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Barba ensopada de sangue (Daniel Galera)

E pós-Cachalote, que dá um ar mais cool. Ok, o momento da carreira dele é bem propício pra aproveitar e colocar ele em evidência... mas, mas... eu acreditei que o livro novo fosse surtantemente bom, e é aquilo que a gente já conhecia. O primeiro capítulo é disparado o melhor do livro...
 
E pós-Cachalote, que dá um ar mais cool. Ok, o momento da carreira dele é bem propício pra aproveitar e colocar ele em evidência... mas, mas... eu acreditei que o livro novo fosse surtantemente bom, e é aquilo que a gente já conhecia. O primeiro capítulo é disparado o melhor do livro...

minha pergunta nem foi sobre o momento ideal para colocá-lo em evidência. é só que é natural uma curiosidade grande (e consequentemente "o hype"), depois da granta. eu estou assim com o livro dele agora, como estarei com o da bensimon e o do xerxenesky, por exemplo. sabe, se o trecho lá da granta fosse ruim, acho que ninguém nem tchuns, independente do que ele tinha publicado antes.
 
Sim, tem isso. Até há pouco, eu não sabia da força da Granta, mas dando uma lida por aí, parece que é mesmo um baita passo.

Mas o hype no Barba foi alimentado pela própria editora, com posts no blog, mandando o original pra escritores consagrados pra colher blurbs pra quarta capa, mandando trechos traduzidos pra vender o livro na Feira de Frankfurt.

Enfim, o livro é bom, é muito bom... Só não é pra essa histeria toda.
 
Sim, tem isso. Até há pouco, eu não sabia da força da Granta, mas dando uma lida por aí, parece que é mesmo um baita passo.

Sempre teve.

Mas o hype no Barba foi alimentado pela própria editora, com posts no blog, mandando o original pra escritores consagrados pra colher blurbs pra quarta capa, mandando trechos traduzidos pra vender o livro na Feira de Frankfurt.

Isso foi estratégia pós-Granta. Quando foi anunciado que o Galera estaria na revista, em julho desse ano, a Companhia das Letras começou a mover os pauzinhos para conseguir levá-lo a Frankfurt traduzido, mas isso aconteceria mais cedo ou mais tarde por causa da própria Granta. Basta lembrar que J.P. Cuenca e Michel Laub já tem os direitos vendidos no exterior. Esse hype foi por causa da publicação na Granta e nada melhor para a editora do cara que divulgar o melhor deles. Sem contar que era o livro que estava finalizado. Xerxenesky não terminou de escrever o livro dele, Bensimon também não.

Por que não fizeram o mesmo com o Laub? Porque seu principal trabalho "Diário da Queda" já tem reconhecimento e será vendido lá fora (e como consolidado nem precisam divulgar que será adaptado para o cinema), Animais é, na verdade, um mais do mesmo.
 
O Xerxenesky ainda tá na Rocco, né? Parece que ele trocou o texto pra publicação da Granta nos UK (não consegui descobrir pra qual texto, mas imagino que seja pro conto dos irmãos do Página assombrada). Mais uns carinhas trocaram os textos, e houve uma admissãozinha de que alguns dos autores foram escolhidos pra Granta mesmo que não tivessem mandado um texto excepcional, por causa do que eles já tinham publicado. Se eu achar a matéria, colo aqui.

A Companhia também vendeu os direitos do último livro do Laub na Feira de Frankfurt. O Galera já tinha sido publicado lá fora, na Itália até o Dentes guardados foi publicado e parece que o Mãos de cavalo ganhou até re-edição por lá. E na França ele é publicado pela Gallimard.
 
O Xerxenesky ainda tá na Rocco, né? Parece que ele trocou o texto pra publicação da Granta nos UK (não consegui descobrir pra qual texto, mas imagino que seja pro conto dos irmãos do Página assombrada). Mais uns carinhas trocaram os textos, e houve uma admissãozinha de que alguns dos autores foram escolhidos pra Granta mesmo que não tivessem mandado um texto excepcional, por causa do que eles já tinham publicado. Se eu achar a matéria, colo aqui.

http://www1.folha.uol.com.br/ilustr...rra-tem-textos-diferentes-da-brasileira.shtml

Xerxenesky publica pela Rocco ainda. Ele foi para lá com contrato para 3 livros: reedição de Areia nos Dentes, O gasparzinho (de contos) e F para Welles.

