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Stephen King

~~Qual é o seu livro preferido de Stephen King???~~

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  • A Dança da Morte

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  • As Quatro Estações

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  • O Talismã

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  • Maldição do Cigano

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  • O Apanhador de Sonhos

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  • Depois da Meia Noite

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[align=justify]Particularmente não concordo quando você fala que o "problema" dele é a coragem. Quando tu ler o desfecho d'A Torre Negra tu vai entender o que eu estou falando, XD
Creio ser uma opção dele mesmo escrever sobre esses temas, sobre aqueles elementos que o tornaram "clássico". Talvez seja um vício dele, talvez ele realmente goste desse estilo e se sinta satisfeito com suas obras, não sei, eu particularmente acho que ele não quer se tornar piegas, coisa que fica patente quando ele fala sobre amor e afeto, ele construiu o perfil de escritor dele principalmente a partir das temáticas de horror, bebidas, terror, suspense, rock n'roll, desvios e delírios juvenis (não creio que seja contracultura, mas é uma opinião minha), e não quer quebrar com isso agora. Creio que é mais teimosia do que medo e melancolia, escrever sobre essas coisas deve ser nostálgico para ele...sei lá, conjeturas minhas. [/align]
 
Nossa, acho que você tocou no ponto essencial da coisa toda... nostalgia! Eu realmente não tinha pensado nisso, mas acho que faz todo o sentido.

Stephen King parece estar escrevendo para o "eu adolescente" dele. Todas aquelas aflições, medos e viagens da infância e adolescência ele transporta para os livros. Evidentemente não é só isso; com o passar do tempo ele também incluiu os problemas "adultos" em seus textos. Mas a base é isso mesmo, a nostalgia. A adrenalina maluca dos adolescentes.

Talvez essa seja a forma dele de voltar ao passado. De uma certa forma, todos nós leitores viajamos com ele nessa.
 
[align=justify]Podes crer que sim, parece nos fazer lembrar de um tempo que, ao menos no meu caso, conheço por filmes, literatura, gibis, séries de TV, música etc.
Contudo, o Stephen King ainda é uma incógnita para mim em muitos sentidos, já que ele é o tipo de escritor difícil de definir. Quando penso nele enquanto um cara que escreve sobre temas caros a contracultura, me vem a mente passagens em que ele acaba puxando para uma cultura não tão rebelde, mais politicamente correta evidente, fazendo cair por terra aquelas primeiras impressões.
A teimosia que eu apontei nele, não se dá necessariamete em forma de resistência, embora a referência nostálgica seja em alguma medida uma resistência; mas sim ele parece relembrar de forma meio saudosista, talvez subjacentemente indignada com as transformações do mundo ou sei lá. O simples fato de ele relembrar de coisas desse tipo nos faz pensar sobre a ressignificação que ele também faz sobre isso, já que o que ele usa em suas obras acaba sendo encarado de maneira diferente.
Outra coisa que ficou premente quando vi Lembranças de um Verão, filme baseado em um livro dele nunca lançado aqui no Brasil (Hearts in Atlantis), é essa nostalgia que ele relembra nos seus livros, ele não somente impregna as páginas do livro, como também traça uma série de questões sobre a visão dele sobre uma realidade que não parece mais ser daquele jeito, ora grotesco (porém aventuresco) ora mais simples e despreocupado (talvez venha daí o gosto por personagens criança).
O uso de temas como drogas, rock n'roll, desvios e transtornos juvenis e sei lá mais o que, mostra que ele (conforme ele mesmo relata nas páginas finais de vários livros da Torre) viveu o período rebelde ou revoltado dele, mas que conseguiu construir-se enquanto escritor utilizando suas próprias experiências de bebedeiras e rebeldia, alinhando-se com uma realidade que o faz amadurecer para uma vida mais regrada e "comportada". Essa questão parece ser meio espinhosa para ele tratar, pois parece-me (isso são puras impressões, volto a frisar) que ele, devido a sua mulher ou sua carreira ou outra coisa que não sei dizer, teve que recompor-se, domar sua rebeldia, e passou por tanta coisa desde aquele tempo, como ser atropelado por uma minivan, por exemplo; que o fizeram repensar sua postura, não envergonhando-se, mas vendo-a talvez meio como "cicatriz de guerra", meio ufanisticamente.
Confesso não ser tão conhecedor dele para dizer, mas devo dizer que me passou uma idéia pela cabeça agora: ele bem que podia escrever uma autobiografia, hein? Ia ser bem maneiro.
Mas em relação ao que eu disse, o que achas? [/align]
 
É difícil não concordar com o que você disse, Lucas. Realmente é complicado definir ou explicar Stephen King. Não sei se ele passou efetivamente pelas fases agudas da bebedeira e das drogas na adolescência ou se ele era aquele guri excluído do grupo que só observava os garotos populares do colégio, pegando as menininhas.

