece-me, sendo feitos de uma técnica criada pelo próprio Sauron) e eles são criados aos montes, como tecnologias e não obras de artes que tem tiragem limitada, quando não única. Além disso, os anéis tem um caráter bastante tecnológico, quase de uma máquina (de um computador, em especial): Sauron consegue "invadir" (Sauron o hacker?) os anéis élficos mesmo sem nunca ter tocado neles, como um técnico que conhece e faz o que quiser com um determinado tipo de máquina de sua especialização.

É de se esperar que, sendo uma máquina de dominação tão poderosa, requeira do criador um grande depósito de "energia vital", naquele sentido que se diz que os elfos "colocam parte de si da criação". Fosse uma obra comum, como as Duas Árvores ou as silmarilli, isso implicaria em Sauron abrir mão dessa energia, que estaria retida para sempre na obra (ou, no máximo, poderia ser recuperada caso Sauron destruísse o Anel e tomasse a energia para si, assim como Yavanna quisera as silmarilli para reconstruir as Duas Árvores). Porém, pode ser que a energia seja tão grande, justamente por ser uma máquina tão singular, que Sauron não pudesse abrir mão dessa energia, caso o fizesse implicaria em sua destruição - então fez do Anel uma máquina de tal forma que essa energia fosse acessível a ele, como uma extensão de seu corpo. Então, embora Sauron tenha sim dividido sua energia entre seu corpo e o Anel, a vantagem é que o Anel é uma máquina que cumpre melhor seus objetivos.

O funcionamento dessa máquina eu encaro mais como uma questão secundária - pode-se tentar explicar o funcionamento dessa máquina, se ele manipula o "elemento Morgoth", ou manipula os maus pensamentos de todos habitantes da Terra-Média, ou qualquer coisa que o valha, mas são respostas que pouco me agradam, afinal é uma "máquina mítica", seria o mesmo que tentar explicar o funcionamento das palantíri ou da Ferroada - a explicação encontra-se numa "ciência mítica" inacessível à lógica comum. O próprio Tolkien me parece pouco preocupado com isso, pelo menos enquanto escrevia O Senhor dos Anéis, e se posteriormente ligou o "elemento Morgoth" ao Anel, fora porque conjecturava mais sobre o elemento e a corrupção de Arda, e não sobre o funcionamento do Anel.
 
Acho que o grosso da questão pode ser respondido rapidamente encarando o Anel simplesmente como uma máquina de dominação:



É de se esperar que, sendo uma máquina de dominação tão poderosa, requeira do criador um grande depósito de "energia vital", naquele sentido que se diz que os elfos "colocam parte de si da criação". Fosse uma obra comum, como as Duas Árvores ou as silmarilli, isso implicaria em Sauron abrir mão dessa energia, que estaria retida para sempre na obra (ou, no máximo, poderia ser recuperada caso Sauron destruísse o Anel e tomasse a energia para si, assim como Yavanna quisera as silmarilli para reconstruir as Duas Árvores). Porém, pode ser que a energia seja tão grande, justamente por ser uma máquina tão singular, que Sauron não pudesse abrir mão dessa energia, caso o fizesse implicaria em sua destruição - então fez do Anel uma máquina de tal forma que essa energia fosse acessível a ele, como uma extensão de seu corpo. Então, embora Sauron tenha sim dividido sua energia entre seu corpo e o Anel, a vantagem é que o Anel é uma máquina que cumpre melhor seus objetivos.

O funcionamento dessa máquina eu encaro mais como uma questão secundária - pode-se tentar explicar o funcionamento dessa máquina, se ele manipula o "elemento Morgoth", ou manipula os maus pensamentos de todos habitantes da Terra-Média, ou qualquer coisa que o valha, mas são respostas que pouco me agradam, afinal é uma "máquina mítica", seria o mesmo que tentar explicar o funcionamento das palantíri ou da Ferroada - a explicação encontra-se numa "ciência mítica" inacessível à lógica comum. O próprio Tolkien me parece pouco preocupado com isso, pelo menos enquanto escrevia O Senhor dos Anéis, e se posteriormente ligou o "elemento Morgoth" ao Anel, fora porque conjecturava mais sobre o elemento e a corrupção de Arda, e não sobre o funcionamento do Anel.

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De fato, o Anel, como um "dreno" do Elemento Morgoth, é mais um "fanone" do que um cânone. De concreto, só temos a afirmação, em carta, do Professor de que Sauron se tornava mais poderoso ao usá-lo (corrijam-me, se eu estiver errado).

