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Stephen King

~~Qual é o seu livro preferido de Stephen King???~~

  • Celular

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  • A Dança da Morte

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  • A Incendiária

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  • Coisa

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  • Cão Raivoso

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  • As Quatro Estações

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  • O Talismã

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  • Maldição do Cigano

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  • O Apanhador de Sonhos

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  • Saco de Ossos

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  • Depois da Meia Noite

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  • Eclipse Total

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Mas o desenvolvimento psicológico de seus personagens é um engodo. Todos são projeções uns dos outros. Vou dar só um exemplo: Richie Tozier (A Coisa) é igual a John Marinville (Desespero), que é igual àquelas crianças de O Corpo. As mulheres são sempre, ou estúpidas, ou áusteras, mas só conseguimos diferenciar pela cor do cabelo. Isso quando não desanda e cria algum estereótipo do vilão americano, como Rainbird (A Indendiária), o índio caolho e mercenário. Além daquelas crianças irreais, ou do fato de todos os personagens escritores terem praticamente a mesma história.

Ele é um autor que não se contém. Ano passado lançou seu terceiro maior livro, um ano antes já havia lançado Duma Key (mais de 600pgs), e para esse ano já planeja lançar uma coletânea de novelas (Full Dark, No Stars) mais a continuação de O Iluminado, e próximo ano tem continuação para A Casa Negra (encerrando a trilogia).

Eu abandonei King exatamente pela prolixidade. Foi o primeiro fator, depois fui notando outros defeitos (a formação das orações, principalemente em livros dos anos oitenta, são terríveis), mas ele foi importante para mim.
 
Hehehehehe. Não tem como negar com seus argumentos. Realmente muitos dos personagens de King se repetem. Lembro também das mulheres fanáticas. Normalmente são os mesmos discursos exagerados. Aquele mesmo mix de fanáticos religiosos de todas as espécies resumidos em uma só pessoa. Não há aquela pessoa pouco crente, sai do quase ateísmo direto para o fanatismo.

Muito bacana esse nosso papo. Foram poucas linhas, mas o suficiente para Stephen King já cair no meu conceito. Merda! hehehehe
 
Calma hahaha é normal, King é escritor de transição, do mesmo jeito que Ágata Christie e Anne Rice. O mais dificil desses autores é o leitor assumir que deixou de gostar, ou pelo menos pôr na cabeça que isso possa acontecer um dia.

Lembro também das mulheres fanáticas. Normalmente são os mesmos discursos exagerados. Aquele mesmo mix de fanáticos religiosos de todas as espécies resumidos em uma só pessoa. Não há aquela pessoa pouco crente, sai do quase ateísmo direto para o fanatismo.

Pois é, às vezes eu lia e pensava: caramba, se eu estivesse lá resolvia isso tudo na maior facilidade.
Não há meio termo, ou é doente ou é santo.
 
Eu tenho uma relação afetiva com King e com Ágata Christie, afinal eu comecei a gostar de ler com culpa, quer dizer, causa deles. hehehe.

Concordo com você, quando diz que os dois fazem parte de um grupo de escritores que servem como transição ou, como no meu caso, de iniciação. Infelizmente, algumas pessoas tratam essa classe de escritores como inferiores. Acho que eles tem a sua importância e grupo específico de fãs.

Além do mais, como diversão, eles ainda dão uma coça em grande parte dos escritores atuais. Acho que tudo depende do seu objetivo na hora de ler. Se quiser se divertir, serão com certeza um prato cheio.
 
