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[Desafio] Quanto vale uma imagem?

Ah, você achou bonito o desenho? Legal. Obrigada.
Não, não imaginei isso, não. Quer dizer eu sonhei uma vez que...
Quer saber? Vou te contar a verdade!
Sei que você está aqui só de passagem mesmo, e dificilmente voltará a esta cidade, então...
Essa casa, desse jeito mesmo que você está vendo aí, fica do outro lado do morro, no lado oeste, aqui do vilarejo.
Você não se lembra de ter visto nada quando foi lá em cima, não é?
Não, não dê "uma nova olhada" porque de nada vai adiantar. Só eu é que vejo essa casa, desde criança.
A princípio isso era motivo de piada na cidade toda e depois, quando eu era adolescente e insistia nisso, começou-se a falar em tratamento psiquiátrico e até em internação.
Me levaram a um médico uma vez e então eu vi que podia me prejudicar bastante se continuasse a falar disso, aí mudei a versão, disse que era invenção minha e tal.
Fazer o que, né? A gente tem que sobreviver nesse mundo.
Eu sei que um dos primeiros sinais de loucura é a pessoa dizer que não é louca.
Mas puxa, eu sei que não sou.
Só consigo ver essa casa quando estou em um certo ponto, no alto do morro.
Coloquei uma pedra lá no local exato, pra marcar, mas nem precisa mais, eu sei exatamente onde fica.
A casa pertence a uma família grande, pai, mãe, seis filhos e uma filha. Todos ruivos. Eles são simpáticos, mas meio estranhos. Se vestem com umas roupas antiquadas, como se vivessem na metade do século passado.
Às vezes aparecem aqui na vila, principalmente o pai das crianças.
E ele é engraçado. Fica olhando pras coisas, tem especial interesse nas que funcionam com eletricidade, fica meio meio fascinado e faz mil perguntas sobre como funciona isso ou aquilo.
Me falaram que eles são de outra cidade, por isso raramente aparecem por aqui, que o nome de família deles é Wesley, Wembley... sei lá.
Mas eu sei que eles moram mesmo é ali, perto do laguinho, atrás do morro.
Dizem que aquela parte pertence ao governo, por isso não é habitada apesar de ser um lugar bem agradável e bonito pra se morar, mas sabe, eu acho até que eles não são os únicos que moram por ali, deve haver outros, mas por alguma razão eu só consigo ver essa casa, da família dos ruivos.
E coisas estranhas acontecem por lá.
Às vezes dá pra ver uns seres estranhos no jardim, pequeninos e feios; eu vi com um binóculo, um dia.
Mas o mais estranho de tudo, e que já vi várias vezes, foram as pessoas voando.
Juro!
Tudo bem, pode rir, você está com cara de quem está segurando uma risada. Eu não ligo. Não mais.
Não tirei fotos porque as máquinas simplesmente não funcionam ali naquela região.
E isso pode ser comprovado até por você.
Máquina alguma funciona ali, em cima do morro ou lá embaixo.
E sabe da maior? ninguém tem explicação pra isso.
Hahaha... eu é que dou risada nessas horas, ao ouvir as "explicações" deles pra isso: que há um campo magnético ali, que existem jazidas de um determinado metal no solo, blablabla...
Enfim, quer saber a história desse desenho?
Eu estava uma manhã ali, sentada e pensando na vida quando, do nada, ou melhor, do meio das nuvens, surgiu esse carro. É um Ford Anglia, né?
É, eu não entendo de carros mas meu irmão me falou que é.
Enfim, o carro veio voando, "aterrisou" no quintal da casa e dele sairam três dos ruivos e mais um garoto de cabelos pretos que eu nunca tinha visto por ali.
Em seguida a mãe dos garotos saiu da casa. É uma senhora baixinha, e ela estava muito brava, eu conseguia ouvir os gritos dela lá de cima.
Foram todos pra dentro e mais tarde, vi os meninos da casa e o visitante fazendo algo no jardim, parece que pegavam os seres pequenininhos e jogavam pro alto ou algo assim e depois, começaram a voar em umas coisas que pareciam vassouras meio estilizadas, e jogavam maçãs uns nos outros.
Parecia ser bem divertido.
Aliás, eles parecem ser bem felizes ali.
Ah, você precisa ir embora? Tá bom...
Me faz um favor? Não diz que te contei essa história não, tá?
Principalmente pra minha mãe.
Ela fica sempre preocupada quando vou lá pra cima do morro e às vezes me pergunta se eu ainda vejo a tal casa.
Eu digo que "é claro que não" e dou risada, como se isso fosse uma bobagem e aí ela fica tranquila, mas acho que desconfia das minhas constantes idas até lá em cima.
Minha mãe se preocupa demais com que os outros pensam de nós e aqui é uma cidade pequena, sabe como é, né?
Valeu, você é legal.
 