O conto que foi para a Granta estrangeira foi o "Amanhã, quando acordar" que virou TOMORROW, UPON AWAKENING.

A Companhia também vendeu os direitos do último livro do Laub na Feira de Frankfurt. O Galera já tinha sido publicado lá fora, na Itália até o Dentes guardados foi publicado e parece que o Mãos de cavalo ganhou até re-edição por lá. E na França ele é publicado pela Gallimard.

Vendeu o Laub sim. O que quis dizer é que o Galera é a grande aposta, dá para notar no tanto de resenhas que saiu por aí e você mesmo falou das publicações de quarta capa. No dia do anúncio deu para ver o quanto o Luiz Schwarcz vibrou com a seleção de três nomes: Laub, Bensimon e Galera.
 
Última edição:
ctrl c ctrl v do hellfire. tem uns links lá que não vão aparecer aqui pq to com preguiça de linkar, se rolar curiosidade é só ir lá

Quando anunciaram os 20 nomes selecionados para a Granta dos jovens escritores brasileiros, lembro que boa parte não vi como surpresa - já sabia que estariam lá. O que é até engraçado, se pensar em casos como o de Daniel Galera, autor que até então nunca tinha lido, mas de quem ouço tantos elogios que só poderia imaginar que estaria entre os 20. E sim, lá está ele, com Apneia, trecho de um romance que até então ainda não havia sido publicado. Não li todos os textos da revista ainda, mas até o momento o do Galera é meu favorito, de longe o que mais me empolgou. Digo isso para explicar minha ansiedade para a chegada de Barba Ensopada de Sangue, o tal do romance de onde foi retirado o trecho da Granta. Se o autor continuasse no livro o que fez naquele pedaço da história, eu sabia que iria adorar. Enrolei um pouco para comprar o livro porque não queria comprar em loja virtual e correr o risco de receber a capa azul ou a verde (sim, sou dessas), mas finalmente com o livro em mãos, devorei as mais de 400 páginas rapidamente. O que já responde a pergunta de todo curioso "É bom?". Sim, é.

Mas vamos por partes, porque não é um livro que merece ser comentado apenas na base do é bom ou não. Eu sabia alguma coisa da história por conta da leitura de Apneia: o pai do protagonista queria se suicidar, e ao conversar com o filho, conta sobre o passado de seu pai, dado como morto em Garopaba (litoral catarinense) muitos anos antes. Tendo isso em mente, acabei estranhando o texto de abertura do romance, em itálico e na primeira pessoa, falando "meu tio". Meu tio? Mas não seria o avô? Como assim? Ok, resolvi confiar em uma explicação que surgiria mais para frente (e aparece, falarei sobre isso depois) e deixei o narrador (que passa a ser em terceira pessoa) me conduzir.

Sobre o enredo, era o que eu tinha previsto com a leitura do trecho da Granta: o professor vai para Garopaba após o suicídio do pai, aparentemente tentando resolver o mistério sobre a morte do avô além de, acredito, buscar uma certa paz de espírito por conta de um conflito envolvendo o irmão que aos poucos vai ficando claro para o leitor. Aliás, "aos poucos" é uma expressão que parece servir bem para toda a narrativa. Galera não tem pressa, não entrega tudo de bandeja para o leitor. Alguns elementos estão claros desde o começo, como o problema que a personagem tem em memorizar rostos (aqui confesso que na primeira leitura na Granta eu deixei isso passar batido), ou a culpa que ele sente por não ter realizado o desejo do pai e levado a cachorra para o veterinário para matá-la, por exemplo. Mas é uma constante a sensação de que ainda há muito para se descobrir sobre a personagem (sempre "tu", "ele" - pelo menos até onde lembro não vemos seu nome em momento algum), como se ler Barba Ensopada de Sangue fosse em partes montar um quebra-cabeça.

