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Será George R.R. Martin melhor que J.R.R Tolkien?

Depois de ter lido todos os livros do Martin algo que eu percebi é que Martin é fraco no que Tolkien é estupendo: a fantasia. Quando Martin escreve "história medieval" ou "intrigas do trono" é imbatível, mas quando se envereda pela fantasia eu acho que ele se perde. Pelo menos por enquanto os pontos fracos do Martin são todos ligados à parte fantástica: Dragões, the Others, Children of the Forest, greenseer e afins.
 
Eu passei tantas vezes na livraria e coloquei a mão nestes livros; li as sinopses, mas pensei duas vezes antes de comprar.

Mas diante do que vocês falaram, acho que vou pegar o primeiro livro para ler.
 
Pode comprar - está muito acima da maioria dos livros de fantasia. Martin é um excelente escritor e você sente isso. Eu tirei o final do ano passado e esse ano pra ler só fantasia - todas aquelas séries imensas e clássicas, e digo que em termos de qualidade como escritor o Martin está muitos pontos adiante da tchurma.
 
Depois de ter lido todos os livros do Martin algo que eu percebi é que Martin é fraco no que Tolkien é estupendo: a fantasia. Quando Martin escreve "história medieval" ou "intrigas do trono" é imbatível, mas quando se envereda pela fantasia eu acho que ele se perde. Pelo menos por enquanto os pontos fracos do Martin são todos ligados à parte fantástica: Dragões, the Others, Children of the Forest, greenseer e afins.

Essa é uma comparação dificil de ser feita pois.
Estamos numa época deste mundo, em que nenhum ser humano acredita mais em criaturas fantásticas [elas são tratadas como lendas, assim como nós as tratamos hoje em dia].
Até o final do primeiro livro e inicio do segundo, nem nós sabiamos se elas realmente existiam.

Ai entra de novo naquilo que eu já falei, o Martin não escreveu nenhum livro no estilo "O Silmarillion".
As criaturas fantásticas só ganham dimensão a partir do 5º livro.
 
Como estou no começo do segundo volume e terminei de ver a primeira temporada só na semana passada, estive procurando entrevistas com o autor para conhecê-lo melhor, saber o que pensa e etc.. Então me deparei com uma entrevista que o Martin deu a um jornal português em 2008. Na entrevista ele comentou sobre a tola comparação entre ele e Tolkien:


A revista Time chamou-lhe, no ano passado, "O Tolkien americano". Gosta destes rótulos?

Num sentido, é um rótulo tolo, porque cada autor de fantasia é único e eu não escrevo como Tolkien, apesar de o admirar imenso. Mas noutro sentido, Tolkien teve uma profunda influência sobre mim, ainda hoje o releio regularmente e está na base de toda a fantasia moderna. Ele era inglês e um homem do seu tempo, eu sou um escritor do meu tempo, da geração do baby boom e da Guerra do Vietname. E quando escrevo, inevitavelmente, algo das atitudes dessa geração e da minha nacionalidade americana transparecem na minha escrita. Dito isto, fico bastante satisfeito por a Time me ter chamado isso. Só o ser notado pela Time já é um feito em si (risos).

A sombra de Tolkien ainda paira sobre a sua geração de autores de fantasia?

Sim, ainda lá está. Ele redefiniu o género, que vem do tempo de Homero e mergulha fundo na cultura ocidental. Todos operamos ainda na tradição estabelecida por Tolkien - até os que o negam.

Entrevista completa aqui: http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=994311&page=-1
 
Também fiquei com um preconceitozinho contra o R.R. Martin depois de ler a matéria da Veja.

http://veja.abril.com.br/noticia/ce...onos-e-muito-melhor-do-que-o-senhor-dos-aneis

Mas, é claro, estou consciente de que vindo da Veja só podia ser uma coisa totalmente desmiolada. Pesquisei muito sobre a série e quando chegarem minhas férias pretendo dar uma chance à ela. Como interessada em História Medieval sei que vou gostar de muitas coisas, mas daí a dizer que é melhor que Tolkien... Não mesmo, já vou adiantando!
 
Eu comprei o 1º livro para poder criticar OU NÃO com conhecimento de causa.

Aguardando agora o Submarino resolver entregar minhas compras... Mas o Martin vai ficar pro fim da fila, tem muita coisa boa na frente :mrgreen:
 
Só para constar, Martin gasta mais tempo falando do "noutro sentido", ou seja, para quem sabe ler...

A revista Time chamou-lhe, no ano passado, "O Tolkien americano". Gosta destes rótulos?

Num sentido, é um rótulo tolo, porque cada autor de fantasia é único e eu não escrevo como Tolkien, apesar de o admirar imenso. Mas noutro sentido, Tolkien teve uma profunda influência sobre mim, ainda hoje o releio regularmente e está na base de toda a fantasia moderna. Ele era inglês e um homem do seu tempo, eu sou um escritor do meu tempo, da geração do baby boom e da Guerra do Vietname. E quando escrevo, inevitavelmente, algo das atitudes dessa geração e da minha nacionalidade americana transparecem na minha escrita. Dito isto, fico bastante satisfeito por a Time me ter chamado isso. Só o ser notado pela Time já é um feito em si (risos).

