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As Crônicas de Gelo e Fogo - A Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)

RE: A Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)

Nossa, fiquei tão feliz que esse livro está pra ser lançado por aqui. A capa está linda.

:joy:
 
RE: A Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)

notícia é dica do tilion lá no twitter -> http://www.omelete.com.br/televisao/exclusivo-leia-o-primeiro-capitulo-do-epico-guerra-dos-tronos/

e não é notícia boa.

mais sobre o assunto: http://leituraescrita.wordpress.com/2010/08/24/a-guerra-dos-tronos-traducao-lancamento-e-critica/
 
RE: A Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)

A notícia mais absurda que vi sobre isso veio do próprio tradutor para o português de Portugal:

Sobre a tradução de Martin no Brasil: o processo
Bom. Vamos lá então falar por extenso sobre este assunto.

Para quem não está por dentro dele, aqui fica um resumo: A Leya vai publicar no Brasil a série As Crónicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin. Para esse efeito comprou a minha tradução à Saída de Emergência e adaptou-a ao português brasileiro. Eu soube que era eu o tradutor da edição brasileira ao mesmo tempo do público brasileiro, através duma mensagem no twitter que remetia para a divulgação dos primeiros capítulos da edição brasileira no site Omelete. Quem estiver interessado, pode obter esse PDF aqui. Reagi, como se compreenderá, com completa estupefação.

Houve, claro, uma falha de comunicação entre mim e a SdE, mas entretanto a comunicação fez-se, conversámos e o problema está resolvido a contento. Infelizmente, não foi essa a única falha de comunicação que existiu em todo este processo. Houve outra falha de comunicação com consequências mais sérias para a qualidade final do trabalho, entre mim e a própria Leya.

Parece ser razoavelmente consensual entre os leitores portugueses que a minha tradução destes primeiros livros da série do Martin não é má. Tem até havido quem a tenha apelidado de excelente ou fantástica. Alegra-me que assim seja, mas tenho de confessar aqui com toda a clareza que não partilho do entusiasmo. A Guerra dos Tronos foi apenas o quarto livro que traduzi de fio a pavio na minha carreira. Hoje, três anos e meio mais tarde, sou um tradutor diferente, muito mais experiente, que olha para o trabalho que fez nessa época e não consegue evitar torcer de vez em quando o nariz. Cometi alguns erros por inexperiência. Se a Leya tivesse comunicado comigo, esses erros poderiam ter sido corrigidos na edição brasileira. Infelizmente não o fez. Cometi outros, em especial nos topónimos, por não ter lido toda a série antes de começar a traduzir o primeiro livro e por isso não saber ao certo qual a origem deste ou daquele nome. Agora, já a li. Se a Leya tivesse contactado comigo, esses erros poderiam ter sido corrigidos na edição brasileira. Infelizmente não o fez.

Depois há a questão da adaptação ao português brasileiro. Também aqui, a falta de comunicação foi total mas não devia ter sido. O trabalho ficaria muito melhor se tradutor e adaptador tivessem estado em contacto permanente. Ter-se-iam evitado erros, ter-se-iam evitado opções que desvirtuam algumas das coisas que considero melhor conseguidas na minha tradução. Mas infelizmente, tradutor e adaptador não contactaram nem por uma vez ao longo de todo este processo. E o resultado deixa-me perplexo.

Não percebo, por exemplo, por que motivo se adaptaram algumas coisas e não se adaptaram outras. Não percebo porque "A minha mãe disse-me que os mortos não cantam" é transformado em "Minha mãe disse-me que os mortos não cantam" e não em "Minha mãe me falou que os mortos não cantam" ou pelo menos "Minha mãe me disse que os mortos não cantam", que soa bem mais natural aos ouvidos brasileiros. É uma questão de registos de linguagem. Quem fala é um homem humilde que deve falar como pessoa humilde. Também não percebo porque foi "E a noite está a cair" adaptado para "E a noite está para cair" e não para "E a noite está caindo", que seria mais correto porque o "a cair" comum no português de Portugal se refere a algo que está a acontecer no presente, tal como o gerúndio que se prefere usar no do Brasil, e não ao futuro próximo que está implícito em "para cair".

E é mais do que incómodo aquilo que sinto por adaptações erradas que desvirtuam o próprio significado do texto, como a transformação de "Estava há quatro anos na Muralha. Da primeira vez que fora enviado para lá dela" em "Estava havia quatro anos na Muralha. Da primeira vez que fora enviado para lá". Ser-se enviado para lá de qualquer coisa significa ser-se enviado para além dessa coisa, para os territórios que se estendem do outro lado; ser-se enviado para "lá", sem mais, é ser-se enviado para a própria coisa. A personagem, aqui, reflete sobre as suas primeiras patrulhas pela floresta assombrada, mas a adaptação brasileira faz com que reflita sobre a própria Muralha.