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entendo que a criação dos anéis do poder (incluindo o Um Anel) fazia parte de um plano de dominação de longo prazo de Sauron. primeiro, como Annatar, ele ensinou aos elfos como criar os tais anéis. como Sauron esteve envolvido diretamente na criação dos primeiros 16 anéis do poder (os lesser rings), na prática isso significou que o canal de comunicação entre o Um Anel e esses anéis era mais forte - tanto é que foram esses lesser rings que foram usados pelos homens. no caso dos anões, que também foram presenteados com os anéis menores, a influência de Sauron se mostrou fraca, possivelmente por questões naturais (e misteriosas) dos anões. como os elfos criaram os três grandes anéis sem a participação direta de Annatar, entendo que o domínio do Um Anel sobre eles era muito menor.
Se não estou enganado, a influencia dos aneis nos anões foi dada pela cobiça. Todos os portadores dos aneis entre os anões se tornaram gananciosos com a riqueza. Nessa parte provavelmente estou enganado, mas acho que a queda de Moria para o Balrog se deu graás a influencia de um desses aneis no Rei de Moria.
 
O tenente de Melkor foi Sauron.

E ocorreu que Sauron, imitando seu mestre procurou encontrar também um servidor confiável alcançando no UM anel uma espécie de "segundo em comando" que controlasse os 19 anéis subordinados e seus respectivos fantoches. Pois o primeiro e mais confiável servo de Sauron era o próprio Sauron. E o princípio de se colocar parte da essência em um objeto inanimado está no fato de que algumas coisas podem ser dominadas por meios indiretos se os meios diretos falharem. Acumular grande poder por meio de um grande risco ("no pain, no gain"\sem dor, sem lucro). Era a mesma estratégia usada em Númenor quando Sauron deixou o ataque direto contra o poderoso exército de Pharazon para dominar através de táticas indiretas, que eram as mentiras.

Do ponto e vista de um fugitivo malicioso o ato de incriminar um anel era muito mais difícil que uma pessoa, imagine quem iria acreditar que a má influência do objeto era de uma criatura que se julgava desaparecida do mundo... Por sinal Gandalf havia levado longos anos para juntar as provas que precisava e ligar o objeto à pessoa que o controlava sem se expor ao risco de ser detectado ou dominado.
 
Última edição:
o que Sauron fez com o Um Anel é semelhante (guardadas as devidas proporções) com o que Melkor fez com Arda? o elemento-Morgoth é o "Anel de Morgoth"?
 
Arda, impregnada pelo "Ingrediente Melkor", é o Anel de Morgoth.

certo, obrigado!

possivelmente isso já foi discutido no fórum - então desculpem pela pergunta - mas onde há mais informação sobre o "Elemento Melkor"? somente no volume 10 do HoME? esse argumento sobre o "Elemento Morgoth" foi desenvolvido depois de OSdA ter sido escrito?
 
certo, obrigado!

possivelmente isso já foi discutido no fórum - então desculpem pela pergunta - mas onde há mais informação sobre o "Elemento Melkor"? somente no volume 10 do HoME?
Principalmente nos textos da série Myths Transformed no volume X da série HMe. O texto principal sobre o elemento-Morgoth pode ser encontrado aqui: http://www.valinor.com.br/14790/

esse argumento sobre o "Elemento Morgoth" foi desenvolvido depois de OSdA ter sido escrito?
Na sua forma final, como está sendo discutido aqui, sim. Essa visão mais "científica" de como funciona o Anel faz parte de uma "racionalização" de Arda que Tolkien empreendeu no período pós-SdA. Mais informações ver esse tópico.
 
Então, fazendo um resumão de tudo que vocês responderam, temos o seguinte: Sauron assumiu um risco pretensioso, mas necessário - através do Anel, ele exerceria uma espécie de dominação remota sobre as raças livres, canalizando a energia dissipada por Morgoth; e, sendo uma magia demasiado intensa, era preciso dedicar uma grande parte do seu próprio poder no instrumento daquela dominação. Isso responderia ao por quê?. Só ainda não compreendi o processo e os resultados desse artifício.

Sauron, disfarçado, ensinou a arte às três raças, e cada uma dedicou aos objetos os seus respectivos anseios. Ninguém sabia que o Senhor dos Presentes, de algum modo, tinha-os feito subordinados a sua própria vontade (Celebrimbor soube tarde demais). Mas como isso se operava? Somente quando os anéis eram portados? As mentes dos portadores eram controladas? As ações oriundas do poder dos anéis eram corrompidas?

Quanto aos efeitos, a transformação dos Nove é o maior exemplo. Sauron conseguiu exercer, efetivamente, algum domínio sobre os elfos e os anões enquanto ainda possuía o Um?

E ainda sobre o processo de criação: se os demais anéis só tinham poderes enquanto o Um existisse, isso significa que até os Três tinham como fonte o elemento-Morgoth?
 
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"Canonicamente", temos o seguinte sobre o Anel Mestre:

1) Sauron o forjou para controlar os outros dezenove, sendo necessário que transferisse boa parte de seu poder original para a Joia, e foi bem sucedido nisto;

2) O Grande Anel também aumentava o seu poder, mas Tolkien não esclarece como, e nem em que grau, isto ocorria. A única pista que temos é a afirmação de que Sauron tornara-se mais poderoso, na Segunda Era (deduzimos que isto foi graças ao "One"), do que Melkor o era no final da Primeira;

3) A distância física do Anel não diminuía o poder de Sauron, pois o dito cujo estava em permanente "sintonia" (Tolkien usa o termo "rapport") com Gorthaur.

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