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[L] [Skylink] [Os canapés]

Skylink

Squirrle!
Sabe... Há pouco tempo atrás, eu até que estava contente com esse meu trabalho; mesmo ele significando apenas canapés, canapés e mais canapés. Mas um dia, numa daquelas festas tri comuns de família, eu acabei mudando um pouco de idéia...

Assim, era algo completamente comum: as pessoas riam e conversavam, alegres e distraídas (algumas também bêbadas), o aniversariante dava passos inseguros e não tinha a mínima noção de onde deveria estar e as crianças brincavam pelos cantos. Ah, sim, também havia uma mesinha esplendidamente decorada e enfeitada, com docinhos por toda a volta e... Ah!, os canapés, os meus lindos canapés...

Entretanto, havia também algo diferente naquela comemoração. Tudo parecia completa e absolutamente normal, exceto por um menino. Um menino de cabelos curtos e negros, lábios um pouco acentuados e óculos escuros, que parecia me fitar continuamente enquanto movia a cabeça, embora eu não pudesse ver por onde seus olhos passeavam por detrás da lente.

Mas bem, com um pouco de tempo, logo vieram os parabéns e o desejo, um rápido assoprar de velinhas e o fulminante ataque à comida, por parte de quase todos ali presentes, e nesse meio tempo eu perdi o menino de vista. Mais tarde, houve quem falasse de um fantasma naquela festa, uma fantasia que foi rapidamente ignorada e atribuída simplesmente aos que haviam ficado “alegres” demais.

Eu, de minha parte, tinha deixado o local meio balançada, encucada com aquele menino que parecia me observar. Mas não liguei mais, e continuei meus afazeres de sempre. Passei por alguns lugares, revi velhas memórias e depois me dirigi para a reunião da minha turma, uma galera assim, tri legal, sabe?

Lá a gente conversou e tal, como de costume, e cada um jogou conversa fora por um longo tempo. Mas também teve a parte séria do negócio, e a gente relatou como andavam as coisas, o que cada um estava fazendo e outros troços. Só que foi bem mais tarde, afinal tínhamos tempo sobrando.

Quanto ao lugar, ele era um pouco escuro tal, mas isso era de praxe em reuniões desse tipo. Precisávamos de um lugar seguro e sem barulhos para conversarmos de assuntos sérios, que eram o que movia e significa a nossa própria existência nesse tempo.

E assim, sabe, foi que eu acabei sabendo, outro dia, da história de um pai desesperado com a situação do filho, um menino mimado e aparentemente sem futuro algum que não fosse o pior. Mas enfim, após uma breve ponderação, o pai resolveu dar um susto de verdade no moleque de dezoito anos. E... não é que funcionou!? Por incrível que pareça, o rapaz acabou tomando juízo na vida e hoje já é um baita empresário!

Mas então, voltando à minha rotina, eu continuei o meu trabalho num intervalo de algumas semanas (sabe, nem sempre tem uma festa que realmente vale a pena.) Só que após umas duas ou três, lá estava o menino novamente. Novamente me fitando, provavelmente me perscrutando com seu olhar, embora ainda continuasse com seus óculos escuros. E eu me deixei ficar absorvida pela face dele, completamente alva e bela, durante um momento, e eis que ele parecia sorrir para mim. Mas então vieram as palmas, os gritos de parabéns, o assoprar de velinhas, e ele já havia sumido no meio de todas aquelas pessoas enquanto eu ainda me ocupava da comida.

Passou mais um tempo, menor agora, e eis que noutra festa lá estava ele mais uma vez, e em outra e mais outra, e assim sucessivamente. Em todas também havia o registro de visões fantasmagóricas ou de outro mundo, mas isso nem me importava. Aquele menino me absorvia, me encantava com seu jeito quase que tímido, mas também me preocupava um pouco.

Eu procurei ajuda do pessoal, pra saber como lidar com isso e tal. Mas eles simplesmente riram, e disseram que era impossível algo desse tipo. Eu fiquei mais tranqüila depois disso, afinal a experiência deles era muito mais vasta que a minha. Mas enfim, houve mais uma festa, a última na qual eu vi aquele menino.

E lá estava ele de novo, com seu lindo rosto claro e sua pele branquinha, além do cabelo arrumadinho. Só que dessa vez ele estava sem os óculos, e eu pude ver claramente os olhinhos escuros me fitando, curiosos e inquietos. Cansada de ficar na dúvida com aquilo, eu fiz um sinal chamando ele pra perto. E ele veio, afinal, parou logo do meu lado, sorriu um pouco e me disse:

-Sabe, tia, você tem que treinar um pouquinho mais nesse teu negócio de assustar. Eu sempre acabo rindo antes do bolo, na hora dos canapés, mas não gosto de demonstrar. Sabe como é, né? – falou, enquanto olhava em volta e sorria mais uma vez
 
Gostei muito desse texto, bem diferente do que voce geralmente escreve, mas ficou ótimo! Adorei a idéia.. rss. "Uma alma que tenta ser pop sendo assombrada...."


Canapés.... canapés...
 
Gostei muito do texto, a linguagem simples, as gírias e tudo mais... deu um aspecto muito "real" na história toda, os contrastes tb. Ficou tri legal Sky :D
 
Gostei bastante do seu texto Sky. A linguagem informal soou muito bem e a história é bem legal. :clap:
 
Ei!! nao vale!! =P

Eu q dei a ideia e inda falei q podiamos escrever alguma coisa juntos, e vc jah fez tudo... bah............


pelo menos ficou muito bom pra caramba
:mrgreen:
 

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