Não sei, acho que ele pode até ter experimentado muita coisa maluca na adolescência, mas tenho por mim que ele era o CDF que ficava excluído do grupinho. heheheheh

Quanto a ele escrever uma autobiografia, acho que ele não conseguiria. Não sei se ele seria capaz de concatenar todas as maluquices que passaram pela sua cabeça por todos esses anos. Não terminei a série, mas talvez "A Torre Negra" seja o mais próximo que ele pode chegar de uma autobiografia. Em algumas entrevistas que li dele fica claro que essa série é o resumo de todo o seu pensamento. Tudo o que ele já escreveu está resumido ou incluído ali.

Talvez ele achasse chato escrever sobre si, então escreveu sobre o que pensa. heheheh

Já o que você disse sobre às vezes ele escrever sobre temas espinhosos e em outros momentos parecer excessivamente politicamente correto, talvez ele seja apenas um resumo da nossa sociedade atual. Cenas de violência explícita enchem a TV todos os dias, o tempo todo, sendo encarada com naturalidade (pode-se revoltar, mas ninguém opõe-se à sua veiculação midiática), contudo, uma cena de sexo (que nem precisa ser muito "caliente") é vista como um absurdo, uma afronta aos "bons costumes", ou seja, alguém sendo assassinado pode ser mostrado, uma cena de amor... não. Meio ilógico né?

Quem sabe Stephen King não seja o resumo disso tudo?

P.S.: nunca imaginei que essa discussão fosse tão longe. hehehehehe
 
[align=justify]Estive pensando sobre o que discutimos aqui Luciano, durante alguns dias, e não pude deixar uma linha de pensamento geral, porém pertinente sobre o King: ele é um escritor marcado por extremos, já que ele tem idéias de histórias geniais e às vezes falha ao escrevê-las, deixando desejar em alguns pontos. Isso não impede que ele tenha uma legião de fãs, e da qual não pretendo definitivamente me excluir, mas que uma análise mais fria e baseada em critérios literários mais definidos e clássicos, dos quais não possuo domínio, provavelmente revelaria bases um tanto frágeis para algumas de suas histórias.
Por outro lado, se formos analisar por temática, seus livros alcançam parte do seu sucesso por tratar de temas pop, sejam eles drogas, palavrões, terror, zumbis ou quaisquer coisas do tipo. Digamos que ele se firmou enquanto escritor oscilando entre o brilhantismo e a insuficiência. A nostalgia de um tempo que, na minha visão, é eternamente a década de 80 (embora eu tenha nascido em 1990 e nunca tenha conhecido a famosa década de 80). Lógico que é uma visão minha, e embasada em particularidades tão pitorescas que pode soar desconexo e a toa, mas é o que me vem a mente quando penso sobre o cara. A Torre Negra foi, volto a dizer, uma das melhores sagas que li, o tipo de livros que te arrepiam quando tu lembra de certa passagem ou que te espantam por premissas tão promissoras. Só de falar já me dá vontade de ler de novo. É o tipo de livro que quando acaba você fica meio deprimido pensando quando é que vai pegar algo que te agrade tanto quanto essa obra que acabou de fechar. Tenho mais coisas a dizer sobre ele, mas que volto a escrever outra hora, com mais tempo. Aguardo para ver o que pensas, assim como qualquer um que tenha algo a dizer, concordando ou discordando.[/align]
 
Lucas, talvez você tenha atingido o ponto chave da questão sobre a popularidade de Stephen King. Ele é uma pessoa comum, com aquelas vontades normais de qualquer indivíduos. Quando ele escreve, não pensa em fazer um clássico ou revolucionar a literatura, mas se contenta "apenas" em entregar aos seus fãs o que ele, como um leitor qualquer, gostaria de ter... diversão.

Eu sou particularmente muito fã dos anos 70 e 80, especialmente no cinema. Acredito, também, que King tenha sido influenciado totalmente por essa época. Eram tempos diferentes no cinema, onde os diretores e autores se permitiam determinados excessos que atualmente beirariam a bizarrice, mas que combinavam de maneira fantástica com o momento artístico que viviam.