Algo que chamou minha atenção foram as descrições feitas por Galera. Não se engane: eu sou o tipo de leitora que vê longos parágrafos descritivos com enfado, pulava algumas linhas lendo O Senhor dos Anéis, por exemplo. Mas a questão principal é que há um propósito aqui. Em uma das primeiras críticas que li sobre o livro, o autor diz "cada personagem é descrita com minúcias inúteis, a aparência, o que veste, mesmo que depois desapareça sem deixar rastros na narrativa, assim como cada cenário, cada vale, cada morro.", e sim, personagens e lugares são descritos nos mínimos detalhes. Mas vamos lembrar da condição do protagonista? Ah, sim. Ele não consegue lembrar de rostos, portanto precisa prestar atenção em outros detalhes para assim reconhecê-las em um novo encontro. O que o narrador faz é, de certa forma, replicar o processo mental da personagem - aquele eterno estranhamento do que deveria ser familiar. Achei a ideia genial, especialmente porque com isso a tensão (que fica maior no fim da segunda e na terceira parte) está sempre ali, desde o princípio. A cada "Desculpe, eu te conheço?" do protagonista, imaginamos uma pessoa que de alguma forma pode querer tirar proveito da situação da personagem. Lembrei bastante de Memento, em como fica difícil confiar nas pessoas se você nunca consegue reconhecê-las (Shelby no filme tinha problema com memórias recentes em geral, não só o reconhecimento facial), e de como esse fator somado ao fato de que as pessoas receberam mal sua busca por respostas sobre o desaparecimento do avô parecem se desdobrar em uma tragédia anunciada. Até porque a desconfiança é nossa, dos leitores - não dele. O professor é um tanto inocente, se aproxima, conversa - independente de não saber com quem está falando. A todo momento as pessoas se referem a ele como uma pessoa fechada, mas ele sempre parece estar próximo de alguém. E nisso chamou minha atenção uma fala de Jasmim, quando comenta sobre as baleias: "Isso aqui foi uma carnificina por um século e meio e mesmo assim elas voltam e recebem as pessoas (...). Sem instinto de defesa, sem história, sem rancor nenhum.", acabei vendo o protagonista nesta frase.

A descrição dos lugares pode não se enquadrar nessa linha de raciocínio, mas não vi nenhuma delas como "gordura" no texto, pelo contrário, fizeram com que eu gostasse ainda mais. O cuidado com a ambientação é tamanho que atiçou todas as minhas lembranças de verões passados no litoral catarinense. Você quase consegue sentir aquele cheiro típico do litoral cada vez que o professor abre a janela de seu apartamento. É mais a nostalgia do que a beleza do lugar - até porque não há nada de muito belo em pequenos bares, quiosques e comércio da região, mas ainda assim dá uma sensação gostosa de estar ali, acompanhando os passos do professor em Garopaba, quase como se fôssemos a cadela Beta.

Aliás, falando em Beta, gosto também da galeria de personagens que circula no romance. Não sou uma dog person, mas o apego à Beta foi inevitável - de ficar só pensando "Por favor, não seja um desgracido, não mata essa cadela". O amigo Bonobo (de quem, confesso, desconfiei desde o começo) é uma figura, as mulheres que vão cruzando seu caminho são interessantes (embora Viviane me pareça a mais sem graça ali), e por aí vai. Veja bem: Garopaba não queria o gaúcho ali, perguntando sobre seu avô. Há toda uma hostilidade voltada contra o professor partindo de algumas personagens. Mas as que o aceitam são aquelas que acabamos também acolhendo, como leitores.

Gostei também do recurso de incluir falas/opiniões/mensagens, etc. como notas de rodapé, quase que complementando o perfil que vamos construindo do protagonista, até porque algo que Galera consegue dominar muito bem são as marcas de oralidade - cito aqui como exemplo a fala da mãe e a do ex-chefe do professor. O mesmo domínio se vê nos diálogos, é óbvio. Eu espero de verdade que ninguém seja bocó o suficiente para reclamar de falta de travessão ou algo assim marcando as falas, porque do jeito que está no texto me parece perfeito: parece uma memória, quando contamos uma história para outra pessoa não organizamos tudo sistematicamente, vamos narrando e no meio disso há digressões, interrupções. O que acredito ter um pouco a ver com o texto em itálico que inicialmente estranhei. Aqui há um certo spoiler, embora eu não ache que a graça do livro se sustente nisso, o efeito de estranhamento e de retorno ao começo após a leitura foi algo legal para mim, e gostaria que você que ainda não leu sentisse o mesmo, portanto aconselho um breve pulo de um parágrafo para não estragar sua experiência de leitura.

