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Fernando Sabino

Katrina

Usuário
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Fernando Tavares Sabino, filho do procurador de partes e representante comercial Domingos Sabino, e de D. Odete Tavares Sabino, nasceu a 12 de outubro de 1923, Dia da Criança, em Belo Horizonte.

Durante a adolescência, foi locutor de programa de rádio Pila No Ar e começou a colaborar regularmente com artigos, crônicas e contos em revistas da cidade, conquistando prêmios em concursos.

No início da década de 1940, começou a cursar a Faculdade de Direito e ingressou no jornalismo como redator da Folha de Minas. O primeiro livro de contos, Os grilos não cantam mais, foi publicado em 1941, no Rio de Janeiro quando o autor tinha apenas dezoito anos, e sendo que alguns contos do livro foram escritor quando Fernando Sabino contava apenas quatorze anos.

Tornou-se colaborador regular do jornal Correio da Manhã, onde conheceu Vinicius de Moraes, de quem se tornou amigo.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1944. Depois de se formar em Direito na Faculdade Federal do Rio de Janeiro em 1946, viajou com Vinicius de Moraes aos Estados Unidos da América, onde morou por dois anos em Nova Iorque com sua primeira esposa Helena Sabino e a primogênita Eliana Sabino.

O encontro marcado, uma de suas obras mais conhecidas, foi lançada em 1956, ganhando edições até no exterior, além de ser adaptada para o teatro. Sabino decidiu, então (1957), viver exclusivamente como escritor e jornalista. Iniciou uma produção diária de crônicas para o Jornal do Brasil, escrevendo mensalmente também para a revista Senhor.

Em 1960, Fernando Sabino publicou o livro O homem nu, pela Editora do Autor, fundada por ele, Rubem Braga e Walter Acosta. Publicou, em 1962, A mulher do vizinho, que recebeu o Prêmio Fernando Chinaglia, do Pen Club do Brasil.

Em 1966, fez a cobertura da Copa do Mundo de Futebol para o Jornal do Brasil. Fundou, em 1967, em conjunto com Rubem Braga, a Editora Sabiá, onde publicou livros de Vinicius de Moraes, Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Cecília Meireles e Clarice Lispector, entre outros.

Publicou o em 1979, iniciado mais de trinta anos antes. A obra, que lhe rendeu o Prêmio Jabuti, e acabaria sendo adaptada para o cinema, com direção de Oswaldo Caldeira, em 1989, e também para o teatro. Em julho de 1999, recebeu da Academia Brasileira de Letras o prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra.

Em 1995, a Editora Ática relança a seleção, revista e aumentada, de A Vitória da Infância, com a qual Fernando Sabino reafirma sua determinação ao longo da vida inteira de preservar a criança dentro de si. Ou, como ele mesmo escreveu: "Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam: o que você quer ser quando crescer? Hoje não perguntam mais. Se perguntassem, eu diria que quero ser menino".

O autor faleceu dia 11 de outubro de 2004 na cidade do Rio de Janeiro. A seu pedido, seu epitáfio é o seguinte: "Aqui jaz Fernando Sabino, que nasceu homem e morreu menino".

Em 2006, é lançada a 82ª edição de O encontro marcado.

Bibliografia

- Os grilos não cantam mais, contos, Pongetti, 1941

- A marca, novela, José Olympio, 1944

- A cidade vazia, crônicas e histórias de Nova York, O Cruzeiro, 1950

- A vida real, novelas, Editora A Noite, 1952

- Lugares-comuns, dicionário, MEC - Cadernos de Cultura, 1952

- O encontro marcado, romance, Civilização Brasileira, 1956

- O homem nu, contos e crônicas, Editora do Autor, 1960

- A mulher do vizinho, crônicas, Editora do Autor, 1962

- A companheira de viagem, crônicas,Editora do Autor 1965

- A inglesa deslumbrada,crônicas e histórias da Inglaterra e do Brasil, Ed Sabiá/1967

- Gente, crônicas e reminiscências, Record, 1975

- Deixa o Alfredo falar!, crônicas e histórias, Record, 1976

- O encontro das águas, crônica irreverente de uma cidade tropical,Editora Record/1977

