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Mãos de Cavalo (Daniel Galera)

Luciano R. M.

vira-latas
Algum tempo atrás eu li 'Dentes Guardados', de Daniel Galera. Eu reconheci algum potencial mas não gostei. Preocupado demais com sexo, parecia preocupado demais em ser 'cool' e preocupado de menos com tudo mais. Sim, existem alguns contos geniais, mas a média do livro me pareceu exatamente isso: média.

Aí quando um amigo- o mesmo que insistiu para que eu lesse Cuenca- me falou que o Galera era bom, eu fiquei um pouco desconfiado. Mas como ele já tinha me surpreendido uma vez e estava disposto a me emprestar esse livro- de cujo primeiro capítulo, 'O Ciclista Urbano', ele havia me falado maravilhas- resolvi encarar.

LEIA O RESTO DO POST NO BLOG DO MEIA PALAVRA
 
Cara, muito massa que você tenha comentado esse livro. Gosto MUITO do Daniel Galera e, agora que você já conheceu o lado romancista do cara, fique sabendo que os outros livros do cara também são bem bons. O "Até o dia em que o cão morreu" é estilo "Dentes guardados", mas mais pelo lado dos contos que seriam "geniais". O "Cordilheira" é bem diferente de tudo o que ele fez antes. História muito bem construída. E Cachalote, se você não tiver alergia a coisas muito hypadas, (ou caso você desconheça o hype que essa hq gerou), é um livro beeem legal.

Tá, você pode simplesmente ignorar o que falei também, tenho consciência de que sou meio viciadinho nos livros do cara (o quê?? viciado em literatura brasileira?? sim, fazer o quê, hehehe). Só digo que você dê uma chance aos outros, como ao Mãos de Cavalo...
 
A única coisa que li do Daniel Galera foi a HQ Cachalote, eu gostei muito. Confesso que antes disso não sabia nada sobre ele e muito menos que ele esvrevia contos e romances, valeu pela dica!
 
caRaquel disse:
A única coisa que li do Daniel Galera foi a HQ Cachalote, eu gostei muito. Confesso que antes disso não sabia nada sobre ele e muito menos que ele esvrevia contos e romances, valeu pela dica!

Sim, e meio que tem pra todos os gostos, depois dá uma olhadinha nas sinopses dos livros nessas livrarias virtuais pra ter uma ideia.
 
Dá pra ler o primeiro capítulo do livro no site da Companhia.

Eu achei um tanto descritivo demais pro meu gosto, mas é um belo capítulo inicial.

Li alguns contos do Dentes Guardados uns meses atrás e nenhum dos que eu li me chamaram muito a atenção.

Também dá pra ler o primeiro capítulo do Até o dia em que o cão morreu no site da Companhia, e esse me lembrou o início d'A metamorfose, do Kafka, embora eu não espere encontrar nada perto disso no livro. Provavelmente vou dar uma chance pro Até o dia em que o cão morreu, pra ver se eu gosto.
 
Rodrigo Lattuada disse:
Dá pra ler o primeiro capítulo do livro no site da Companhia.

Eu achei um tanto descritivo demais pro meu gosto, mas é um belo capítulo inicial.

Li alguns contos do Dentes Guardados uns meses atrás e nenhum dos que eu li me chamaram muito a atenção.

Também dá pra ler o primeiro capítulo do Até o dia em que o cão morreu no site da Companhia, e esse me lembrou o início d'A metamorfose, do Kafka, embora eu não espere encontrar nada perto disso no livro. Provavelmente vou dar uma chance pro Até o dia em que o cão morreu, pra ver se eu gosto.

Pow, valeu pela dica, não sabia que dava pra ler os primeiros capítulos pelo site da Companhia das Letras.

