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Um Hobbit Preto n’O Senhor dos Anéis da Amazon

Que profundidade tu viu naquela dissertação da Crossley, Ilmarinen? Rei Arthur do Fuqua virou filme cult agora? O que ela fez ali é uma colcha de retalhos mal e porcamente linkados com os filmes do PJ e os livros do Tolkien.

O mesmo tipo de texto que critiquei no post anterior, puro anacronismo que parte de questões sociais de épocas bem diferentes e separadas por milênios, com o ciclo arturiano da busca do Gral e da falta de representatividade em um livro de fantasia cujo objetivo era criar um mito de um passado para a ilha inglesa.

E porque cargas d'água não usam o que foi produzido nas ex-colonias inglesas por autores nativos que tenham estudados as crendices, mitos e crônicas que não tenham saído de la?

Repondo, não é interessante e não tem o mesmo alcance. E a própria Maldonado já disse que cagou pro que Tolkien pensava. Ela quer a paródia da Amazon do jeito dela.
 
Pra mim o take da Laura não é criticar o Fuqua ou o PJ ( ou o Tolkien) por causa de suposta falta de representatividade. O dela se refere a discutir como os filmes e o material fonte se conectam com as tensões e questões atuais ligadas à dinâmica do multiculturalismo e como a percepção lacunosa ou enviesada disso foi usada pela Direita Radical pra impulsionar a sua agenda.

The Return of the (Once and Future) King: Tolkien's
Ring, Arthur's Round Table, and Unholy Grail
Quests

E porque cargas d'água não usam o que foi produzido nas ex-colonias inglesas por autores nativos que tenham estudados as crendices, mitos e crônicas que não tenham saído de la?

Quanto à questão de pq ainda não usam os mitos e lendas ligados às minorias étnicas na escala monumental em que adaptam a mitologia de Arda tem a ver, também, com o fato de que não são esses mitos e lendas que estão sendo usados como força motivadora idealista por uma minoria reacionária. O Legendarium do Tolkien estava ficando estigmatizado por essa cooptação. Injetando a diversidade e o multiculturalismo à força no material, amplificando e realçando o que já estava lá em forma embrionária, eles o tornam "corrupto" pros propósitos dessa galera supremacista ( vide as reações do fórum do Stormfront ao Rings of Power) além de ganhar dinheiro com uma IP já tornada popular e difundida no mundo todo. Pq HÁ MUITO TEMPO que SdA e Tolkien já deixaram de ser só "uma mitologia pra Inglaterra" ou só pro Noroeste da Europa.

Os textos da Laura, no meu entender, são bem profundos no sentido de que eles mostram ou sugerem essa relação de causa e efeito sem o discurso raivoso e ideológico que está pautando os escritos mais "engajados" da Maldonado*. Até se chamar de Bruxa de Angmar no Twitter ela se chamou.


*Até pq ela ainda não escreveu nada sobre a série da Amazon mesmo mas eu vou gostar de conferir quando e se ela o fizer.
 
Última edição:
Está me dizendo que o Jeff Bezos percebeu nos textos proféticos de 2015 essa nefasta aproximação dos supremacistas na obra do Professor e decidiu, junto com os guerreiros da virtude, encher a série de tanta panfletagem progressista para correr essa galera da cabeça de cone...

Nem tu acredita numa sandice dessas, Ilmarinen. Tanto é que correu da área de quadrinhos e nem toca no assunto da atual situação das duas editoras. E estamos falando de entretenimento que, de 2016 pra cá, os cabeças brancas socialistas e a tropa do cabelo azul saíram numa cruzada desenfreada para inserir pautas ideológicas em tudo que é forma de mídia. Boas histórias? Pra quê?

E ainda ficam requentando polêmicas de décadas passadas ocorridas em outro pais para aproveitar o hype da série da Amazon. Diferente daquela época, hoje temos acesso as fontes de onde esse pessoal tira e replica esse discurso.
 
Está me dizendo que o Jeff Bezos percebeu nos textos proféticos de 2015 essa nefasta aproximação dos supremacistas na obra do Professor e decidiu, junto com os guerreiros da virtude, encher a série de tanta panfletagem progressista para correr essa galera da cabeça de cone...
Não, quis dizer que a galera toda da Amazon, querendo ganhar dinheiro e escoimar o conteúdo tolkieniano desse viés ideológico embutido na estética do material fonte( e cooptado pela direita radical) , adotou o take dos showrunners que, eles sim, podem ter se inteirado dessas questões em cima de materiais como o da Laura que fizeram a cobertura das reações midiáticas aos filmes do PJ.