Enfim, sobre o texto em itálico. Como disse, estranhei o uso de "meu tio", porque achava que no final das contas a história seria sobre o avô, que o professor buscaria saber o que aconteceu com ele e contasse ali. Mais para o fim, já com todas as peças devidamente encaixadas, ficamo sabendo que o narrador daquele texto é o sobrinho do professor, filho de Viviane com Dante. Sabemos que Dante "roubou" a namorada do irmão, e que por isso eles não se falam mais. Assim, descobrimos que Barba Ensopada de Sangue não é sobre o avô, mas sobre o professor. O sobrinho coleta depoimentos após o enterro do tio de modo a construir sua história, para conhecê-lo. Tal como o protagonista fez ao buscar pelo avô, de certa maneira. E quando chegamos na conclusão e retornamos ao texto em itálico, acho impossível não se emocionar.

Acredito que assim Galera amarra toda a narrativa, o que acabou trazendo para mim uma questão que merece reflexão. A de como nossa história não nos pertence. De como o que achamos que somos difere tanto do que os outros veem. A imagem que nós leitores fazemos do avô no começo da narrativa, por exemplo, choca-se completamente com suas ações tal como vão sendo descritas ao longo do texto. A ideia do que vira lenda em uma região, de como o que é a verdade depende tanto desses variados pontos de vista.

Foi realmente uma ótima experiência. Especialmente por ver uma literatura brasileira tão atual, tão fluida, tão gostosa de ler. Sei que depois de um tempo qualquer leitor começa a desconfiar de muito falatório sobre um livro, "ah, é a indústria querendo empurrar algo", etc. mas acho que todo o hype em torno de Barba Ensopada de Sangue não é por acaso. É um livro fora do comum, no melhor sentido que a expressão pode ter. Daqueles que fazem com que você tenha um certo orgulho por saber que nossa literatura está sendo tão bem representada lá fora.

Comentários finais aleatórios: 1) A capa vermelha é a mais bonita. Ponto. E com um título desses, acho que não poderia ser outra coisa. Já pensou se eles decidem pela opção mais óbvia e botam uma barba ensopada de sangue na capa? 2) Não é irônico que alguém que não consiga lembrar do próprio rosto seja bonitão? 3) BTW, qualé o lance com o tamanho do piru do professor? 4) Página 416, o protagonista acusando o irmão escritor de usar pessoas de suas vidas em seus livros, vale comentar sobre isso em outro momento. 5) A parte da caminhada me deixou agoniada. Não é ruim, mas a sensação de "putaquepariu, o doido vai morrer" é tão constante que eu quis passar logo por aquilo. 6) Quero ir para a praia :|
 
Foi realmente uma ótima experiência. Especialmente por ver uma literatura brasileira tão atual, tão fluida, tão gostosa de ler. Sei que depois de um tempo qualquer leitor começa a desconfiar de muito falatório sobre um livro, "ah, é a indústria querendo empurrar algo", etc. mas acho que todo o hype em torno de Barba Ensopada de Sangue não é por acaso. É um livro fora do comum, no melhor sentido que a expressão pode ter. Daqueles que fazem com que você tenha um certo orgulho por saber que nossa literatura está sendo tão bem representada lá fora.

Isso resume bem a minha opinião.
 
Lembrei bastante de Memento, em como fica difícil confiar nas pessoas se você nunca consegue reconhecê-las (Shelby no filme tinha problema com memórias recentes em geral, não só o reconhecimento facial), e de como esse fator somado ao fato de que as pessoas receberam mal sua busca por respostas sobre o desaparecimento do avô parecem se desdobrar em uma tragédia anunciada.

SIM, SIM, SIM!