A sombra de Tolkien ainda paira sobre a sua geração de autores de fantasia?

Sim, ainda lá está. Ele redefiniu o género, que vem do tempo de Homero e mergulha fundo na cultura ocidental. Todos operamos ainda na tradição estabelecida por Tolkien - até os que o negam.

É só pegar um dos meus posts anteriores, neste tópico, no qual eu disse que comparar a literatura de escritores de fantasia a de Tolkien, é quase como um rito de passagem para quem escreve fantasia. É como dizer: você bebeu da fonte, mas vamos ver onde começa a construção da sua própria fonte. Não há nada de errado nisso. Não há nada de indigno nisso. Já passou da hora de as pessoas entenderem que COMPARAR NÃO É DEPRECIAR.
 
Pois é, olha o Martin dizendo uma coisa que o pessoal que está lendo a obra dele já detectou. A construção dos personagens e do enredo das obras reflete muito os anseios e as características de nossa época. Personagens ambíguas, sexo, intrigas e violência. Enquanto os personagens Tolkienianos parecem ser quase etéreos (sim logo logo um xarope vai falar de Feanor e Boromir e blá-blá-blá, mas a escala desse tipo de personagem em Tolkien é bem menor) e intangíveis os de Martin são extremamente humanos e sujeitos à falha e à vilanias, mesmo os bons.
 
COMPARAR NÃO É DEPRECIAR.

É verdade! Todos nós já percebemos uma certa negação ao COMPARAR uma obra com a outra. Como se Tolkien fosse intocável em seu trabalho.

E acho que fazer um parelelo entre as obras do Martin com Tolkien deria uma ótima dissertação de mestrado.

Ontem eu passei na livraria e comprei o primeiro livro (e levei um susto quando vi a grossura do mesmo rsrs; quando vi o terceiro livro então!!!)

Dei umas folheadas nas páginas e li o prólogo e achei bem interessante o início contada da forma como foi.

Mas afinal de contas, são quantos livros da Crônica de Gelo e Fogo? É uma trilogia? (confesso que não li todos os posts do tópico), entretanto, segui o conselho do Deriel e comprei.

Outra dúvida: Na contracapa inicial tem um mapa que mostra as terras do norte e na contracapa final um mapa com as terras do sul. Alguém pode me dar uma orientação sobre isso.
 
É verdade! Todos nós já percebemos uma certa negação ao COMPARAR uma obra com a outra. Como se Tolkien fosse intocável em seu trabalho.
E acho que fazer um parelelo entre as obras do Martin com Tolkien deria uma ótima dissertação de mestrado.
Ontem eu passei na livraria e comprei o primeiro livro (e levei um susto quando vi a grossura do mesmo rsrs; quando vi o terceiro livro então!!!)
Dei umas folheadas nas páginas e li o prólogo e achei bem interessante o início contada da forma como foi.
Mas afinal de contas, são quantos livros da Crônica de Gelo e Fogo? É uma trilogia? (confesso que não li todos os posts do tópico), entretanto, segui o conselho do Deriel e comprei.
Outra dúvida: Na contracapa inicial tem um mapa que mostra as terras do norte e na contracapa final um mapa com as terras do sul. Alguém pode me dar uma orientação sobre isso.
Uma análise sobre as influências seria bem interessante mesmo, seria ótimo se houvesse por ai mais comparações técnicas do que comparações infantis, tipo quem é o melhor...
Por enquanto são 7 livros, mas ele pode escrever mais. :D
Os mapas mostram os lugares aonde acontece a história do primeiro livro, o continente de Westeros, o Norte e o Sul.
 
[...] comparar a literatura de escritores de fantasia a de Tolkien, é quase como um rito de passagem para quem escreve fantasia. [...]Não há nada de indigno nisso. Já passou da hora de as pessoas entenderem que COMPARAR NÃO É DEPRECIAR.
Não poderia ter explicado melhor. ^^

Depois de ler Tolkien, e ler críticas e elogios, a gente meio que acaba levantando as comparações. É normal, até porque, como saberíamos se fosse realmente bom, se nem tivéssemos já um padrão/noção do que é o BOM.
Obvio que são diferentes, modo de escrever, de apresentar os fatos, de construir personagens... Mas acho que comparamos a originalidade, e nisso Martin não tem perdido muito. Claro que, quando se trata de magias...ahmm digamos que é melhor ele ficar no medievalismo, sem entrar muito na magia, poder, etc...
Mas gostei muito de ler até agora, e recomendo, mas não leiam pensando que será como SdA, é uma leitura diferente, mas cheia de aventura!
 