E, claro, que tudo se dá tb por causa da intenção de manter a IP lucrativa ressonante e expurgada de cooptação supremacista ao mesmo tempo.

Eu não acho que o Bezos seja um "humanitário", altruísta bonzinho, e tb não sou ingênuo de achar que as pautas ideológicas da esquerda sejam inseridas sem a vontade de auferir lucro nos termos já discutidos lá atrás. Mas consigo entender de onde vem a necessidade estética e ideológica de não deixar a obra do Tolkien virar "ponto de concentração" pros ideólogos da extrema direita via difusão audiovisual já que às vezes, há que se escolher o menor de dois males: Reinvenção "anacrônica" do Medievalismo romântico segundo padrões aceitáveis pelas pautas da esquerda contemporânea, multiculturalista e globalizada, ou Exacerbação Fascistóide do núcleo de Nacionalismo e culto ao passado embutido na Fantasia Medieval como instrumento de arregimentação pra reacionários WASP? Diante desse cenário "escolha de sofia" eu fico com a primeira opção. Sob protestos a respeito de só ter essas duas. Exatamente como está pra acontecer na nossa próxima eleição pra presidente.

Para nós, no Brasil o efeito disso pode ser pouco mas nos países onde o material é produzido as Guerras culturais atingiram um vulto tal ao ponto de propiciar até a invasão do Capitólio. Na comparação o que rola aqui é fichinha. Em 1876, no lançamento da ópera Anel do Nibelungo, quem ia pensar que Richard Wagner ia virar a soundtrack do Holocausto Judeu?


Brexit Symptom of Tolkien’s New English Mythology
Eu achei melhor curtir o que eu estava lendo do que discorrer sobre o conteúdo, uma vez que a gente sabe que as sensibilidades discrepantes dificilmente vão encontrar um denominador comum onde elas realmente colidirem. Tb a diversidade do material andou aumentando muito ao ponto de ficar difícil de acompanhar. Eu gostei do que andei lendo do Hickman e CIA em X-Men e achei legal a diversificação da Wonder Woman Franchise. Mas eu estou, sim, dando um tempo com a Rebootação Frenética do DCU e só agora andei fazendo um catch-up com as novas reestruturações de cânon.
Eu tenho esperança de que, com o tempo, tanto os excessos* da Esquerda "esquerdopata" quanto da Direita "direitoputa" se atenuem pra deixar um middle ground ou "terra-média" onde uma curtição menos "politizada" do entretenimento possa ser obtida ou reavivada sem medo de hack'n slash com machetes de discurso ideológico radical. Ou que deem essa impressão quando feitas via screens digitais.

*tanto os discursivos quanto os narrativos inseridos em produções midiáticas.
 
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Isso vai terminar tão mal. Ninguém está notando a armadilha a qual estão sendo levados. Quando perceberem será tarde demais. Eu não debato essa questão porque percebo muito bem o que se passa e só tenho uma pergunta: como estão as aulas de russo?

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Que profundidade tu viu naquela dissertação da Crossley, Ilmarinen? Rei Arthur do Fuqua virou filme cult agora? O que ela fez ali é uma colcha de retalhos mal e porcamente linkados com os filmes do PJ e os livros do Tolkien.

A noção de destacar as influências e ressonâncias arturianas no SdA como um modo de, relacionando Aragorn com Arthur, destacar o aspecto multiculturalista e inclusivo do reinado de Elessar em contraste com a percepção de que ele seria um sancionador de genocídio orquico ou easterling não foi a meu ver nem um pouco infundada. E encontra, sim, paralelo no take estético do Fuqua, onde a pintura dos pictos e sua inclusão na história ecoa, como antagonistas que são integrados e reconciliados com o "invasor" celto-romano, talvez não tão coincidentemente, as tatuagens dos Uruk-hai.


É o tipo de coisa que costuma ser o elefante no meio da sala que muita gente não gosta de comentar até pq, no esforço de "saxonizar" Arthur, parte da crítica até mesmo em inglês passa por cima da questão dos débitos arturianos da Terceira Era do Legendarium. Isso, pra mim, não só foi denso e "profundo"no texto da Laura como algo corajoso pq passa por cima de um montão de verdades incômodas que o pessoal de língua inglesa gosta de ignorar. Ou gostava até há pouco mais de meia década atrás.
 
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Agora levou a coisa pro lado do realismo fantástico, Ilmarinen. Exarcebação fascistóide? Genocídio orquico? Ninguém tá falando disso em lugar nenhum além dos autores adeptos da dialética estética que enxergam injustiças até no vento que sopra.