[align=justify]Caraca, obrigado por essa discussão, vocês dois. Estão apontando tantas coisas interessantes que está sendo um prazer ler as opiniões de vocês, quero fazer parte desse debate também, mesmo não sendo um profundo conhecedor de literatura "stephenkinguiana".
Confesso que minha admiração pelo King se explica mais de modo afetivo do que propriamente por um olhar mais analista e crítico, já que é possível reconhecer as limitações do autor em relação a uma série de critérios.
Contudo, há de se pensar por um prisma diverso, já que as pretensões literárias dele não foram, pelo menos até onde sei, voltadas a construir grandes cânones da literatura mundial, logo, é um argumento de peso ao se julgar as obras deles, já que elas atendem a objetivos fixados pelo próprio autor.
Costumava discutir com meus colegas que os pontos sobre os quais incide a literatura de King são dois: trama e personagens.
Acerca dos personagens, apesar de todo o estofo e background que ele constrói, às vezes ele acaba por se perder um pouco, conforme já foi apontado aqui nessa discussão. No que tange a trama, creio que é o mote central do livro, já que o espaço que ele cria não é destinado a reflexão ou de temáticas universais, mas sim voltado ao desenvolvimento do enredo. O mote não é a apreciação ou a contemplação, mas sim a narrativa, e isso gera desdobramentos sobre a história e o "status" do livro, já que impõe uma série de limitações, que entendo relativamente, mas sei conviver com elas.[/align]
 
Bem, Lucas, vamos aos poucos. Você tocou em diversos pontos sobre King e todos merecem análises em separado.

Em primeiro lugar, valeu pelo elogio. Acho que é sempre bom discutir com pessoas interessadas e interessantes; não é preciso concordar com tudo. O bacana é ter um espaço onde nós possamos debater sobre assuntos que nos agradem. Venha participar você também, será muito bem vindo. hehehehe

Assim como você, King para mim tem uma ligação afetiva. Como eu disse antes, foi com ele que eu comecei a ler. Então, às vezes para mim é um pouco difícil criticá-lo, pois ele tem o seu lugar especial nas minhas lembranças.

Com relação às pretensões literárias de King, eu acho que ele está certo e escreve para um grupo específico de pessoas. Como você bem disse, ele não visa escrever um livro que será lembrado por toda a eternidade como um clássico supremo; seu objetivo é muito mais pé no chão, ele quer se divertir e divertir quem está lendo o livro. Sinceramente, ele consegue fazer isso muito bem. Acho que os leitores de King devem estar preparados para o seu tipo de texto; não adianta pegar um livro dele e tentar vislumbrar ali grandes análises filosóficas sobre a sociedade.

Agora, para iniciar alguém na literatura ou incentivar alguém a ler, King é fantástico. Tem sangue, ação, terror, vilões terríveis, ou seja, todos os ingredientes para um grande entretenimento. Eu, inclusive, sempre achei que nas escolas, autores como King e Ágata Christie deveriam ser apresentados aos alunos para incentivar a leitura.

O principal ponto negativo de King é o fato dele se perder durante a trama. Às vezes torna-se incompreensível o fato dele viajar tanto na narrativa, discorrendo sobre assuntos que não tem a menor relevância para a trama. Isso desanima qualquer leitor, principalmente quando esses erros tornam-se a repetir obra após obra.

Quanto as tramas dos seus livros, eu sempre tenha a impressão que ele não tem a menor noção de como terminar o texto. Ele imagina uma história legal, mas faz ideia de como concluir tudo o que começou. O que acontece são alguns finais forçados, com vilões ou monstros desconexos com tudo o que tinha sido apresentado até então. Uma bela exceção disso foi o livro "A Zona Morta", nesse sim, toda a trama é coerente e o final é fantástico, totalmente condizente com a narrativa.

Os personagens de King são um caso à parte. Eu sei que eles se repetem. Eu mesmo citei anteriormente as mulheres fanáticas religiosas, mas você sempre pode pescar em suas obras um ou outro personagem exótico, marcante. Depois de um tempo você pode cansar da repetição, mas aqueles primeiros sempre ficarão na sua mente. Isso conta demais!

