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Érico Veríssimo

Lucas_Deschain

Biblionauta
[size=medium][align=center]Érico Veríssimo (1905-1975)[/align][/size]

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[align=justify]Aos 13 anos, Érico Lopes Veríssimo já lia autores nacionais como Aluísio Azevedo e Joaquim Manoel de Macedo; e autores estrangeiros como Walter Scott, Émile Zola e Dostoievski. Em 1920 foi estudar em Porto Alegre, no Colégio Cruzeiro do Sul, de orientação protestante. Seus pais separam-se em 1922.
Sua mãe, o irmão e a irmã foram morar na casa da avó materna. Para ajudar no orçamento, Érico tornou-se balconista no armazém do tio, até que conseguiu uma vaga no Banco Nacional do Comércio. Nessa época começou a escrever seus primeiros textos.
Sua mãe decidiu que a família mudaria para Porto Alegre, a fim de que seu irmão, Ênio, fizesse o ginásio no mesmo colégio onde Érico havia estudado. Na capital, Érico, transferido para a matriz do Banco do Comércio, teve problemas de saúde e perdeu o emprego. Recuperado, empregou-se numa seguradora, mas não se adaptou aos superiores.
Diante das dificuldades, a família retornou a Cruz Alta. Érico voltou a trabalhar no Banco do Comércio em 1925, mas acabou aceitando a proposta de Lotário Muller, amigo de seu pai, para tornar-se sócio da "Pharmacia Central". Em 1927, além das obrigações da farmácia, dava aulas de literatura e inglês. Começou a namorar sua vizinha, Mafalda, então com 15 anos.
Em 1929 Érico publicou "Chico: um conto de Natal", no"Cruz Alta em Revista" e os contos "Ladrão de gado" e "A tragédia dum homem gordo", na "Revista do Globo", em Porto Alegre. O conto "A lâmpada mágica" foi publicado no "Correio do Povo". Com a falência da farmácia em 1930, o autor mudou-se para Porto Alegre. Passou a conviver com escritores renomados, como Mario Quintana, Augusto Meyer, Guilhermino César e foi contratado para o cargo de secretário de redação da "Revista do Globo".
Em 1931 casou-se com Mafalda Halfen Volpe e fez as traduções de "O sineiro", "O círculo vermelho" e "A porta das sete chaves" de Edgar Wallace. Colaborou nos jornais "Diário de Notícias" e "Correio do Povo". Em 1932 foi promovido a Diretor da Revista do Globo e passou a atuar no departamento editorial da Livraria do Globo. Sua obra de estréia, "Fantoches" era uma coletânea de histórias em sua maior parte na forma de peças de teatro. Em 1933 traduziu "Contraponto", de Aldous Huxley.
No mesmo ano, seu primeiro romance, "Clarissa" foi lançado e fez sucesso. Em seguida, "Música ao longe", foi agraciado com o Prêmio Machado de Assis. Outro romance, "Caminhos cruzados", recebeu o Prêmio Fundação Graça Aranha. Foi publicado, ainda naquele ano "A vida de Joana d'Arc". Em viagem ao Rio de Janeiro, Veríssimo fez contato com Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, José Lins do Rego e outros.
Em 1936, publicou o livro infantil, "As aventuras do avião vermelho". e depois, "Um lugar ao sol". No ano seguinte criou o programa infantil "Clube dos três porquinhos", na Rádio Farroupilha e fez a "Coleção Nanquinote", com os livros "Os três porquinhos pobres", "Rosa Maria no castelo encantado" e "Meu ABC". Resistindo a submeter previamente à censura as histórias apresentada no rádio, Érico encerrou programa que havia criado.
Em 1938 lançou um de seus maiores sucessos, "Olhai os lírios do campo". No mesmo ano publicou "O urso com música na barriga". No ano seguinte, lançou a série infantil, "A vida do elefante Basílio" e "Outra vez os três porquinhos"; e o livro de ficção científica "Viagem à aurora do mundo". Depois publicou "Saga" e traduziu: "Ratos e homens", de John Steinbeck; "Adeus Mr. Chips" e "Não estamos sós", de James Hilton; "Felicidade" e "O meu primeiro baile", de Katherine Mansfield.
Em 1941 passou três meses nos Estados Unidos, a convite do Departamento de Estado americano. Suas impressões dessa temporada estão no livro "Gato preto em campo de neve". A idéia do livro "O resto é silêncio" veio de um trágico incidente quando ele e seu irmão Enio testemunharam o suicídio de uma mulher que se atirou de um edifício em Porto Alegre. Em 1942 a Editora Meridiano (uma subsidiária criada pela Globo para driblar a censura) publicou "As mãos de meu filho", reunião de contos e outros textos do autor. Depois foi publicado "O resto é silêncio".
Temendo a ditadura Vargas, Érico aceitou o convite para lecionar Literatura Brasileira na Universidade da Califórnia e mudou-se para os Estados Unidos com a família. Publicou o compêndio "Breve história da literatura brasileira". De volta ao Brasil lançou, em 1946, "A volta do gato preto"e começou a escrever "O tempo e o vento". Previsto para ter um só volume, com aproximadamente 800 páginas, e ser escrito em três anos, acabou ultrapassando as 2.200 páginas, sob a forma de trilogia, consumindo quinze anos de trabalho.
Em 1953, a convite do governo brasileiro, Érico Veríssimo assumiu em Washington (EUA) um cargo na Organização dos Estados Americanos, substituindo a Alceu Amoroso Lima. Visitou diversos países da América Latina. No ano seguinte foi agraciado com o prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. De volta ao Brasil, em 1956, lançou "Gente e bichos", coleção de livros para crianças. Sua filha casou-se e foi morar nos Estados Unidos. Érico a visitou diversas vezes.
Em 1957, o autor publicou "México", com as impressões da viagem que fizera àquele país.
Acompanhado de sua mulher e do filho Luís Fernando, fez sua primeira viagem à Europa, em 1959. Expôs sua defesa à democracia em palestras em Portugal. Lançou "O ataque", que reunia três contos: "Sonata", "Esquilos de outono" e "A ponte". Em 1962 acabou "O Arquipélago", concluindo a trilogia de "O tempo e o vento".
Em 1965 ganhou o Prêmio Jabuti com o livro "O senhor embaixador". Viajou para os Estados Unidos e depois para Israel, a convite do governo daquele país. Em 1967 lançou "O prisioneiro".
"O tempo e o vento", sob a direção de Dionísio Azevedo, com adaptação de Teixeira Filho, estreou na TV Excelsior em 1967. No ano seguinte Érico Veríssimo ganhou o prêmio "Intelectual do ano" (Troféu Juca Pato).
Em 1969 a casa onde o escritor nasceu, em Cruz Alta, foi transformada em Museu. Lançou "Israel em abril" e em 1971, "Incidente em Antares". Em 1972 relançou "Fantoches" e ampliou sua autobiografia, publicada em 1966, fazendo surgir suas memórias - sob o título de "Solo de clarineta" - cujo primeiro volume foi publicado em 1973. Deixou inacabado o segundo volume de suas memórias, além de esboços de um romance que se chamaria "A hora do sétimo anjo". [/align]

Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u498.jhtm

[align=justify]Érico Veríssimo está entre as primeiras posições da minha lista de autores nacionais prediletos. Já li uma quantidade considerável de obra de sua autoria e posso dizer, sem sombra de dúvida, que O Tempo e o Vento é a melhor delas. Não somente pela extensão e pelo conteúdo, mas também pela maestria com que ele conduz uma história de várias gerações sem perder o ritmo, abordando cada tempo histórico em suas particularidades. O livro é realmente uma obra de peso. Há várias pessoas que gostam de Clarissa, e apontam o livro como um dos melhores dele. Eu não concordo, acho que ele tem obras com muito mais peso e qualidade que aquela, como Incidente em Antares ou Olhai os Lírios do Campo, por exemplo. De qualquer forma, Érico Veríssimo é um grande nome da Literatura Brasileira.[/align]
 
Nossa! Não acredito que não tinha um tópico sobre o Érico Veríssimo.


"...começou a escrever "O tempo e o vento". Previsto para ter um só volume, com aproximadamente 800 páginas, e ser escrito em três anos, acabou ultrapassando as 2.200 páginas, sob a forma de trilogia, consumindo quinze anos de trabalho."

:susto: Quinze anos!

"Incidente em Antares" é um dos melhores livros que já li.
 
[align=justify]Incrível não?
A história de O Tempo e o Vento abrange a história do Rio Grande do Sul como nenhuma outra, passando por diversas gerações e contando através da vida das famílias Terra e Cambará.[/align]
 
Eu li "O Tempo e o Vento" quando era adolescente, é maravilhoso e tem personagens inesquecíveis como Ana Terra e (claro) o Capitão Rodrigo.
Puxa, agora me deu saudades e vontade de ler de novo. :timido:
 
Eu já li "Olhai os Lírios do Campo" e foi a partir daí que conheci Veríssimo, o qual despertou ainda mais a vontade de conhecê-lo a fundo, adorei o enredo.

Comprei Clarissa e Música ao Longe assim que terminei o "Olhai...", ainda não os li, mas só o título me agrada e muito.
 
[align=justify]Nem me fale. Lembro de ir reconstituindo mentalmente depois toda a saga das famílias e ver que, conforme a família ia enfrentando novos problemas e contradições, e também alcançando novas vitórias, desenvolvendo um novo modo de vida, com novas coisas, casa, bens, costumes etc., também se via no pano de fundo as mudanças na sociedade gaúcha como um todo. Essa obra é maravilhosa, pois ali se vê desde a época dos primeiros exploradores que entraram em contato com os índios até os idos do século XX, com Getúlio Vargas, a revolução federalista (do século XIX ainda), Guerra dos Farrapos (século XIX também)...putz, é de uma riqueza estrondosa.[/align]
 
Eu lembro de ter lido O Continente (primeira parte d'O Tempo e o Vento) e ter ficado estupefato. O livro é bom demais. :sim: As descrições dele da paisagem gaúcha são muito ricas e dá para quase sentir o vento minuano.

