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Seria Tolkien racista?

Matou a pau!

Só completando:
eles são "os escolhidos de Deus", digamos assim.
Os reis são os representantes de Deus na Terra. De acordo com a Teoria do Direito Divino dos Reis, o poder do soberano não vinha da Igreja ou da força que detinha, mas diretamente de Deus, soberano e à parte das leis.

Lembram daquela história do Aragorn ser o único que poderia curar as pessoas (ou algo que o valha)?
"As mãos do Rei são as mãos que curam".
 
Eu cheguei a estudar isso em medieval na faculdade, era os reis taumaturgos, uma tradição que tinha na inglaterra e frança se não me engano. Tolkien incorporou a sua historia. O proprio nome aragorn é uma homenagem a casa de aragão. O personagem aragorn pra mim me lembra demais felipe II, ainda com o contexto da unificação da peninsula iberica.
 
Eu cheguei a estudar isso em medieval na faculdade, era os reis taumaturgos, uma tradição que tinha na inglaterra e frança se não me engano. Tolkien incorporou a sua historia. O proprio nome aragorn é uma homenagem a casa de aragão. O personagem aragorn pra mim me lembra demais felipe II, ainda com o contexto da unificação da peninsula iberica.

Mas qual feito do Aragorn exatamente se assemelha com a unificação da Península Ibérica?
 
A morte de dom sebastião, o fim da linhagem de portugal com a morte do cardeal rei. Olha só a semelhança dom sebastião morre numa cruzada maluca contra os mouros em ceuta e o ultimo rei de gondor morre pq vai desafiar o rei bruxo em morgul. E ainda tem mais Felipe II é neto dos reis catolicos, o avô dele é da casa de aragão e aragão é homenageado no senhor do aneis com Aragorn. Felipe II é o unico da linhagem de portugal que ainda é vivo a não ser um bastardo que agora eu esqueci quem é.
 
A tirania de Númenor deu-se inícios dois milênios após sua criação e era fruto das mentiras de Sauron.

Não, antes de Sauron eles já estavam no lado negro, só por isso Sauron conseguiu levá-los a desafiarem os Valar.

Aqui mesmo na Valinor.

Em 824 Aldarion sai navegando desrespeitando o pai.

Em 1800 os númenorianos começam a estabelecer domínios na Terra-Média.

Em 1869 os númenorianos começam a oprimir os "homens menores".

Em 2029 os númenorianos começam a se ressentir com a Interdição.

Só em 3262 é que Sauron é levado para Númenor.

Eu cheguei a estudar isso em medieval na faculdade, era os reis taumaturgos, uma tradição que tinha na inglaterra e frança se não me engano. Tolkien incorporou a sua historia. O proprio nome aragorn é uma homenagem a casa de aragão. O personagem aragorn pra mim me lembra demais felipe II, ainda com o contexto da unificação da peninsula iberica.

Há um livro Os Reis Taumaturgos - o caráter sobrenatural do poder régio, França e Inglaterra do grande historiador Marc Bloch, página no Skoob, é muito bom, recomendo.
 
Não acho que Tolkien era racista. Mas acho que ele possuía uma visão relativamente eurocêntrica, ou melhor, uma visão bastante católica. Os povos livres não são os "brancos". Os povos livres são uma alusão aos católicos, que lutavam contra o "leste", representado pelas forças de Sauron, povos orientais e harardrim. A descrição destes dois ultimos bate muito com a descrição dos muçulmanos. E isso não significa que Tolkien fosse adepto da intolerância religiosa. Para um católico que pensa na idade média, a construção de uma história baseada em uma cruzada é algo que sai bastante natural de sua mente, até de modo inocente. Aliás, foram mais de mil anos onde os católicos da europa ocidental imaginaram os arabes mulsumanos como inimigos, e durante a parte medieval deste tempo, promoveram cruzadas contra eles. E para o mundo medieval ocidental, obviamente os ocidentais são "do bem" e os jihadistas são "do mal". Alias, até hoje é assim.
 
Lembrando que Tolkien era inglês. nós que vivemos há tanto tempo em uma república não conseguimos compreender a relação que os ingleses tem com a realeza. Achamos idiota, absurdo, ou sei lá o que. Mas eles tem uma noção de que a realeza está realmente acima do povo, eles são "os escolhidos de Deus", digamos assim. E isso até nos dias atuais, quando a mídia se ocupa em mostrar que na realidade eles são todos gente como a gente. Mas a relação continua. Lembram daquela história do Aragorn ser o único que poderia curar as pessoas (ou algo que o valha)? Pois é. Reflexo desse contexto em que Tolkien viveu.