Quem tá pautando essas questões desde 2003 é quem saiu das aulas de sociologia com a cabeça enxarcada de críticas a qualquer obra ou veículo impresso. Já saem esclarecidos e enxergando padrões de homogeneização na indústria cultural. E fazem questão de rotular quem discorda dessa visão binária de luta contra o fascismo como se tal ideologia estivesse em todas as esferas sociais. Só no mundo imaginário do Conto da Aia isso acontece.

Que raio de verdade incômoda é essa naquele filme meia boca do Fuqua? É tão perturbador que nem notei e duvido que tenha gerado algum debate que valesse a pena acompanhar. Até Matrix tem melhor desenvolvimento do que o Arthur pós-moderno.

Só tô sabendo disso através de você, que desencavou essa dissertação cheia de apuds e et al pra ganhar nota alta em sociologia. É tanta citação da citação que nem dá pra saber onde tá a opinião da autora de tantas escoras e muletas no texto.

E ficar ressaltando multiculturalismo em um período onde romanos, saxões, bretões, celtas se alternavam pela disputa de terras é insano. Ninguém ficava dando rolê pra conhecer a cultura da tribo estrangeira. Todos ali eram passíveis de serem mortos ou escravizados, dependendo do acerto entre as alianças entre clãs rivais.

E fantasia é escapismo, entretenimento. Ninguém compra ingresso e pipoca caros pra assistir duas horas de palestra sobre a problemática da falta de melanina e cabelo black power em filme de elfos, anões e dragões. Pra isso existe sarau ou jornada literária.
 
Que raio de verdade incômoda é essa naquele filme meia boca do Fuqua? É tão perturbador que nem notei e duvido que tenha gerado algum debate que valesse a pena acompanhar. Até Matrix tem melhor desenvolvimento do que o Arthur pós-moderno.

A verdade incômoda não é no filme do Fuqua em si mas na "leitura" que traça paralelo entre o Arthur e o Aragorn, sendo esse paralelo de um tipo que o pessoal que a Laura estava contestando no seu artigo costuma ignorar completamente. Mas isso só fica claro pra gente que lê realmente os livros do Tolkien coisa que os críticos mencionados não faziam, se pautando só nos filmes do PJ. Erro esse que ela não comete.

O destaque que ela dá ao multiculturalismo não é nas civilizações antigas retratadas historicamente, mas no ideário da fantasia e da legenda arturiana recriando esse tipo de ambiente com o fito de deixar uma mensagem construtiva pra contemporaneidade. O lance é que os críticos que como, vc mesmo mencionou, só viam ou veem uma face da moeda, não reconheciam esse aspecto em Tolkien mas ele está presente na tessitura da obra.


É o tipo de coisa abaixo que o PJ se esqueceu de colocar no filme que humaniza a resistência "cruzada" do SdA.

In the days that followed his crowning the King sat on his throne in the Hall of the Kings and
pronounced his judgements. And embassies came from many lands and peoples, from the East and
the South, and from the borders of Mirkwood, and from Dunland in the west. And the King
pardoned the Easterlings that had given themselves up, and sent them away free, and he made
peace with the peoples of Harad; and the slaves of Mordor he released and gave to them all the
lands about Lake Núrnen to be their own.
Gostei da FAQ no link abaixo apesar do bias pró série da Amazon aqui:

 
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Resumindo toda a panfletagem do post, como agora a Amazon tem influência e dinheiro, todas aquelas demandas que estavam restritas a debates em círculos de discussão sobre o que Tolkien e PJ não abordaram em seus trabalhos, agora querem meter todos as mais recentes pesquisas sobre povoamentos e assentamentos na era pré-medieval em uma série de fantasia por roteiristas com pouco ou nenhum talento. A maioria está ali por mera indicação.



Eu acho bem pouco provável que essa equipe tenha realmente se aprofundado em todas estas questões. Vão fazer igual ao que fizeram em Star Wars, pontuar algumas palvras-chaves de suma importância como BIPOC e jogar o resto no lixo.
 
Agora levou a coisa pro lado do realismo fantástico, Ilmarinen. Exarcebação fascistóide? Genocídio orquico? Ninguém tá falando disso em lugar nenhum além dos autores adeptos da dialética estética que enxergam injustiças até no vento que sopra.

Será mesmo que apropriação "fascistóide" de SdA é "realismo fantástico"?






