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"Morte e Vida Severina" (João Cabral de Melo)

Anica

Usuário
Estava dando uma olhada na pré-venda das Americanas e parece que está para sair uma edição nova de Morte e Vida Severina (como nas outras já lançadas, também tem outros poemas do João Cabral). Alguém sabe alguma coisa sobre esta edição? E mais: tem mais gente aí que também adora o João? :mrpurple:
 
RE: Morte e Vida Severina

Anica disse:
E mais: tem mais gente aí que também adora o João? :mrpurple:


Claro que sim Ana,João Cabral é o meu poeta predileto.
"Uma faca só lâmina" é para mim o melhor poema da língua brasileira.

Gosto de uma frase dele,que acho que resume bem a sua poesia:

"Saio do poema suando,com picareta.Minha obra é motivo de angústia.
O sujeito tem de viver no extremo de si mesmo.Eu vejo isso na tourada.O bom toureiro é o que dá a impressão ao público de que vai morrer."
 
RE: Morte e Vida Severina

Eu também adoro!

Sabe, aprendi nas aulas de literatura que a pessoa para quem ele escreveu "Morte e Vida Severina" não gostou da peça e resolveu não encená-la! A tal pessoa queria fazer algo sobre o natal (por isso o subtítulo da peça "Auto de Natal Pernambucano") e achou que Morte e Vida não se enquadrava no tema.

Anyway, os poemas são realmente lindos! O final, especialmente, está entre os meus favoritos.
 
RE: Morte e Vida Severina

Olha, pelo que eu vi, na realidade saiu mais do que um livro dele recentemente. Estava zanzando ontem em uma livraria e vi mais dois títulos na área de lançamentos. :think:
 
RE: Morte e Vida Severina

Anica disse:
Olha, pelo que eu vi, na realidade saiu mais do que um livro dele recentemente. Estava zanzando ontem em uma livraria e vi mais dois títulos na área de lançamentos. :think:

É verdade Ana,estava lendo o suplemento literário do Globo de hoje e vi um anúncio de um livro inédito dele,dei uma pesquisada aqui e vi que estão sendo lançados por um selo novo,a Alfaguara,que pertence a editora Objetiva.

Os três livros que já lançaram/relançaram do João Cabral são estes:

Morte e Vida Severina(Relançamento)
[attachment=11]

Alfaguara segue com o relançamento da obra de João Cabral de Melo Neto e publica livro mais popular do autor

"Sua poesia para mim nunca foi seca, mas a ‘máquina de comover’ que ele pretendia, obra de um poeta que nunca opôs construção e expressão. Ele merece todas as reedições possíveis" – Daniel Piza – O Estado de S. Paulo

Os poemas escolhidos para integrar este lançamento trazem à tona as características que estruturam a escrita de João Cabral de Melo Neto. São versos que desnudam os elementos fundamentais da obra do poeta pernambucano.

Morte e Vida Severina (1954-55), poema que dá nome ao livro, aborda o tema espinhoso da seca nordestina, dando voz aos retirantes que fazem o duro percurso entre o rio Capibaribe e Recife. Esta obra, a mais popular de João Cabral, faz parte de uma trilogia composta tam-bém por O cão sem plumas, já relançado pela Alfaguara, e O rio (1953), também presente nesta nova coletânea.
O rio, segundo livro da trilogia, também retrata o universo árido às margens do rio Capibaribe, mas dá voz a ele próprio como condutor da narrativa. Seu viés documental facilita a descrição do mundo que cerca seu caminho. Engenhos de cana-de-açúcar, usinas, retirantes e trabalhadores são retratados na velocidade do correr das águas.
Em Paisagens com figuras (1955), João Cabral sintetiza em palavras uma de suas principais características, que é o hibridismo de linguagens. Mesclando descrições de imagens de Pernambuco, com paisagens da Espanha, o poeta desfila toda sua expressividade onírica. Por fim, Uma faca sem lâmina (1955), trata do desafio da composição poética, que ele ilustra numa faca sem bainha, que corta o poeta por dentro.
O lançamento de Morte e Vida Severina leva às livrarias a essência do lirismo e da visceralidade poética de João Cabral de Melo Neto. Suas principais nuances, que o alçam à condição de um dos maiores poetas da nossa língua, estão dispostas mais uma vez nesta compilação.


O Cão Sem Plumas(Relançamento)

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Poema fundamental de João Cabral de Melo Neto abre relançamento das obras completas pela Alfaguara

“Ele exclui de sua linguagem tudo o que, convencionalmente, se considera poético (...). Essa exigência somada a uma lucidez comovida faz de João Cabral um poeta inconfundível e raro.” – Ferreira Gullar

Neste volume estão reunidos os primeiros livros de João Cabral de Melo Neto, a começar por Pedra do sono, de 1942, até O cão sem plumas, de 1950. O impacto da poesia cabralina já pode ser visto nestas primeiras obras; nas referências cubistas e surrealistas de Pedra do Sono; na prosa poética de Os três mal-amados; na clareza de imagens e na preocupação com a estrutura poética em O Engenheiro; e nos questionamentos sobre a própria criação artística em Psicologia da composição.

