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A respeito das Águias

Baruk Khazâd

Usuário
Estive pensando recentemente em como funciona a mentalidade das águias no Universo de Tolkien, ficaria agradecido se alguém souber algo a respeito e pudesse postar aqui. Eis a duvida mais detalhadamente:

Existem certas características em voltas delas que eu acredito conhecer (corrijam-me se eu errar algo, por favor)

1- São seres antigos criados pelos Valar, sendo que alguns provavelmente são Maiar personificados em carne e osso.

2- Constroem seus ninhos (reinos) somente nas montanhas mais altas (Mencionado isso no Silmarillion num dialogo entre Manwe e Yavanna, quando esta diz que suas arvores serão altas e iram abrigar as águias de Manwe, e ele responde que não, que só as montanhas de Aule serão o lar delas)

3- Em O Hobbit, diz-se que embora algumas delas possam ser cruéis, ainda há aquelas de espirito Nobre.

4- Ainda em O Hobbit, não me recordo bem mas, acho que é dito que elas não gostam de se intrometer nos assuntos da Terra-Média, principalmente por seu reino ser praticamente intocado graças a localização tão alta e sem acesso exceto pelo ar.

5- Embora fique claro (pelo menos é o que me parece) elas tem uma mente "desperta" e embora não possuam alma e por consequência o livre arbítrio completo, parecem ter a capacidade de decidir suas ações de forma mais racional do que por instinto.

Levando em conta tudo isso eu pergunto: Qual é o verdadeiro papel delas na história da Terra-Média? Mesmo elas dando a ideia de não se importar com o rumo das coisas, elas sempre aparecem no final e praticamente decidem a batalha. Me parece algo meio estranho você estar disposto a prestar socorro para o lado "bonzinho" quando as coisas parecem estar prestes a dar tudo errado, mas não demonstrar o mesmo interesse em ajudar quando as coisas ainda estão em vias de se definir. :think:
 
1- São seres antigos criados pelos Valar, sendo que alguns provavelmente são Maiar personificados em carne e osso.
Acho que as Grandes Águias (ao contrário das águias normais) eram todas espíritos de menor força que se aliaram aos Valar, mas não necessariamente Maiar.

2- Constroem seus ninhos (reinos) somente nas montanhas mais altas (Mencionado isso no Silmarillion num dialogo entre Manwe e Yavanna, quando esta diz que suas arvores serão altas e iram abrigar as águias de Manwe, e ele responde que não, que só as montanhas de Aule serão o lar delas)
OK.

3- Em O Hobbit, diz-se que embora algumas delas possam ser cruéis, ainda há aquelas de espirito Nobre.
Bom, pra começar, essa é a descrição em O Hobbit, que eu acredito que Tolkien teria reescrito do início ao fim se tivesse a oportunidade (ele tentou). Mas me parece que está correto.

4- Ainda em O Hobbit, não me recordo bem mas, acho que é dito que elas não gostam de se intrometer nos assuntos da Terra-Média, principalmente por seu reino ser praticamente intocado graças a localização tão alta e sem acesso exceto pelo ar.
Aonde não há conflito, não há luta. Certamente eu não lembro de uma situação onde elas tenham atuado por vontade própria pelo bem da Terra-média. Sempre havia um pedido dos Valar ou de Radagast que as fazia tomar partido.

5- Embora fique claro (pelo menos é o que me parece) elas tem uma mente "desperta" e embora não possuam alma e por consequência o livre arbítrio completo, parecem ter a capacidade de decidir suas ações de forma mais racional do que por instinto.
Tolkien tentou lidar com isso nos Mitos Transformados. A teoria dele é que, para uma criatura ter capacidade de fala, ela precisa de uma alma. As Grandes Águias falam, portanto precisam possuir alma. Como eu havia mencionado em Papagaios Humanoides Malignos, até mesmo os Orcs precisavam de alma para se comunicar. Ao que me parece, essa foi a conclusão que Tolkien chegou, e não creio que tenha sido diferente para as Águias.