Será que não acontece bem perto da gente, dentro da nossa sociedade brasileira e até mesmo dentro da comunidade de fãs de Tolkien frequentando o fórum? Será que é coisa que ficou restrita ao período de exibição do SdA do PJ e envolveu só segmentos reacionários de Direita do partidarismo britânico com medo das "hordas de imigrantes"?
We in the British National Party are organising politically to fight for the right
of the English, Scots, Welsh and Irish natives of these islands to retain control
of our own destiny and to preserve our own identity. That’s why we’ll be con-
testing every single seat in the country in June’s European Elections, calling
for Britain to be set free from the Eurocrats in Brussels/Mordor, and for an
immediate halt to the mass immigration which is turning our ‘Shire’ into an
overcrowded, over-developed slum like Isengard. (British National Party
2004, 2)


O Carl Hostetter, editor do Natureza da Terra-média, infelizmente, não é um pró-trumpista tendendo pro radical?

Se cooptação proto-fascista andou acontecendo num grau preocupante nos EUA, Itália e na Espanha em períodos recentes e em condições parecidas com as nossas atuais será que não poderia acontecer por aqui?

Deem uma olhada no tom dessa conversa aqui, na identidade de alguns dos participantes levando em conta sua vinculação com a pesquisa e divulgação tolkieniana no Brasil:


Sinceramente, eu até gostaria de achar que Tolkien está a salvo de cooptação pelo fascismo redivivo no Ocidente politizado contemporâneo e que isso é só um perigo imaginário mas...

mara wilson you have the right to believe whatever you want to believe GIF


Fato que eu vou destacar aqui: pesando os prós e contras, eu realmente acho que radicalismo "esquerdista", a médio-longo prazo, é menos pernicioso do que o radicalismo da extrema Direita e, se eu tiver que escolher entre um e outro e for isso mesmo que anda se refletindo nas adaptações das obras, nas mudanças de tom e direcionamento da Terra-média no domínio audiovisual...

Confetti Cest La Vie GIF by Little Mix
 
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Até onde sei, vai fechar quatro anos sem governo de esquerda no Brasil. E foram quase três décadas de governo socialista que culminaram no colapso de 2018. E aqui na minha cidade não foi diferente. Não existe esquerdismo menos pernicioso a longo prazo. A não ser que tenha morado fora do Brasil todo esse tempo.

Boa parte do star system de Hollywood e majoritariamente socialista, e brancos. E pela lógica, qualquer coisa que saia um milímetro desse espectro ideológico é taxado de fascista. E diferente daqui, todos têm suas posições políticas bem definidas. Aqui, estamos começando a descobrir o que é o Liberalismo, anarcocapitalismo e os pensadores da escola austríaca.

O que não deixa de ser verdade se levarmos em conta que o patrono da educação no Brasil se inspirou em Gramsci e está na grade curricular da faculdade... somos todos fascistas. Tudo dentro do Estado, nada fora do Estado.

Fala em cooptação de obras. Me cite uma que os progressistas tenham refeito segundo seus padrões multiculturais que tenha dado certo. Duas franquias já foram pelo caminho da virtude, as séries da CW também, os quadrinhos então, vendem como água gelada na Sibéria.

Mas a culpa disso, obviamente, é dos reaças fascistas que boicotam as adaptações. Nunca é dos roteiristas fracos, da direção tendenciosa que tenta imprimir uma visão particular e pobre de como trabalha a construção do mundo e dos personagens. E o mais legal, a criação de estereótipos e rótulos camuflados como diversidade e multiculturalidade em todo o tipo de filme, série ou quadrinhos.
 
Os socialistas estão chegando
Estão chegando os socialistas
Os socialistas estão chegando
Estão chegando os socialistas

Eles são discretos e silenciosos
Moram bem longe dos homens
Escolhem com carinho a hora e o tempo
Do seu precioso trabalho

São pacientes, assíduos e perseverantes
Executam segundo as regras herméticas
Desde a tributação, a taxação
A estatização e a revolução

Trazem consigo ancinhos
Foice, martelo e lança
Todos muito bem afiados
Evitam qualquer relação com pessoas
De temperamento sórdido
De temperamento sórdido

Os socialistas estão chegando
Estão chegando os socialistas
Os socialistas estão chegando
Estão chegando os socialistas

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E foram quase três décadas de governo socialista que culminaram no colapso de 2018. E aqui na minha cidade não foi diferente. Não existe esquerdismo menos pernicioso a longo prazo. A não ser que tenha morado fora do Brasil todo esse tempo
Governo socialista? A administração do PT não foi entre 2003 e 2018? 15 anos no lugar de trinta? O "direitismo" fascistóide do Bolsonaro não fez um estrago bem considerável em um terço desse tempo? Fez tudo de errado que o PT tb fez e ainda acrescentou uma pá de outros problemas por conta e benefício próprios?