Particularmente em dois gêneros, terror e ação, o cinema "chutou o pau da barraca". Tinha terminado a época do politicamente correto, dos bandidos meia-boca. Era o momento das pessoas irem ao cinema e perceber que o protagonista também xingava e matava por prazer e que os vilões eram tão terríveis que você não conseguiria dormir com a lâmpada apagada. Graças a Wes Craven, John Carpenter, Sean S. Cunningham, Clint Eastwood, Charles Bronson, etc. a produção cinematográfica deu uma guinada. Tudo mudou. Todo o excesso era permitido; depois as coisas foram acalmando, até voltarmos novamente ao politicamente correto; mas no final dos anos 70 e nos anos 80, cinema não era para os fracos.

Stephen King respirou tudo isso e soube aproveitar o que essa época teve de melhor. Evidentemente, sua literatura não se resumiu aos gêneros ação e terror, pois dentro de seus livros ele incutiu desejos próprios, uma visão toda particular das coisas, mas com certeza esse período de pouco mais de 10 anos fez toda a diferença no seu jeito de visualizar a própria concepção de arte. No caso dele, a única pretensão é divertir e, convenhamos, ele consegue isso como poucos.

O mundo é dos espertos e Stephen King foi esperto o suficiente para perceber o que o povo sempre quiz: drogas, sexo, rock' roll e sangue... muito sangue!

Um abraço!
 
[align=justify]É engraçado você citar Clint Eastwood, já que os filmes faroeste, entre eles Estranho Sem Nome e Três Homens em Conflito foram alguns dos filmes que o King diz serem a base no universo pós-apocalíptico western-bizarro que é o Mundo Médio. Os filmes de Sergio Leone também não podem ser esquecidos, já que até mesmo o chamado spaghetti western foi influência mais do que marcante para a constituição dos tipos que perambulam pelas páginas d'A Torre Negra.
Justamente pela não-pretensão do autor em ser uma grande cânone da Literatura Universal é que não podemos querer cobrar dele algo ultra-transcedental. Suas pretensões, se é que podemos chamar assim, sempre foram outras, não melhores ou piores, já que esses são conceitos subjetivos e circunstanciais.
Costumava brincar que a literatura de King não ganhará Prêmo Nobel, mas pode te divertir um bocado sem ser superficial. Como já dito anteriormente em algum post desse mesmo tópico, a narrativa e os personagens dele é que são seu ponto forte, se você souber centrar suas atenções mais para isso do que para desfechos e o que ele poderia ter sido, certamente vai virar um fã de Stephen King. (isso sem contar que terá que fazer uma vista grossa para a prolixidade de background dos personagens, coisa que, no meu caso, não incomoda, pelo contrário, enriquece e me diverte um bocado, XD )[/align]
 
Quando a gente começa a falar de Stephen King como uma forma de pura diversão, assim como em outros ramos culturais (cinema, música, teatro, etc.), devemos sempre estar preparados para aquelas pessoas pseudo-intelectuais que dirão o seguinte: "Tudo bem que Stephen King pretende somente entreter o público, porém, é possível entreter as pessoas entregando um material de maior qualidade".

Acho que é ponto pacífico aqui entre a gente que o King não acerta sempre; ele tem seus erros e ninguém esconde isso, nem ele (hehehe). Mas é difícil estabelecer um critério ou um "nível médio de qualidade" para dizer que uma obra visando apenas divertir o público possui ou não qualidade como literatura.

Na minha visão King cumpre a sua missão com louvor. Como disse no tópico anterior, ele soube muito bem aproveitar tudo o que a cultura pop da época (no caso anos 70 e 80) tinha de melhor, jogou tudo no liquidificador e entregou um produto homogêneo que conseguia divertir e colocar medo nas pessoas. Analisando sua obra sob esse prisma, evidentemente ele faz literatura sim e de qualidade, diga-se de passagem.

Porém, se você pretender, com um livro de King, chegar ao um nível de análise filosófica sobre o ser humano ou sobre a sociedade, deve procurar outro tipo de produto. Existem diversos autores por aí que fazem de seus livros verdadeiras aulas de psicologia e filosofia. Alguns até conseguem divertir também no momento da leitura, mas muitas vezes eles pretender demonstrar sua virtuose com as palavras, além de viajar pela mente humana.

Também eles fazem literatura, do seu modo, com os méritos e defeitos característicos da sua forma de enxergar e reproduzir com palavras as suas ideias.

