[align=justify]É muito bom como introdução à história recente do Irã, ainda mais que graças ao Ahmadinejad o Irã tá sempre nas notícias.
Fora da biografia propriamente dita, a questão da identidade mostrada por ela é interessante porque acho que o mesmo acontece no Brasil: estamos sempre divididos entre um nacionalismo cego, ingênuo, hipócrita e uma eurofilia (França, Reino Unido e Alemanha, principalmente) ou americanofilia. Tudo que é "Moderno" é associado pela população com "Ocidente". Mesmo que pela ideologia oficial o Ocidente seja associado à decadência e corrupção moral, todo mundo quer ser ocidental, usar maquiagem, roupas etc, como se usa na Europa ou Estados Unidos. Acho que o maior símbolo dessa mistura é o projeto dela para uma Disneylândia em Teerã usando símbolos persas. É bem ridículo...
Também dá para perceber claramente que ela fez a obra tendo os europeus como público. Se, por um lado ela denuncia o Irã, por outro denuncia a Europa e os europeus.
A questão da hipocrisia moral e religiosa também é bem mostrada. Os caras se apossam de uma revolução, criam uma ditadura religiosa e querem impor a visão deles da religião para todo mundo. O que acontece muito, claro. Mas essa hipocrisia se passa no nível individual também nas primas dela, nos vizinhos.
Também é só por ser da elite que ela pode se dar ao luxo de resistir ao sistema. Como ela diz: "para se divertir era preciso ter recursos".
Enfim, tem bastante coisa para discutir. Seria uma boa para o clube de leitura.
E como nota: não entendi o motivo do título... Por que Persépolis?[/align]