Fala em cooptação de obras. Me cite uma que os progressistas tenham refeito segundo seus padrões multiculturais que tenha dado certo. Duas franquias já foram pelo caminho da virtude, as séries da CW também, os quadrinhos então, vendem como água gelada na Sibéria.

Honestamente, eu curti MUITO Star Trek Discovery. Tb acho a Kelvin timeline-reboot, a nova série pra cinema, bem legal e shipo o novo Capitão Kirk com o Spock e Uhura ao mesmo tempo. Não sou um subescritor da idéia de que a franquia Star Wars foi jogada na lama por causa da diversidade e gostei de diversas coisas da nova trilogia. A bilheteria* foi boa e, criativamente, eu achei que eles fizeram diversas coisas que, para mim, desceram bem. Lenda de Korra pegou algo que já era multicultural, o Avatar-Last Airbender e inseriu "progressismo" de uma maneira legal em coisas que já eram avançadas pro período em que foram feitas. E, sim, eu curti muito o novo She-Ra da Netflix e da Dreamworks.


*https://www.forbes.com/sites/scottm...ams-profits-fox-george-lucas/?sh=397373be6276


Idem pro He-Man do Kevin Smith, diga-se de passagem, embora, nesse caso em particular eles tenham, provavelmente, metido os pés pelas mãos com o marketing vs conteúdo.

Claro que as nosssa opiniões vão, necessariamente, variar, como é inevitável acontecer. Os comic books nos USA ficam numa posição tão particular em termos do conundrum da logística comercial vs o status das IPs que fica até difícil discutir ou avaliar**. Fato é que, nas linhas gerais, as baixas vendas tem a ver com muitos outros fatores que nada tem a ver com boicote da direita e nem com cooptação pela esquerda. Mas, sim, na base do hit and miss, eu gostei de diversas das coisas feitas por Marvel e DC nos últimos anos independente do sucesso ou fracasso de vendas ( Justice League Dark, X-Men do Hickman, muitas coisas da Wonder Woman Pós Rebirth).

**
E a Mulher Maravilha do George Pérez, Len Wein e Greg Potter (de 1987-1992), da qual nós dois gostamos, pra quem leu todos os cinco anos, fica fácil constatar, foi um reboot "lacrativo" e progressista que fez, já nos anos oitenta, trocentas das coisas que estão, provavelmente ou já comprovadamente, querendo colocar no Legendarium de Tolkien: amazonas multiraciais, um Dark Lord "redimivel" ou "simpático", personagens LGBTQ, histórias com analogias e alegorias criticando ou refletindo política contemporânea, desconstrução de algumas idéias fossilizadas do período Pré-Crise como a identidade secreta ou o interesse amoroso como gancho pra vinda da WW pro "nosso" Mundo Patriarcal e etc.
 
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Len Wein e Pérez estão num patamar bem acima do que é feito hoje. Quero que me diga um nome do staff da série da Amazon com o mesmo calibre dos dois, aí mudo rapidamente minha opinião.

E o que foi feito depois nas revistas da WM? Nenhum conseguiu criar uma linha stand alone que seguisse por si própria como acontece com o Batman que, aliás, é o único que tá no top dez de vendas. A situação da amazona é tão bizarra que já cancelaram a revista da Yara Flor sem aviso. Não era ruim. Mas não emplacou e nem fugiu da sombra da Diana. Núbia ainda tô pensando se vou ler.

Last Airbender foi muito bem feito e executado, coisa que deixo bem apontado nas críticas as atuais produções que se preocupam mais com o discurso do que com o enredo.

Não há na DC ou na Marvel um corpo de editores que faça uma avaliação criteriosa do que é bom ou não para a empresa. Até os desenhos de capa e arte interna são pavorosos, é uma amalgama do estilo do Liefield com CalArts. E textão. Puta que pariu, páginas e páginas de balão meteorológico de discurso.

E toda essa celeuma poderia ser evitada se tivessem um mínimo de assessoria de marketing que ao invés de promoverem o material para gerar engajamento, preferem militar no Twitter contra bigots e incels nerdolas.
 
Até onde sei, vai fechar quatro anos sem governo de esquerda no Brasil. E foram quase três décadas de governo socialista que culminaram no colapso de 2018. E aqui na minha cidade não foi diferente. Não existe esquerdismo menos pernicioso a longo prazo. A não ser que tenha morado fora do Brasil todo esse tempo.

Boa parte do star system de Hollywood e majoritariamente socialista, e brancos. E pela lógica, qualquer coisa que saia um milímetro desse espectro ideológico é taxado de fascista. E diferente daqui, todos têm suas posições políticas bem definidas. Aqui, estamos começando a descobrir o que é o Liberalismo, anarcocapitalismo e os pensadores da escola austríaca.