- O grande mentecapto, romance, Record, 1979

- A falta que ela me faz, contos e crônicas, Record, 1980

- O menino no espelho, romance, Record, 1982

- O gato sou eu, contos e crônicas, Record, 1983

- Macacos me mordam, conto em edição infantil, Record, 1984

- A vitória da infância, crônicas e histórias, Editora Nacional, 1984

- A faca de dois gumes, novelas, Record, 1985

- O pintor que pintou o sete, história infantil, Berlendis & Vertecchia,1987

- Os melhores contos, seleção, Record, 1987

- As melhores histórias, seleção, Record, 1987

- As melhores crônicas, seleção, Record, 1987

- Martini seco, novela, Ática, 1987

- O tabuleiro das damas, esboço de autobiografia, Record, 1988

- De cabeça para baixo, relato de viagens, Record, 1989

- A volta por cima, crônicas e histórias curtas, Record, 1990

- Zélia, uma paixão, romance-biografia, Record, 1991

- O bom ladrão, novela, Ática, 1992

- Aqui estamos todos nus, novela, Record, 1993

- Os restos mortais, novela, Ática, 1993

- A nudez da verdade, novela, Ática, 1994

- Com a graça de Deus, leitura fiel do Evangelho, Record, 1995

- O outro gume da faca, novela, Ática, 1996

- Obra reunida - 3 volumes, Nova Aguilar, 1996

- Um corpo de mulher, novela, Ática, 1997

- O homem feito, novela, Ática, 1998

- Amor de Capitu, recriação literária, Ática, 1998

- No fim dá certo, crônicas e histórias, Record, 1998

- A Chave do Enigma, crônicas, Record, 1999

- O Galo Músico, crônicas, Record, 1999

- Cara ou Coroa? (júnior), crônicas, Ática, 2000

- Duas Novelas de Amor, novelas, Ática, 2000

- Livro aberto - Páginas soltas ao longo do tempo, crônicas, Record, 2001

- Cartas perto do coração, correspondência com Clarice Lispector, Record, 2001.

- Cartas na mesa, correspondência com Paulo Mendes Campos, Otto Lara Resende e Hélio Pellegrino, Record, 2002.

- Os caçadores de mentira, história infantil, Rocco, 2003.

- Os movimentos simulados, romance, Record, 2004.

Prêmio

- Em julho de 1999 recebeu da Academia Brasileira de Letras o maior prêmio literário do Brasil, "Machado de Assis", pelo conjunto de sua obra.

O valor do prêmio, R$40.000,00, foi doado pelo autor a instituições destinadas a crianças carentes. O desembargador Alyrio Cavallieri, ex-juiz de menores, revelou que em 1992, todos os direitos recebidos pelo autor do polêmico livro "Zélia, uma paixão" também foram distribuídos a crianças pobres.

Fontes: http://www.releituras.com/fsabino_bio.asp
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Sabino

De sua vasta obra li apenas dois livros, O Grande Mentecapto e O Encontro Marcado, de ambos gostei muito e um fulgura entre os meus livros favoritos:

O Grande Mentecapto

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Fernando Sabino começou a escrever este livro em 1946, aos 23 anos, como uma distração para a obsessão literária que então o sufocava. Dez anos mais tarde, preocupações de outra ordem levaram-no a escrever o romance O encontro marcado, que tanto sucesso alcançou, com sucessivas edições até os dias de hoje - além das crônicas, contos e novelas com que conquistou seu numeroso público desde então. Um dia, já em 1979, remexendo velhos papéis, encontrou algumas folhas amareladas pelo tempo, com o princípio da história do grande mentecapto Viramundo. Como um desafio, decidiu retoma-la e, em 18 dias de trabalho contínuo e ininterrupto noite adentro, deu por terminado o romance iniciado 33 anos antes. A sua impressão é a de que teve o livro dentro de si durante todo esse tempo, ansiando por sair. O certo é que nele reencontrou a sua vocação de romancista. Tamanho esforço redundou numa obra a um tempo hilariante e dramática, cuja ação, circunscrita a Minas Gerais, adquire uma dimensão universal, remontando às origens franco-ibéricas do romance picaresco medieval.

Enfim, o livro narra as aventuras de desventuras de Geraldo Viramundo, ou poderia dizer o nosso Dom Quixote. Quando ainda moleque enfrentava maria-fumaças e depois quando adulto enfrentava regimes. São e louco ao mesmo tempo. O personagem é cativante e a descrição de suas aventuras inenarráveis é feita com maestria por Sabino. Não me canso de ler e reler este livro, onde os sentimentos sofrem picos de felicidades entremeados e fossos de tristeza.
 
[align=justify]De minha parte posso dizer que não gostei de O Grande Mentecapto, achei um tanto sem sal. Faz bastante tempo que li, pode ser que eu tenha mudado minha opinião desde então, mas...[/align]
 
"O Grande Mentecapto" foi um dos livro do Sabino que comecei e não consegui terminar.
Mesma coisa que o Lucas. :(
 
li o encontro marcado este ano e ñ vi nada de mais. oq faz deste livro especial? por ele ser autobiográfico, por ter sido escrito usando a técnica fluxo de consciência, por retratar um momento da história de BH ou por mostrar as imbelicidades de uma geração etária/social q ñ cresceu direito a cada dia q passa desaparece mais?

tirando a parte do fluxo de consciência, q me interessa eqto técnica mas q perde feio pro apanhador no campo de centeio, o restante apenas demonstra q o livro fez sucesso entre gente q ñ está mais entre a gente. e, inexoravelmente, vai acabar sendo abandonado ou estudado como referência em cursos só pelo seu mérito passado.

mesmo assim, ainda quero ler outras obras dele para uma análise mais profunda.
 
Li, ainda há pouco, O Encontro Marcado.
Muito bom no início e meio, depois ele dá uma decaída e melhora novamente no final.
 
O Grande Mentecapto, O encontro marcado e O menino no espelho estão na minha lista dos melhores já lidos. O modo como ele trata o universo infantil, neste último, é de uma ternura comovente.

