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Decifrado um dos maiores tesouros da Antiguidade!

Tilion

Administrador
Decodificado por fim: o "cálice sagrado clássico" que pode reescrever a história do mundo

Cientistas começam a desvendar os segredos de pedaços de pergaminhos que contêm palavras há muito perdidas dos gigantes literários da Grécia e de Roma

Por David Keys e Nicholas Pyke

17 de abril de 2005

Por mais de um século, ela tem causado excitação e frustração na mesma medida: uma coleção de escritos gregos e romanos tão vasta que poderia redesenhar o mapa da civilização clássica. Se ao menos ela fosse legível.

Agora, em uma reviravolta descrita como o equivalente clássico da descoberta do cálice sagrado, cientistas da Universidade de Oxford empregaram tecnologia infravermelha para abrir o tesouro, conhecido como os Papiros de Oxirrinco, e, com ele, a esperança de que centenas de comédias, tragédias e poemas épicos gregos sejam revelados em breve.

Apenas nos últimos quatro anos, os classicistas de Oxford usaram tal tecnologia para fazer uma série de descobertas surpreendentes, que incluem obras de Sófocles, Eurípedes, Hesíodo e de outros gigantes literários do mundo antigo, perdidas por milênios. Eles acreditam inclusive que provavelmente encontrarão evangelhos cristãos perdidos, os originais dos quais sendo escritos por volta da época dos livros mais antigos do Novo Testamento.

Os documentos originais em papiro, descobertos em um antigo depósito de entulho no Egito central, freqüentemente são ininteligíveis a olho nu – deteriorados, comidos por traças e escurecidos pela passagem do tempo. Mas cientistas usando a nova técnica fotográfica, desenvolvida a partir de captação de imagens por satélite, estão trazendo os escritos originais à tona. Acadêmicos aclamaram-no como um desenvolvimento que poderia levar a um aumento de 20% do número de grandes obras gregas e romanas em existência. Alguns estão até prevendo uma "segunda Renascença".

Christopher Pelling, Professor Régio de Grego na Universidade de Oxford, descreveu as novas obras como "textos centrais sobre os quais estudiosos têm especulado há séculos".

O Professor Richard Janko, um proeminente estudioso inglês, anteriormente da Faculdade da Universidade, Londres, agora diretor de clássicos na Universidade de Michigan, disse que "Geralmente, temos sorte de ter uma dessas descobertas por década". Uma descoberta em particular, uma passagem de 30 versos do poeta Arquíloco, do qual apenas 500 versos restam no total, é descrita como "inestimável" pelo Dr. Peter Jones, autor e co-fundador da campanha Amigos dos Clássicos.

Os fragmentos em papiro foram descobertos em depósitos históricos no exterior da cidade greco-egípcia de Oxirrinco ("cidade do peixe de nariz pontudo"), no Egito central, no fim do século XIX. Calculado em 400.000 fragmentos, armazenados em 800 caixas na Biblioteca Sackler de Oxford, é o maior tesouro de manuscritos clássicos do mundo.

Os textos anteriormente desconhecidos, lidos pela primeira vez semana passada, incluem partes de uma tragédia há muito perdida – a Epigonoi ("Progênie"), do dramaturgo grego do século V a.C. Sófocles; parte de um romance perdido do escritor grego do século II d.C. Luciano; materiais desconhecidos de Eurípides; poesias mitológicas do poeta grego do século I a.C. Partênio; obras do poeta do século VII a.C. Hesíodo; e um poema épico de Arquíloco, um sucessor de Homero do século VII a.C., que descreve eventos que levaram à Guerra de Tróia. Materiais adicionais de Hesíodo, Euripídes e Sófocles quase que com certeza aguardam serem descobertos.

Acadêmicos de Oxford têm trabalhado junto com especialistas em infravermelho da Universidade Brigham Young, Utah. A operação deles provavelmente aumentará o número de grandes obras literárias remanescentes, completas ou parcialmente, do mundo antigo grego em 1/5. Isso facilmente dobraria o corpo remanescente de obras menores – a ficção popular e as sitcoms da época.

"A coleção Oxirrinco é de uma importância sem paralelos – especialmente agora que ela pode ser lida totalmente e de modo relativamente rápido", diz o acadêmico de Oxford que dirige a pesquisa, o Dr. Dirk Obbink. "O material esclarecerá praticamente cada aspecto da vida no Egito helênico e romano e, por extensão, no mundo clássico como um todo."

A reviravolta despertou também a imaginação de comentaristas culturais. Melvyn Bragg, autor e apresentador, diz que "Essa é a notícia mais fantástica. Há duas coisas aqui. A primeira é o quão imensamente influentes os gregos foram na ciência e nas artes. A segunda é o quão pouco de suas obras nós temos. A possibilidade de ser ter mais para ver é maravilhosa".

Bettany Hughes, historiadora e apresentadora, que apresentou séries de TV que incluem Mistérios dos Antigos e Os Espartanos, diz que "Os depósitos de entulho egípcios eram minas de ouro. O corpus clássico é como um quebra-cabeça adquirido em um bazar – muito mais peças faltando do que presentes. Os estudiosos sempre lamentaram a perda de obras de gênios – peças de Sófocles, outros poemas de Safo, épicos. Essas descobertas prometem modificar o mapa textual das eras de ouro da Grécia e de Roma".

Quando tudo tiver sido lido – principalmente em grego, mas algumas vezes em latim, hebraico, cóptico, siríaco, aramaico, árabe, núbio e persa primitivo –, o novo material provavelmente somará cerca de cinco milhões de palavras. Textos decifrados nos últimos dias serão publicados no mês que vem pela Sociedade de Exploração do Egito, baseada em Londres, que financiou a descoberta e é dona da coleção.

(Fonte: The Independent)

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Não vejo a hora de colocar as mãos, e os olhos, nessas preciosidades! :babar:
 
Gabriel disse:
Os documentos originais em papiro, descobertos em um antigo depósito de entulho no Egito central, freqüentemente são inteligíveis a olho nu – deteriorados, comidos por traças e escurecidos pela passagem do tempo. Mas cientistas usando a nova técnica fotográfica, desenvolvida a partir de captação de imagens por satélite, estão trazendo os escritos originais à tona.

:o?:
 
É a notícia mais foda do último século... todos os historiadores do mundo devem estar querendo fazer parte disso agora...ai...ai.
Saber em primeira mão as informações perdidas à milênios... :obiggraz:
 
8O 8O 8O Pelo sutiã cromado de Kelly Osbourne...nunca imaginei que isso seria possivel....estou totalmente estasiado essa é a noticia mais...legal do ano....não estou acreditando....
 
Parecem ser muito interessantes esses textos. :) E a tecnologia avançando como sempre.
 
Essa é a maior descoberta que eu ouvi falar nos últimos tempos.

Já pensou ler novos clássicos?

Será que desses fragmentos conseguirão tirar alguma obra completa e inédita? :? (para nós lógico)

p.s. como não ouvi falar nisso antes?
 
Uma das coisas que já se descobriu estudando os tais pergaminhos de Oxirrinco é que segundo o Novo Testamento, escrito em grego, o número da besta é 616 e não 666.
Quem diz isso é o professor Ellen Aitken, da McGill University, no Canadá.
 

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