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Herman Hesse

Nekoju disse:
Em 1946 ganhou o Prêmio Nobel de Literatura, pelo livro O Jogo das Contas de Vidro.[/i]

Só uma pequena correção: O prêmio Nobel de Literatura é dado ao autor pelo conjunto da obra e não somente uma única publicação. Por essa razão, um autor só consegue conquistar o prêmio uma única vez.

Segue a explicação dada pelo Nobel quando Hesse ganhou o prêmio:

"por seus escritos inspirados que, enquanto crescem em audácia e penetração, exemplificam os ideais humanitários clássicos e as altas qualidades de estilo"
 
Acho Hesse um ótimo escritor. á li O Lobo da estepe e Sidarta, e não posso negar, fiquei impressionada com os textos. Os dois livros levam uma narrativa bem diferente, coisa que poucos autores fazem (ou conseguem fazer). enquanto o lobo da estepe é um pouco obscuro, Sidarta tem um texto leve e narrativa tranquila.

Adorei os dois, pretendo ler mais livros dele.
 
Lucas_Deschain disse:
[align=justify]Adam, se tu quiser uma dica, procure na Estante Virtual por uma edição de Sidharta que saiu pela coleção dos Prêmios Nobel. Como o livreiro provavelmente o estará vendendo avulso, essas edições costumam ter preços bem acessíveis, fora que o edição em si é estupenda.[/align]

Que coleção é essa? de que editora?
:pipoca:
 
Gabriel Cezar disse:
Lucas_Deschain disse:
[align=justify]Adam, se tu quiser uma dica, procure na Estante Virtual por uma edição de Sidharta que saiu pela coleção dos Prêmios Nobel. Como o livreiro provavelmente o estará vendendo avulso, essas edições costumam ter preços bem acessíveis, fora que o edição em si é estupenda.[/align]

Que coleção é essa? de que editora?
:pipoca:

[align=justify]Coleção Biblioteca dos Prêmios Nobel de Literatura, tem duas edições, uma de capa branca com uma gravura do Picasso, da editora Delta, que data pelos idos da década de 60; e outra de capa marrom com dourações, da editora Opera Mundi, que saiu pela década de 70. (o obnóxio até montou um tópico com os títulos, mas não estou conseguindo encontrar)

Vale muito a pena, são edições de luxo mesmo. :sim:[/align]
 
[align=justify]Uma das coisas que mais me fascina em Hesse é sua obstinada recusa em conceber o homem como ser meramente biológico ou, para usar termos já clássicos, mera carne. Há algo espiritual, transcendente que jaz dentro de cada um dos homens, cujo florescer é o que os torna humanos. Homens são mais do que carne, possuem espírito e podem atingir estágios mais sublimes de ser. O detalhe é que ele faz isso sem apelar para esquemas religiosos fechados.

Tem um buzilhão de críticas a isso, e não seria difícil encontrar diversos pensadores que se contraporiam a grande parte desse idealismo dele (aos quais tenho profunda reverência e cujas posições compartilho em grande medida), mas ainda assim não dá para ignorar ou não se deixar refletir com os escritos dele. O humanismo idealista dele é algo sublime.

Não creio que Hesse ignorasse uma série de teorias materialistas que existiam e que poderiam colocar "em xeque" seus escritos, mas a viés que ele aborda, ainda mais no momento em que escreve (em que a civilização alquebrada ainda lidava com o contundente e estarrecedor impacto e saldo da Primeira Guerra Mundial) mostram uma consciência que flerta com outras dimensões, que possuem um significado histórico que não pode ser posto em questão sem sensibilidade poética.

Não a toa que o autor vivenciou tal êxtase ao entrar em contato com o orientalismo e a filosofia hindu.[/align]
 
Sobre não ter gostado de Demian (inclusive tem um post meu ali em cima de quase um ano atrás dizendo que eu tava remando pra terminar, e põe remo nisso, haha): do primeiro terço do livro eu até gostei, a questão do Kromer e as inquietações da infância, mas com o passar do livro eu fiquei realmente bem incomodado com as ideias do livro, as questões de espiritualidade e o "sinal de Caim" e outros rococós deterministas. Eu tenho essa ilusão de que dá pra enxergar através de um texto as ideias, os sentimentos, as intenções, etc., que sustentam a superfície que se lê, e o que eu consegui enxergar debaixo de Demian foi uma ideia de "grandeza inata" e um determinismo quase desumano. Pode ser que isso se deva ao fato de eu não ser em absoluto "espiritual" e ao fato de que os aspectos religiosos que me interessam não têm a ver com crença ou fé, mas com a questão humana, do convívio comunitário, do conforto mútuo.

Claro que é possível que eu tenha perdido doze estratos de subtexto por baixo do texto-em-si (o que eu não acho que tenha acontecido), mas eu claramente não fui tocado pelos "mecanismos internos" do livro, ele não me moveu, não me emocionou, não representou quase nada.
 

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