Ah, você achou bonito o desenho? Legal. Obrigada.
Não, não imaginei isso, não. Quer dizer eu sonhei uma vez que...
Quer saber? Vou te contar a verdade!
Sei que você está aqui só de passagem mesmo, e dificilmente voltará a esta cidade, então...
Essa casa, desse jeito mesmo que você está vendo aí, fica do outro lado do morro, no lado oeste, aqui do vilarejo.
Você não se lembra de ter visto nada quando foi lá em cima, não é?
Não, não dê "uma nova olhada" porque de nada vai adiantar. Só eu é que vejo essa casa, desde criança.
A princípio isso era motivo de piada na cidade toda e depois, quando eu era adolescente e insistia nisso, começou-se a falar em tratamento psiquiátrico e até em internação.
Me levaram a um médico uma vez e então eu vi que podia me prejudicar bastante se continuasse a falar disso, aí mudei a versão, disse que era invenção minha e tal.
Fazer o que, né? A gente tem que sobreviver nesse mundo.
Eu sei que um dos primeiros sinais de loucura é a pessoa dizer que não é louca.
Mas puxa, eu sei que não sou.
Só consigo ver essa casa quando estou em um certo ponto, no alto do morro.
Coloquei uma pedra lá no local exato, pra marcar, mas nem precisa mais, eu sei exatamente onde fica.
A casa pertence a uma família grande, pai, mãe, seis filhos e uma filha. Todos ruivos. Eles são simpáticos, mas meio estranhos. Se vestem com umas roupas antiquadas, como se vivessem na metade do século passado.
Às vezes aparecem aqui na vila, principalmente o pai das crianças.
E ele é engraçado. Fica olhando pras coisas, tem especial interesse nas que funcionam com eletricidade, fica meio meio fascinado e faz mil perguntas sobre como funciona isso ou aquilo.
Me falaram que eles são de outra cidade, por isso raramente aparecem por aqui, que o nome de família deles é Wesley, Wembley... sei lá.
Mas eu sei que eles moram mesmo é ali, perto do laguinho, atrás do morro.
Dizem que aquela parte pertence ao governo, por isso não é habitada apesar de ser um lugar bem agradável e bonito pra se morar, mas sabe, eu acho até que eles não são os únicos que moram por ali, deve haver outros, mas por alguma razão eu só consigo ver essa casa, da família dos ruivos.
E coisas estranhas acontecem por lá.
Às vezes dá pra ver uns seres estranhos no jardim, pequeninos e feios; eu vi com um binóculo, um dia.
Mas o mais estranho de tudo, e que já vi várias vezes, foram as pessoas voando.
Juro!
Tudo bem, pode rir, você está com cara de quem está segurando uma risada. Eu não ligo. Não mais.
Não tirei fotos porque as máquinas simplesmente não funcionam ali naquela região.
E isso pode ser comprovado até por você.
Máquina alguma funciona ali, em cima do morro ou lá embaixo.
E sabe da maior? ninguém tem explicação pra isso.
Hahaha... eu é que dou risada nessas horas, ao ouvir as "explicações" deles pra isso: que há um campo magnético ali, que existem jazidas de um determinado metal no solo, blablabla...
Enfim, quer saber a história desse desenho?
Eu estava uma manhã ali, sentada e pensando na vida quando, do nada, ou melhor, do meio das nuvens, surgiu esse carro. É um Ford Anglia, né?
É, eu não entendo de carros mas meu irmão me falou que é.
Enfim, o carro veio voando, aterrisou no quintal da casa e dele sairam três dos ruivos e mais um garoto de cabelos pretos que eu nunca tinha visto por ali.
Em seguida a mãe dos garotos saiu da casa. É uma senhora baixinha, e ela estava muito brava, eu conseguia ouvir os gritos dela lá de cima.
Foram todos pra dentro e mais tarde, vi os meninos da casa e o visitante fazendo algo no jardim, parece que pegavam os seres pequenininhos, aqueles que te falei, e jogavam pro alto ou algo assim. Depois começaram a voar em umas coisas que pareciam vassouras, umas vassouras meio estilizadas, e jogavam maçãs uns nos outros.
Parecia ser bem divertido.
Aliás, eles parecem ser bem felizes ali.
Ah, você precisa ir embora? Tá bom...
Me faz um favor? Não diz que te contei essa história não, tá?
Principalmente pra minha mãe.
Ela fica sempre preocupada quando vou lá pra cima do morro e às vezes me pergunta se eu ainda vejo a tal casa.
Eu digo que "é claro que não" e dou risada, como se isso fosse uma bobagem e aí ela fica tranquila, mas acho que desconfia das minhas constantes idas até lá em cima.
Minha mãe se preocupa demais com que os outros pensam de nós e aqui é uma cidade pequena, sabe como é, né?
Valeu, você é legal.