Nossa, falei para burro! Espero que não tenha ficado cansativo demais! King é sempre interessante. Cada ponto que mencionei aqui mereceria uma discussão em separado. Stephen King, apesar de todos os seus erros literários, permanecerá sempre como um dos mestres do terror e tem seu lugar cativo na minha memória. Afinal, se estou participando hoje de um fórum de literatura, boa parte da responsabilidade é dele.

Um abraço!
 
[align=justify]Você resumiu de maneira esplêndida o que acontece com as tramas de King: ele se perde quando se trata de desfecho. O que quis dizer quando falei sobre a trama, e que não fui muito feliz nem eloquente ao dizer, é que o mote dele enquanro escritor não está nas "lacunas" que ele deixa para a reflexão, característica de livros clássicos, nem trabalha com temas universais ou intemporais, mas sim se fixa em tocar a trama, às vezes de forma louca, mas ainda assim em ritmo que a destaca sobre os demais elementos.
Não sei se me fiz entender, mas qualquer coisa sigamos a discussão.
O que gosto sempre de destacar é com relação a A Torre Negra. O livro é um primor de trama: ritmo frenético, novos eventos a cada momento, ação, aventura, um pouco de "cerebralismo" e tudo mais, a saga está no meu top10 por motivos diversos. O final, de minha parte, digo que adorei, mas, conforme ele mesmo fala no fim de cada livro, a saga da Torre foi escrita em aberto, já que ele não conhecia o final da história antes de começá-la, ele lançou e foi pensando os próximos livros, e isso se faz sentir no desfecho que teve, que foi, sem spoiler, limitado tendo em vista toda a mística construída em torno da Torre.
Não creio que isso prejudique o livro em si, todo o contexto, o desenvolvimento e os personagens, as situações, as batalhas épicas etc. etc. etc.,com menção honrosa ao livro 3, As Terras Devastadas, que é o melhor depois do último, na minha opinião; mas muita gente deve ter odiado.
Mas vamos lá, continuemos a discussão. [/align]
 
Agora acho que entendi o que você quis dizer sobre a trama e, principalmente, sobre não tratar de questões universais. Realmente, esse não é o ponto forte de King. É uma pena perceber, por exemplo, como ele é ineficiente em trabalhar questões como amizade entre humanos, ele sai muito melhor em retratar o afeto entre homem e máquina, como no caso de Cristine.

Um exemplo bacana disso é exatamente o primeiro livro da Torre Negra. Até achei legal o livro; tem uma dinâmica bacana e um cenário muito interessante. Mas infelizmente, King falha em um dos pontos chaves da trama, que exatamente retratar a amizade entre o Roland e o menino (desculpe mas esqueci no nome dele agora - hehehe). Quando em determinado momento da trama, Roland é obrigado a deixar o menino para trás, teoricamente seria um momento de grande dor para o protagonista, mas eu simplesmente não consegui ver emoção na cena, pois achei a relação de amizade um tanto forçada, soando falsa. Lógico que é só uma impressão pessoal minha, mas achei essa parte do livro bem fraca.

Eu estou no quarto livro da Torre Negra, e estou lutando para conseguir terminá-la. Se poderia resumi-la em uma palavra, até o momento, seria inconstância. Ela alterna momentos maravilhosos, onde você pensa: "Caramba! Como King pensou nisso?", com instantes muito fracos, arrastados e sem sentido.

Li que ele chama a Torre Negra como o seu Jupter. Nela estão todas as ideias que ele teve em toda a vida, condensadas em um único livro. E ele queria que essa saga fosse tremendamente grande!!!! As vezes, nessa sua megalomania, nesse querer de transformar um livro em um Jupter, ele tenha se perdido um pouco com algumas passagens desnecessárias.

Da Torre Negra, eu gostei muito do segundo livro, que para mim manteve um ritmo ótimo do início ao fim. O terceiro também tem um início muito promissor, mas no meio se perde um pouco e o final, com aquele trem doido, me pareceu muito triste, forçado. Fiquei tão decepcionado com o final deste, que comecei o quarto com o pé no freio. O pior é que no quarto ele começa a traçar a história do Roland com mais detalhes e essa parte não está sendo bem desenvolvida. Acabei por perder um pouco o interesse. Vou tentar voltar para ver se as coisas melhoram daqui a pouco.