Como cronista, ao lado de Rubem Braga, considero o que temos de melhor.

Ontem, 12 de outubro, foi aniversário do Sabino. Nasceu no Dia das Crianças. E quase faleceu no mesmo dia, 81 anos depois. Como se o destino ratificasse sua paixão recorrente pela infância.

Aqui jaz Fernando Sabino, nasceu homem, morreu menino.


A Thaís me mandou esse vídeo hoje. Foi a primeira vez que ouvi a voz do Sabino.
 
Última edição por um moderador:
Eu só li "O Encontro Marcado" e, na época, adorei do início ao fim. Isso faz uns dez anos.
Cheguei a recomendar anos mais tarde à minha namorada, que o começou e, como vocês, achou "chato". Não entendo.
Eu teria de reler para saber se ele continuaria entre os meus favoritos, firme e forte, mas até lá, deixo um lugarzinho especial no meu coração reservado para o livrinho. =D

Curiosamente, apesar dessa ótima primeira impressão, nunca mais li nada do Sabino, defeito que pretendo sanar logo.
 
Curiosamente, apesar dessa ótima primeira impressão, nunca mais li nada do Sabino, defeito que pretendo sanar logo.

Vá de O Grande Mentecapto.

Acho que é um dos livros que mais reli. E toda vez que termino tenho vontade de conhecer o interior de Minas de trem.
 
Encontro Marcado (O Projeto)

“Traduzindo o gosto pela cultura e facilitando seu acesso, o Projeto “Encontro Marcado com Fernando Sabino” divulga a obra de um homem que escreveu belas páginas da literatura brasileira. O trabalho, coordenado pelo filho do escritor Bernardo Sabino, propaga através de várias ações culturais e educativas, o trabalho do escritor, cronista, cineasta e jornalista, dentre outras atividades, e leva para as novas gerações a cultura e sua ampla variedade.”
“Com uma exposição idealizadora que busca despertar no público vo interesse pela arte, o projeto leva para as cidades contempladas particularidades do escritor como fatos biográficos e fotos, além, de literatura e mostra de filmes.”
“Encontro Marcado com Fernando Sabino” já percorreu cidades de Minas Gerais e São Paulo e propiciou ao público o acesso gratuito à exposição da obra do escritor, com visitas monitoradas à mostra de filmes, palestras, bem como a doação do acervo literário para os municípios.”



Fonte:

http://fernandosabino.com.br/relatorio/?page_id=34

Um projeto bem interessante esse.A literatura interagindo de forma concreta com um público bem amplo e diversificado.
 
Eu gosto do Sabino porque ele tem um estilo simples sem ser raso e escreve coisas bonitas sem ser piegas.
Se o Paulo Coelho escrevesse como ele, eu leria Paulo Coelho.
 
Eu só o li O Grande Mentecapto e O Bom Ladrão. Enfim, não são livros que me arrebataram. Dos escritores mineiros, Murilo Rubião é o meu favorito.
 
Essa vale ser compartilhada:

" CANDIDATO a deputado por Minas, meu amigo Castejon andava às voltas com os eleitores de sua terra. Um deles o abordou um dia:
- Pode contar com a gente: no que depender de nós, tá aí, tá eleito. Mas o senhor vai ter de fazer um favorzinho para um amigo meu que é banqueiro de bicho.
Esta ele não gostou: banqueiro de bicho? O favorzinho devia ser coisa ilegal, isso ele não fazia.
- Pode fazer que o homem é rico: dura lex sed latex.
- Sed latex? Que bobagem é essa?
O outro riu:
- Pros pobres, é dura lex sed lex: a lei é dura, mas é lei. Pros ricos, dura lex sed latex: a lei é dura, mas estica".

Fernando Sabino, Mineiro por Mineiro, in A falta que ela me faz.
 
Pena que explicar piada é coisa triste. Ficava melhor sem as três linhas finais.
E vire-se quem não conhece o adágio latino. :rofl:
 
Li O Menino no Espelho, na escola, e já não lembro de nada; só lembro que gostei. Li O Homem Nu, também, um bom tempo atrás, e também gostei. Na época lia bastante crônica.

Este ano, li O Gato Sou Eu, que tem algumas crônicas ótimas, mas não sei, já não me caiu tão bem.
 
Li O Encontro Marcado quando fazia 3º ano, pois era um dos paradidáticos cobrados no vestibular da Federal daqui..

Apesar de ter lido por obrigação, o livro figurou por bastante tempo na minha lista de preferidos, até mesmo porque na época eu não tinha costume de ler muito.
Tive uma ótima impressão dele, principalmente da fase em que retratava a fase de Boemia do protagonista, em que no meio das bebedeiras havia discussões filosóficas que eu achava bem interessantes.

Muito tempo depois comprei uma coletânea de histórias dele da editora BestBolso, e gostei delas de um modo geral. Hoje eu não tenho vontade de ler mais obras dele, que não sejam crônicas, mas confesso ter vontade de reler O Encontro Marcado, até pra saber se eu sentiria o mesmo impacto da primeira vez..
 

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