Também não percebo porque em "Aposto que foi ele próprio quem as matou a todas, ah pois aposto" a única adaptação foi a remoção do "a" de "a todas", mantendo o "ah pois" que é usado (exageradíssimamente, diga-se) pelos brasileiros como sinal inconfundível de identificação do português de Portugal. Trata-se uma fala, de outra personagem de origem humilde, ainda que na recordação do protagonista deste capítulo. Se eu tivesse sido consultado, teria sugerido algo como "aposto que foi ele mesmo quem as matou a todas, aposto sim". Mas não fui. E, no sentido inverso, não consigo perceber porque "Alguma vez vistes uma tempestade de gelo, senhor?" foi transformado em "Alguma vez viu uma tempestade de gelo, senhor?" Ao contrário do que alguns brasileiros possam pensar, o uso da segunda pessoa do plural não é português de Portugal padrão; é a forma que encontrei para, por um lado, ampliar a minha escolha de formas de tratamento e níveis de linguagem e melhor separar o que é formal e respeitoso do que é informal e, por outro, melhor inserir as personagens num ambiente antiquado e respeitar o texto do autor.

Sim porque, ao contrário do que tem sido dito por aí, Martin utiliza estruturas fraseológicas e algum léxico arcaicos. Surgem com alguma frequência ao longo das Crónicas palavras que nem sequer vêm nos dicionários (tive mesmo de o consultar um par de vezes sobre o significado de algumas delas) e com mais frequência ainda surgem palavras que aparecem nos dicionários mas antecedidas da notazinha "arc." Ele próprio me disse, quando esteve em Portugal há um par de anos, que só não utiliza mais desse tipo de coisas porque o editor não deixa. O texto dele está salpicado de arcaísmos, e o uso de "vós" no texto português foi uma das formas que encontrei para respeitar esses salpicos. Para a generalidade dos leitores portugueses, esse uso é precisamente tão estranho como para a generalidade dos leitores brasileiros. A exceção é uma zona dialectal do Norte do país, perto da fronteira com a Galiza, onde a segunda pessoa do plural ainda é de uso corrente. São talvez 5% dos portugueses. Para os outros, não é nada que estejam habituados a encontrar, mas nenhum deles se queixou de que isso prejudicava a fluidez do texto. No máximo, exigiu-lhes umas páginas de adaptação. As mesmas, suponho, que os arcaísmos do Martin terão exigido aos leitores anglófonos. Por isso custa-me mesmo muito a aceitar que a adaptação ao português do Brasil destrua este aspeto da tradução. Quem sabe, se tivesse havido comunicação talvez não destruísse.

E chega. Tudo isto aparece nas primeiras duas páginas. Não vale a pena dizer mais.

Um trabalho deste género exigiria um contacto e colaboração estreitos entre tradutor e adaptador, que infelizmente não existiu. Não sei porquê, nem me vou pôr a especular. Mas não posso estar contente com o resultado final tal como aparece no PDF que foi disponibilizado. Esta, embora seja a minha tradução, não é a minha tradução.

E é isto o que tenho a dizer sobre este assunto em concreto. Ainda tenho mais umas ideias gerais sobre a questão das traduções únicas entre países (e portanto mercados) e dialetos diferentes, mas isso ficará para mais tarde, porque são ideias que tenho vindo a desenvolver ao longo de anos e com maior premência durante a recente discussão à volta do acordo ortográfico, portanto a única coisa que têm a ver com este assunto é o facto de eu ter sido tocado diretamente por um caso destes. Por ter sido tocado diretamente por um caso destes, farei um post sobre esses assuntos em breve, mas porque eles não têm diretamente a ver com a tradução concreta que aqui se discute, acho aconselhável separar as coisas.

Fonte
 
RE: A Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)

Ah, saco!

Blog Leitura Escrita disse:
E isso é lambança, não tem outro nome. Os custos operacionais seriam tão grandes assim para o texto não ter sido adaptado? Creio que não, ainda mais sabendo que o lucro num mercado em ascensão e onde obras de fantasia começam a figurar na lista dos mais vendidos. Custava ter carinho e cuidado mínimos com o público consumidor e com a obra a ser traduzida/adaptada, ou qualquer coisa vende com o marketing adequado e que se dane a qualidade?

Não, não custava...

:seila:

Estou com um sentimento parecido ao que tenho quando assisto à propaganda política do Tiririca.
 
RE: A Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)

Para os amantes da fantasia, já tem algum tempo que notícias sobre a adaptação da saga A Guerra dos Tronos de George R.R. Martin estão causando alguma agitação. Não é por acaso: o canal de tv responsável por passar os livros para a telinha é a HBO, famosa pela altíssima qualidade do que faz. E o elenco tem um velho conhecido das adaptações de fantasia, Sean “Boromir” Bean como Eddard Stark.

Junto com o anúncio da adaptação, mais boas notícias ainda na metade desse ano, quando no começo do mês a editora Leya anunciou que publicaria a tradução do primeiro livro (chegando por aqui como As Crônicas de Gelo e Fogo) e divulgou uma capa belíssima, para fã nenhum botar defeito (é a que ilustra esse artigo, para vê-la em tamanho ampliado, basta clicar sobre ela).

