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Literatura Brazuca hoje!

Ronzi

Oh, Crap!
Indubitávelmente temos grandes escritores no Brasil, nomes aclamados como Machado de Assis (vulgo Machadão), Mário Quintana, Drummond, Lygia Fagundes Telles, João Cabral de Melo Neto, Hilda Hilst, Dalton Trevisan, Clarice Lispector e tantos outros de tantas correntes literárias que é impossível nomear todos em um só post. A maioria morta e enterrada ou velhotes safados que podemos até encontrar em um boteco por aí (leia Roberto Piva).

Minha questão é: existe uma nova safra de autores brasileiros a caminho ou já no mercado? Podemos dizer que Daniel Pellizari, Galera, Marçal Aquino, Reinaldo Moraes e outros autores contemporâneos nossos são promessas literárias ou estamos parados no tempo? Quem produz boa literatura hoje no Brasil? Você está lendo um bom autor brazuca novo? Indique fale por que ele é bom!

Eu li recentemente "Até o dia em que o cão morreu" de Daniel Galera, após ler "Mãos de Cavalo". Achei os dois livros muito bons.

Em "Até o Dia em que o Cão Morreu", adaptado para o cinema por Beto Brant como "Cão Sem Dono", Galera cria, como ele mesmo descreveu, uma fábula pseudo-realista sobre um jovem formado, que mora sozinho, mas ainda dependos dos pais, não sabe muito bem qual é o seu futuro nem o que quer, mas tem certeza que não quer certas coisas, como procurar emprego ou se apaixonar. Nesse interím, onde tenta se esconder das coisas que acontecem do lado de fora da sua porta, seu cão e a modelo Marcela ignoram completamente suas tentativas de isolamento social.

A personagem é tão palpável que poderia dizer que conheço algumas pessoas assim, de uma geração que tem poder para fazer milhares de coisas, mas muito pouca determinação ou certeza de que seria bom fazê-las. Só é distinguível da maioria das pessoas pelos maneirismos exagerados que carrega consigo. Literatura honesta da melhor qualidade.

Se quiser conferir algumas coisa do cara na faixa, acesse o site dele e baixe seu primeiro livro "Dentes Guardados" em PDF, publicado pela extinta editora Livros do Mal.
 
Sou um zero a esquerda quando a questão é contemporaneidade, mesmo. Não conheço nada do que é novo além do Vianco e nem sou um grande entusiasta dele.

Obrigado pelas dicas, agora já sei o que procurar por aí :)
 
Eu também não tenho investido em autores novos. Acho que Chico Buarque e Veríssimo são os mais novos que leio. :lol:
 
caradepaumente copio e colo um post do hellfire aqui (de maio do ano passado):

Eu não sou gato de Ipanema…

inescritos… sou bicho do Paraná! Não sei porque, mas sinto certa nostalgia ao ouvir essa música. De qualquer forma, queria antes de mais nada deixar claro que esse não é um post bairrista, embora tenha começado desse jeito. Nem quero falar das belezas do meu estado (repararam que no mapa da previsão do tempo está quase que só o Paraná azulzinho?!), muito menos de memórias do passado.

A questão é o mercado editorial no Brasil, e de quanta coisa boa perdemos por causa desse círculo vicioso do “ler clássico ou ler aqueles livros altamente divulgados”. Chega livro do Umberto Eco todo mundo fica louco para ler. Lya Luft e aquela campanha gigantesca envolvendo até cartazes na rua, fica quase impossível fugir. Até um Dan Brown para poder falar mal depois, a gente acaba lendo.

Eu citei todas as qualidades de autores (literalmente) para que fique claro que a questão aqui não é que só estamos lendo livros ruins, mas que infelizmente o pouco que conhecemos de literatura contemporânea está intimamente ligado com a propaganda que é feita da mesma. Eu cheguei a essa conclusão depois que a Luci gentilmente deu para mim e para a Jo dois livros que ela escreveu - livros que me deixaram de queixo caído.