Fico apenas chateado com aqueles que criticam King por exigir dele algo que ele nunca quis ser, um escritor-filósofo ou inovador na sua forma de escrever. Ele é aquilo que está no papel, goste ou não. Agora, é inegável que ele é um baita escritor e consegue divertir muitas pessoas como poucos.

Um abraço!
 
[align=justify]Uma coisa, para além de filosofia ou erudição, que tem de ser dita sobre a obra do Stephen King, é que ele em uma habilidade tremenda de costurar referências em seu texto. Embora muitas dessas referências sejam meramente ilustrativas ou sirvam (a exemplo de uma série de elementos) para dar consistência ao background da trama; King consegue montar um verdadeiro mosaico, ou talvez labirinto, para quem não entenda as referências (eu por exemplo, em muitos casos); de elementos da cultura pop: desde rock até seriados, de filmes B até filmes western, de marcas de refrigerante até cartões de baseball e por aí vai.
Esse "frenesi" de aglutinação, que ele vai incorporando a trama sem perder o tom, dão a seus livros uma contemporaneidade no ponto em que tangem a coisas mais presentes; simultaneamente a uma nostalgia que já foi tematizada aqui nesse mesmo tópico. É difícil encontrar uma característica geral sobre a obra dele.[/align]
 
Pegando o embalo do que você disse, vou fazer aqui uma relação que pode parecer um pouco estranha, mas faz algum sentido. Acredito que, de uma certa maneira, Stephen King faz a mesma coisa que Quentin Tarantino... aquilo que mais gostam.

Tanto King quanto Quentin usam a literatura e o cinema para expor para todo o mundo os seus gostos pessoais, seus medos e suas fantasias. A questão é que eles são "gente como a gente", falam de coisas que a maioria de nós já sentiu ou pensou.

O que Tarantino faz em todos os seus filmes? Exatamente homenagear a 7ª arte, misturando cinema, música, quadrinhos... Ele faz cinema porque ele ama o cinema. É muito mais uma relação de prazer do que uma realização artística. Exemplo: Toda a vez que Tarantino termina uma cena ele vira para toda a produção e diz: "Vamos fazer outra tomada... por quê?" ao que toda produção responde "Porque adoramos fazer filmes". Ele faz o que gosta e fala sobre o que gosta.

King faz exatamente a mesma coisa. Quando ele fala de carros, casas mal-assombradas, detalhes sobre o passado de alguém ou sobre uma figurinha de baseball, por exemplo, ele apenas está externando os próprios gostos. É aquela relação muito particular que os homens têm com o seu próprio passado; o apego que se tem às lembranças, os pequenos detalhes os instantes mínimos que tornam a nossa existência individual e diferente das demais.

Ele fala desses sentimentos, desses pequenos detalhes, porque simplesmente gosta disso. O fato é que muitas pessoas também amam lembrar dessas coisas (como eu); assim, acabamos por nos conectar também aos personagens. Ele vai fundo nessa caracterização, nessa construção de um passado particular de cada indivíduo, fazendo com que ele se torne uma pessoa próxima do leitor, gerando empatia.

Espero não ter viajado muito nos comentários!!!! hehehehe

Um abraço!
 
[align=justify]Essa comparação deve deixar muitos fãs mais ortodoxos de Tarantino ressabiados, mas de minha parte, achei idônea a analogia. O detalhe do "Because we loke making movies!" foi muito bem lembrado.
O que muitas vezes pode se confundir, e que talvez muitas pessoas já o tenham feito (embora não totalmente sem razão) é julgarem vulgares os temas de Stephen King. O fato de ele pautar-se em coisas mais corriqueiras e não se debruçar sobre erudições e os tão caros e grandiosos questionamentos filosóficos clássicos, não torna sua literatura vulgar. Os detalhes, como tu bem lembraste, são o ponto-chave, já que a relação emotiva, as sensações nostálgicas que cada pequeno detalhe tem o poder de lembrar, deixam a literatura dele muitíssimo agradável e fluida.
Dependendo do detalhe a que ele se atém (não estou dizendo que ele faz isso com todo e qualquer detalhe), o esmero é tão grande, as lembranças são tão fortes, que mesmo aquele pedacinho tão pequeno de realidade, seja ele um cartão de baseball ou uma briga de moleques, é redimensionado e passa a fazer um grande sentido para a história.
Não sei se ele faz isso inconscientemente ou se é proposital, mas quando ele fala sobre algo, me sinto tão familiarizado com aquilo que parece que tenho que abanar a cabeça para concordar em algumas frases.
Caraca, tá na hora de alguém que não seja tão fã de Stephen King entrar nessa discussão, está uma rasgação de seda descarada, XD [/align]
 