O que não deixa de ser verdade se levarmos em conta que o patrono da educação no Brasil se inspirou em Gramsci e está na grade curricular da faculdade... somos todos fascistas. Tudo dentro do Estado, nada fora do Estado.

Fala em cooptação de obras. Me cite uma que os progressistas tenham refeito segundo seus padrões multiculturais que tenha dado certo. Duas franquias já foram pelo caminho da virtude, as séries da CW também, os quadrinhos então, vendem como água gelada na Sibéria.

Mas a culpa disso, obviamente, é dos reaças fascistas que boicotam as adaptações. Nunca é dos roteiristas fracos, da direção tendenciosa que tenta imprimir uma visão particular e pobre de como trabalha a construção do mundo e dos personagens. E o mais legal, a criação de estereótipos e rótulos camuflados como diversidade e multiculturalidade em todo o tipo de filme, série ou quadrinhos.
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Len Wein e Pérez estão num patamar bem acima do que é feito hoje. Quero que me diga um nome do staff da série da Amazon com o mesmo calibre dos dois, aí mudo rapidamente minha opinião.

Como já foi dito antes*, renome é relativo... Os irmãs Wachowski de Matrix, os brothers de Stranger Things, todo mundo já foi novato um dia. E todo grande "medalhão" com renome já deve ter produzido alguma grande mancada comercial ou criativa tb (e/ou sido sabotado no processo de fazê-lo). Não é por ter pouca coisa no curriculo que os roteiristas serão, necessariamente, incompetentes. A gente só vai poder avaliar a performance da galera da Amazon na hora que os episódios já estiverem sendo exibidos. Até lá, paciência. Eu estou cautelosamente otimista pq já "comprei"a proposta deles e já entendi e/ou aceitei o que eles querem e/ou podem fazer.

*
O que houve com a treta envolvendo Yara Flor, Nubia, Hipólita e Diana é coisa que abrange muito mais do que só venda de comic books. Tem a ver com toda a planificação que foi jogada fora com a saída do Dan Didio, as mudanças dentro da Time Warner e muito mais.

E eu mesmo ainda estou pra ler tudo. Mas o lance é.... eu CURTI as histórias. Não ligo se as vendas foram boas ou não. A arte, inclusive, deu um notável improvement em relação à média do que se via na década passada

Achei que elas e eles, os roteiristas da Diana, estão, no geral, fazendo histórias MELHORES do que as feitas por outros artistas mais renomados e com profile mais prestigioso que tinham pego o título recentemente.

A propósito: uma coisa que os artigos da Laura Crossley ressaltaram e eu concordo é que a Trilogia do SdA do Peter Jackson é, em grande parte, responsável por transformar ou tornar a IP do Tolkien num alvo mais palatável e "fácil" pra cooptação direitista fascistóide*, justamente cortando coisas pequenas mas importantes que mostravam a humanização, o altruísmo e a alteridade nos escritos do autor. A espiritualidade idem.

*Não que eu realmente ache que mais êxito nesse departamento teria dissuadido os realmente determinados a fazê-lo uma vez que transposição pra mídia audiovisual carrega isso como uma das contraindicações.

Inclusive, nesses quesitos a trilogia do Hobbit se saiu melhor*, na minha modesta opinião, motivo em função do qual eu posso até achar que os os SdA sejam melhor "cinema" mas, mesmo assim, GOSTAR mais do que foi feito no Hobbit. A montagem pro cinema privilegiou só a ação e a truculência*, deixando pouquíssima atmosfera ou encanto, pouco "silêncio" pra embalar os momentos de reflexão ou poesia. Eu curti bagarai Tauriel e Kili refletindo sobre o que encanta ou enternece o coração de anões e elfos

*comparem a sequência toda em volta da Ponte de Khazâd-Dum nos filmes e nos livros. Uma das poucas partes no livro onde o Tolkien se indulgiu no tradicional suspense preparador de duelo numa linguagem quase cinematográfica e que eles resolveram fazer? Cortaram a preview do embate pelo controle da porta na câmara de Mazarbul e acrescentaram uma passagem longa com a correria pela passarela quebradiça.

Agorinha mesmo estão discorrendo justamente sobre isso e eu tendo a partilhar boa parte desse ponto de vista. O Fandom devia parar de colocar a primeira trilogia do Jackson num pedestal e achar que a estética ou decisões narrativas feitas lá eram sacrossantas.


*


 
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Achei ofensiva essa caracterização feita por um ator racista incel que desvaloriza a representatividade da raça negra. Peça desculpas, lambe bolas de americano tetudo.

