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Adolfo Bioy Casares

_Kain

Preacher
O único livro dele que eu li foi 'A Invenção de Morel' (que é uma das coisas mais geniais que eu conheço), acho que o prefiro ao Borges (que parece ser o mais consagrado); o resto da obra dele é tão genial assim? Tou cobiçando um livro de contos dele, não sei se compro agora no natal.
Comentem o 'A Invenção' que eu me animo pra escrever algo mais concreto/significativo/etc.
 
Li neste ano de 2010 A Invenção de Morel, foi surpreendente, raramente releio um livro e este é um destes poucos, devo reler nos próximos anos. Muito original.
 
aces4r disse:
Li neste ano de 2010 A Invenção de Morel, foi surpreendente, raramente releio um livro e este é um destes poucos, devo reler nos próximos anos. Muito original.

Leia "O Sonho dos Heróis". Emocionante do começo ao fim.
 
Gostei muito da Invenção de Morel e do livro de contos Histórias Fantásticas, ambos editados pela Cosac Naify.
 
Pips disse:
aces4r disse:
Li neste ano de 2010 A Invenção de Morel, foi surpreendente, raramente releio um livro e este é um destes poucos, devo reler nos próximos anos. Muito original.

Leia "O Sonho dos Heróis". Emocionante do começo ao fim.

[size=medium]Pips, vou colocar O Sonho dos Heróis em minha de 2011. Agradeço a indicação.[/size]
 
Para quem começou a adentrar nesse mundo fantástico do Bioy Casares tem de ler: Diário da Guerra do Porco (lançado no Brasil pela Cosac Naify).

Estou no fim de Historias Desaforadas, conhecendo a faceta de contos do escritor, e digo que é algo surpreendente. Está no nível de Cortázar como contista!
 
Pips disse:
Por que não gostou?

A idéia do livro é boa, genial até. Só não gostei da execução. E não me entendam mal: esse Casares tem uma escrita poderosa. Mas belas frases não são, na minha concepção, suficientes para deixar um livro agradável, ainda mais quando o autor envereda num gênero que não é lá sua praia.

Quase sempre, quando um escritor tido como do mainstream literário resolve escrever algo mais próximo da literatura de gênero (tem até aquele prefácio em que Borges faz uma justificativa em nome de Casares, como se o argentino estivesse cometendo uma heresia ao escrever uma obra com uma trama fantástica, “novela de peripécias”), ele incorre em problemas de ritmo, em equívocos de verossimilhança e plausibilidade, questões importantíssimas até mesmo para os apreciadores do gênero fantástico.

No caso desse livro, o que me aborreceu foi que o narrador já deixa escapar ao leitor, logo de início, que há algo de errado com os visitantes da ilha (suspense zero), embora ele fique uns 2/3 do livro insistindo que nada sabia, batendo cabeça, entrando no ridículo de achar que os visitantes pretendiam capturá-lo. O sujeito fica boa parte do livro martelando na mesma tecla, mostrando como está confuso, fazendo inúmeras descrições diferentes de seu estado de espírito desesperado. Eu pensava: "putz, dá pra mudar o lado desse disco?!". Isso é o que eu chamo de falta de ritmo e de plausibilidade. Nem um completo retardado ficaria tanto tempo batendo cabeça como esse narrador.

Quando o narrador finalmente se apercebe da situação ("Oh, Glória! Já não era sem tempo!"), eu já tava querendo arremessar o livro pra bem longe. Só terminei para saber mesmo do que se tratava a tal invenção.
 
Thriller Dude disse:
A idéia do livro é boa, genial até. Só não gostei da execução. E não me entendam mal: esse Casares tem uma escrita poderosa. Mas belas frases não são, na minha concepção, suficientes para deixar um livro agradável, ainda mais quando o autor envereda num gênero que não é lá sua praia.

O gênero que ele escreve é do realismo fantástico. Parte dos livros dele representam a temática: destino + amor + realidade.

Quase sempre, quando um escritor tido como do mainstream literário resolve escrever algo mais próximo da literatura de gênero (tem até aquele prefácio em que Borges faz uma justificativa em nome de Casares, como se o argentino estivesse cometendo uma heresia ao escrever uma obra com uma trama fantástica, “novela de peripécias”), ele incorre em problemas de ritmo, em equívocos de verossimilhança e plausibilidade, questões importantíssimas até mesmo para os apreciadores do gênero fantástico.