Mas não dá pra analisar "Mãos de cavalo" meramente com base no capítulo inicial. Há três momentos da narrativa que se alternam e o primeiro capítulo é a única parte que trata do guri de dez anos. Tenho que admitir que o autor é, sim, descritivo em algumas partes, mas o faz com tanta desenvoltura e o livro é tão bom de ler que você quando vê já terminou a leitura. O livro nem de longe chega a ser um calhamaço como O Senhor dos Anéis, mas tem a mesma capacidade de tornar momentos descritivos prazerosos de ler...

Dentes guardados... bem, é o primeiro livro dele. Eu gostei, mas tenho que admitir que, como li no dia seguinte do livro equivalente do Daniel Pellizzari (Ovelhas que voam se perdem no céu), preferi o do outro autor. Mas já dá pra ter uma idéia do que vinha em Até o dia em que o cão morreu.

Este último reli recentemente e, se antes já achava o livro nota 7,5, hoje ele aumentou uns 2 pontos na cotação.

Mas sou suspeito em falar...
 
Não são todos os livros que têm trechos disponíveis. O Cordilheira mesmo, do Galera, não tem.

Eu já li umas entrevistas dele tempos atrás, e eu gosto muito da forma como ele pensa a literatura, e acho que se ele não é um grande autor hoje, um dia vai ser.

Aliás, o blog dele quando tava na Argentina é bem bacana, mesmo que tenha poucos posts. Me deu uma vontade infernal de ir pra Ushuaia quando eu li. O blog do Pellizzari também era bacana, mas eu acho ele tão igottabecool, que perco o interesse logo.

Ah, passou de 7,5 para 9,5 com a releitura? E o Mãos de cavalo é melhor?
 
Rodrigo Lattuada disse:
Não são todos os livros que têm trechos disponíveis. O Cordilheira mesmo, do Galera, não tem.

Eu já li umas entrevistas dele tempos atrás, e eu gosto muito da forma como ele pensa a literatura, e acho que se ele não é um grande autor hoje, um dia vai ser.

Aliás, o blog dele quando tava na Argentina é bem bacana, mesmo que tenha poucos posts. Me deu uma vontade infernal de ir pra Ushuaia quando eu li. O blog do Pellizzari também era bacana, mas eu acho ele tão igottabecool, que perco o interesse logo.

Ah, passou de 7,5 para 9,5 com a releitura? E o Mãos de cavalo é melhor?

De todo jeito valeu pela dica. Tinha gostado bastante do começo de "O gato diz adeus", mas não pude postar na atualização mais recente do meu blog porque já tinha devolvido o livro. Daí encontrei por lá! =)

Sim, também concordo com o ponto de vista dele sobre a literatura.

Não li ainda o blog dele na Argentina. Qualquer dia paro e leio tudo. Cordilheira é bem bom. O Pellizzari é uma figura e é bem cool mesmo, ao vivo. Mas a literatura do cara não é só isso. Ele também escreve muito bem e seu romance, Dedo negro com unha, é até bem rebuscado, entre neologismo e palavras em desuso.

Passou de 7,5 pra 9,5 não só pelas qualidades literárias que não tinha visto à época, mas por ter me identificado e MUITO com o jovem protagonista. Tô bem na fase em que o cara está no livro e dá pra ver mais do que o livro aparentemente está falando sobre.

Mas tenho que admitir que Mãos de cavalo é bem melhor. Mas não é bem uma evolução, como a gente vê em certos autores. Os dois são diferentes. Enquanto um é sobre um jovem, o outro fala de uma criança, um adolescente e um adulto, cada qual com seus problemas. Enfim, uma maior carga de imaginação e construção literária são vistas em Mãos de cavalo. Fora que, pra quem viveu plenamente os anos 90 (como o Luciano R. M. meio que fala em sua resenha), o livro dá um gostinho de saudade. Não digo que seja esse o meu caso, mas dá pra entender o lance.
 
