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Lei contra o Candomblé é aprovada em Piracicaba!

Eu não sei, de um lado temos os pobres animais, do outro, um culto religioso, que deveria ser salvaguardado pela Constituição. Não sei, é uma questão polêmica, antropológica...
 
"A imolação de animais consiste em uma prática corriqueira nas religiões afro-brasileiras, à exceção de algumas denominações conhecidas como 'linha branca'. Nas demais, basicamente, são imolados animais chamados de “dois pés” (aves como pombas e galináceos) e de “quatro pés” (ovinos, suínos, bovinos e caprinos). O sacrifício desses animais possui um investimento simbólico e litúrgico imprescindível para a teogonia e liturgias próprias do contexto religioso afro-brasileiro. Dado que as religiões afro-brasileiras são religiões de iniciação, e não de conversão, a imolação de animais é parte integrante desse processo e serve também para realizar uma comunicação e troca de benefícios religiosos entre os adeptos e as entidades (serviços e “trabalhos”, oferendas e agradecimentos, etc), sempre obedecendo a regras específicas e sofisticadas, ditadas pela tradição e marcantes nesses rituais. Somado ao transe possessivo, o sacrifício de animais consiste em um dos pilares destas religiões (Goldman, 1984). Não obstante, o sacrifício deve sempre ser reconhecido enquanto um fenômeno social que mobiliza diferentes atores com fins específicos, social e legitimamente construído. As trocas simbólicas advindas desse fenômeno são parte integrante do código de sentido oferecido por tais religiões para seus adeptos. As imolações realizadas nas religiões afro-brasileiras, o destino mais peculiar da carne do animal consiste na alimentação, que também pode ser percebida como parte do ritual...” (Direito Litúrgico, Direito Legal: a polêmica em torno do sacrifício ritual de animais nas religiões afro-gaúchas, Revista Caminhos, Goiânia, v. 5, n. 1, p. 129-147, jan./jun. 2007).
 
É uma zona cinzenta mesmo. Mas, pelo menos, nos abatedouros a tortura não é parte do procedimento, ou pelo menos não deve ser. Os abatedores podem até ser indiferentes ao sofrimento do animal, mas eles não tem interesse que o animal sofra. Hoje em dia os procedimentos de sacrifício são menos dolorosos para os bichos, graças a Deus. Já nos rituais não; a duração é o elemento essencial de qualquer ritual. Quebrar a ordem dos atos é o mesmo que não realizá-lo. É tudo solene.

vc pode até considerar que o mais forte é quem pode movimentar a maior quantidade de capital.

Depende do que estivermos falando, mas não é o caso aqui. enquanto aquele que tem poder de mover o capital pode ter poder abstrato, dinheiro não é exatamente sinônimo de poder. Basta você ter dinheiro no bolso e surgir um delinquente com uma arma na sua cabeça. Quem tem o poder?

Tudo depende, portanto, do que estiver em discussão. No que tange ao conflito de interesses entre homens e animais, claro que o homem é mais forte. Entre homens e homens, mil outras variáveis deverão ser computadas.

Edit:

Eu não sei, de um lado temos os pobres animais, do outro, um culto religioso, que deveria ser salvaguardado pela Constituição. Não sei, é uma questão polêmica, antropológica...

É verdade, também em tese. Mas aí entra a razoabilidade. Imagine que inventemos um culto religioso em que o mote dos rituais é a prática de abusos sexuais em oferenda ao transcendente. Quais direitos estarão em cotejo? A liberdade individual e a dignidade da pessoa humana versus a liberdade religiosa. Neste caso, não creio que haverá problemas em deixar a digniidade e a liberdade em primeiro plano. Agora transporte para o caso dos animais, e veja se há motivo para que este mesmo argumento não valha.
 
Última edição:
Na liturgia do Candomblé não existe sacrifício que requeira sofrimento ou duração prolongada do ato em si.
 