Mas como bem disse King sobre a Torre Negra. Ela é um resumo de tudo o que ele é, grandes histórias, personagens interessantes, mas uma certa inconstância no desenvolvimento de todo o que gira em torno da trama.

Vamos lá que a discussão está interessante. Os outros também estão convidados! hehehehe
 
Espere que não fique parecendo que estou desmerecendo o trabalho de King. Ao apontar erros de um escritor, pode parecer que não gosto dele ou que o seu trabalho é menor em relação a outros. Não é isso.

Eu mesmo sou fã de King. Acho que algumas de suas ideias são fantásticas. Por exemplo, a ideia da Torre Negra que mais gostei até o momento é o fato de toda a realidade estar mudando. Em determinado momento da trama o trajeto que Roland faria em 10 dias demora mais de 1 mês (os dados não são exatamente esses, a memória não ajuda muito - eheheheh). Todo o efeito que a Torre está causando no espaço e no tempo foram utilizadas de forma bem interessante por King.

Ocorre que alguns de seus erros, ao que parece, nascem do fato de ele não pensar antes como a história termina. Parece que King é um personagem de suas próprias histórias e não o narrador delas. Então em muitas delas o final é forçado, sem sentido. Ele tem uma ideia massa sobre algo, inicia o desenvolvimento de tudo muito bem, mas não tem a menor noção de onde as coisas vão parar; como no final ele não tem muita saída, tem que inventar algo para por um fim no livro, inventa alguma coisa, o problema que essa "alguma coisa" nem sempre agrada.
 
Meu livro preferido da Torre Negra é o primeiro. É todo sem lógica, arrogante, com várias lacunas e diálogos secos, no mais puro nosense. E, se vocês notarem, é o livro com menos sobras, tudo lí acaba tendo alguma função - acho que só a oráculo deixa algo no ar.
 
Sabe porque a falta de lógica torna o primeiro livro bacana? É o efeito das perguntas.

Em uma história, é sempre mais fácil fazer as perguntas do que respondê-las. Quando você responde as perguntas de uma história, você cria um compromisso com uma certa coerência e se obriga a não deixar "furos". Perguntar é ótimo, pois é bem mais difícil achar furos em perguntas. Jogue a discussão e deixe os leitores "se matarem" para tentar encontrar a resposta de tudo. Aí cada um inventa a sua solução e, aparentemente, tudo está certo. A coisa complica quando o autor da a sua visão da resposta e do resultado final.

Exemplo maravilhoso disso é a trilogia Matrix. Pra mim o único filme da trilogia é o primeiro; uma pequena joia do cinema. O segundo é só ação e perguntas, ou seja, mais fácil de produzir. Já no terceiro tudo precisava ter uma solução; aí o bolo desandou. hehehehe. Sinceramente achei o terceiro triste, no mau... muito mau sentido.

Talvez o King sofra dessa síndrome das perguntas. Ele sabe fazê-las, mas não sabe respondê-las.

Um abraço!
 
Luciano Altoé disse:
[align=justify]É uma pena perceber, por exemplo, como ele é ineficiente em trabalhar questões como amizade entre humanos, ele sai muito melhor em retratar o afeto entre homem e máquina, como no caso de Cristine.
Um exemplo bacana disso é exatamente o primeiro livro da Torre Negra. Até achei legal o livro; tem uma dinâmica bacana e um cenário muito interessante. Mas infelizmente, King falha em um dos pontos chaves da trama, que exatamente retratar a amizade entre o Roland e o menino (desculpe mas esqueci no nome dele agora - hehehe). Quando em determinado momento da trama, Roland é obrigado a deixar o menino para trás, teoricamente seria um momento de grande dor para o protagonista, mas eu simplesmente não consegui ver emoção na cena, pois achei a relação de amizade um tanto forçada, soando falsa. Lógico que é só uma impressão pessoal minha, mas achei essa parte do livro bem fraca.[/align]