Galera, 27 de agosto de 2001 (Col 275):

Sexta passada, vi "Amnésia" no cinema e também fiquei muito impressionado. É o filme sobre o cara que perde a capacidade de registrar novas memórias depois do assassinato de sua mulher. Mesmo com esse defeito na cabeça, ele investiga o assassino para realizar sua vingança, usado tatuagens, fotoso polaróides e anotações para guardar as pistas e fatos dos quais esquece minutos depois de terem acontecido. É um dos personagens mais fortes que vi recentemente: sua última memória é a da mulher sendo estuprada e morta, imagem com a qual convive constantemente. O tempo não passa para uma pessoa incapaz de registrar novas memórias. Pena que é impossível falar deste filme sem estragar completamente a experiência das pessoas que ainda não o assistiram. Mas várias questões filosóficas interessantes são exploradas na trama, especialmente a maneira como seres humanos distorcem a realidade para viver mais confortavelmente num mundo ilusório. A rotina constante do protagonista Leonard, de registrar o mundo para se lembrar dele no instante seguinte, lembra a condição do Sísifo de Camus, aquele que empurra a pedra montanha acima mesmo sabendo que ela vai rolar montanha abaixo pouco antes de alcançar o topo. A busca de Leonard pelo assassino de sua mulher lembra a obsessão do capitão Ahab em busca da Moby Dick. Mesmo que tratados com grandezas artísticas diferentes, os conflitos cósmicos são os mesmos. Com isso tudo, só quero dizer que vale a pena assitir "Amnésia" por outros motivos além de engenhosidade mirabolante da estrutura narrativa, que por sí só valeria o filme. Pra mim faz perfeito sentido que, diante de tentativas vazias de desconstruir o cinema, um filme que apela para uma hiper-construção traga também uma dose surpreendente de conteúdo.
 
na veja: http://veja.abril.com.br/blog/meus-livros/literatura-nacional/daniel-galera-e-a-bobagem-dos-rotulos/

concordo com algumas frases ali, mas no geral a crítica parece muito mais sobre a crítica literária do que sobre o livro em si. excluindo o migué da citação, sobre o livro de fato a autora comenta acho que um parágrafo e meio, deixando a coisa sem foco, no final das contas. ah, e discordo disso:

"Dispensáveis talvez sejama as notas de rodapé, assinadas por personagens periféricos, que dariam melhor leitura se fossem incorporadas ao texto do narrador." >> algumas delas, como a mensagem da ex no facebook foram lidas no presente da personagem, mas outras foram ditas no passado, e num momento em que a personagem não estava presente. essa é a graça das notas: o foco é o professor. se eles mostrassem um diálogo entre o chefe novo e o chefe antigo, isso mudaria. as notas não são dispensáveis, não. auxiliam na montagem geral da história de um jeito que o foco possa continuar o mesmo, do começo ao fim.
 
Eu gostei dos textos que as notas acrescentaram, mas achei que elas ficaram meio deslocadas demais. Não cabiam no corpo do livro, até porque o livro seguia o personagem o tempo todo e a maioria das notas se referia a coisas que o personagem não tinha acesso, mas eu preferiria que o Galera tivesse achado outras formas de lidar com aquelas informações, ao invés de fosterwallizar o texto.
 
Havia colocado em outro tópico que o título Barba ensopada de sangue era muito melhor que a estória em si. Acontece que o li no Kobo e me surpreendi ao saber que a versão física tem mais de 400 páginas. Em outras palavras, li um monte em apenas três sentadas! Ou seja, a estória me cativou muito mais do que imaginei.

O personagem principal, o pai e o avô marcam por seus traços arredios. O Bonobo é uma figuraça! A cidade de Garopaba dá vontade de conhecer amanhã. Sem contar que agora tenho uma meta: vou virar triatleta.

Não vou entrar em muitos detalhes, senão haja "spoilers".
 
Tá, mas peraí.
Você leu uma versão no Kobo que tinha quantas páginas então?

8-O

Ô, Seu Calib, é o seguinte: as páginas não são numeradas do início ao fim do livro, mas por capítulo. Pelas minhas impressões, cada capítulo tem, em média, umas 80 páginas. 80 (pág) x 13 (cap.) são... oito vezes três dá vinte e quatro, vão dois... enfim, dá página pra cacete! Mas tu não sente, pela própria leitura, que agrada, e pelo visual: o Kobo é fino, já o livro físico é um semi-tijolo.

Enfim, é por aí, que esse cálculo 80 x 13 já me deu dor de cabeça.
 

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