Não sei sobre o Candomblé, mas o texto do primeiro post diz:

A câmara municipal de Piracicaba/SP aprovou por unanimidade projeto de lei que proíbe sacrifício de animais em culto religioso. Com o apoio dos vereadores dos seguintes partidos: PT, PDT, PP, PPS, PTB,PR, PMDB, PRB, PSDB, aprovou em 7/10, o PL 202/2010 do vereador Laércio Trevisan (PR).

Comentários em Piracicaba, informam que o referido PL. é parte de um MOVIMENTO chamado "ALIANÇA PARA A SUPREMACIA CRISTÃ", que tem por objetivo levar este projeto a outras cidades do Estado de São Paulo, depois, independente de quem seja eleito, encaminhar para a Câmara dos Deputados, através de deputados federais dos partidos envolvidos. Estes deputados, no momento, são mantidos no anonimato.

O referido pela agurda sanção ou veto do Sr. Prefeito Municipal Barjas Negri.

De fato o título do tópico parece destoante. "Lei contra o Candomblé"? Não entendi.
 
só de ler o titulo já vem na cabeça uma pergunta: cade a liberdade religiosa que esta garantida na constituição federal???

isso é um absurdo, já já essa lei vai ser derrubada por ser inconstitucional

cade a liberdade do animal se defender? faz sacrificio de leão onde a pessoa tem de matar o bicho com as propias mão sem ajuda q eu quero ver.

ser humano se acha no direito de tirar vidas a bel prazer. de onde ele criou isto, ou acha isto logico, eu não sei.

justifocativa religiosa, pra mim, e neste ponto estou sendo bem pessoal, cada um com sua crença, é pura neurose humana(segunda vez q uso o termo em diferentes topicos)

diz pra mim... alguem aqui acredita q se nenhum animal for morto mais, alguma dinvidade vai punir seriamente a raça humana? Baseado em q? Caprinho da dinvidade?

direito a vida deveria ser inegavel a qualquer especie.
 
Última edição:
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A: Animais mortos para ritual religioso devem (após 15 minutos) ser limpos e preparados para entidades carentes.
B: A prática do candomblé é permitida, menos na parte tangerinente ao sacrifício dos animais, mesmo se forem animais políticos.
C: Deve-se criar uma junção entre as clínicas veterinárias e as casas de candomblé para usar animais que vão ser sacrificados matando três problemas de uma facada só.
D: Os animais usados para sacrifício devem ser substituídos por alimentos com ingredientes contendo os mesmos. Ex, Esfaquear um saquinho de torresmos nos rituais que exijam porco, ou cortar os fios do miojo de galinha ao meio, nos rituais que exijam galinha, etc... Ketchup para simular sangue opcional.

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By Raphael S
Simple Amazing Solutioner
 
Última edição:
Na liturgia do Candomblé não existe sacrifício que requeira sofrimento ou duração prolongada do ato em si.

Mas daí há que se definir sofrimento. Tecnicamente, qualquer forma de matança que não se utilize de insensibilização prévia implica em sofrimento animal. Por maior que seja a perícia e a rapidez do sacrificador sempre haverá algum sofrimento nesses casos. Afinal de contas animais são seres que sentem e sofrem, seja dor ou medo, como qualquer humano.

A principio, como veterinário, eu sou contra qualquer forma de matança que se realize com o animal consciente, seja para consumo ou para fins religiosos. Mas como esse é um direito estabelecido em lei só me cumpre aceitá-lo. Sob protesto, é claro.
 
Ok ok... Tá certo.

E: Reaninação de animais mortos para uso no sacrifício. Os pacotes devem vir com tracejados nos locais corretos para a nova morte do animal morto-vivo e devem estar levemente se mexendo para atestar validade do produto.

Isso resolve todos os problemas não?