Eu li os três livros que já chegaram no Brasil, da coleção Guerra dos Tronos, e gostei muito do Martin, e posso dizer que é muito diferente da obra do Tolkien.
Os livros do Tolkien te levam aos confins do fantástico, levando a imaginação do leitor ao máximo. Por outro lado, os livros do Martin são muito mais humanos, são obras extremamente psicológicas, e isso, inegavelmente, é o que mais atrai leitores, é a traição, o erotismo, a violência, todos aqueles jogos psicológicos. Enfim, só acho que é difícil comparar os dois quando suas obras são tão diferentes uma da outra, mas uma comparação não faz mal nenhum também.

E para quem não leu, vocês não sabem o que estão perndendo, Guerra dos Tronos é excelente. RECOMENDO :yep:
 
Recomendo. To começando Tormenta de Espadas e já está se mostrando o melhor livro.

Não acho melhor não, mas Martin é um escritor fantástico, desses de colar teus olhos nas páginas por dias inteiros.
 
Li os três publicados no Brasil e virei fã, o cara é muito bom mesmo, e o melhor dos que já li entre os escritores modernos em ficção medieval. Mas o que o Deriel falou está perfeito: Martin falha ao tratar do fantástico. Ele se destaca justamente no aspecto em que, na minha opinião, Tolkien é fraco: a humanidade e seus diversos conflitos, internos e externos. E espero que não, mas parece que a tendência é que os dragões e os Outros ganhem mais destaque no decorrer da história.
 
Eu, como fã do Cornwell, não sinto tanta falta do fantástico assim. Tanto é que depois do Cornwell, e afastei um pouco dos livros de Tolkien. Depois de ler como são organizadas as batalhas, como é formada e desbaratada uma parede de escudos, estupros, saques, mortes mais realistas e menos românticos, Tolkien ficou meio sem sal pra mim. Até sonhei em escrever algo como uma série de fantasia que pudesse aliar um universo fantástico com realismo das batalhas e da vida medieval mas... eu vi que Martin criou tudo aquilo que eu sonhava e levou à perfeição.

Tolkien ainda é melhor autor de fantasia, e praticamente definiu o gênero além de poder se considerado o pai da cultura nerd em muitos campos, mas... eu não sinto falta de dragões nem de elfos. Tenho espadas ensanguentadas, tripas se derramando, corvos se banqueteando nos campos de batalha. O que mais posso querer? XD

Talvez umas pitadas a mais de fantástico tornassem Crônicas de Gelo e Fogo aos fãs mais ardorosos de fantasia. A mim me satisfaz muito bem com o que já tem.
 
Talvez umas pitadas a mais de fantástico tornassem Crônicas de Gelo e Fogo aos fãs mais ardorosos de fantasia. A mim me satisfaz muito bem com o que já tem.

Na verdade, os fãs ardorosos de fantasia estão se esbaldando um bocado com A Canção do Gelo e do Fogo, Paganus, justamente porque a série quebra um pouco o clima predominante de AD&D da maioria da fantasia medieval das 3 últimas décadas onde a busca por artefatos de poder e magias poderosas era, via de regra, a panacéia e a motivação de tudo.

Só que, pra dar prosseguimento e conclusão à sua saga, o George R.R. Martin vai TER que explorar um bocado o fantástico nos supostos dois livros vindouros da série. Honestamente, eu acho que só com milagre ele consegue concluir tudo o que pretende fazer só com dois livros adicionais porque, se for pros Outros ficarem como monstros estereotipados depois dele se esmerar tanto em explorar intriga palaciana "realista" e "humana" e suas consequências em Westeros, vai ficar muito, mais muito palha.

Ele, inclusive, de preferência, vai ter que explicar a mecânica dos "Invernos", Fimbulwinters, que, de tempos em tempos, assolam Westeros mas deixam o continente do Leste incólume (que ocupa a mesma latitude) coisa que vai contra a ciência e física conhecidas.

A explicação pra coisas assim só pode ser magia ou superciência e isso, em qualquer cenário, mesmo realista, requer magia pra caramba, vide a Caixa dos Invernos Antigos da Marvel.

Nota: os 3 primeiros realmente são fantásticos nos seus próprios termos mas o quarto foi uma decepção, ainda mais considerando que veio depois de um hiato de 5 anos seguido por mais outro mais longo ainda de 6 anos até Dança com Dragões, o quinto livro que, supostamente, foi feito pra saciar o jejum dos fãs ansiosos por ver as peripécias dos personagens mais populares da saga (Daenerys, Tyrion, Jon) sumidos desde o terceiro volume publicado 11 anos antes. E, pelo que ouvi falar, isso o Martin não conseguiu ( porque haja expectativa dos coitados que esperaram tanto tempo assim).

Eu, na cara dura, li só os capítulos da Daenerys, já que a história dela não se intersecta com a dos demais personagens pelo menos nos cinco livros já publicados. A parte dela é muito legal e está bem longe de não incluir magia ou de colocá-la como sugestão/prestigitação como no Bernard Cornwell.
 
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