Um problema em taxar um escritor de racista, elitista ou o diabo a quatro é que as pessoas esquecem que o romance é:

1. Um recorte da realidade: Isso quer dizer que por mais complexa e vasta que seja a obra de um escritor (como é o caso de Tolkien) ele não pode transferir para seu romance todo o mundo tal como conhecemos. Invariavelmente algo fica de fora, o que tem uma certa relação com o item a seguir.

2. Um (impreciso) reflexo do contexto no qual vive/viveu o autor: A questão que apontei no primeiro parágrafo explica isso. Não dá para julgar a obra de Tolkien com os olhos de um brasileiro de 2012. Não dá. A obra se insere em um contexto diferente do nosso, de forma cultural, social e histórica. Aquela velha história de em certos países ser uma afronta você sair da mesa sem dar um arrotão bem gostoso e aqui ser falta de educação.

No mais, não sei porque esse tipo de discussão se nas palavras do autor registradas nas Cartas já há a palavra de que não era racista. Procurar o homem no romance é uma tarefa beeeeem perigosa (e por isso usei a palavra impreciso no item 2) porque nas palavras do Pessoa, o poeta é um fingidor. É tipo pegar O Cemitério de Praga de Umberto Eco e acusá-lo de ser antissemita. Biografia é uma coisa, romance é outra.
Complementando essa excelente resposta da Joy, só queria lembrar o seguinte: Tolkien desenvolveu o seu legendarium como uma espécie de "Mitologia das mitologias europeias". É como se fosse o embrião mitológico que tivesse dado origem, ao longo de inúmeras recontagens, aos diversos mitos europeus - nórdicos, gregos etc. Se o autor quisesse explorar uma maior representatividade fenotípica nos personagens, provocaria uma grande incoerência com esse propósito, afinal, os homens de traços germânicos foram realmente dominantes no povoamento europeu - consequentemente, são absolutos a protagonizar os mitos cuja "origem" ele desejava contar.
 
Última edição:
Ainda que Tolkien não gostasse de alegorias, sua Terra Média é de muitas maneiras como a nossa, e realidades étnicas jogam um papel importante nas vidas de seus habitantes. Por exemplo, os numenorianos eram uma raça aristocrática de homens, "...alvos de rosto e altos, e a duração de suas vidas era o triplo da de outros homens da Terra Média. Estes eram os numenorianos, os Reis dos Homens, aos quais os elfos chamavam de dúnedain".

Mas três grandes males ameaçavam os numenorianos: praga; invasões por hordas de wainriders estrangeiros das terras do Leste; e miscigenação:

"Após o retorno de Eldacar, o sangue da casa real e de outras casas dos dúnedain se tornou mais misturado com o de homens inferiores. Pois muitos dos grandes haviam sido mortos no fratricídio. Essa mistura inicialmente não acelerou o crepúsculo dos dúnedain, como se temia, mas o crepúsculo ainda prosseguiu, pouco a pouco, como havia antes...

Pois os altos homens de Gondor já olhavam de soslaio para os homens entre eles, e era uma coisa inaudita que o herdeiro da coroa, ou qualquer filho do Rei, se casasse com uma de raça estrangeira e inferior...

Agora os descendentes dos reis haviam se tornado poucos. Seus números haviam sido bastante reduzidos no fratricídio...enquanto outros haviam renunciado a sua linhagem e tomado esposas de sangue não numenoriano. Assim se deu que nenhum pretendente à coroa podia ser encontrado que fosse de sangue puro...e todos temiam a memória do fratricídio, sabendo que se qualquer dissensão do tipo surgisse novamente, então Gondor pereceria."

Comparáveis aos avançados, bem dotados e inteligentes povos europeus de nosso próprio mundo, os dúnedain eram os grandes pioneiros, administradores, líderes e construtores de impérios, apenas de constituírem apenas uma pequena proporção da população total da Terra Média:

"Dito isso, os dúnedain eram assim desde o início bem menores em número do que os homens inferiores entre os quais eles habitavam e que eles governavam, sendo senhores de longa vida e grande poder e sabedoria".