Aí fico pensando: por que, afinal de contas, Luci Collin era para mim sinônimo de “uma professora fantástica de Literatura”, mas nem passava na minha cabeça que autora brilhante ela é? Falta um pouco de curiosidade para ir atrás do novo. Nos acomodamos com a falsa idéia de que nada do que é feito hoje em dia presta, e arrogantemente só vamos dar uma “conferida” no que foi resenhado pela Veja, pelo prazer de meter o pau depois.

E aí, perdemos a oportunidade de conhecer obras como Precioso Impreciso e Todo Implícito da Luci. E sabe o que mais? É coisa nova não só no sentido de “livro não lido na estante”, mas de ser inovador mesmo: tema, estilo, tudo. Eu pessoalmente fiquei apaixonada com o “Auto-Oxidação”, que tem um trecho assim:

“tenho: sogro e sogra, cirurgia adiada, conta de luz-água-telefone-celular-tv a cabo, freezer combinando com a geladeira, convite para festa de aniversário de criança aos sábados, toalha de natal com rendinha, estrias discretas, receita de pão de queijo, seguro contra incêndio, jogo de porcelana inglesa completo menos a terrina que a empregada derrubou, cabelo precisando de banho de óleo, liquidificador no conserto. e o pior de tudo: saudades”.

Eu aconselho fortemente que tão logo surja uma oportunidade, você leia algo dela. Não porque é “bicho do Paraná”, mas porque é um belo tapa para aqueles que (como eu), achavam que de novo não há nada de bom. Falta é procurar.
 
É o que digo, no final somos um pouco preguiçosos e não corremos atrás de descobrir coisas novas e bacanas, ficamos limitados ao que é exposto escancaradamente na mídia para engolirmos seco. Por isso acho importante aqui no Meia Palavra divulgarmos ilustres desconhecidos.
 
Eu recomendaria o João Paulo Cuenca, que já escreveu "O Corpo Presente" e, recentemente, "O Dia Mastroianni". Não é nenhum ilustre desconhecido, talvez nem um nem outro, apenas conhecido. Mas acho que ele desponta como uma das promessas da literatura brasileira - essas não são minhas palavras, mas da revista Bravo!, acho, e do próprio Chico Buarque.

Enfim, li apenas "O Dia Mastroiani", mas achei muito bom. Uma narrativa construída em cima da ironia, da melancolia implícita (como "Doce Vida", do Fellini, ao qual o título do livro faz menção direta) e da metalinguagem. É massa.
 
Sabe, tem uns blogueiro bons que já lançaram livros. Eu tenho que admitir que ainda não os li, mas vale a dica:

Alex Castro, do Liberal Libertário Libertino, publicou Onde perdemos tudo, Radical Rebelde Revolucionário - Crônicas Cubanas e Liberal Libertário Libertino - Crônicas. Todos e-book, com algumas de suas partes disponíveis gratuitamente para quem quiser ter uma prévia.

Marco Aurélio, do Jesus, Me Chicoteia, publicou Balde de Gelo, em parceria com Daniela Macedo.

Mr. Manson, do Coca da Boa, publicou Transpiauí, uma peregrinação proctológica, que já se esgotou, mas (desde o começo desse mês) pode ser lido gratuitamente na internet.

Os blogs desses três são muito bons, os livros também devem ser.
 
Tem uma onda estranha de blogueiros lançarem livros agora, não foram só eles, o Mauro do Taxitramas também lançou... sei lá, sou meio desconfiado com isso.
 
Na realidade não é estranha. Alguns editores sacaram que "uou, legal, alguns deles são os cronistas da atualidade, vamos aproveitar". Em outros casos, o blog acabou gerando bons contatos e conseqüentemente, oportunidades. Enfim, eu acho bacana. Deve ser quase o equivalente ao que o myspace tem feito para algumas bandas no campo da música. =]
 
Mas vc tem que admitir que tem saído muita porcaria também. Agora qualquer um que tem um blogs quer juntar um "melhores textos" para publicar e ganhar um tutuzinho faceiro.
 