858 palavras
 
-Acorda, estamos chegando.
- Hã! Certo, estou acordado.

O carro para em frente a casa meio torta, meio certa, meio caindo, meio em pé...Uma casa engraçada e solitária no meio de um verde intenso. Moravam cerca de 6 pessoas na casa que, apesar de pequena, era alta com escadas em espiral.

O menino, amigo do que morava lá, entrou abismado com tanta magia. Relógio que indicava o local onde estavam as pessoas moradoras da casa, cadeirão com colher de pau mexendo sozinho...

O relógio bate 00:00h, o menino acorda, era apenas um sonho.

98 palavras.
 
- Traz o cobertor, filha, está ali em cima do baú.
A garotinha, com pijama de flanela e tranças que facilitavam o pentear do cabelo na manhã seguinte, foi pisando de meias por cima dos brinquedos espalhados pelo pequenino quarto de dormir.
No caminho de volta à cama, Carolina parou em frente à estante baixa. Agachou-se e apenas admirava a lombada dos gigantescos livros infantis, já que não sabia ler ainda.
- Quer que eu leia uma história pra você, Carol?
Carolina olhou a mãe com um ar de indecisão. Novamente virou-se para os livros e escolheu um de capa amarela.
- Hoje eu que vou ler pra senhora dormir. Mas é pra dormir, tá bem?
- Sim, senhora, mocinha - retrucou a mãe bem-humorada. E por que você escolheu essa história?
- Por que eu gosto desse cheiro, ó. - Dizendo isso, enfiou a gravura emborrachada da capa debaixo do nariz da mãe. - Agora deixa eu te cobrir. Pronto, agora fecha os olhinhos pra imaginar melhor.
A mãe tinha muito prazer em ver a filha imitar seus gestos. Nessas horas tinha impressão de que a educação da menina não ia tão mal como seu pânico de tempos atrás previa. Solange fechou os olhos e esperou. Esperou. E estranhou.
- Ué, cadê a história, Carol?
A menina olhava o livro aberto com muita preocupação.
- Ô mãe, isso aqui está errado.
- O quê?
- Isso tudo...!
A mãe sentou-se na cama, curiosa, e trouxe a filha pra perto.
- Espera, vamos ver. O que é "isso tudo"?
- Esse livro não é meu?
- É.
- Então por que ele tá todo escrito se eu não sei ler? Era pra ser sem palavras, só com as figurinhas... E agora, como vou te contar a história?
A mãe sentiu orgulho, sabe-se lá por quê. E o avô, na quinta-feira, adoraria saber dessa façanha.
- É porque quem escreveu esse livro sabia que a mamãe ia estar aqui pra ler pra vc. Quando você aprender a ler, poderá ler sozinha, é só esperar, meu amor.
A menina não parecia muito convencida. O livro estava fechado em seu colo. O dedinho passeava desconsolado e lento pelo alto relevo do emborrachado. A mãe esperava que Carolina rompesse seu próprio silêncio, até que veio o rompante.
- Eu não gostei dessa casa, mãe.
O semblante da mãe transfigurou-se de tristeza. A viuvez era muito difícil e ela não sabia até que ponto Caroline compreendia o sentido da morte, menos ainda da necessidade da mãe em sair da casa onde foram tão felizes eles três, agora apenas elas duas. A inocência da filha diante de uma situação tão trágica dilacrava seu coração.
- Ah, meu amor... - Trouxe a filha para o colo, que foi com livro e tudo. Você talvez seja muito pequena pra compreender certas escolhas que os adultos têm que fazer. É que depois que... aconteceu aquele passeio, mamãe encontrou essa casa aqui, que é mais perto da sua escola. Não é melhor?
Carol, não se sabe se por dissimulação ou inocência, esperou ainda alguns segundos pra retrucar:
- Não, mãe, não é dessa daqui, é essa do livro.
A mãe até deixou o braço cair pra descontrair os músculos tão tensos.
- O que há de errado nela?
 
