Bom , primeiramente, obrigado pelo link, já ajuda bastante
A questão
mesmo é que em primeiro lugar:
Você misturou os termos launched em inglês e lançado em português. Filme "lançado" em português é filme colocado nas salas de cinema e não a divulgação da produção enquanto ainda está sendo feita que é um dos sentidos possíveis do termo em inglês, onde mesmo assim o certto é diferenciar launch da produção e launch da estréia.
Outra coisa: o texto aí tem uma série de coisas que foram interpretadas de forma meio inacurada além de ser tradução de algum outro provavelmente já deletado.
Eu entendi agora que vc está querendo dizer que essas coisas aconteceram enquanto estava sendo feita a negociação para a produção ANTES da produção do filme ter sido divulgada para o público. Tenho certeza de que não era só eu que estava entendendo virtualmente todas as suas colocações de maneira errada porque vc estava misturando termos como launched e lançado sem muito critério.
Mesmo assim, é um exagero a afirmação de que PJ era um "Zé ninguém" Tanto é que houve reação de entusiasmo dos críticos especializados quando a notícia saiu.
. O "fim da New line como estúdio" entendido aí por você como sendo "falência" não era falência mas, sim, seu
encampamento administrativo total pelo resto da Time Warner onde ela deixaria de ser estúdio mas não faliria pq já era parte do conglomerado. O processo já tinha começado em 1996.
Depois dos fracassos de produções como A Bússola Dourada foi isso mesmo que acabou acontecendo em 2008.
As causas pro PJ ter tanta dificuldade em vender a idéia entre o lançamento de Os Espíritos ( 1995) e o êxito da negociação dois anos depois vêm de causas muito complicadas onde, se quer saber minha opinião, a fama anterior do Peter Jackson colaborava muito mais do que atrapalhava. Eu diria que, se foi difícil , foi apesar da fama do PJ ( que deixava claro seu talento e amor pelo material) e não por ele carecer de fama.
Se fôssemos olhar por esse raciocinio seu até parece que se fosse outro autor, um Spielberg e um Cameron, a coisa não seria de tão dificil negociação como foi.
Se fosse assim, o primeiro estúdio que PJ levou o projeto de SDA teria aceitado a proposta, e não o último. Na época os críticos achavam que SDA seria a causa da falência da New Line, por diversos motivos e entre eles o desconhecido Peter Jackson. Para a indústria hollywoodiana ele era desconhecido também.
Não tenho essa impressão. A julgar pelo número de previsões agourentas em volta de Titanic onde James Cameron lidou com niveis iguais ou maiores de ceticismo durante a produção pelos mesmos motivos da matéria da Duvendor, orçamentos estourados e cada vez maiores, a coisa, provavelmente, tinha muito mais a ver com o gigantismo da produção, o estigma de que a fantasia tubulava nas telas desde o sucesso de O Mágico de Oz, e a falta de know-how técnico disponível do que com a falta de notoriedade do Peter Jackson.
O fato deles estarem destacando tanto as difuldades para ele ter sido escolhido como diretor agora a posteriori indica muito mais um ataque de excesso de modéstia às avessas ( aquela do tipo que é uma contação de papo disfarçada) porque a verdade é que não havia diretores de cinema mainstream americanos na época dispostos a filmar épicos de fantasia, praticamente não havia escolha além do próprio PJ.
Até porque na década anterior caras como Ridley Scott, Wolfgang Petersen e Ron Howard deram uma detonada em suas carreiras cinematográficas por fazerem filmes de fantasia que foram fracassos de bilheteria em maior ou menor grau. Ridley Scott, depois da Lenda, de 1985 só se recuperou com o Gladiador em 2000, então o vodu era bem grande mesmo.
E ,além do mais, é hilário o Peter Jackson falar que ele era uma escolha improvável sendo que ele próprio era um dos donos da empresa responsável pelos efeitos especiais que tornou a coisa possível e um desenvolvedor de software.Todo mundo sabe que um nível de controle tão grande assim com o know-how técnico requerido e a noção das potencialidades da tecnologia empregada , pra não falar das relações pessoais com quem a desenvolveu, pesa pra caramba em você ter condições técnicas pra dirigir o filme feito com ela. Isso fica óbvio analisando as biografias de Cameron, Lucas. Tim Burton e Alex Proyas por exemplo.
Isso tudo corre em paralelo com seus méritos estritamente cinematográficos mas não tem diretamente a ver com eles. O PJ dá uma de desingenuous se finge que não sabe que isso é verdade , tanto é que até hoje não saiu nem sequer um boato dizendo que alguém propõs pra ele tipo: "tá, topamos, mas quem dirigir deverá ser fulano de tal". Se ele fosse mesmo uma "escolha tão improvável" pode ter certeza que haveria alguém mais dizendo: "eu quase fui o diretor escolhido para aquele filme" Isso ficaria ótimo no currículo .
Além do mais, ele não tinha concorrência interessada em embarcar numa empreitada dessas, uma que implicava em ficar dois anos morando na Nova Zelândia onde os custos segundo PJ podiam ser 3 vezes menores. Stephen Spielberg já tinha tubulado com o resultado morno de Hook seis anos antes e George Lucas e Ron Howard já tinham desistido depois de Willow e Howard the Duck.
Agora é fato que, depois que a produção foi divulgada ( o seu " launched" e não lançada), o otimismo começou a ditar a tônica de todas as previews, interviews e análises com previsões.E é esse o ponto que estava sendo destacado pra vc o tempo todo que, inclusive, reflete o fato do Peter Jackson ser sim uma escolha que agradava à crítica especializada coisa que não parecia ser indicada nos seus posts.
Só agora ficou claro que os "críticos" aos quais vc se referiu são produtores e não críticos de arte, jornalistas e resenhistas da mídia. É por causa dessa discrepância semântica que eu e você tivemos dificuldade pra nos entender mutuamente e espero sim que , de fato, tanto eu quanto vc tenhamos aprendido alguma coisa nova com esse intercâmbio de informações.
See ya