O que seria mais inverossímel do que acreditar numa máquina que projeta às pessoas, como uma câmera de cinema, e as deixa sem alma? Qual é a grande questão abordada que não tange a realidade?

Quanto ao ritmo, é um "diário" que foi publicado por um editor qualquer. Como um diário ele nnao pode ter um ritmo correto, tem que ser algo sem revisão, tem que ser algo que ele sentiu no momento.

No caso desse livro, o que me aborreceu foi que o narrador já deixa escapar ao leitor, logo de início, que há algo de errado com os visitantes da ilha (suspense zero), embora ele fique uns 2/3 do livro insistindo que nada sabia, batendo cabeça, entrando no ridículo de achar que os visitantes pretendiam capturá-lo. O sujeito fica boa parte do livro martelando na mesma tecla, mostrando como está confuso, fazendo inúmeras descrições diferentes de seu estado de espírito desesperado. Eu pensava: "putz, dá pra mudar o lado desse disco?!". Isso é o que eu chamo de falta de ritmo e de plausibilidade. Nem um completo retardado ficaria tanto tempo batendo cabeça como esse narrador.

Calma, calma. O personagem principal não sabe o que ocorre na ilha e precisa descobrir, pois ele é um fugitivo da justiça e está preso num lugar onde nunca houveram pessoas. Ele fica confuso por pessoas que aparecem do nada e as pessoas ignoram sua existência.

Na mesma frase você diz que ele descreve DIFERENÇAS do seu estado de espírito, isso é um ganho. A paranóia é crescente, os efeitos dela causam as ilusões, as novas descobertas fecham o narrador nele mesmo. Qual problema ele tem? Ele desapareceu? Afinal todas as pessoas existem, mas talvez ele não, então o narrador descobre o contrário.

Quando o narrador finalmente se apercebe da situação ("Oh, Glória! Já não era sem tempo!"), eu já tava querendo arremessar o livro pra bem longe. Só terminei para saber mesmo do que se tratava a tal invenção.

Como assim? O suspense psicológico não mexeu com o você? De abrir mão de um futuro para viver em inanição, sem crescer, comer ou tocar e, principalmente, sem pensar. Ele abre mão de todo o livre-árbitrio que o fez ponderar suas decisões durante a história toda para se entregar à uma máquina.
 
Se, de uma narração em primeira pessoa, eu consigo extrair informações dos quais o próprio narrador desconhece (e olha que eu li o livro sem nem saber do que se tratava, não vi spoiler), há uma incompatibilidade entre narrativa e enredo. Logo de início, já dava pra perceber que os visitantes eram seres fora do normal e que a hipótese de que estariam lá para capturar o narrador seria a última a ser considerada. E ele insiste nela com uma teimosia irritante.

Pô, depois que estava mais que evidente (estava gritantemente patente!) para o narrador que os visitantes ignoravam sua presença, que nem o enxergavam, o cara ainda passa um tempão se escondendo deles, tentando conversar com a mina, etc. Eu até entendo que a intenção do autor era explorar a loucura do personagem, mas até para retratar loucos é preciso uma dose de racionalidade.

Mas, claro, essa foi a minha impressão pessoal, somada com meu extremo rigor a escritores desse naipe.


Pips disse:
Como assim? O suspense psicológico não mexeu com o você? De abrir mão de um futuro para viver em inanição, sem crescer, comer ou tocar e, principalmente, sem pensar. Ele abre mão de todo o livre-árbitrio que o fez ponderar suas decisões durante a história toda para se entregar à uma máquina.

Como eu disse, a idéia do livro é genial, mas sua execução não me agradou.
 
Até onde percebi, o protagonista tenta passar despercebido por todos os ilusórios habitantes da ilha. O primeiro momento que ele poderia descobrir se tratar de uma ilusão foi quando a mulher o ignora por completo. E, geralmente, homens apaixonados são tão egocêtricos que após levarem um fora preferem acreditar que a mulher amada vê e finge que não vê do que simplesmente pensar que ela estava distraída.

E as ilusões da invenção de Morel não eram simples hologramas. Um fantasma se pareceria com uma montagem feita por Photoshop. As ilusões de Morel não eram apenas visuais. Para se ter idéia, ele tenta quebrar a parede e nem percebe que a parede era irreal.

E como dizia a Teoria da Bomba, de Hitchcock. Se há uma cena onde uma bomba explode sem aviso, é supresa. Se há duas personagens desavisadas sentadas a mesa com uma bomba sob ela, então é suspense.
 

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