Peguei o "Ovelhas que voam se perdem no céu" aqui pra dar uma olhada, e os primeiros contos são bacanas. Mas me dá uma sensação tão grande de mais do mesmo quando eu vejo a atual literatura brasileira. Parece que todos os escritores foram formatadinhos por cursos de escrita criativa e não se vê nenhum texto que vá além disso, que seja um escrito realmente autoral, desenvolvido intimamente. Eu prefiro uma escrita mais crua mas que seja mais autêntica, que tente ser radical e não sofisticada, de um autor que pense que apurar a visão de mundo dele é mais importante do que desenvolver a técnica com a escrita.

O Galera, inclusive, pelo pouco que eu li dele, parece sempre escrever textos íntimos, não necessariamente autobiográficos e isso nem interessaria que fossem, mas ainda assim textos que trazem uma visão própria não tão dissimulada em visões alheias, e ainda tem uma escrita agradável.
 
Bem, eu não posso fazer um comentário mais geral porque, tenho que admitir, meu interesse maior por literatura contemporânea brasileira surgiu esse ano. Ainda tenho muito pra conhecer, mas posso concordar que muito de minha falta de vontade de ler livros produzidos no Brasil se deve a esse "chamamento de atenção para a linguagem", como se escrever num português mais rebuscado fosse mérito suficiente para alçar o autor como bom escritor. Eu gosto de uma linguagem mais simples, mas de vez em quando curto uma prosa mais poética, ou um texto mais, sei lá, barroco, mas tudo dum jeito que case com a trama. Não sei nem se poderia resumir meus gostos, assim. Às vezes há algo que funciona muito bem em um livro, mas que se utilizado o outro me dá uma vontade terrível de abandonar...

Não sei se você queria falar nesse sentido, mas foi o que entendi.

Se quiser exemplificar por MP mais ou menos a respeito daquilo a que você se referia (escritores muito formatadinhos), sinta-se livre: sempre tô querendo saber mais. =) Isso caso você tenha problema em expor no fórum algum exemplo mais pontual. (Fica meio difícil vendo tudo, assim, no geral).
 
É mais uma sensação do que uma comprovação. Eu também não conheço absurdos da literatura contemporânea brasileira (aliás, conheço bem pouco), mas do que eu leio, ouço falar, da forma como os autores lidam com o texto, me parecem todos ou jornalistas-romancistas ou egressos de oficinas literárias, já normatizados pra escrever de uma certa forma e escrever um texto que carrega aqueles valores quase acadêmicos e, mesmo quando ousam alguma coisa, ousam dentro daqueles limites do que "dá certo".

Mas talvez seja só a distorção do presente, e com o passar do tempo a minha visão mude.
 
Estou lendo. Comecei há mais de um mês, eu acho. Li algo em torno das 50 primeiras páginas, de início, mas depois fui lendo de dois em dois capítulos, acabei parando lá pela página 100 e faz umas duas semanas que eu não pego o livro. Ele foi pro limbo junto com o Demian.

Eu gostei da voz da boneca, adorei a narração e a repetição da cena do trem, em que o personagem estende a mão pra tocar o ombro da Iuliana, mas estou achando todo o resto leviano demais.
 
Voltando ao tópico, dessa vez pra falar do Mãos de cavalo mesmo.

Acabei de ler agora, e o livro é realmente fantástico. Pra quem viveu a adolescência em Porto Alegre, ainda mais, é absurdamente significativo, desde as descrições da cidade até a voz narrativa. Mas o livro é maior que isso. Sério, é lindo.
 
Rodrigo Lattuada disse:
Voltando ao tópico, dessa vez pra falar do Mãos de cavalo mesmo.

Acabei de ler agora, e o livro é realmente fantástico. Pra quem viveu a adolescência em Porto Alegre, ainda mais, é absurdamente significativo, desde as descrições da cidade até a voz narrativa. Mas o livro é maior que isso. Sério, é lindo.

Que bom que você gostou. Realmente é bem mais do que isso. Minha adolescência foi entre Recife e Porto Velho, nada a ver com POA, e mesmo assim foi uma ótima leitura...
 

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