Porém as qualidades especiais e atributos dos dúnedain foram gradualmente perdidos ao longo de anos de degeneração, diluídas e extintas pela mistura com outros tipos, de modo que sua nobreza e longevidade, concedida a eles por seu Criador, o "Pai Onipotente do Universo", foi derrubada ao nível de seus inferiores
** Posts duplicados combinados **
Vemos então como Tolkien insiste em que a melhor herança genética se encontra em uma raça muito antiga e superior, bela, sábia e totalmente pura. Estes primeiros nascidos Tolkien chama de elfos. Estamos falando dos próprios arios-hiperbóreos do Serranismo, os Tuatha de Dannan da mitologia celta, os aesires, os deuses da tradição pré-hispana, etc. Dessa primeira humanidade que teria gerado uma esplêndida e nunca vista idade de ouro, se decai com o passar do tempo e por culpa das misturas de sangue com raças menores em uma paulatina decadência e em um empobrecimento do mundo em todos os seus aspectos.

É verdadeiramente notável a concepção que tem Tolkien de seu próprio mundo subcriado, em clara afinidade com as teses do racialismo e do evolianismo. Tese que é ao mesmo tempo, uma radical antítese do mito evolucionista darwiniano, pois este nega as próprias bases em que aquele se apoia e aparece ligado às ideologias que constituem o inimigo principal da ideia da raciologia.

Tolkien apresenta em sua obra uma idade primigênia do mundo, antes do sol e da lua, que verão se desenvolver as seguintes quatro idades, ou luas, segundo as teorias de Hörbiger. É não obstante, na idade primigênia em que se manifesta todo o esplendor da criação de Arda. Os primeiros seres criados são os filhos mais velhos do mundo: os elfos. Altos, de pele cara e olhos acinzentados, de suaves cabelos negros ou loiros. São criaturas maravilhosas: seu sangue é absolutamente puro e estão dotados de extraordinária beleza, assim como de atributos incompreensíveis hoje para nós.

É na pureza de sangue dos elfos que reside o veículo que lhes permite se comunicar diretamente com os ministros do poder de seu criador: os Valar. Em ocasiões, a perda dessa virtude será a causa de sua desgraça.

Depois da idade primigênia, virão as outras idades, onde caberá por sua vez aos homens aparecerem, criaturas menos grandiosas e menos dotadas que os elfos. Os homens são, não obstante solares, pois aparecem ao mesmo tempo que as grandes luzes do firmamento. Desgraçadamente, também eles cairão no "pecado racial" ao se misturarem com outros seres inferiores e essa miscigenação se faz sentir, acima de tudo, na longevidade de suas existências: quanto maior a mistura racial, menor é seu tempo de vida. Assim tanto Tolkien como o racialismo coincidem no fenômeno do "involucionismo" no qual se vai de um mais para um menos. O mito evolucionista ao contrário faz descender a origem do homem a um hominídio semi-animal "evoluído" até chegar à humanidade de nossos dias.

Como já se indicou, Tolkien nos fala em seu Silmarillion sobre a existência de quatro idades do mundo, precedidas da primeira idade. Também isso é concordante com a tese do pensador francês Conde de Gobineau, o qual ao depositar os cimentos da filosofia racialista em seu "Ensaio Sobre a Desigualdade das Raças Humanas" nos diz: "a história da humanidade é a história da degeneração das raças criadoras de culturas a se misturarem com outras raças inferiores. À época da plenitude, em que a raça ário-hiperbórea vivia em estado de pureza, lhe sucede uma era de progressiva decadência. A história humana se dividiu em dois períodos: um que já passou e que teria visto e possuído a juventude, o vigor, a beleza e a grandeza intelectual da espécie, e outro, que começou e que conhecerá a marcha desfalecente da humanidade até a decrepitude".

Estes períodos os subdivide Gobineau também em quatro idades:
  1. A idade dos deuses ou de ouro, (o satya yuga), no qual a raça era absolutamente pura.
  2. A idade dos heróis ou de prata, (dupra yuga), no qual as misturas ainda eram débeis em força e número.
  3. A idade da nobreza ou de bronze, (treta yuga), em que certas faculdades já não se reuniam.
  4. A idade da unidade ou de ferro atual (kali yuga), na qual tem lugar a definitiva confusão dos diversos troncos raciais, a mistura indiscriminada de todas as raças, época de regressão, em que a poderosa natureza terá reconquistado o domínio universal da terra e a criatura humana já não será perante ela um domador, senão somente um morador e por último um bacilo que o planeta absorverá. "Não sabemos - vem a dizer o Conde de Gobineau - se o homem descende do macaco; o que sim sabemos é que sua evolução progride em direção ao símio". Em outras palavras a ideia de Gobineau, constatada pela obstinada realidade, é a inversão copernicana do mito evolucionista.
Não é necessário aqui se aprofundar na irrealidade da teoria evolucionista-darwiniana, senão fincar o pé nos seis aspectos principais que segundo Evola, constituem os cânceres da cultura moderna, focos infectos que mantém letárgica a essa humanidade e que devem ser extirpados se se deseja remontar a linha descendente e a ruína em direção a qual nos precipitamos irremissivelmente. Estes são: o materialismo histórico, o economicismo, a psicanálise, o existencialismo, o neorrealismo e o darwinismo.

