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O Castelo na Floresta, Norman Mailer

Anica

Usuário
(Lançamento previsto para 12/12/2007)

Como vocês devem ter lido em algum lugar, o escritor Norman Mailer morreu recentemente (se eu não me engano, tem coisa de duas, três semanas). Eu confesso que nunca tinha ouvido falar dele, mas agora estou disposta a correr atrás do prejuízo. :mrpurple:

Está para chegar aqui no Brasil a tradução do último trabalho dele, O Castelo na Floresta. Sinopse:

"Depois de ousar escrever a história de Cristo contada pelo próprio Jesus, Norman Mailer nos traz mais uma obra polêmica: em O castelo na floresta, narra a infância e adolescência de Adolf Hitler, um dos maiores tiranos de todos os tempos.
Não se trata de uma obra de história, mas de um romance baseado em fatos supostamente reais, escorado em seis páginas de impressionante bibliografia. Mailer vasculha as origens do ditador nazista em busca de explicações para sua monstruosidade e, com esse objetivo, lança mão de um artifício literário: cria um narrador que se apresenta na primeira linha do livro como um oficial da ss nazista, mas que logo revelará sua verdadeira identidade.
"

Estou morrendo de curiosidade, tanta, mas tanta que estou quase comprando o pocket em inglês lá da saraiva (24 royals, baratim, né?)
 
Uau! Fiquei arrepiada! Quero ler, quero ler!

Eu comentei isso no Fórum Valinor, que eu queria muito ler algo sobre Hitler por que me interessava muito saber o que se passava na cabeça desse monstro-louco-assassino, e parece que esse livro foi bem escrito. Era o que eu estava procurando.

Entra na minha lista de livros a comprar.
 
Queria ver a opinião de alguém que realmente tenha lido o livro. Sabe, eu não gosto muito da maneira como geralmente as pessoas abordam o tema "nazismo". Esses papinhos de que Hitler era mal por natureza, de o nazismo só fez o que fez porque Hitler foi maltratado na infância, etc. não colam muito para mim. O fato de ter um diabo cuidando dele não me encoraja muito a ler essa obra.

Anyway, eu posso estar errado, por isso queria saber de alguém que já leu como é o tom do livro, o que ele insinua e taus...
 
A impressão que tive ao ler as resenhas sobre o livro é que na realidade através da história de Hitler, Miller quis mostrar que há sim o mal absoluto. É, ao meu ver, uma obra que deve ser lida como alegoria, e não como um registro histórico.
 
Sim, sim, mas eu não acredito no mal absoluto, entende? É essa a visão de Hitler que eu não gosto: ele é totalmente mal, nada do que o nazismo fez foi de alguma forma (mesmo que distante) bom ou útil e quem livrou o mundo dos nazistas são os grandes heróis da humanidade...

Creio que há de se colocar o nazismo em seu contexto, no período socio-político em que estava a Alemanha e também há de se considerar todos os aspectos do nazismo e de Hitler, não somente o Holocausto.

Anyway, eu nem li o livro, então não devo falar mal dele. :dente:
 
Bom, estou quase na metade então vou comentar aqui minhas primeiras impressões sobre o livro. Antes de mais nada, o trabalho do Mailer lembra muito o do Maurice Druon em "Os Reis Malditos". É um romance biográfico, ok. Mas isso não significa que ele sentou e pirou na batatinha a partir do que ele pensava sobre Hitler: ele fez uma pesquisa bem detalhada, inclusive tem bibliografia nas páginas finais do livro.

A partir dessa pesquisa, ele vai desenvolvendo o romance. Começa com a história das origens obscuras do pai do Hitler, depois passa para os dois casamentos do pai de Hitler anteriores ao casamento com a mãe dele (e bem, aí entra a parte do nascimento do Hitler). Tem umas sacadas bacanas, tipo explicar de onde veio o sobrenome, por exemplo.

O livro é bastante escatológico (tem uma página inteira se dedicando à higiene do fiofó do Hitler, por exemplo), mas isso não significa que seja algo incômodo, até porque no final das contas acho que é até uma conseqüência da escolha do Mailer sobre o narrador.