Vim atrás do anúncio de um carro, que saiu ontem no jornal.
Sim, ele esta aqui.
OK. Mas você pretende vendê-lo com os 4 pneus furados?
Você não vai precisar deles.
Acho que você não entendeu, mas intenção é andar com o carro.
Eu entendi.
Então por que diabos você diz que eu não precisarei dos pneus?
Por que você não precisará.
Ele é decorativo?
Não, ele voa.
Esse ferro velho sem rodas voa?
Sim, é um dos últimos modelos que ainda fazem isso.
Existem outros?
Sairam de linha, foram substituídos pelos helicopteros.
E você quer realmente que eu acredite nisso?
Se duvida podemos dar uma volta.
Eu adoraria.
(10 minutos depois)
Como está a cabeça?
Um pouco dolorida.
Eu disse que precisaria do cinto durante o looping.
Não achei que iria fazê-lo.
Mas como funciona o sistema para que este carro, aparentemente normal voe?
Segredo industrial.
Sei.
É sério, eu nunca contaria que ele funciona pela queima da madeira das vassouras voadoras.
Ahn?
Vai querer o carro ou não?

180 palavras
 
- Traz o cobertor, filha, está ali em cima do baú.
A garotinha, com pijama de flanela e tranças que facilitavam o pentear do cabelo na manhã seguinte, foi pisando as meias por cima dos brinquedos espalhados pelo pequenino quarto de dormir. No caminho de volta à cama, Carolina parou em frente à estante baixa. Agachou-se a admirar a lombada dos gigantescos livros infantis que não sabia ler ainda.
- Quer que eu conte uma história pra você, Carol?
Carolina olhou a mãe lentamente. Virou-se uma vez mais para os livros e escolheu um de capa amarela.
- Hoje eu que vou ler pra senhora dormir. Mas é pra dormir, tá bem?
- Sim, senhora, mocinha - retrucou a mãe bem-humorada, ajeitando o travesseiro da menina. E por que você escolheu essa história?
- Por que eu gosto desse cheiro, ó. - Dizendo isso, enfiou a gravura emborrachada da capa debaixo do nariz da mãe, tentando fazer cosquinha*. - Agora deixa eu te cobrir. Pronto, fecha os olhinhos pra imaginar melhor.
A mãe tinha muito prazer em ver a filha imitar seus gestos. Nessas horas tinha impressão de que a educação da menina não ia tão mal como seu pânico de tempos atrás previa. Solange fechou os olhos e esperou. Esperou. E estranhou.
- Ué, cadê a história, Carol?
A menina olhava o livro aberto com muita preocupação.
- Mãe... isso aqui está errado.
- O quê?
- Isso tudo...!
Os braços magrinhos se erguiam no ar como se fossem de uma matrona italiana. A mãe sentou-se na cama, curiosa, e trouxe a filha pra perto.
- Espera, vamos ver. O que é "isso tudo"?
- Esse livro é meu, não é?
- É.
- Então por que ele tá todo escrito se eu não sei ler? Era pra ser sem palavras, só com as figurinhas... E agora, como vou te contar a história?
A mãe sentiu orgulho, sabe-se lá por quê. E o avô, na quinta-feira, adoraria saber dessa façanha.
- É porque quem escreveu esse livro sabia que a mamãe ia estar aqui pra ler pra você. Quando você aprender a ler, poderá ler sozinha, é só esperar, meu amor.
A menina não parecia muito convencida. Fechou o livro e abandonou-o em seu próprio colo. O dedinho passeava desconsolado e lento pelo alto relevo do emborrachado. Solange esperava que Carolina rompesse seu próprio silêncio, até que o rompante veio.
- Eu não gostei dessa casa, mãe.
O semblante da mãe transfigurou-se de tristeza. A viuvez era muito difícil e ela não sabia até que ponto Carolina compreendia o sentido da morte, menos ainda a necessidade da mãe em sair da casa onde foram tão felizes eles três, agora apenas elas duas. A inocência da filha diante de uma situação tão trágica dilacrava seu coração.