Aí eu passei para O Retrato, mas desgostei logo de início e abandonei com umas 50 páginas lidas. Talvez eu retome algum dia.
 
Tatarana disse:
Aí eu passei para O Retrato, mas desgostei logo de início e abandonei com umas 50 páginas lidas. Talvez eu retome algum dia.

[align=justify]Retome sim Tatarana, vale muito a pena, pode ter certeza. Além do mais, além das histórias das familias, é interessante que você vá observando o pano de fundo histórico, como as cidades vão ganhando importância e crescendo, como a modernidade vai chegando, o trem, o avião, a política, e com isso os próprios personagens vão sendo diferentes. Toda a saga de O Tempo e o Vento são um exercício de reconstrução histórica magistrais. [/align]
 
Quero muito ler O Tempo e o Vento principalmente por morar na divisa com RS e muitas das tradições daqui são vindouras de lá...
 
Dele eu só li Clarissa (e adorei!), quero muito ler O Tempo e O Vento, aliás já há um tempo estou namorando essa coleção da Companhia de Letras:

[attachment=2450]
 
O Tempo e O Vento é sensacional! Já li três vezes =} Já li também: Ana Terra, Clarissa e Incidente em Antares.

Clarissa é um dos livros mais fofos que existem na literatura nacional. Recomendo!
 
[align=justify]Bá, confesso que não gosto muito de Clarissa não. Talvez por ter lido depois da célebre epopéia sul-rio-grandense a obra acabou ficando meio ofuscada. Clarissa foi o primeiro romance do Érico Veríssimo. Depois de O Tempo e o Vento fico com Olhai os Lírios do Campo, que acho sensacional; e, logicamente Incidente em Antares, que colocaria entre as melhores obras da Literatura Brasileira. Acho interessante ainda México, que é uma espécie de guia turístico-histórico (com sérias limitações, mas vá lá) que o Veríssimo escreveu em viagem ao país, é bem informativo e, apesar de parecer muito específico e até meio chato, a leitura dele é bem agradável.[/align]
 
Katrina Galad disse:
Dele eu só li Clarissa (e adorei!), quero muito ler O Tempo e O Vento, aliás já há um tempo estou namorando essa coleção da Companhia de Letras:

[align=justify]Não sei quanto a essa edição Katrina (embora Cia. das Letras seja uma das melhores editoras do Brasil), mas pode ter certeza que vale a pena pela obra. É muito boa, pode comprar sem medo. [/align]
 
Lembrei que também li O Resto é Silêncio, há muito tempo atrás, tanto é que lembro apenas fragmentos da história. Eis outro livro que pretendo reler.
 
Lucas, não dá pra comparar Clarissa com O Tempo e O Vento, né. :lol:

É completamente diferente...
 
Liv disse:
Lucas, não dá pra comparar Clarissa com O Tempo e O Vento, né. :lol:

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É até covardia, né? A própria "proposta" das obras é diferente.

Uma dúvida que me surgiu agora:

Já vi livrinhos pocket da editora Globo e muita gente falando que leu Um Certo Capitão Rodrigo e Ana Terra. Esses livrinhos são só fragmentos da obra completa que é O Tempo e o Vento, né? Lembro de ter pego eles na mão e pensei "Ah, nem vou ler esses, já li a obra completa." Será que tem coisa de O Tempo e o Vento que ainda não li?[/align]
 
Lucas_Deschain disse:
Já vi livrinhos pocket da editora Globo e muita gente falando que leu Um Certo Capitão Rodrigo e Ana Terra. Esses livrinhos são só fragmentos da obra completa que é O Tempo e o Vento, né? Lembro de ter pego eles na mão e pensei "Ah, nem vou ler esses, já li a obra completa." Será que tem coisa de O Tempo e o Vento que ainda não li?[/align]

Os da Cia das Letras são descritos como "Extrato da trilogia 'O tempo e o vento' "; já os da editora Globo não tenho certeza, mas tudo indica que eles também contêm apenas partes da trilogia. :sim:
 
Acho que sim, pois se não me engano tem capítulos da obra completa que tem os títulos desses pocket. Ah, que pena, achei que tinha mais da obra para ler.
 
Eu comecei a ler "Um certo Capitão Rodrigo" e "Ana Terra" quando estava naquela fissura (cês sabem como é, né :dente: ) Não cheguei a terminar, por que fiquei com aquela sensação de de ja vu. Se não é um fragmento da obra, é quase igual.
 
funciona assim: são 3 partes (O Continente, O Retrato e O Arquipélago), mas essas partes são divididas. O Continente é dividido em sete "episódios", sendo que Ana Terra e Um Certo Capitão Rodrigo são dois desses sete. se vc notar bem, são momentos que narram de forma linear a vida das personagens que dão título, e fora algumas referências ao que veio antes que são possíveis de "adivinhar", essas partes podem ser lidas separadamente.
 

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