str1ker
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Talvez John McManey não fosse exatamente do tipo que se costuma chamar de “bom moço”. É fato que nunca atropelou velhinhas ou esfaqueou vendedores ambulantes, mas a ausência de tais atitudes monstruosas não bastam para anular inúmeras outras falhas no seu caráter.
John jamais deu esmolas.
Nunca, em suas mais de 30 voltas ao redor do sol, praticou qualquer ato de generosidade, mesmo que à sua volta abundassem pessoas carentes. É bom que fique claro que não o fazia por mal, ou falta de compaixão. Simplesmente era algo que não passava de modo imperativo pela sua cabeça, já que estava sempre com pressa, com a cabeça mergulhada em compromissos importantes e documentos à serem tirados com urgência. Ou seja, os pobres mendigos que enfeitavam o cenário passavam tão despercebidos, que, para John, seria indiferente se estivessem no Arizona jogando pôquer ou caçando búfalos.
Mas, enfim, negligenciar inconscientemente ajuda financeira não serve para qualificar por si só alguém como mal. Deveria haver algum outro defeito, algum grande defeito que justificasse aquilo tudo. “O que eu fiz?!” – refletia John, quando o curto tempo que lhe fora dado esgotou-se. O Diabo estava agora na sua frente e lhe fitava os olhos de modo amedrontadoramente singular e sinistro. “Você sabe porque está aqui, não?”, perguntou ele com sua voz grave e robótica.
John não sabia.
(continua....)
John jamais deu esmolas.
Nunca, em suas mais de 30 voltas ao redor do sol, praticou qualquer ato de generosidade, mesmo que à sua volta abundassem pessoas carentes. É bom que fique claro que não o fazia por mal, ou falta de compaixão. Simplesmente era algo que não passava de modo imperativo pela sua cabeça, já que estava sempre com pressa, com a cabeça mergulhada em compromissos importantes e documentos à serem tirados com urgência. Ou seja, os pobres mendigos que enfeitavam o cenário passavam tão despercebidos, que, para John, seria indiferente se estivessem no Arizona jogando pôquer ou caçando búfalos.
Mas, enfim, negligenciar inconscientemente ajuda financeira não serve para qualificar por si só alguém como mal. Deveria haver algum outro defeito, algum grande defeito que justificasse aquilo tudo. “O que eu fiz?!” – refletia John, quando o curto tempo que lhe fora dado esgotou-se. O Diabo estava agora na sua frente e lhe fitava os olhos de modo amedrontadoramente singular e sinistro. “Você sabe porque está aqui, não?”, perguntou ele com sua voz grave e robótica.
John não sabia.
(continua....)