- Ah, Carolita... - Levou a filha ao colo, com livro e tudo. - Você talvez seja muito pequena pra compreender certas escolhas que os adultos têm que fazer. É que depois que... aconteceu aquele passeio, mamãe encontrou essa casa aqui, que é mais perto da sua escola. Não é melhor?

Carolina, não se sabe se por dissimulação ou inocência, esperou ainda alguns segundos pra retrucar:
- Não, mãe, não é dessa daqui, é essa do livro.
A mãe até deixou o braço cair pra descontrair os músculos tão tensos.
- O que há de errado nela?
- Ela é torta. E usa chapéu.
A mãe riu-se de leve. De alívio.
- E por que as casas não podem usar chapéu?
- Podem, mas só se elas forem carecas igual o tio Fernando, pra se proteger do sol e não queimar os miolos.

O papo havia voltado ao normal. Carol recomeçava as tautologias da família e dava sua risada gostosa e com os primeiros indícios de sono.
- Mamãe pode então contar a história pra você?
- A gente conta junto, então, mamãe. A senhora fala do que está escrito e eu da figurinha.

Começaram a contar a história mista. A mãe ficou com a narração e Carol com as falas inventadas, o que fazia que cada página levasse ao menos cinco minutos de leitura. Na quarta página, quando Carol já piscava com mais demora que o habitual, a mãe começou a escorregar a menina para a cama, disfarçadamente, para que ela não perdesse o clima nem o sono. Sem perceber, Carol ia se deixando adormecer e passou os olhos mal conscientes pela capa do livro. A mãe deixou o último gancho narrativo pra ver se a menina ainda estava acordada. Foi quando ela proferiu as últimas falas da noite.

- Aí o Frederico disse: "Eu não gosto dessa casa, mamãe". E a mamãe respondeu: "Mas nessa casa tem um carro que voa, você não gosta dele?"
A mãe tentou articular alguma narração pra que ela dormisse logo, mas o coração ficou aos pulos de repente. Carol bocejou longamente.
- Aí o Frederico respondeu - deu outro bocejo ainda maior - todo sorridente: "Quero, quero! Assim a gente vai poder visitar o papai, lá no céu!"

Carolina tombou pra um lado e dormiu pesadamente. Solange tombou pro outro e levemente chorou.

* 860 palavras, incluindo "cosquinha", rs. Coceguinhas não fluiu, desculpa. XD
 
Com um pouco de atraso, mas vamos seguir no ritmo de atualizações semanais.

imagem 12 da nova era:2586 Palavras

Gabriel Cesar: 590
Clara: 858
Tayana: 98
Palazo: 180
Manu: 860
 
Imagem 13:

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Resumo das Regras
1. Imagens serão publicadas semanalmente;
2. Qualquer um pode participar, com o texto no tamanho que sua imaginação e inspiração permitirem. Liberdade é a palavra de ordem aqui (pegando carona na idéia do JLM)
3. Publique somente textos inspirados nas imagens e em prosa.
4. Lembre-se de indicar o número de palavras que contém o seu texto.
5. Para contar o numero de palavras do texto clique aqui.
 
Ela: Por que esses olhos tão grandes?
Ele: Para ver todos os traços de sua estonteante beleza, e todas as curvas de seu corpo sedutor.
Ela: Por que esses lábios tão grandes?
Ele: Para beijar deliciosamente seus lábios, sentir todo o gosto da sua boca e me deliciar contornando todo seu corpo.
Ela: Por que essas mãos tão grandes?
Ele: Para massagear seu frágil corpo, e seduzí-la ao envolvê-la em minhas habilidosas mãos.
Ela: Hummm... Por que essa língua tão grande?
Ele: Para massagear toda a extensão da sua boca, degustar o seu ser, e fazer uma massagem lingual em cada parte íntima do seu corpo.
Ela: Ahhh! E por que........... esse mascara na cara??
Ele: Para não sentir esse cheiro horrível que vem de você. Que perfume você passou hein??

146 palavras
 
Já é amanhã?! Tive inspiration, só não rolou a tranpiration ainda... Depois do almoço volto cá, peraí, moço...
 
Povo, tempo esgotado, e só teve uma colaboração (minha por sinal) =/

imagem 13 da nova era: 146 Palavras

Palazo: 146
 
Povoooo, quero ver todos participando desta vez...