[align=justify]Então Luciano, com relação a essa parte, minha leitura foi outra, já que o que King quis retratar não foi a amizade entre pessoas ou sentimentos de afeto recíproco, mas sim até que ponto pode chegar a ambição de alguém, até que ponto o desejo desenfreado por respostas ou por algum objetivo pode levar alguém,
até ao ponto de deixar um garoto (Jake Chambers, esse é o nome dele) cair em um desfiladeiro e não atrapalhá-lo na busca da maldita Torre Negra
Mas, sim, concordo contigo quando diz que o King tem problemas em retratar afeto, amor, romantismo etc., algo que fica nítido no quarto volume, e que ele admite, ao final desse livro, não ter, digamos assim, os dotes poéticos para retratar de forma satisfatória o amor e tudo mais. Acho isso bem legal, é uma outra visão, e ao pensar nela não me sai da cabeça aquele título de filme Os Brutos também amam, hehehe.

Luciano Altoé disse:
Ocorre que alguns de seus erros, ao que parece, nascem do fato de ele não pensar antes como a história termina. Parece que King é um personagem de suas próprias histórias e não o narrador delas. Então em muitas delas o final é forçado, sem sentido. Ele tem uma ideia massa sobre algo, inicia o desenvolvimento de tudo muito bem, mas não tem a menor noção de onde as coisas vão parar; como no final ele não tem muita saída, tem que inventar algo para por um fim no livro, inventa alguma coisa, o problema que essa "alguma coisa" nem sempre agrada.

Caraca, continue lendo os livros, pois o que você escreveu, sem ter lido os volumes cinco e seis, é quase profético XD [/align]
 
[align=justify]Ah, três coisas que me esqueci de dizer:

1 - O livro um é muito bom justamente por estabelecer uma série de questionamentos, jogar perguntas e mais perguntas e deixar a curiosidade atiçada, principalmente pelo último capítulo, que é de arrancar os cabelos. Aquele capítulo me fez continuar a ler a série, senão provavelmente teria parado já no fim do primeiro livro.

2 - O terceiro livro é meu favorito, a ambientação dele é maravilhoso, e a parte em que Jake Chambers vive em duas realidades ao mesmo tempo é genial, umas das melhores, senão a melhor de toda a saga. Aquela obsessão dele por portas é ótima, o tom parece de O Apanhador no Campo de Centeio, putz, aquela loucura sendo gestada e crescendo a cada passo que Jake dá pelas ruas de Nova York, desnorteado e enlouquecendo.

3 - O que disseram sobre o problema que o Stephen King com os finais, mais especificamente com A Torre Negra, na minha opinião, é justamente o fato de ele ter construído um "personagem" (a Torre Negra) tão onipotente que poucas saídas restavam com relação a isso, admito que a criatividade não foi o que mais despontou no desfecho do sétimo volume, mas o simples fato de ele (o autor) ter colhões de fazer o que fez, fez com que toda a leitura valesse a pena, ao menos na minha modesta opinião.[/align]
 
Lucas, concordei plenamente com o que você disse na sua resposta anterior, especialmente com relação ao livro 1 e livro 3 da Torre Negra.

Analisando os pontos positivos e negativos do primeiro livro da série, com certeza, o saldo é muito positivo. Achei o ritmo da trama muito bacana e as pontas soltas deixadas propositalmente por ele deixam aquele gostinho de quero mais. É impossível terminar esse volume sem querer devorar o restante da história. O único ponto negativo mesmo foi a falta de tato no momento de criar o relacionamento entre Roland e Jake. Acho que ele deveria ter investido um pouco mais, mesmo porque esse relacionamento é essencial no terceiro livro.