Recordar é viver:
"FHC e Lula: uma história de mais de 40 anos – Guia do Estudante" https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades/fhc-e-lula-uma-historia-de-mais-de-40-anos/amp/

Ajudando a esclarecer a piada interna ( eu ainda não vi o filme :D. Nem tinha reconhecido o Downey Jr. rs,rs )


E corrigindo o link que não estava abrindo:

 
Última edição:
Como já foi dito antes*, renome é relativo... Os irmãs Wachowski de Matrix, os brothers de Stranger Things, todo mundo já foi novato um dia. E todo grande "medalhão" com renome já deve ter produzido alguma grande mancada comercial ou criativa tb (e/ou sido sabotado no processo de fazê-lo). Não é por ter pouca coisa no curriculo que os roteiristas serão, necessariamente, incompetentes. A gente só vai poder avaliar a performance da galera da Amazon na hora que os episódios já estiverem sendo exibidos. Até lá, paciência. Eu estou cautelosamente otimista pq já "comprei"a proposta deles e já entendi e/ou aceitei o que eles querem e/ou podem fazer.

*
O que houve com a treta envolvendo Yara Flor, Nubia, Hipólita e Diana é coisa que abrange muito mais coisas do que só venda de comic books. E eu mesmo ainda estou pra ler tudo. Mas o lance é.... eu CURTI as histórias. Não ligo se as vendas foram boas ou não. A arte, inclusive, deu um notável improvement em relação à média do que se via na década passada

Achei que elas e eles, os roteiristas da Diana, estão, no geral, fazendo histórias MELHORES do que as feitas por outros artistas mais renomados e com profile mais prestigioso que tinham pego o título recentemente.

A propósito: uma coisa que os artigos da Laura Crossley ressaltaram e eu concordo é que a Trilogia do SdA do Peter Jackson é, em grande parte, responsável por transformar ou tornar a IP do Tolkien num alvo mais palatável e "fácil" pra cooptação direitista fascistóide*, justamente cortando coisas pequenas mas importantes que mostravam a humanização, o altruísmo e a alteridade nos escritos do autor. A espiritualidade idem.

*Não que eu realmente ache que mais êxito nesse departamento teria dissuadido os realmente determinados a fazê-lo uma vez que transposição pra mídia audiovisual carrega isso como uma das contraindicações.

Inclusive, nesses quesitos a trilogia do Hobbit se saiu melhor*, na minha modesta opinião, motivo em função do qual eu posso até achar que os os SdA sejam melhor "cinema" mas, mesmo assim, GOSTAR mais do que foi feito no Hobbit. A montagem pro cinema privilegiou só a ação e a truculência*, deixando pouquíssima atmosfera ou encanto, pouco "silêncio" pra embalar os momentos de reflexão ou poesia. Eu curti bagarai Tauriel e Kili refletindo sobre o que encanta ou enternece o coração de anões e elfos

*comparem a sequência toda em volta da Ponte de Khazâd-Dum nos filmes e nos livros.

Agorinha mesmo estão conversando justamente sobre isso e eu tendo a partilhar boa parte desse ponto de vista. O Fandom devia parar de colocar a primeira trilogia do Jackson num pedestal e achar que a estética ou decisões narrativas feitas lá eram sacrossantas.


*



Se tem uma coisa que não consegue mentir é na área de HQ. Se tu tivesse realmente gostado da atual safra da DC e da Marvel, isso aqui ia ta transbordando de posts e links de referencias até da Hi Brazil como tu faz com Camelot 3000, Conan, X-Men dos anos 90 pra trás e Surfista Prateado. Nem o nome dos autores de agora são capazes de fazer qualquer referência literária de clássicos como são os quadrinhos do Alan Moore ou do Neil Gaiman.

E olha que em termos de tecnologia, eles têm todo o acervo da editora, mesas digitais do tamanho da telas de TV, canetas com mais de tres mil dpi e vários níveis de pressão, Photoshop, Illustrator, Corel, Clip Studio Paint e outras ferramentas que são uma mão na roda e tem brushes que fazem gramas, folhas, pedras e até prédios numa única passada.

Mas esses vadios não usam nada disso! Mesmo tendo manequins 3D pra auxiliar na composição do personagens, eles fazem uma arte porca e cheia de erros anatômicos e sem noção de profundidade. Fica tudo chapado, personagem e cena de fundo. Não dá pra defender as comics atuais de jeito nenhum. Fico só nas coletâneas.

O Hobbit, eu durmi e fui no banheiro sem pressa. E olha que eu fui no IMAX nos três filmes. Dois filmes daria tranquilo pra contar a história.