Levando em conta tudo isso eu pergunto: Qual é o verdadeiro papel delas na história da Terra-Média?
Teletáxi de Ainur e deus ex machina. A fé de Tolkien, de vez em quando, se mostrava nessas pequenas (mas importantes) demonstrações da Divina Providência. Se utilizado de vez em quando, como no SdA, tudo bem, como o próprio Tolkien comenta na página 259 das Cartas.
 
Penso que as pistas espalhadas no Silma não explicam completamente o papel delas na história.

Conta-se que Manwe recebia na sua montanha espíritos na forma de águia, mas não temos como saber se eram apenas espíritos ou se esses espíritos podiam encarnar em aves da mesma forma que Sauron podia possuir bestas com espíritos pavorosos. Ou ainda, se os servos de Manwe contavam ao mesmo tempo separadamente águias e espíritos em forma de águia.

O que se sabe é que por servirem a vontade de Manwe, foram ordenadas na primeira Era que vigiassem de perto a maldade perpetrada por Melkor. E quando o ex-vala foi banido a função delas deve ter mudado um pouco.

Em todo caso a forma de águia funcionava como arauto dos Poderes do oeste igual ao caso dos últimos dias de Númeror.

Muito dificilmente essas águias especiais (porque é disso que se trata, de um tipo especial de águia subordinada aos poderes) teriam permissão para ajudar com freqüência os habitantes das terras mortais porque isso seria uma intervenção excessivamente direta dos Valar no mundo.
 
Última edição:
Realmente, as Águias são misteriosas. Acredito que elas tenham sido despertadas por Eru a partir da carne de Arda com o intuito de servir aos Valar.
 
Acho que as Grandes Águias (ao contrário das águias normais) eram todas espíritos de menor força que se aliaram aos Valar, mas não necessariamente Maiar.
Até porque elas tem filhos, e o único Maia a ter filhos foi Melian.
 
Levando em conta tudo isso eu pergunto: Qual é o verdadeiro papel delas na história da Terra-Média? Mesmo elas dando a ideia de não se importar com o rumo das coisas, elas sempre aparecem no final e praticamente decidem a batalha. Me parece algo meio estranho você estar disposto a prestar socorro para o lado "bonzinho" quando as coisas parecem estar prestes a dar tudo errado, mas não demonstrar o mesmo interesse em ajudar quando as coisas ainda estão em vias de se definir. :think:


Acho que elas procuram interferir minimamente possível, mas quando vêem que as coisas fugiram do rumo ou quando sentem que só com a ajuda delas o fim pode mudar, elas interferem (Elas odeiam os orcs, como é citado no Hobbit, então, acho que mesmo procurando não interferir, no fim das contas não deixariam eles saírem vencendo) E como foi citado:

Sempre havia um pedido dos Valar ou de Radagast que as fazia tomar partido.

Acho que se elas realmente não se importassem nem um pouco, nem mesmo a pedido interfeririam. (No Senhor dos Anéis elas ajudaram por pedido de alguém? O Gandalf solicitou a ajuda delas né? Sinceramente não me lembro, estou precisando relê-lo, têm muitas coisas que não estou lembrando.)
 
Última edição:
Bom, então talvez eu possa considerar as águias como uma "referencia" ao cristianismo? Algo como um às na manga dos Valar para salvar a Terra-Média do mal? Uma divina providencia que não interfere no livre-arbítrio dos filhos de Eru, nem tira de suas escolhas as consequências. Mas quando realmente necessário os Valar podem salvar a "alma" dos seres através delas.
 
Algumas considerações que podem ser úteis:

Os Valar procuraram rodear-se de seres que combinassem harmonicamente com o reino que governavam, de forma que seres alados, flutantes e voadores existiriam no reino dos ventos de Manwe, seres sombrios viveriam na sombra de Melkor, seres aquáticos viveriam da água de Ulmo, etc... Ou seja, para buscar a origem da inspiração das águias pode ser interessante procurar estudar o máximo possível sobre Manwe e seu significado no mundo. Dentro do universo cristão a posição que lembro que mais se aproxima a dos espíritos em forma de águia e das águias seria a dos anjos alados uma vez que cumpriam missões de guardas e mensageiros subordinados quase diretamente a Eru (vamos lembrar que Manwe era o Vala que detinha status de Sagrado e conversava diretamente com Eru sempre que desejava). Talvez esse Vala se enquadrasse como o chefe das legiões de anjos do céu na bíblia.