Acredito que a forma com que o primeiro livro foi escrito ajudou bastante nessa falha com relação à amizade de Roland e Jake. King era muito novo e o livro foi realizado em capítulos publicados em revistas especializadas e somente após condensados. Isso deve ter atrapalhado.

Com relação ao terceiro livro, também concordo com você que a criação do cenário foi fantástica! É realmente neste volume que percebemos a magnitude da história que temos em mãos. Até ali tudo é muito superficial. A partir do terceiro livro começamos a perceber o poder da Torre Negra. Como disse, o problema deste volume é o final com o trem para as Terras Devastadas. Essa parte pareceu forçada.

Particularmente, gostei muito do segundo livro. Ele já começa com uma pancada, com o Roland sofrendo horrores na praia. Depois, a forma como o grupo é reunido foi muito bem bolada, fugindo das histórias tradicionais de formação de "salvadores da pátria". É um grupo muito heterogêneo em que todos os integrantes são muito interessantes.

Até mais!
 
Pra mim, se Roland tivesse algum afeto com Jake no primeiro, eu não teria gostado tanto da série. Teria continuado por causa do último capítulo, que foi uma pancada de mil toneladas na minha cabeça. Mas aquela jornada de duas pessoas mudas é o que me atrai, naquele ambiente surreal, é como o relacionamento e Grave com a Menina Sem Nome, no filme Deathtrace. A diferença, é claro, está no fato de que Grave jamais arrependeria-se de matar a criança, desde que concluisse a jornada, ao passo que Roland fica a atormentar-se.
 
Ou eu sou cegueta ou então, cadê Christhine???
okay, okay, os outros são bons também, mas christhine é especial, ela tem uma personalidade magnética...
 
[align=justify]O que gosto muito no terceiro livro da Torre é, além de outras coisas que já apontei aqui, a percepção da relação do nosso mundo com o Mundo Médio, a forma como as realidades se relacionam, coisa que não fica clara até o final do livro, embora várias coisas fossem esboçadas para explicar, porém nada que me convencesse inteiramente.
A relação entre as duas realidades é fundamental, isso é inegável, coisa que fica evidente com os livros cinco e seis, além do caso de Jake Chambers, que vivia vivo em um universo e morto no outro. Achei essa idéia genial, e mostra como mesmo estando morto em um universo, a simultaneidade da vida no outro se faz sentir, já que ele sente sua mente enlouquecendo com essa dupla condição, é como se o continuum maluco que impede que as realidades se destruam ou entrem em colapso tivesse sido desregulado, o tecido do real, no qual estão contidos todos os universos estivesse rasgado e precisasse ser costurado, coisa que eles fazem no equivalente maluco de Stonehenge do Mundo Médio. Toda essa situação e a resolução que ele dá para ele são magníficos. A condição de loucura de Jake, o continuum alterado, as múltiplas realidades chocando-se, putz, é por isso que me deu aquela tristeza quando acabei de ler a saga da Torre.
Não sei se isso procederia caso fosse assim, mas se o Stephen King tivesse pensado todos os detalhes da história antes de publicá-la, talvez vários detalhes fossem acertados e o incrível é que mesmo assim, apesar dos pesares de se escrever uma história em aberto (que aglutina mais e mais elementos a cada parágrafo), a saga é maravilhosa, uma das melhores coisas que já li. Só de falar dela me dá vontade de começar a ler novamente. [/align]
 
Bem Lucas, os pontos que você mencionou do terceiro livro da Torre eu também achei ótimos. Por tudo o que você disse depois (especialmente sobre a intensificação das mudanças na realidade a partir do quinto e sexto livro), acabei ficando morrendo de vontade de os ler o quanto antes. hehehehe

Alguma coisa me diz que vou me decepcionar com o final da saga, mas não importa. Acho que a caminhada até aqui está valendo à pena; ainda que o fim do percurso não seja perfeito, tenho certeza que todo o trajeto até lá será bem divertido.

