É que, ao menos na minha cabeça, a exploração espacial não seria o TEMA CENTRAL do jogo. Faria parte, é claro. Mas não seria aquele lance de "to boldly go where no man has gone before".
O lance do XXI é referência ao século sim. Porque tinha toda aquela mística em torno do ano 2000, com carros voadores, naves espaciais, etc.
Eu curti a proposta do Armitage em trocar os atributos por heroísmo, esperteza, etc. Poderíamos adicionar coisas como manha, charme, força bruta, ousadia, determinação...
Acho que a gente podia selecionar uns 5 ou 6 básicos pra servirem como arquétipos de personagem e, a partir deles, ir abrindo ramificações de poderes a partir daquele arquétipo.
O típico herói pulp é um canastrão de marca maior, é um personagem bem estereotipado. Acho que a idéia de se trabalhar em cima de arquétipos é interessante.
A idéia era minha, mas tudo bem... agora é de domínio público.
Bem, os "Atributos Dramáticos" que eu considero mais básicos são:
Heroísmo: sua chance de sair vivo. Afinal de contas, os heróis nunca são atingidos, não é mesmo?
Sorte: chance das coisas darem certo para você - sobretudo idéias mirabolantes, planos malucos e façanhas ousadas
Esperteza: para enganar e não ser enganado (não apenas diretamente - armadilhas e disfarces, por exemplo)
Ciência: tanto o nível de desenvolvimento da sua cultura (vai desde selvagem até civilização transcendental futurista) quanto a sua capacidade de lidar com coisas científicas e tecnológicas em geral
Determinação: capacidade de resistir a dano não letal (ou seja, coisas que não sejam "acertou, matou": socos, facadas, condições ambientais adversas, etc)
Aí ficaria mais ou menos assim os estereótipos: Esperteza seria o herói tipo Scoundrel, que usa de ardis e sempre tem uma carta na manga. Ciência seria bem o tipo Cientista, que sempre sabe com que está lidando, formula hipóteses e lida com equipamento avançado. Determinação seria o herói cabeça-dura, esquentado e brigão. Sorte e Heroísmo se combinariam para fazer o herói típico, mais canastrão, que tudo sempre dá certo para ele, sempre se dá bem... a diferença seria que Sorte seria mais ousado.
Fica a dúvida se precisaria de ter atributos físicos (força, beleza, rapidez, etc) e perícias (coisas que ele sabe fazer). Nesse gênero, isso não faz exatamente diferença. Na hora da porrada, o herói se vira - ele não tem que ser forte. Não tem um herói que seja perito em disfarces, mas se eles querem se disfarçar para escapar eles vão e se disfarçam. A única coisa do gênero que parece ter importância é a "profissão" do herói: artilheiro, mecânico, médico, piloto de avião, linguista...
E, para terminar, não consigo imaginar evolução de personagem neste cenário... talvez mudar um ponto para outra coisa, mas não ganhar mais pontos.
E a idéia da Fronteira não era fazer um mundo de exploração espacial - era fazer um lugar onde as coisas não estão restritas ao universo normal. Dá para encher de mundos estilo Jornada nas Estrelas - mundo Monte Olimpo, mundo Jardim do Éden, mundo Gângster, mundo Guerra Fria, mundo Seja-Testado-Por-Alienígenas... e lugares onde simplesmente se encontram seres de vários mundos, estilo taverna intergalática.