Mais tarde, enquanto vivia como diplomata na Espanha, João Cabral escreve seu primeiro poema de fôlego, que viria a ser sua criação decisiva. Ao ler numa revista que a expectativa de vida no Recife era inferior à da Índia, tem o impulso para escrever O cão sem plumas, voltando-se para o rio Capibaribe e sua gente, compondo versos precisos e inesquecíveis.
Considerado uma obra-prima desde que foi publicado, o poema alçou o escritor pernambucano ao patamar mais elevado da literatura brasileira, colocando-o ao lado de nomes fundamentais, como Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira.
Para o poeta Armando Freitas Filho, que assina o prefácio desta edição de O cão sem plumas, João Cabral de Melo Neto “realizou a proeza notável de construir uma identidade autoral forte e renovadora a princípio, que foi se tornando verdadeiramente revolucionária a cada nova publicação”.


O Artista Inconfessável(Coletânea Inédita)

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Coletânea inédita reúne poemas autobiográficos e fotografias do acervo da família de João Cabral de Melo Neto

“A poesia de João Cabral é aquela jóia, é o máximo que se consegue de beleza com o mínimo de material. Não há uma palavra vadia, ou que não tenha sido convidada.” – Otto Lara Resende

O artista inconfessável, coletânea inédita que é publicada agora pela Alfaguara, forma uma espécie de autobiografia poética de João Cabral de Melo Neto, revelando a faceta mais familiar e intimista desse autor, que nos legou uma obra de referência literária.
Há poemas que tratam de sua infância, no interior de Pernambuco, convivendo com trabalhadores dos canaviais no engenho da família, em São Lourenço da Mata; suas férias com os primos e o dia em que nasceu, com sua mãe tendo de se deslocar da fazenda para Recife; há relatos de juventude, poemas sobre a descoberta da literatura e sobre viagens mundo afora, feitas como diplomata pelo Itamaraty.
Esta antologia reúne também poemas escritos na Espanha, principalmente em Sevilha e Barcelona, cidades nas quais viveu em diversos períodos da vida. Juntos, esses fragmentos de memória, descrições profundas, esculpidas com beleza e rigor, nos remetem a figuras consagradas na poesia de João Cabral — o engenho, a cana, o rio Capibaribe, as paisagens catalãs —, formando um rico mosaico da vida desse que é considerado um dos maiores escritores brasileiros do século XX.


Quem quiser dar uma olhada no site do selo:http://www.objetiva.com.br/objetiva/cs/index.php?q=taxonomy_menu/8/517
 
RE: Morte e Vida Severina

Morte e vida severina? Como esquecer...
eh algo mto marcante, pra qm jah leu, assistiu a
alguma peça em algum lugar...eu gosto mto dessa obra
por ter traços, e caracteres fortes, bem definidos mesmo!
 
Phantom Lord disse:
Gosto de uma frase dele,que acho que resume bem a sua poesia:

"Saio do poema suando,com picareta.Minha obra é motivo de angústia.
O sujeito tem de viver no extremo de si mesmo.Eu vejo isso na tourada.O bom toureiro é o que dá a impressão ao público de que vai morrer."

bah que frase..
esse daí tb dedicava-se 100% a sua obra :sim:
estava pesquisando o livro e achei essa música do Chico Buarque:

Morte e Vida Severina
Chico Buarque


[size=xx-small]Composição: Chico Buarque sobre poema de João Cabral de Mello Neto
[/size]
Esta cova em que estás, com palmos medida
É a conta menor que tiraste em vida

É de bom tamanho, nem largo, nem fundo
É a parte que te cabe deste latifúndio

Não é cova grande, é cova medida
É a terra que querias ver dividida

É uma cova grande pra teu pouco defunto
Mas estarás mais ancho que estavas no mundo

É uma cova grande pra teu defunto parco
Porém mais que no mundo, te sentirás largo

É uma cova grande pra tua carne pouca
Mas à terra dada nao se abre a boca

É a conta menor que tiraste em vida

É a parte que te cabe deste latifúndio
(É a terra que querias ver dividida)

Estarás mais ancho que estavas no mundo
Mas à terra dada nao se abre a boca


fonte

Morte e Vida Severina, é um livro muito triste.
A desolação de muitos Severinos por aí, como é narrada no livro, dá até um arrepio =/

Outra coisa que achei foi uma adaptação da Globo, não sabia o_O'
"Trecho do especial da Globo "Morte e Vida Severina", baseado no livro do mesmo nome de João Cabral de Melo Neto. José Dumont é o protagonista e Elba Ramalho interpreta uma rezadeira."

Trecho da adaptação do livro 'Morte e Vida Severina'

Morte e Vida Severina foi um teleteatro musical produzido pela TV Globo em 1981, dirigido por Walter Avancini, com versos de João Cabral de Melo Neto (de seu auto homônimo) e música de Chico Buarque.

continua...

E as 'n' formas de mortes apresentadas no livro:
1)Morte do Sertão Nordestino, aquela seca, sem vida...
2)Encontra velórios, enterros, coveiros,cemitério, tudo levando ao gênero morte..
3)Quer escapar de sua velhice, a fim de tardar o seu fim..
Mas, no final é sempre aquela dualidade morte-vida :lendo:
 
Eu sempre quis ler esse livro, nem sei pq nunca o fiz...
Deve ter alguma coisa a ver com as piadinhas na escola. Eu me chamo Ariane Cabral de Melo. ¬¬

Mas acho que já superei. Vou pegar o livro pra ler. :timido:
 
Báh eu não conhecia, e ano passado foi uma das leituras do clube do livro que participo, foi muito bom conhecer Morte e Vida Severina, pra mim foi um mergulho muito grande em outro Brasil, completamente desconhecido pra mim. Adorei a obra!
 
Conheço pessoas que leram e acharam pesado demais. :calado: Procede?
 
[video=youtube_share;alOXpuFX8yo]http://youtu.be/alOXpuFX8yo[/video]
 

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