Tolkien seguramente não tinha como separar totalmente sua bagagem cultural cristã daquilo que quis passar nos livros porque além do fato de todo autor/criador imbuir mais tecnologia e inteligência em uma obra do que aquilo que sua consciência é capaz de perceber Tolkien cresceu e conviveu em uma sociedade que primava em massa por valores cristãos.

Diferente do que comumente imaginamos, as referências de uma obra não são como um bloco nítido e homogêneo rígido e sólido que serão completa e absolutamente (fatalmente) adicionadas ao final de um paper. Das referências que Tolkien usou, parte delas ele declarou como oficiais enquanto parentes e estudiosos descobriram outras, outra parte das referências, devido a limitação de recursos humanos e erros naturais, não foram identificadas ou permaneceram esquecidas e ainda há um grupo de referências que todo autor usa que são inconscientemente aplicadas durante um trabalho e ele não se dá conta. Esse fenômeno ocorre também em trabalhos científicos de ciências exatas e não apenas nas ciências humanas.
 
Última edição:
Sendo os maiar dotados da habilidade de moldarem os seus fánar de acordo com a sua própria vontade, creio ser muito provável terem existido alguns dos ainur com esta forma alada em particular, mas nenhum com relevância suficiente para ganhar uma citação expressa, acho.
Afinal, sabe-se que a maior águia da mitologia tolkiendili, Thorondor, reproduziu-se gerando descendentes e uma linhagem que perdura até a Terceira Era, sendo Gwaihir (aquele mesmo que resgatou Gandalf 1920394 vezes) o seu 'atual' herdeiro, o que, consequentemente, elimina a possibilidade de serem maiar os principais nomes entre esta raça. Haja vista que somente a Melian, entre todos os ainur, foi dada esta dádiva de gerar descendentes.

Pois bem, tendo isto em mente, prefiro ver as águias como seres também criados por Iluvátar, iguais aos ents, que, sendo dotados de consciência podem escolher para si quais os melhores caminhos a seguir, sem, no entanto, terem um papel protagonista no Destino de Arda.
 
Última edição:
Sendo os maiar dotados da habilidade de moldarem os seus fánar de acordo com a sua própria vontade, creio ser muito provável terem existido alguns dos ainur com esta forma alada em particular, mas nenhum com relevância suficiente para ganhar uma citação expressa, acho.
Afinal, sabe-se que a maior águia da mitologia tolkiendili, Thorondor, reproduziu-se gerando descendentes e uma linhagem que perdura até a Terceira Era, sendo Gwaihir (aquele mesmo que resgatou Gandalf 1920394 vezes) o seu 'atual' herdeiro, o que, consequentemente, elimina a possibilidade de serem maiar os principais nomes entre esta raça. Haja vista que somente a Melian, entre todos os ainur, foi dada esta dádiva de gerar descendentes.

Pois bem, tendo isto em mente, prefiro ver as águias como seres também criados por Iluvátar, iguais aos ents, que, sendo dotados de consciência podem escolher para si quais os melhores caminhos a seguir, sem, no entanto, terem um papel protagonista no Destino de Arda.

Como eu disse acima...
 
Realmente, as Águias são misteriosas. Acredito que elas tenham sido despertadas por Eru a partir da carne de Arda com o intuito de servir aos Valar.
=/=​

Sendo os maiar dotados da habilidade de moldarem os seus fánar de acordo com a sua própria vontade, creio ser muito provável terem existido alguns dos ainur com esta forma alada em particular, mas nenhum com relevância suficiente para ganhar uma citação expressa, acho.
Afinal, sabe-se que a maior águia da mitologia tolkiendili, Thorondor, reproduziu-se gerando descendentes e uma linhagem que perdura até a Terceira Era, sendo Gwaihir (aquele mesmo que resgatou Gandalf 1920394 vezes) o seu 'atual' herdeiro, o que, consequentemente, elimina a possibilidade de serem maiar os principais nomes entre esta raça. Haja vista que somente a Melian, entre todos os ainur, foi dada esta dádiva de gerar descendentes.