É verdade, mas porcaria sempre tem no mercado literário, independente da origem dela. Geralmente as porcaria vêm de modinhas mesmo. Se o legal é falar do assunto X, surgem dezenas de livrecos falando disso. O bom agora é médico escrever livro, então dezenas deles publicam obras.

A moda atualmente é em relação a internet, então um monte de gente minimamente ligados à rede está publicando livros.

A parte boa é que abriu mercado para escritores verdadeiramente talentosos, né?
 
Sim, sim, muitos escritores talentosos tem se lançado através da net, não nego.

Mas, também não é possível negar que as editoras não estão dispostas a jogar fichas em qualquer um, logo, quando o cara já tem um público na internet é muito mais fácil identificar um "vendedor de livros", não necessariamente um bom escritor. Que é o que eles querem, toda editora sonha com seu próprio Dan Brown ou Paulo Coelho, poucos se importam com os Leminkis e Trevisans da vida, esse continuam abandonados por aí.
 
Esse "Sexo Anal" do Biajoni eu li como e-book e é realmente muito bom, não conhecia essa editora.
 
Bagrong disse:
É, isso é verdade.

Por isso eu gosto de editoras independentes! \o/

Óia: Os Viralata

Uh... essa editora parece interessante. Só conhecia o site gringo Lulu, que por sinal está sendo tomado por escritores brazukas. Parece ironia, tantos escritores surgindo e nenhum que tenha atingido o status de fenômeno de vendas. Creio que a literatura atual merece uma longa discussão. Até porque eu leio muito pouco do que é produzido aqui. E olha que eu tenho a pretenção de publicar um livro um dia... que vergonha.
 
Tenho que confessar que, além dos colunistas de jornais, não tenho lido nada de novo de nenhum brasileiro vivo. Claro, afora o LFV. Ah... e não reconheço nenhum naqueles nomes da ABL. Pronto: atestei a minha ignorância.

Talvez essa apreensão com os livros nacionais contemporâneos venha da falta do estímulo e sugestões de terceiros. Afinal, você vai comprar um livro de um autor desconhecido que você não tem a mínima idéia se bom? Quando o livro é de outro país ele chega aqui e já sabemos o quanto vendeu, se ganhou algum prêmio, qualquer coisa. Mas, sendo nacional, vemos uma resenha e um título que podem até nos chamar atenção , só que o autor é uma incógnita.
Deve ser difícil ser reconhecido: O brasileiro não tem o hábito da leitura, o brasileiro com o hábito da leitura não custuma ler autores brasileiros, e o brasileiro que lê obras de seus patrícios não costuma ler nada de contemporâneo.
O Paulo Coelho até que merece seu mérito :rolleyes:

De qualquer forma, vou dar uma olhada nas sugestões - e o vergonhoso pensamento já me aparece na mente existem muitos clássicos que ainda quero ler, pra quê ler algo novo agora, vou ter tempo depois, não sumirá da estante mesmo... é melhor controlar o velho preconceito e arriscar logo algo de novo qualquer dia desses.
 
Comprei "Radical Rebelde Revolucionário - Crônicas Cubanas" hoje. O e-book deve chegar por e-mail quando eu pagar o boleto. Depois digo para vocês o que achei do livro, tem cara de ser legal!
 
Bom, só pra atualizar, eu li o livro que falei aí em cima e achei bem legal. Fala bastantes coisas de Cuba, muitas curiosidades e esclarecimentos bacanas.

O mais interessante é que não é um estudo com base no rigor científico, mas um livro de impressões, baseado na visão do autor e no que os cubanos falaram para ele.

Recomendo. =]
 
Bagrong disse:
Bom, só pra atualizar, eu li o livro que falei aí em cima e achei bem legal. Fala bastantes coisas de Cuba, muitas curiosidades e esclarecimentos bacanas.

O mais interessante é que não é um estudo com base no rigor científico, mas um livro de impressões, baseado na visão do autor e no que os cubanos falaram para ele.

Recomendo. =]

Que na verdade é o que importa, não? opinião de quem mora na bodega!!!
 

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