CONTINUE A LER O ARTIGO NO BLOG MEIA PALAVRA
 
RE: A Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)

eu não me importo sobre a capa, desde que eles deem os devidos créditos a quem a fez. mas essa questão da tradução do português europeu me incomodou bastante, porque realmente estraga a experiência de leitura de uma pessoa - sujeito lê, estranha e depois diz que o martin que escreve mal, por exemplo. mas como a leya comentou no twitter que vai reavaliar o trabalho, de repente vale a pena dar uma chance e esperar pra ver o que sai de fato, para então realmente criticar. se mesmo depois do que já foi dito até pelo próprio tradutor português eles permanecerem com essa adaptação de tradução, aí é sinal de que não dão a mínima para o público MESMO (vale lembrar que a leya é a editora que publicou a famosa edição de o morro dos ventos uivantes com aquele "o livro favorito de bella e edward de crepúsculo" na capa :pipoca: ).
 
RE: A Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)

Putz, que merda! Lamentável que a Leya não soube aproveitar e fazer uma boa e respeitável edição brasileira de um livro que tem tudo pra fazer sucesso. Mesmo anunciando que iriam reavaliar o trabalho acredito que pouca coisa pode ser feita sendo que o livro já está pra ser lançado em setembro. Tenho certeza que muita gente vai ficar com pé atrás pra adquirir seu exemplar. E a gente é que perde com isso.
 
RE: A Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)

poutz, pior que vi ali na cultura e já tá em pré-venda. bem como a claudinha disse, para setembro (dia 15). mesmo que eles tenham a intenção de fazer algo, acho que só dará tempo de arrumar algumas expressões. a coisa pode ficar mais salsichada do que caso não fizessem nada. =S
 
RE: A Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)

Ok. To tentando ignorar essa série, pq é bem capaz de eu gostar se pesquisar mais a fundo. Lá pro ano que vem, vou dar uma olhada melhor! XD
 
RE: A Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)

Eu terminei de ler o livro ontem! Mesmo não sendo uma tradução das melhores achei que a trama do livro é tão boa que a má tradução não se faz notar.

Achei que o livro é uma mistura de Senhor dos Anéis com o estilo Bernard Cornwell de escrita. Fiquei a semana inteira grudado no livro durante todo o meu tempo livre! é daqueles que deixam um sabor de quero mais! to doido pelo próximo volume!!
 
RE: A Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)

Nossa, citaram meu blog aqui e eu nem tinha visto :cool: :amor:

Mas enfim, o lance da tradução:
Achei muita falta de respeito com todos os envolvidos: com o público, com o tradutor português e com os excelentes tradutores brasileiros que poderiam ter sido contratados. A tradução é incompreensível? Não. É malfeita? Não. Mas não é minha língua, não é nossa língua, simples.

O livro é maravilhoso, indico para todo mundo de olhos fechados, mas fica essa mancha na edição brasileira, né?

E tou MUITO curiosa para saber de que forma vai ser feita a tradução do segundo livro, o Fúria de Reis, que já deve estar saindo tb...
 
RE: A Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)

[align=justify]A série está programada para sair completa aqui ou ainda não? Esse tipo de coisa depende mais da vendagem ou do compromisso da própria editora? [/align]
 
RE: A Guerra dos Tronos (George R. R. Martin)

Segundo a Editora Leya o próximo livro (A Fúria dos Reis) deve ser lançado em fevereiro!
Não vejo a hora de estar com o meu nas minhas mãos!:happyt:

Fonte: http://gameofthronesbr.blogspot.com/2010/10/furia-dos-reis.html
 
E alguém sabe se o segundo livro vai ter a tradução 'copiada' do português de Portugal também?
 
Caros amigos leitores,

Tendo em vista que sou novo aqui no forum, venho ressuscitar este tópico porque fiquei interessado em adquirir o referido livro Guerra dos Tronos e, provavelmente, o segundo livro da mesma série, Fúria dos Reis.

Apesar dos mencionados problemas com a tradução do primeiro volume, parece-me que isso não ocorreu com o segundo. Algum dos fãs dessa obra que já leram ou estão lendo o segundo volume poderia confirmar tal assertiva?

Muito obrigado pela informação e um abraço a todos.
 
Spartaco, eu não li o livro em português então não posso falar, mas já ouvi de pessoas que leram que no segundo está ok (e algumas falam que o primeiro nem é tãããão ruim assim a tradução, vá saber).
 
Só pra avisar, não sei se já viram, mas uma amiga me disse ontem que o Submarino está vendendo os dois primeiros livros por R$ 79,90. É uma boa, levando em conta o preço que vi do segundo volume numa livraria aqui (100 dinheiros).
 
100 reais? WTF! no submarino o livro 2 sai por 39,90 >> http://www.submarino.com.br/produto/1/23795886

eu nem deveria estar linkando pq todas as vezes que comprei pelo submarino recentemente tive problemas com entrega, atrasos e afins, mas para quem achar que o preço vale o stress com essa péssima loja de atendimento risível, tá aí a dica.
 

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