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Que autor conseguiu criar um mundo "quase" tão perfeito como Tolkien?

No quase eu tbm voto no George R. R. Martin

O mundo (fisicamente falando) que ele criou, pra mim, não é tão grandioso quanto a terra média, não tem aquele encanto mágico e surpreendente de Tolkien.
Mas o relacionamento das personagens, as conspirações, os caráteres tão intimamente ligados entre o conceito de bem e mal criam uma atmosfera cheia de misterios e duvidas, o que faz o leitor se prender a cada pagina, passando de capitulo em capitulo com uma respiração menos acentuada.

É surpreendentemente, como já foi intitulado, um renovador dos épicos.

Não peca pelo mais do mesmo nem apela aos clichês.
 
C S Lewis, sem sombra de duvida, quando leio as cronicas de narnia sinto a mesma coisa de sda, as imagens vem em HD pra minha mente.

Se bem que pra mim Tolkien foi muito mais cuidadoso com os detalhes, tanto que as vezes quase chego sentir Eä.
 
É algums autores ate conseguiram criar universos ate interessante mas nada se comparado a grandeza das obras de Tolkien
 
Eu também votaria no George R. R. Martin, mas não tem como comparar com o universo criado por Tolkien!
A facilidade que Tolkien teve para descrever todas as características em suas obras são incríveis.
Já comparando com George R. R. Martin, Tolkien é bem mais detalhista com o ambiente, por exemplo, do que o Martin. Acho que isso torna tão grandiosa a criação de seu mundo.
 
Eu gosto muito do C.S. Lewis, não tem jeito. Assim, sabe, é aquela coisa 'pura', fez parte da minha iniciação no 'mundo da fantasia'. Tenho muito carinho por tudo aquilo. Não sei se eu gostaria tanto se lesse hoje. E, bem, eu cito o C.S. Lewis porque a fantasia dele é mais na linha da de Tolkien.

Eu sempre me emocionava quando lia aquele trequinho da criação de Nárnia: “O sobrinho do Mago”. Embora muitas pessoas prefiram as crônicas posteriores a essa, eu tenho um carinho imenso por ela, porque tudo relacionado à criação me atrai (btw, meu livro preferido de Tolkien é O Silmarillion :grinlove: ). Eu começo a estabelecer relações do tipo: a criação de Nárnia acontece ao mesmo tempo em que o texto literário é criado, etc.

Quando chegaram a Nárnia, Digory, Polly, o cavalo, o cocheiro, Jadis e tio André tiveram a impressão de estarem em um mundo vazio. Depois, começam a aparecer estrelas no céu. E uma canção, muito linda, começa a ser cantada. Inicialmente, os leitores até podem pensar que o próprio mundo está se criando. Mas, então, tem um momento em que é mencionada uma “Primeira Voz” e, logo depois, fala-se sobre “o próprio Cantor” (sim, com as iniciais “P” e “V” maiúsculas. Assim como o “C”. O Deus cristão é escrito com letra maiúscula, todos os vocábulos que se referem diretamente a Ele, também; essa parece ser mais uma semelhança entre Ele e o “”””deus”””” de Nárnia ).

Depois, Aslam aparece, com todo o seu resplendor: “Era um Leão. Enorme, peludo e luminoso, ele estava de frente para o sol que nascia. Com a boca aberta em pleno canto, ali estava ele, a menos de trezentos metros de distância”. (Aslam sempre me incomodou muito. Eu ficava em um misto de deslumbramento e temor).

No decorrer da estória (eu gosto do termo usado por Guimarães Rosa!), Aslam vai tocando o chão e as árvores começam a nascer, vai cantando e as coisas vão sendo criadas, desse modo, temos a criação de Nárnia: “Nárnia, Nárnia, desperte! Ame! Pense! Fale! Que as árvores caminhem! Que os animais falem! Que as águas sejam divinas!” Essa, dentre outras referências, como o comportamento de Jadis (que remonta o comportamento da serpente), tentando fazer com que Digory coma do fruto, acaba nos remetendo à Bíblia. Lewis cria seus textos (seu mundo!) de forma magistral. Acredito que o texto de Lewis seja a canção de criação de Nárnia.

Agora, como renovador da fantasia, como pessoa que bebeu muito do poço de Lewis e do poço de Tolkien, eu coloco o meu querido senhor Martin. Na "criação" do seu mundo (que eu poderia chamar, sem temer, de "reciclagem da fantasia"), ele insere uma figura que, para mim, é a chave das narrativas: a do contador de histórias. Gente, todas as vezes em que as amas são mencionadas, como aquelas que contaram histórias de gigantes, de árvores falantes, de tudo, parece que meus ouvidos ficam mais atentos, e eu me sinto em uma roda, com um contador de histórias gesticulando e dando vida a tudo o que conta, entendem? Não é a presença dos dragões, é como se dá essa presença. Não é a presença de criaturas fantásticas, é como se dá a presença. É como o Martin lida com o ser mais fantástico que existe: o ser humano.


Quando comecei a ler A Guerra dos Tronos, eu não esperava que amaria tanto a série. Mas bem lá no início, quando o Ned disse para o Bran: "Um governante que se esconde atrás de executores pagos depressa se esquece do que é a morte", eu pensei: "ok, eu vou me apaixonar por essa série".

O momento que eu soube que estava perdidamente apaixonada por Guerra dos Tronos foi:

quando Bran acordou. Aquele capítulo é muito lindo. Prosa poética. Todo aquele diálogo do Bran com o Corvo, NO SONHO, Jesus Cristo! Eu vi Poe, eu vi Morpheus. Eu vi poesia. Foi lindo demais. Todos os voos começam por uma queda diz mais do que parece dizer. Diz sobre o amadurecimento de Bran, sobre ele descobrir como andar com a mente, etc. Diz sobre a própria constituição do enredo das Crônicas de Gelo e Fogo. A morte do Rei Robert e a morte da sua Mão, o Ned, são quedas que impulsionam o voo de muitas personagens.

Gosto, bastante, da opção do Martin por dividir os capítulos por personagens. Cada capítulo conduzido por uma personagem acaba passando a ideia do "jogo" em si, das peças se movendo, uma a uma, no tabuleiro (é, acho que penso que estou jogando xadrez enquanto leio livros, só pode XD. Mas é tipo o "xadrez de bruxo" da J.K, sabem? As peças têm vida), enquanto o principal jogador, o leitor, ao observar a movimentação das peças, consegue ter uma visão ampla de todo o tabuleiro. Então, enquanto o leitor está observando o movimento de uma peça, ele já fica pensando como será o movimento da outra peça. A alternância na movimentação das peças não deixa o leitor se cansar.
 
É muito dificil dizer que outro autor conseguiu criar um mundo tão perfeito como o de Tolkien porque isto nunca aconteceu, pelo menos para mim.
Acredito que o mundo narrado em As Crônicas de Gelo e Fogo de George R. R. Martin podem pelo menos se destacar dentre vários outros mundos criados após Tolkien e que explodiram por ai..
 

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