By Raphael S
New Optioner
 
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A: Animais mortos para ritual religioso devem (após 15 minutos) ser limpos e preparados para entidades carentes.
B: A prática do candomblé é permitida, menos na parte tangerinente ao sacrifício dos animais, mesmo se forem animais políticos.
C: Deve-se criar uma junção entre as clínicas veterinárias e as casas de candomblé para usar animais que vão ser sacrificados matando três problemas de uma facada só.
D: Os animais usados para sacrifício devem ser substituídos por alimentos com ingredientes contendo os mesmos. Ex, Esfaquear um saquinho de torresmos nos rituais que exijam porco, ou cortar os fios do miojo de galinha ao meio, nos rituais que exijam galinha, etc... Ketchup para simular sangue opcional.

Por mais bizarro que possa parecer a primeira vista, gostei. Esta aí algo interessante pra eles refletirem!!
 
Como a discussão descambou para falta de respeito e escárnio, encerro minha participação no tópico.
 
Poxa Castiel, não foi a intenção, apenas expresso minha opinião assim. Mas se prefere de outra forma...

Sacrifício é feito há muito tempo, não apenas pelo candomblé, mas o catolicismo também matava animais, e não todas mas acredito que outras religiões ou cultos antigos também. Soa bastante errado hoje em dia, mas faz parte da cultura deste povo fazer o que. Não fazemos diferente ao comer um bife, mesmo que seja para sobrevivência, o que muda é o propósito.
Acho que contanto que eles criem seus próprios animais para tal não há problema uma vez que também não promovam o sofrimento do mesmo pois é desumano.
Posso não concordar, mas cada um é cada um, não prejudicando outrem é direito deles expressar a própria crença para familiares de mesma crença quem mais estiver interessado.

A lei fere sim o direito de liberdade da cultura deles, mas talvez exista outra lei protegendo os animais contra o maltrato e isso pode gerar confusão. Como eu disse antes, se o sacrificio for em forma de abate não deveriam haver problemas.

Peço desculpas pelo Caio e espero que ele tb se desculpe, seu tópico é muito válido.

By Raphael S
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By Raphael S
 
Como a discussão descambou para falta de respeito e escárnio, encerro minha participação no tópico.

po cara, eu não parti pra este lado não, tanto q fui bem cuidadoso ao colocar q estava entrando num campo de confrotar opiniões de fé, q no meu caso é de um não crente frente a uma atitude q condeno.

a parte da entidade é serio, galera ai começou a zuar pq é um conceito tão estranho que muita a gente acaba escarnecendo mesmo. no meu caso é mais sério, eu não consigo relacionar direntamente e logicamente uma real necessidade de um entidade em se matar outros seres vivos a bel prazer. mesmo tendo conhecimento das ciscunstancias dogmaticas de tais atos, o que eu reconheço q sou leigo.

reforço, não acho q nenhuma entidade realmente superior, exterminaria a raça humana porque não são feitos rituais de sacrificio.

existem sim as entidades temperamentais, mas q são acionadas pelo ser humano por mero capricho, as custas de vidas de animais inocentes.

eu acho errado e uma prepotencia humana.
 
A lei fere sim o direito de liberdade da cultura deles, mas talvez exista outra lei protegendo os animais contra o maltrato e isso pode gerar confusão. Como eu disse antes, se o sacrificio for em forma de abate não deveriam haver problemas.

Peço desculpas pelo Caio e espero que ele tb se desculpe, seu tópico é muito válido.

Eu só peço desculpas se fui mal interpretado ou se serei, não critiquei a validade do tópico, pelo contrário, o achei muito interessante. Só achei infantil esse acessozinho de raiva porque alguns resolveram brincar um pouco com o assunto. Duvido que tivessem a intenção de desmerecer o tópico ou seu criador.

E em se tratando de Raphlood... digo, Raphael S., não dá pra ficar sério mesmo.

Então, não vou pedir desculpas já que não tenho motivos para fazê-lo...
 