Pois bem, tendo isto em mente, prefiro ver as águias como seres também criados por Iluvátar, iguais aos ents, que, sendo dotados de consciência podem escolher para si quais os melhores caminhos a seguir, sem, no entanto, terem um papel protagonista no Destino de Arda.

Apesar das duas respostas convergirem, uma está BEM diferente da outra.
Mas se quiser realmente tentar demonstrar sua tese, será um prazer discutir semântica e interpretação de texto básica contigo.
:)
 
Última edição:
Para mim o papel das águias é bastante simples ao longo de toda história de Arda, a vigilância. Os principais momentos onde as Águias são mencionadas são os de maiores crises. Quando tudo parece perdido, brota Thorondor (um dos nomes mais legais de todo livro :lol:) e salva a pele de todo mundo. Elas pra mim são um lembrete constante de que Eru está sempre vigiando por todos na Terra-Média e nunca deixará seus filhos abandonados.
 
Qual é o verdadeiro papel delas na história da Terra-Média?

Cumprir o propósito de Eru, dar vida ao mundo e dominar os lugares mais remotos. Guardiãs dos segredos dos Valar, uma manifestação da bondade de Eru para com o mundo por meio das mãos e mentes talentosas dos Valar, e claro, vigiar todo o mal que podia despertar (Morgoth).

E claro, bater asas e voar muito alto.
 
Eu acho que as águias eram animais, sem espírito mesmo, conforme foi discutido nesse tópico. Um dos textos do Tolkien a respeito, o Myths VIII, sugere isso, devido ao fato de águias terem filhos. Muito do que é dito no texto é alterado em textos posteriores, mas o que parece ser alterado é mais a opinião a respeito dos orcs do que a respeito das águias. De início isso parece não ser tão plausível, afinal as águias aparentam tratar-se de seres bastante elevados, porém podemos lembrar que:

- Muitos animais também são tratados com cordialidade e grande respeito. Por exemplo, a fala de Gandalf a Scadufax: "É uma longa estrada desde Valfenda, meu amigo. Mas você é sábio e rápido e chega quando é necessário. Agora vamos cavalgar muito juntos, e nunca mais nos separaremos neste mundo!". Mesmo sendo inegável que Scadufax é um animal, Gandalf atribui-lhe sabedoria e dedica-lhe bastante amizade. Podemos também mencionar Huan, o cão de Valinor.

- Não temos notícias de águias corruptas, elas sempre parecem seguir a vontade e os desígnios de Manwë e dos valar, inclusive aparecendo em horas propícias, o que indica que sua vontade e natureza são simplesmente a vontade e natureza de seu criador, elas seguem os desígnios de Manwë e lhes falta livre-arbítrio. São o análogo aos dragões de Melkor, que, imbuídos de sua vontade, são incapazes de fazer o bem. Ou como o Um anel e a espada de Eöl, obras subcriativas onde o criador coloca parte de si na criação.

- O que não é o caso dos ents, que tem a capacidade de tornar-se retraídos ou rancorosos, mais por uma disposição de seu espírito do que por uma corrupção causada por um agente maligno poderoso, como um vala ou maia. Tolkien sugere, naquele diálogo entre Aulë e Yavanna, que eles têm espíritos, vindos de "muito longe", embora a natureza desses espíritos não é explicada. Tolkien parece ignorar a problemática apontada no Myths VIII de que, se eles não são filhos de Eru, não poderiam ter filhos, o que notadamente eles podem (a não ser se assumimos a existência de um grupo de espíritos que não sejam ainur nem eruhíni, o que Tolkien receou fazer naquele texto). Porém, mesmo deixando essa problemática de lado, o que permitiu a ele imbuir os ents de espírito e permitiria fazer o mesmo às águias, Tolkien ainda opta por não fazer isso e diz que as águias apareceriam no mundo antes dos espíritos convocados por Yavanna aparecerem, o que sugere novamente que as águias não têm espíritos.
 

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