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[align=justify]Javier Marías Franco nasceu em Madrid, em 1951, e é considerado um dos maiores escritores espanhóis da atualidade. Suas principais obras são "Todas as Almas" (1989), "Coração Tão Branco" (1992) e "Amanhã, na Batalha, Pensa em Mim" (1994).
Encontrei-o por acaso, curiosamente, escolhendo na biblioteca algum autor que tivesse vários volumes, uma certa notoriedade explícita. Comecei por "Todas las Almas", com uma expectativa negativa, de que iria logo detestá-lo, devolveria-o à biblioteca e passaria a algum outro, sem remorso. No final, quando o devolvi, foi apenas para retirar "Corazón Tan Blanco".
Pelo que pude conhecer, os romances do escritor quase não apresentam uma linha de ação. O que temos é um conjunto de ideias que se relacionam e, principalmente, cenas em que elas se expressam. Às vezes essas ideias aparecem diretamente expostas, mas o narrador de Marías, sempre em primeira pessoa, não tanto conduz a história, quanto é envolvido por ela. Dessa forma, a experiência da leitura, se fosse representada como uma forma de pintura, corresponderia a uma situação em que Marías fosse nos conduzindo, de maneira que a cada movimento ele nos fizesse observar o traço que se forma na tela, em sua expressão própria. Aos poucos, no entanto, iríamos percebendo que esses traços formam uma figura maior, que por sua vez representa algo que pertence a todos aqueles pequenos elementos. Existe, portanto, essa relação entre o todo e as partes, que dá uma impressão de circularidade e perfeição para o texto.
Em geral, Marías é muito bem recebido pelos especialistas. Na eleição feita pelo periódico "Semana" para escolher os 100 melhores romances em espanhol dos últimos 25 anos, ele teve três obras em destaque: "Todas as Almas", "Coração Tão Branco" e "Amanhã, na Batalha, Pensa em Mim" obtiveram, respectivamente, as 36ª, 6ª e 9ª posições.
Por outro lado, agora, pesquisando para este post, li uma crítica do escritor García Viñó, em que ele aponta vários erros grosseiros nas obras de Marías. De fato, repassando essa lista, reconheci vários trechos que haviam mesmo causado espanto. Ainda assim, minha opinião é que não chegam a corromper o valor do conjunto.
Até certo ponto, parece que os direitos de publicação no Brasil pertenciam à Martins Fontes, pela qual foram publicados: "Coração Tão Branco" (1995), "Amanhã, na Batalha, Pensa em Mim" (1997), "Todas as Almas" (1999) e "Negro Dorso do Tempo" (2000). Depois, passaram à Companhia das Letras, pela qual vieram "Seu Rosto Amanhã - Vol. 1" (2003), "O Homem Sentimental" (2004), "Quando Fui Mortal" (2006) e "Seu Rosto Amanhã - Vol. 2" (2008), além de uma edição de "Coração Tão Branco", em 2008, para a coleção "Companhia de Bolso". O terceiro e último volume de "Seu Rosto Amanhã" ainda não foi traduzido para o português.
Blog do escritor: http://javiermarias.es/wordpressblog/
Alguém mais já leu algo de Javier Marías e gostaria de comentar? Ou já ouviu algo positivo? Ou negativo? Ou ficou interessado?[/align]
Encontrei-o por acaso, curiosamente, escolhendo na biblioteca algum autor que tivesse vários volumes, uma certa notoriedade explícita. Comecei por "Todas las Almas", com uma expectativa negativa, de que iria logo detestá-lo, devolveria-o à biblioteca e passaria a algum outro, sem remorso. No final, quando o devolvi, foi apenas para retirar "Corazón Tan Blanco".
Pelo que pude conhecer, os romances do escritor quase não apresentam uma linha de ação. O que temos é um conjunto de ideias que se relacionam e, principalmente, cenas em que elas se expressam. Às vezes essas ideias aparecem diretamente expostas, mas o narrador de Marías, sempre em primeira pessoa, não tanto conduz a história, quanto é envolvido por ela. Dessa forma, a experiência da leitura, se fosse representada como uma forma de pintura, corresponderia a uma situação em que Marías fosse nos conduzindo, de maneira que a cada movimento ele nos fizesse observar o traço que se forma na tela, em sua expressão própria. Aos poucos, no entanto, iríamos percebendo que esses traços formam uma figura maior, que por sua vez representa algo que pertence a todos aqueles pequenos elementos. Existe, portanto, essa relação entre o todo e as partes, que dá uma impressão de circularidade e perfeição para o texto.
Em geral, Marías é muito bem recebido pelos especialistas. Na eleição feita pelo periódico "Semana" para escolher os 100 melhores romances em espanhol dos últimos 25 anos, ele teve três obras em destaque: "Todas as Almas", "Coração Tão Branco" e "Amanhã, na Batalha, Pensa em Mim" obtiveram, respectivamente, as 36ª, 6ª e 9ª posições.
Por outro lado, agora, pesquisando para este post, li uma crítica do escritor García Viñó, em que ele aponta vários erros grosseiros nas obras de Marías. De fato, repassando essa lista, reconheci vários trechos que haviam mesmo causado espanto. Ainda assim, minha opinião é que não chegam a corromper o valor do conjunto.
Até certo ponto, parece que os direitos de publicação no Brasil pertenciam à Martins Fontes, pela qual foram publicados: "Coração Tão Branco" (1995), "Amanhã, na Batalha, Pensa em Mim" (1997), "Todas as Almas" (1999) e "Negro Dorso do Tempo" (2000). Depois, passaram à Companhia das Letras, pela qual vieram "Seu Rosto Amanhã - Vol. 1" (2003), "O Homem Sentimental" (2004), "Quando Fui Mortal" (2006) e "Seu Rosto Amanhã - Vol. 2" (2008), além de uma edição de "Coração Tão Branco", em 2008, para a coleção "Companhia de Bolso". O terceiro e último volume de "Seu Rosto Amanhã" ainda não foi traduzido para o português.
Blog do escritor: http://javiermarias.es/wordpressblog/
Alguém mais já leu algo de Javier Marías e gostaria de comentar? Ou já ouviu algo positivo? Ou negativo? Ou ficou interessado?[/align]