Homem de Ferro 2[bb] inicia logo após os eventos do primeiro filme. Somos introduzidos ao vilão Ivan, que procura vingança por causa de um desafeto entre seu pai e o de Tony Stark.
É evidente desde o inicio desta sequela que existem muitos furos no roteiro, um introdutório sem fim de personagens secundários pouco desenvolvidos (com a desculpa que isso ocorrerá nos próximos arcos pretendidos pela Marvel Studios) e cheios de referências ao universo das HQs (tanto sobre outros heróis como as próprias histórias do Homem de Ferro) que fazem os fanboys do cinema soltarem gritos e risadas irônicas ao longo da projeção (e ao final dela, se você tiver paciência, após os créditos, mais uma dica do que está por vir nesse universo).
Há a falta de aprofundamento dramático, poucos detalhes são revelados sobre as toxinas que atingem o corpo de Stark, por mais relevante que seja a informação, em nenhum momento fica realmente claro (e vamos aí para a parte da dedução) se o que enche o organismo do protagonista de toxinas é o Paládio ou a vida de excessos.
Ignorando esses detalhes, o filme é bem divertido, segue a fórmula do primeiro: cenas cômicas, cenas de ação, um pouco de drama, um pouco de mistério, piadas e mais cenas de ação. Um vilão ameaçador, mas sem ser megalomaníaco, e movido apenas pela vingança pessoal. Tudo em dosagem certa. Outra coisa formidável dessa sequência é não apelar para heróis ou vilões que se autonomeiam (repare que o nome Chicote Negro ou Viúva Negra nunca é citado durante a projeção), mas em falas escolhidas com cuidado: “Tem certeza que você está pronto para ser uma Máquina de Combate?” (quando Máquina de Combate e Homem de Ferro se enfrentam).
Robert Downey Jr.[bb] ofusca qualquer outro personagem do filme e os dois que chegam mais perto é Sam Rockwell (sempre imperdível em papéis caricaturais, criando um “vilão” a altura do egocentrismo e excentrismo de Tony Stark) e Samuel L. Jackson[bb] (que parece um Jules de Pulp Fiction com tapa olho). Pepper continua encarnada na totalmente sem sal Gwyneth Paltrow (que tem lá sua química com Downey Jr.) e Scarlett Johansson[bb] que tem ótimas cenas de ação e, se não me engano, é a única personagem a não fazer piadas durante o filme.
O filme é ruim? Longe disso. É um ótimo exemplar para quem gosta de ação com pitadas de humor sob medida e personagens carismáticos.
E levando em consideração as ambições da Marvel[bb] (e o empenho de Jon Favreau em expandir o universo em um único filme) de cruzar todas as suas novas franquias (vem aí Capitão América e Thor) em um filme gigantesco (sem exageros, não vamos chamá-lo de épico ainda) esse é um exemplar de que franquias podem se estender e ligar-se entre si (sem essa de spin-off, isso está fora de moda, né, Elektra?).
Postei lá no
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