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O Senhor das Moscas (William Golding)

Li o livro com uns oito anos, numa aula no colégio em que íamos à biblioteca e passávamos uma hora lá. Peguei o Senhor das Moscas porque, naquele dia, a professora tinha tirado os Asterix e os Tintins da estante, dammit! Mas lembro que foi tão legal ler o livro que peguei emprestado depois da aula (e fiquei chocado, no mesmo dia, de noite, com a
morte do Piggy...
).

Claro que, com oito anos, tava pouco ligando pro que a alegoria queria dizer e, por isso, não me meto em discussões mais, digamos, especulativas. Além de alegorias, geralmente, serem muito favoráveis ao autor, já que qualquer um pode interpretá-las do jeito que mais lhe aprouver. E claro, na interpretação pessoal, tudo tá sempre certinho, certinho.

Uma coisa que eu acho digno de nota e que ninguém comentou até agora é a chegada, no fim do livro, do oficial da marinha. Uma autoridade, alguém que dominasse e influenciasse todo mundo, bigguns ou littluns, whatsoever.
Naquele tempo, mil novecentos e cinquenta e alguma coisa, já não havia NADA, mesmo, alegoricamente falando, que representasse o oficial da marinha para os crescidinhos esquentadinhos que adoravam se matar na Coreia, Europa, Africa...
Eu, pelo menos hoje, sem lê-lo de novo, acho que o livro é genial nessa sacada final. Havia alguma coisa com a qual ambos os lados se importavam, e respeitavam. Um bem maior. Um transcendente (sem conotações religiosas, plz). E somente por isso que o número de mortes desnecessárias não foi maior. Arriscando falar uma merda imensa agora: tudo tava calmo enquanto a esperança de salvação ainda era grande. A partir do momento em que ela começou a desvanecer, putz, a vaca foi pro brejo. A coisa só se resolve, no fim, quando, de fato, eles se deparam com a existência dessa salvação.
Interpretação forçada? Pode ser. Mas sei lá, fez sentido agora.

Eu, do alto do meu banquinho de madeira com um binóculo de brinquedo, não enxergo nada hoje que tenha esse papel. Não achei ainda esse oficial da marinha britânica (e sem conotações homossexuais, plz, euheu).

E agora, lendo o artigo da wiki ingresa, me dizem que esse cara é apenas um "deus ex machina". Putz. Viajei mesmo ou viajaram?

Mas é isso aí, falta cabresto. Falta autoridade. Falta dissolver essa "moral" tosca e criminosa de "pensadores" como Sartre (e aqui me arrisco a ser chamado de ignorante). Ei, Sartre, vai tomar no c*! Eu quero meu navio que me resgate dessa ilha de volta!
 
[align=justify]Se tem uma coisa que acho que deve ser sublinhada nesse ponto, creio eu, é que é possível estabelecer muitíssimas interpretações sobre essa obra, até porque o conteúdo da obra se baseia na experiência do autor, e essa é uma coisa vastíssima e labiríntica, difícil de ser determinada com certeza.
Pensando aqui, o que o Sorel apontou sobre o Deus ex machina, tenho que admitir que faz certo sentido (embora eu não concordo sobre o que ele diz sobre o Sartre, XD), mas não consigo ver dessa forma, particularmente não teria posto isso na história se fosse o Golding. Deve ter um significado maior, transcendente, típico de alegoria, mas sou incapaz de dizer isso.
Gostei do que o Omnius escreveu: "O impulso bélico de sobrepujar o mais fraco tomou conta de seu espírito." Para mim isso é praticamente evidente, é o que corporifica e faz a história se desenvolver, ainda mais apelando para os referenciais históricos dessa obra.
Sobre o relativismo, tenho que dizer que discordo com o que foi exposto, pois acho que cada investigação e interpretação parte de pressupostos diversos e leituras várias, mas isso não faz a obra passível de qualquer interpretação, como o relativismo pressupõe. Relativizar essas interpretações seria invalidar todas elas, na minha opinião.[/align]
 
"O Senhor das Moscas mostra a fragilidade da democracia."

E mostra a contradição: nao é sociedade com o seu sistema que cria a tirania, mas sao as forças contrastantes inerentes ao ser humano.

Tomo a concha nas mãos para expor um pensamento: será que se não tivesse surgido a ideia de caçar as coisas teriam tomado um rumo mais pacífico?
 
[align=justify]Ótima colocação, pois esse trecho evidencia justamente a dúvida que paira no ar em O Senhor das Moscas: a maldade ou as guerras ou quaisquer outros sentimentos descritos no livro, são ou não inerente aos seres humanos?
Acho esse questionamento muitíssimo intrigante.[/align]
 
[align=justify]Lord of the Flies, ou O Senhor das Moscas nas edições traduzidas, é um clássico inconteste do escritor britânico e Nobel de Literatura William Golding. Duas vezes adaptado para o cinema, o livro sustenta a máxima de Golding, que, após lutar na Segunda Guerra Mundial, concluiu que a maldade é intrínseca ao ser humano, e que a produzimos do mesmo modo que as abelhas produzem o mel.

Para isso, conta a história de um grupo de garotos que, após um acidente aéreo, acaba preso em uma ilha deserta- sem nenhum adulto por perto. Logo unem-se e forma uma sociedade um tanto quanto primitiva- mas que ainda conta com resquícios civilizatórios: o inteligentíssimo gordinho asmático e míope, Piggy, sugere que se vote para escolher um líder, que acaba sendo Ralph, o mais velhos dos meninos, a despeito de Jack Merridew, o impetuoso e feroz chefe dos garotos que, outrora, constituíam um coral.[/align]

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Pondo o tópico pra cima. Achei esse livro muito ruim no FINAL! Mano, sério...wtf! Foi muito rápido e muito aleatório fiquei muito decepcionada. Além disso muitas falas estão mal estruturadas e você se perde e não sabe quem falou o que e tem que reler. As descrições da ilha ficaram cansativos depois de um tempo. Eu gostei do desenvolvimento dos personagens principais, mas achei que os outros ficaram muito como plano de fundo e poderiamos saber mais sobre o que eles pensavam.
 
O que você achou de ruim no final? Pareceu uma conclusão bem criada.
Ué, os meninos estão ali para matar o ralph, varios outros ja haviam morrido e entao do nada aparece um soldado da marinha kkkk sei la achei meio random de mais e falta de ideia para um desfecho
 
Ué, os meninos estão ali para matar o ralph, varios outros ja haviam morrido e entao do nada aparece um soldado da marinha kkkk sei la achei meio random de mais e falta de ideia para um desfecho

Bom, nem é tão aleatório se você pega o porquê das crianças estarem na ilha. Se essa informação não tivesse sido dada, aí sim seria algo nada a ver.
 
Eh muita coincidencia o cara aparecer bem na hora x. Ficou bobo na minha opinião.

Como acompanhamos tudo pelos olhos do Ralph, faz sentido. Afinal, ele é o único que se mantém "são" no final e ao mesmo tempo, que adulto acreditaria em algo assim? É basicamente uma metáfora pra experiência humana - um ideal humano de pureza moral sendo consumido pela selvageria primal -, visto tanto na "perda da inocência" quando as crianças olham para um adulto e percebem a dimensão que as coisas tomaram como na cena do soldado observando a cena constrangido - ele percebe que a selvageria está presente mesmo na civilização.
 

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