Imagem 14:

mortys2-e1312580499530.png


Resumo das Regras
1. Imagens serão publicadas semanalmente;
2. Qualquer um pode participar, com o texto no tamanho que sua imaginação e inspiração permitirem. Liberdade é a palavra de ordem aqui (pegando carona na idéia do JLM)
3. Publique somente textos inspirados nas imagens e em prosa.
4. Lembre-se de indicar o número de palavras que contém o seu texto.
5. Para contar o numero de palavras do texto clique aqui.
 
Admirava a lua perfurando o manto negro da noite, admirava a silhueta feminina, hipnótica, provocativa, vindo em minha direção, tinha a certeza de que algo inusitado aconteceria entre nós quando ela olhou para mim e

35 palavras
 
Enquanto caminhava, não deixava de pensar na recompensa que seguiria seu esforço. Parte de si deixara em seu lar quando, ao chamado da pátria, fora à guerra. Foram exatos três meses de luta incansável. O cenário de destruição em volta do campo de batalha foi-se transformando aos poucos. Mais e mais o que muitos chamariam de Terra, agora era mais como o inferno. Era difícil conviver com o sofrimento explícito, a ruína os rodeava. E então voltava como o campeão. Conquistará, mais que a vitória sobre o inimigo, o império sobre a morte. E agora ansiava pela maior recompensa: saber que ainda havia amor para ele, sentir um segundo de ternura em seus braços. Porém, e se não mais amava; e se voltasse frio como qualquer um dos corpos deixados para trás... Não, pensou, se havia ainda esperança de amor, o mesmo ainda existia. Sozinho na noite, pois, só lhe sobravam angústias – no breu total, mal distinguindo o cenário amplo e familiar que com o nascer do dia se abriria como uma flor radiante, quase já chegando à cidade, parecia-lhe ainda estar rodeado pelo ambiente sanguinolento de mesmo ontem. Então, restando-lhe apenas desânimo, não encontrou mais um sentido para voltar – Voltar para o nada e para a podridão em que já se encontrava antes? Voltar para a atmosfera indiferente, para os olhares que, com a mesma força de uma bomba, ferem? Não, não queria: Deus onde estou? Então que, gentilmente, dizendo - “agora sim! Ele entendeu! – aquela que o circundava sempre, alegrou-se por ele perceber que não mais pertencia a este mundo. Desprendera-se há muito de todos, mas só agora havia se entregado ao destino que ela já o oferecera. Suavemente, não depressa(era preciso curtir cada momento), pegou-o por seu braços – Seu filho pródigo que agora voltara.

_________________________________________
330 palavras - só agora consegui pensar em algo não muito trash:rofl:... bem eu acho:think:
Achei legal o seu, JLM!
 
À noite, com apuro, é possível ouvir os tamancos da morte pisando o telhado. Toda noite eu sento e espero por ela. A dose de cianureto adormecida dentro de um copo de vidro, enquanto acendo um cigarro após o outro, a decidir-me. Á noite, com apuro, é possível discernir dentre os barulhos da cidade o último suspiro de alguém, sendo levado pela morte. Toda noite eu sento e espero por ela, e não adormeço até que raie o sol. Levanto-me ao entardecer. Nunca saio de casa. Espero que meu corpo apodreça. Acendo um cigarro após o outro. Perdi minha filha, perdi minha esposa. As duas diante dos meus olhos, longe de minha alçada. Como poderia ser tão cruel, dona morte? É tudo que me bastaria saber. A igreja ensina que eu hei de reaver os entes perdidos, mas não promete uma explicação. Não justifica o sadismo. Não nos avisa do silvo agudo da foice, no momento da ceifa. Eu espero. Dia após dia, eu espero. A dor já se amontoando a muitas outras coisas. Todas elas esperam. Talvez, ela também espere. Ou assim espero. Porque por mais que eu remoa, só posso conceber a morte com um sorriso maléfico, caminhando sobre a cidade, levando as pessoas. Sorrindo, porque as outras a esperam, mesmo que não saibam. Ela levará a todos pela mão. E se a vida cá nada significa, só posso aguardar uma compensação pela espera. Um sorriso de boa-fé pela provação passada, ou até mesmo um sorriso algo cruel. Só não suportarei que me leve sisuda.

257 palavras
 
imagem 14 da nova era: 622 Palavras

JLM: 35 palavras
Gabriel Cezar: 330 palavras
Wilson: 257 palavras

Dessa vez eu me ausentei, mas na próxima eu prometo um texto inspirador
 

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