Contra o darwinismo afirma Evola:

"Há que reivindicar a dignidade fundamental da pessoa humana, reconhecendo seu verdadeiro lugar, que não é o de uma espécie animal particular, mais ou menos evoluída entre outras tantas, diferenciadas por 'seleção natural' e sempre ligadas a origens bestiais e primitivas, senão que é tal que pode se elevar ou ir por cima do plano biológico. Hoje não se fala de darwinismo nos círculos mais oficiais da ciência, a substância permanece, não obstante, na mentalidade popular. O mito biologicista darwiniano, em qualquer de suas variantes, adquire valor de dogma defendido pelos anátemas da 'ciência' no materialismo, quer seja de corte capitalista ou marxista. O homem atual se habituou a essa concepção degradada de sua origem: se reconhece já nela tranquilamente e, o que o degrada ainda mais, a encontra natural".

Retomando o tema Tolkien nos encontramos, então, com que a possibilidade de um relato tolkeniano, onde a fabulação fantástica seja o único fim do autor, se distancia cada vez mais. Antes, pelo contrário, a obra de Tolkien é uma renovada e profunda visão do mito eterno da queda do homem branco. Tese que também se encontra em outros grandes mestres do gênero tais como: H.P. Lovecraft, Robert E. Howard, sir Edward Bulwer Lytton, Edgar Allan Poe, Herman Melville, entre muitos mais. Estes autores, como caberia esperar, compartilham de uma visão de mundo similar. Desde logo que não estamos falando de um fenômeno contemporâneo, já que também os grandes clássicos como Dante, Virgílio, Cervantes, Homero, etc., nos proporcionam um compasso no qual invariavelmente, se remonta a um tempo muito remoto, a uma idade primigênia protagonizada por semi-deuses e heróis.

Tolkien, como os outros, corrobora e nos volta a abrir os olhos à visão de um mundo pretérito e majestoso, de quando a terra era jovem e nossos ancestrais ários dominavam o orbe. A luz daquelas eras nos chega através de sua poesia trovadoresca como o eco de nosso passado mais distante e glorioso, e nos estende, ademais um delicadíssimo cordão dourado; um fio de Ariadne que nos reconduz a verdades profundas enterradas em nossa memória racial.

Como sempre, serão maioria todos aqueles que adversam ou ridicularizam qualquer interpretação que não esteja politicamente ou teleologicamente correta ou de acordo com os postulados obsoletos e doutrinários da ciência dessa época escura. Sempre estes servidores do Sistema estarão aí nos lembrando com sua lógica vulgar e seu sorriso de frivolidade cética que por exemplo: Tolkien jamais falou dessas coisas, que em suas cartas jamais ele blá blá blá, que o autor negou todo tipo de alegorias ou alusões a isso ou aquilo. O dizem e somente é verdade em parte, pois ignoram que não poucas vezes a obra supera o criador e, ademais, o ato mesmo de criar é um estado alterado de consciência, no qual a supraconsciência toma posse do indivíduo e deixa falar um arquétipo. Aqui é onde se deve aplicar a hermenêutica a fim de desentranhar o que se intui a ler entre linhas.
 
Mancada aberta, somente a comparação dos negros com trolls (ele poderia ter escrito algo como "E do extremo sul, homens negros enormes, fortes como trolls", o que não pegaria mal) as outras são mais discretas e discutíveis.

Texto muito bom sobre isso, destacando que nessas passagens da obra a mão "pesada" do escriba gondoriano inclusive ACRESCENTOU coisas que o Livro Vermelho da Marca Ocidental não poderia conter e que, portanto, parte da descrição física dos Southrons podia não ser "confiável" em termos etnológicos ou fisionômicos. Assim como o não eram os textos medievais descrevendo os etíopes.

Othering the Haradrim

O texto levanta a hipótese de que tal dissonância no tom geral do livro é proposital por parte do autor no sentido de nos lembrar para não confiar em relatos "dos vencedores" contando histórias épicas do passado onde a "demonização" do outro é pré-requisito pra ser dar conta de se engajar em batalha.

 
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