Sobre a trilogia do PJ, eu ja havia dito que o filme era uma incógnita que ninguém sabia se daria certo ou não. A série da Amazon não tem essa desculpa. Já tá tudo pronto na NZ e a tecnologia desenvolvida pela Weta Digital está ainda melhor. E pra quem não sabe, a Unity agora é dona da empresa do Peter Jackson desde o ano passado.
 
Que raio de verdade incômoda é essa naquele filme meia boca do Fuqua? É tão perturbador que nem notei e duvido que tenha gerado algum debate que valesse a pena acompanhar. Até Matrix tem melhor desenvolvimento do que o Arthur pós-moderno.

Mesmo assim deu causa a um texto do T.A. Shippey mesmo que seja pelos seus deméritos. Serviu, sim, justamente pra problematizar a questão realçada aqui: multiculturalização vs a demonização do outro.

E tem sim umas controvérsias que o filme do Fuqua desperta e que, por mexerem com noções de identidade e nacionalismo tb foram responsáveis pela resposta negativa de parte da crítica ao filme. Em outras palavras ele foi o primeiro filme arturiano a tornar o Arthur o cidadão imigrado para uma pátria "céltica" ao invés de um anglo normando cristianizado como O Rei que Foi um Dia Será (Sword in the Stone etc).

Antoine Fuqua's "King Arthur" within Imaginary Boundaries of the Celtic World
RUSSELL A. PECK

A Postcolonial View on King Arthur (2004)
and Nomad (2005)

By making Arthur a Sarmatian who serves as a military leader in Celtic, pre-
Anglo-Saxon Britain, the ideological structure of the narrative is defined.8 In the
course of events, the centre of power (Rome) will be replaced by new peoples
coming from the Western and Eastern peripheries of the Roman Empire. They are
the colonised who create a new order that is neither Celtic, nor Sarmatian, nor Ro-
man, but rather all of the above. Decentring Europe creates the space of the post-
colonial Middle Ages, a place with “no frontiers, only heterogeneous borderlands
with multiple centres”.9 Arthur’s surprising origin in Sarmatia (in the east) and his
military service (in the west) describe the uttermost fringes of borderless, modern
Europe.10 Writers of the European Enlightenment such as Voltaire, Gibbon, and
Forster identified the Sarmatian with less civilised or even barbarian Eastern Eu-
rope11
. This tradition is deliberately revised in Fuqua’s film. The decolonisation
of Europe provides the discursive modes of analysis, as Cohen explains for medievalist studies.12 The same holds true for films with medieval themes
O filme do Fuqua andou recebendo bastante atenção ultimamente.



Se tem uma coisa que não consegue mentir é na área de HQ. Se tu tivesse realmente gostado da atual safra da DC e da Marvel, isso aqui ia ta transbordando de posts e links de referencias até da Hi Brazil como tu faz com Camelot 3000, Conan, X-Men dos anos 90 pra trás e Surfista Prateado. Nem o nome dos autores de agora são capazes de fazer qualquer referência literária de clássicos como são os quadrinhos do Alan Moore ou do Neil Gaiman.
Não estou mentindo eu gostei sim. Fiquei foi com a fadiga do Eterno Evento Anual Apocaliptico que não termina nunca nos Liga da Justiça ( múltiplas séries, One-shots-spin offs). O James Tynion IV do JLA Dark é muito bom. E várias coisas de grandes da literatura que ele cita são das próprias HQs cujos "clássicos" tendem a ficar esquecidos na prateleira acumulando poeira. A forma com que ele finalmente "mostra" as exatas circunstâncias pra Circe entrar na sua cruzada vingadora contra os homens em geral por causa do seu primeiro marido. E bônus fan services como a Drakul Karfang e Rama Kushna foram muito divertidos. A arte eu também curti bastante. O mesmo valendo pro Liam Sharp fazendo dobradinha com Grant Morrison nos Green Lanterns, o trabalho solo dele no Brave and the Bold-Batman e Wonder Woman. E o Morrison com Paquette no Wonder Woman Earth One

Nem sempre é preciso fazer alusão explícita às influências literárias pra mostrar erudição. Gaiman e Moore gostam de fazer mas Tolkien, Tad Williams, Guy Gavriel Kay, Ray Bradbury gostam mais disso é no dominio do subentendido na própria história. Mesmo que deixem trilhas de miolo de pão pras fontes na linha do que Tolkien, Alan Garner e Straczynski são chegados em fazer, pistas frequentemente encontradas nos nomes e seus significados.

E parte da crise que os personagens da DC estão atravesssando tem a ver com isso aqui:


E as repercussões discutidas aqui:


 
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