BTW, que grande cagada fazem as editoras e os resenhistas ao anunciarem quem é o narrador. Confesso até que estou arrependida de ter comentado aqui. O Mailer passa quase 100 páginas guardando a sete chaves a identidade do narrador para que tenhamos a surpresa ao descobrirmos quem (ou o que) é, e eles vão lá e entregam de lambuja. Quando comentei aqui no tópico, é porque eu achava que o narrador já se apresentava no começo da história, tipo a Morte em A Menina que Roubava Livros, o que não é o caso.

Sério, o resenhista que revela antes a identidade do narrador simplesmente não nasceu para escrever resenhas. E vou editar lá meu post porque não quero que ninguém fique sem surpresa como eu :disgust:
 
Resumo da ópera: é um livro interessante, mas em alguns momentos é bem chatinho (especialmente as abelhas do Alois). Valeu a pena a leitura mais para conhecer o Mailer, mas não posso dizer que é daqueles "UAUUUUUUU corre para a livraria e compra um!"
 
Gente, não quero explicar as ações do Hitler nem estou de acordo com suas ações. Mas ele agiu de acordo com a mentalidade da época, os nazistas já existiam antes dele, e antigamente tinha um grande preconceito para com judeus. Na coroação de Ricardo Coração de Leão foi proibida a aparição de judeus, mas um que queria dar um presente para o rei foi, ele foi espancado, roubaram sua casa e só não o mataram pq ele disse que se convertia ao cristianismo, mas o rei Ricardo não o permitiu e deixou que ele seguisse sua religião. Então ele não criou nada, só aqmpliou.

Eu tenho um livro sobre a vida de Hitler e o povo elegeu ele pq concordava com suas idéias e deram vazão aos seus sentimentos depois dizendo que sofreram lavagem cerebral se arrependiam e tal. Teve uns que eram iguais o Hitler e se mataram p ñ viver em um mundo sem ele, sem seus ideais. Todos temos esse lado negro bem fundo, quase esquecido dentro da gente e se chega alguém que fala a esse lado com tanta convicção quem tem a mente fraca se rende. E temos que concordar que Hitler tinha o dom da oração, se ele quisesse poderia ter sido um profeta como Maomé ou jesus, pois ambos conseguiram milhares de seguidores pelo mundo, só que Hitler escolheu o lado errado.

Mas quero ler o livro.
 
Eu gosto desses livros sobre a segunda guerra mundial romanceados, porque de certa forma alguma coisa é real, e nesse livro especificamente tem a biografia no final, esse "suspense" de quem é o narrador...
Mais um para leitura
 
Sinceramente, achei o livro mediano. Hitler é sempre uma forma de arrecadar recursos (passem nas bancas de revistas e vejam quantas revistas falam sobre ele), não querendo necessariamente dizer que Norman Mailer quis o fazer. Somente insto o seguinte: é necessário focar na parte "romance" do livro e deixar a história um pouco de lado. Fruto de dez anos de pesquisa minha, ainda se sabe pouco sobre a infancia de Hitler, se é que algum dia se saberá.

No mais, quem gosta desse tipo de histórias, vale a pena para passar o tempo.

Rafaela, o que você disse é o grande tema dos historiadores hoje. O preconceito anti-judaico existe há muito tempo em diversas partes do globo. O que não se conseguiu explicar é por quê ele foi mais intenso na Russia (lembrem dos "Protocolos dos Sábios de Sião") e na Alemanha (Theodor Fritsch escreveu seu "Handbuch der Judenfrage" - livro de bolso da questão judaica [sim, pode ser até irônico] - em 1907, seguindo o "Antisemiten Katechismus" de 1887). Um bom livro, aliás, o melhor, para se entender Hitler é a biografia em dois tijolos do Ian Kershaw.

Marci, você conhece Jorge Semprun? Ele tem ótimos livros meio-romanceados sobre a segunda guerra. De John Toland tem o "Deuses da Guerra" que segue o mesmo estilo.
 
Então esse livro sobre o Hitler seria como a Saga dos Plantagenetas da Jean Playd, que mistura romance e dados históricos (nem sempre muito corretos)?
 
rocca disse:
Marci, você conhece Jorge Semprun? Ele tem ótimos livros meio-romanceados sobre a segunda guerra. De John Toland tem o "Deuses da Guerra" que segue o mesmo estilo.

Obrigada pelas dicas!!!
Já anotei os nomes para procurar....
 

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