Eu só peço desculpas se fui mal interpretado ou se serei, não critiquei a validade do tópico, pelo contrário, o achei muito interessante. Só achei infantil esse acessozinho de raiva porque alguns resolveram brincar um pouco com o assunto. Duvido que tivessem a intenção de desmerecer o tópico ou seu criador.

E em se tratando de Raphlood... digo, Raphael S., não dá pra ficar sério mesmo.

Então, não vou pedir desculpas já que não tenho motivos para fazê-lo...


^_^:joy:

eu sei, eu sei... ^_^

By Raphael S
Recongized
 
Bom, uma certa pessoa aqui passou a impressão nítida de ser praticante da religião em questão (o que significa conhecer), e essa pessoa diz que não há tortura ou sofrimento no ritual. Se realmente como imagino ele é conhecedor do processo, será imbecil de nossa parte insistir que exista "tortura". Ficamos apenas com o dilema "to tirar a vida"/"to not tirar a vida".

Existem dois pontos muito importantes que aparentemente ninguém está lembrando (ou pelo menos mencionando):

1) Ser imprescindível.

Vou fazer analogia, ok? Digamos que, surrealmente, o governo proíba a morte de animais mesmo para comer. Todo mundo tem que ser vegetariano.

Mas você quer fazer churrasco.

Aí as pessoas dizem "claro que ainda pode fazer churrasco! Faça com legumes!". Ah vá catar coquinho, é impossível fazer churrasco sem carne. Carne de soja de ** é ****! Quando você proíbe um ponto "imprescindível", você proíbe indiretamente todo o processo.

Não tem essa de "faça adaptações". Se o ponto é imprescindível, então a lei significa sim acabar com todo o ritual, e por extensão toda a religião!

A coisa é bem mais profunda do que parece aos leigos.

2) O motivo de ser imprescindível.

Não é uma questão de "agradar aos deuses". É fácil falar como se a religião se resumisse em as pessoas sentarem em volta da mesa dedicada a alguém que bem podia ser imaginário, fizessem a cerimônia em que nada acontece, e fossem pra casa apenas acreditando que "os deuses estão contentes". Ironicamente, essa é a forma que a religião cristã funciona! Não as outras! Aí era fácil proibir o sacrifício e fazer adaptações.

No caso das religiões de origem africana, não se trata de "agrados", se trata de mecanismos. Se um mecanismo for modificado, simplesmente não funciona. Posso outra analogia? É como se você quisesse ficar bêbado com cerveja sem álcool, porque as bebidas alcoólicas foram proibidas. Ora, o álcool é ingrediente imprescindível para o mecanismo do corpo que leva ao porre. Não adianta "substituir", a coisa não funciona.


Só pra deixar claro, eu sou contra matar animais - o que necessariamente me obriga a não participar de uma religião que inclua isso. Mas nesse caso, tenho que abandonar a religião inteira, não "fazer adaptações".
 
pelo menos no sacrificio humano, estamos nos matando dentro de nossa propia especie, e não agredindo outras especies q não tem nada a ver com nossa mente. Claro, continua absurdo, mas pra mim ainda tem este atenuante. E no mais, e se uma religião qualquer alegar q sacrificios humanos são fundamentais a sua crença? como fica?


Olhe ao redor querido, isso já acontece. Basta uma pessoa discordar de outra pra sacar uma arma e matar. E o pior é que ninguém se choca mais com isso! Virou banalidade!
Oque mais se vê nos jornais hoje é agreção, tortura e mortes com crueldade! Isso é que é aceitável?


No mais eu concordo plenamente com Castiel e o Vela, e não sou da religião, sou cristã, mas tenho algum conhecimento sobre o assunto e sei que ninguém ia ver esse tipo de interferência com bons olhos se fosse em sua própria religião, então não vamos no precipitar em dizer como a religião do outro deve ser, principalmente quando não temos conhecimento dos porques de tal religião! Também sou contra tortura e crueldade com animais, já matá-los, bem, ninguém os come vivos, não é? :mrgreen:
 

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