Não tem jeito, quase todos os livros do SK parecem ter sido escritos de supetão. Ele pensa em uma história bacana e começa a escrever. Não tem a menor ideia de onde aquela bagunça vai dar, ele simplesmente segue a maré. Não deixa de ser uma forma interessante de fazer a coisa toda, mas invariavelmente isso prejudicou o resultado final de vários de seus livros.

Não cabe aqui discutir se isso é certo ou errado. É o jeito dele. Ponto. Com esse jeito ele conquistou a fama de "mestre do terror"; com essa forma de escrita ele arrebatou uma legião incontável de fãs (na qual me incluo); e com esse texto ele vai continuar escrevendo até o momento em que achar que de sua cabeça não saia mais nada que preste.

Para mim, Stephen King tem vários erros e seu texto é cheio de falhas; porém, seus pontos positivos são enormes. Então, mesmo reconhecendo seus vacilos, ele nunca deixará de ser para mim um mestre.
 
[align=justify]O que gostaria de destacar é que as premissas dos livros dele são ótimas, ele tem idéias maneiras mesmo, o problema é o que ele consegue tirar a partir delas, já que premissas por premissas não são suficientes para deixar um livro bom.
Às vezes me parece que ele imagina uma coisa fera, legal mesmo, porém isolada, é preciso dar todo um contexto a ela, dar-lhe sustentabilidade, ela precisa ser plausível, é preciso tecer uma narrativa em que essa "coisa" será costurada; e, logicamente, é preciso dar um final para toda essa história. Stephen King parece que concebe as suas premissas de forma genial, mas se perde ao "encaixá-la" em um enredo e tramas coesos.
O que achas?[/align]
 
Lucas, você está absolutamente certo. O problema maior de King é o momento de encaixar todas as ideias bacanas que devem pipocar em sua cabeça.

O que provavelmente nunca saberemos é porque ele não consegue realizar esse encaixe perfeito. Podemos apenas cogitar o motivo desse equívoco dele.

Na minha opinião, a pressa dele em escrever e o volume de seus livros pode ser a chave da resposta. Já foi dito que ele ganhava inicialmente por palavra escrita em seus livros. Com um contrato desses é evidente que o autor vai querer escrever mais e mais. Lançar uma enxurrada de títulos e todos somando, no mínimo, uma resma. heheheh

Como ele agradou aos fãs com esse seu estilo, preferiu seguir na segurança e fazer apenas alterações pontuais de obra em obra. Quem lê Stephen King, não precisa olhar na capa para saber que o livro é dele. O estilo está ali.

A pergunta que se faz é: manter o estilo, quando o mesmo agrada ao público, é errado? Evidentemente que não. King está certo em manter o seu texto, com seus erros e acertos, pois se sente seguro e vai continuar eternamente agradando ao seu público fiel. Agora, é lógico que isso mostra uma falta de coragem do autor, de arriscar uma nova forma de escrever, ainda que se mantenha no mesmo gênero literário.

Tenho certeza que King possui a qualidade para variar a sua escrita. Ele tem a capacidade de desenvolver novas formas de escrever suas histórias e meios diferentes de conduzir o seu texto. Talvez falte a ele aquela coragem de decepcionar os fãs. A mudança gera riscos e no caso dele o risco é desagradar uma legião de leitores. Assim, não o culpo por manter-se fiel a um estilo, mas receberia com muita alegria um lançamento dele onde pudesse flertar com um jeito novo de contar as mesmas histórias.

Resumindo tudo o que disse até agora, acho que falta a ele um pouco de coragem. Tanto de mudar a sua forma de contar histórias como de demorar a lançar um pouco mais cada livro (pensar às vezes ajuda, se ele se debruçasse um pouco sobre os temas que escreve, talvez encontrasse saídas melhores para suas tramas).
 

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