Os melhores para começar são As Quatro Estações, uma coletânea de novelas, e O Cemitério. Tenho completo horror ao O Iluminado, que acho muito ruim e dá mais medo quando você percebe que está a 4 dias lendo e só pasou de 100 das 200 páginas. :timido:

Minha dica para começar King é só uma: pegue os livros pequenos. Os grandes são exatamente a mesma coisa dos menores, com mais árvores, mais casas, mais crianças brincando, mais sóis e ventos...
 
Eu já vi quase todos os filmes baseados nos livros dele e todos tem o mesmo problema. O final. A história começa boa mas quando vem a explicação e o desfecho eu fico p. da vida.
Mas ainda assim, está nos meus projetos ler mais livros dele, eu tenho fé que mais algum final há de me agradar como o de A Hora do Vampiro.

Então Maura, eu recomendo A Hora do Vampiro. Muito bom mesmo! Do início ao fim. :sim:
 
Maura Corrêa disse:
Nunca li nada do S.K. Que livro vcs recomendam para começar a ler sua obra?

Maura, pode começar tranquilamente pela "A Zona Morta". Não é um livro de um tamanho considerável do King, tem tudo o que ele faz de melhor sem nenhum de seus mais costumeiros erros: a trama é muito interessante, o protagonista é cativante, os vilões são terríveis, King nunca se perde na narrativa e o final é fantástico, totalmente condizente com o restante do livro.

Um abraço!
 
eu comecei com "A Dança da Morte" (The Stand) e não me arrependi. O livro é ENORME, mas extremamente coerente e bem escrito, acho q vale a pena
 
Essa semana li "Dissecando Stephen King - conversando sobre terror com Stephen King", livro com uma coletânea de entrevistas realizadas entre 1979 e 1987.
(Livro antigo, fora de catálogo).

Achei mais bacanas as entrevistas que foram feitas em duas edições (1979 e 1984) de uma convenção chamada "Mundo da Fantasia", em ambas o Stephen King é entrevistado com outro autor de histórias de terror, Peter Straub (que também é amigo de longa data do King).
Os dois gostam muito do que fazem, isso fica claro e é muito bom ler sobre a maneria como escrevem, rotina e de onde tiram as ideias.
Muito bacana também perceber que o Stephen King é um homem bem prosaico na verdade, que mora no Maine, Estado norte americano onde se passa várias de suas histórias, leva os filhos na escola (ou melhor, levava, na época das entrevistas os filhos dele eram pequenos) e afirma nunca ter traído a esposa.

A entrevista mais surpreendente é a que ele deu pra revista "Playboy" em junho de 1983 e na qual ele faz críticas à adaptação de "O Iluminado".
A pergunta é sobre o que ele achou das adaptações de "A Hora do Vampiro" (feita para a TV, dá pra assistir essa versão no Youtube, infelizmente sem legendas); "Carrie - A Estranha" (que ele elogia e considera a melhor adaptação); e "O Iluminado". Sobre o filme, Stanley Kubrick e a escolha de Jack Nicholson para o papel de Jack Torrance, disse Stephen King:

(...)A versão de O Iluminado por Stanley Kubrick é bem mais difícil de julgar, pois ainda estou profundamente incerto sobre o resultado geral. Eu admirava Kubrick há muito tempo e tinha grandes esperanças no projeto, mas fiquei muito decepcionado com o que vi. Há trechos do filme que são de arrepiar, carregados de um terror claustrofóbico quase insuportável; outros, no entanto, não produzem quase efeito.
Penso que existem dois problemas básicos no filme. Primeiro, Kubrick é um homem frio demais — pragmático e racional — e encontrou grandes dificuldades para conceber, ainda que de um modo acadêmico, um mundo sobrenatural. Costumava telefonar-me da Inglaterra nas horas mais estranhas do dia e da noite, e lembro que certa vez ele me ligou perguntando:
— Você acredita em Deus? Refleti um segundo e respondi:
— Sim, acho que acredito.
— Bem, eu não acredito que exista um Deus — retrucou, e cortou a ligação.
Isto não significa que a religião deve estar envolvida no horror, contudo um cético visceral como Kubrick não poderia perceber o impiedoso mal do Overlook Hotel. Portanto, ele buscou o mal nos personagens e fez o filme como uma tragédia doméstica, com apenas ligeiros toques de sobrenatural. Esta foi a falha básica: como ele não podia acreditar, não conseguiu tornar o filme crível para os outros.
O segundo problema concentrou-se na caracterização e no elenco. Jack Nicholson, embora seja um ator maravilhoso, não era o indicado para o personagem. Seu último papel importante fora em "Um Estranho no ninho", e por causa daquela fita, a platéia identificou-o automaticamente e desde a primeira cena como um louco. O livro, no entanto, é sobre a queda gradual de Jack Torrance rumo à loucura através da influência maligna do Overlook, que atua como uma bateria de acumuladores carregada com uma força funesta suficiente para corromper todos aqueles que entram em contato com ela. Para início de conversa, se o cara é louco, então toda a tragédia da sua decadência é desperdiçada. Por isso a fita não tem núcleo nem conteúdo, apesar dos ângulos da câmera sabiamente enervantes e o uso da filmagem estática, que é atordoante. Basicamente, o que está errado na versão de O Iluminado por Kubrick é ter sido rodado por um homem que pensa demais e sente de menos; por isso, apesar de todos os seus efeitos virtuosos, não consegue desencadear no espectador aquela sensação de aperto na garganta, nem deixá-lo preso à poltrona como seria de se esperar num filme de horror.
Eu gostaria de refilmar O Iluminado algum dia, talvez até dirigi-lo pessoalmente se encontrar alguém disposto a financiá-lo.

Fonte: "Dissecando Stephen King... conversando sobre terror com Stephen King" de Tim Underwood e Chuck Miller, editora Francisco Alves, 1990.
 
Nossa, nunca tinha pensado nisso que o King falou. Até por nunca ter lido o livro, não sabia que havia mais sobrenatural na história. Continuo gostando do filme, até porque o homem sabe dirigir como ninguém, se tem alguém que sabe posicionar uma maldita câmera, esse homem é Stanley Kubrick; mas vou querer ler o livro para conferir, já que, pela decepção do King bastante coisa acabou ficando diluída.

Ah, e o detalhe sobre o telefonema de Kubrick no meio da madrugada, isso é algo que ele realmente fazia. A excentricidade e o perfeccionismo dele não tinham hora mesmo. XD
 
Acho que ele não quis criticar o filme em si, mas a adaptação.

Pelo que eu entendi, ele conclui que, por ser um homem pragmático e racional demais, Kubrick não contou uma história de terror, de um homem afetado pela maldade intríseca de um lugar (o hotel) mas uma história de loucura e que, devido à escolha do Jack Nicholson pra representar o Jack Torrance (que na época estava bem marcado pelo personagem de "O Estranho no Ninho") isso ficou mais evidente ainda (a visão de que o personagem sofria de problemas psiquiátricos).

Em outra entrevista neste mesmo livro, Stephen King diz que lhe perguntaram quem ele gostaria que fizesse o papel de Jack Torrance e ele havia indicado o Martin Sheen.
Mas os executivos pressionaram pra que fosse o Jack Nicholson.

Porém, segundo o IMdB o King sugeriu Jon Voight e Michael Moriarty:

Stephen King tried to talk Stanley Kubrick out of casting Jack Nicholson in the lead suggesting, instead, either Michael Moriarty or Jon Voight. King had felt that watching either of these normal-looking men gradually descend into madness, would have immensely improved the dramatic thrust of the storyline.
(Grifo meu)

Ainda de acordo com o IMdB, Kubrick descartou Robert de Niro e Rob Williams e, segundo Stephen King, o diretor chegou até a pensar em Harrison Ford para o papel:

Stanley Kubrick considered both Robert De Niro and Robin Williams for the role of Jack Torrance but decided against both of them. Kubrick didn't think De Niro would suit the part after watching his performance in Taxi Driver (1976), as he deemed De Niro not psychotic enough for the role. He didn't think Williams would suit the part after watching his performance in "Mork & Mindy" (1978), as he deemed him too psychotic for the role. According to Stephen King, Kubrick also briefly considered Harrison Ford.

Fonte

Se alguém se dispuser a traduzir decentemente os parágrafos acima, eu agradeço. :happyt:
 
Eu só li dois de seus livros, O iluminado e À espera de um milagre, gostei mais do iluminado, mas À espera de um millagre é muito bom mesmo, o próximo que vou ler é A coisa e depois disso, A zona morta.
 

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