-
Caro Visitante, por que não gastar alguns segundos e criar uma Conta no Fórum Valinor? Desta forma, além de não ver este aviso novamente, poderá participar de nossa comunidade, inserir suas opiniões e sugestões, fazendo parte deste que é um maiores Fóruns de Discussão do Brasil! Aproveite e cadastre-se já!
Autor da Semana Indicações (180ª Semana) - LEIA O 1º POST ANTES DE INDICAR
- Criador do tópico Administração Valinor
- Data de Criação
Giuseppe
Hey now
Vixe, mas tem que argumentar?
Hum, hã... tá.
Então o Proust tem essa série de livros que é Em Busca do Tempo Perdido e pelo menos no primeiro livro (não passei do primeiro) o foco não é tanto a história mas as reflexões sem pé nem cabeça do narrador e que são deliciosas de se ler. Os eventos se passam na França no fim do século XIX. Logo no começo do primeiro livro, No Caminho de Swann, o narrador (em primeira pessoa) fica páginas falando sobre o que ele sente e no que ele pensa quando está deitado na cama com o quarto escuro. PÁGINAS. Isso é só um exemplo. E é assim o livro todo. Ele fica páginas e páginas divagando sobre coisas de mínima importância, mas ele faz isso com tanta sensibilidade e beleza que não tem como não se encantar com a coisa toda. Até mesmo reflexões infinitas sobre pequenas hábitos dos personagens adicionam um charme todo bizarro ao livro que é curiosamente irritante e maravilhoso.
Gosto muito da forma como o narrador conta suas várias experiências e um dos assuntos abordados por Proust é a memória involuntária. Numa certa cena famosa o protagonista vai comer um bolinho mergulhado no chá, bolinho este chamado petite madeleine que ele não prova desde criança, e quando o bolinho toca a boca dele, lá vem uma avalanche de memórias de quando ele era garoto e comia o mesmo bolinho. Parece uma cena trivial, mas a forma como ele narra cada sensação é incrível demais. Só um pequeno trecho da tal cena (em inglês, eu sei, mas é que o livro não está disponível em domínio público em português) na tradução de C. K. Scott Moncrief:
And soon,
mechanically, weary after a dull day with the prospect of a depressing
morrow, I raised to my lips a spoonful of the tea in which I had soaked
a morsel of the cake. No sooner had the warm liquid, and the crumbs with
it, touched my palate than a shudder ran through my whole body, and I
stopped, intent upon the extraordinary changes that were taking place.
An exquisite pleasure had invaded my senses, but individual, detached,
with no suggestion of its origin. And at once the vicissitudes of life
had become indifferent to me, its disasters innocuous, its brevity
illusory--this new sensation having had on me the effect which love has
of filling me with a precious essence; or rather this essence was not
in me, it was myself. I had ceased now to feel mediocre, accidental,
mortal. Whence could it have come to me, this all-powerful joy? I was
conscious that it was connected with the taste of tea and cake, but that
it infinitely transcended those savours, could not, indeed, be of the
same nature as theirs. Whence did it come? What did it signify? How
could I seize upon and define it?
Hum, hã... tá.
Então o Proust tem essa série de livros que é Em Busca do Tempo Perdido e pelo menos no primeiro livro (não passei do primeiro) o foco não é tanto a história mas as reflexões sem pé nem cabeça do narrador e que são deliciosas de se ler. Os eventos se passam na França no fim do século XIX. Logo no começo do primeiro livro, No Caminho de Swann, o narrador (em primeira pessoa) fica páginas falando sobre o que ele sente e no que ele pensa quando está deitado na cama com o quarto escuro. PÁGINAS. Isso é só um exemplo. E é assim o livro todo. Ele fica páginas e páginas divagando sobre coisas de mínima importância, mas ele faz isso com tanta sensibilidade e beleza que não tem como não se encantar com a coisa toda. Até mesmo reflexões infinitas sobre pequenas hábitos dos personagens adicionam um charme todo bizarro ao livro que é curiosamente irritante e maravilhoso.
Gosto muito da forma como o narrador conta suas várias experiências e um dos assuntos abordados por Proust é a memória involuntária. Numa certa cena famosa o protagonista vai comer um bolinho mergulhado no chá, bolinho este chamado petite madeleine que ele não prova desde criança, e quando o bolinho toca a boca dele, lá vem uma avalanche de memórias de quando ele era garoto e comia o mesmo bolinho. Parece uma cena trivial, mas a forma como ele narra cada sensação é incrível demais. Só um pequeno trecho da tal cena (em inglês, eu sei, mas é que o livro não está disponível em domínio público em português) na tradução de C. K. Scott Moncrief:
And soon,
mechanically, weary after a dull day with the prospect of a depressing
morrow, I raised to my lips a spoonful of the tea in which I had soaked
a morsel of the cake. No sooner had the warm liquid, and the crumbs with
it, touched my palate than a shudder ran through my whole body, and I
stopped, intent upon the extraordinary changes that were taking place.
An exquisite pleasure had invaded my senses, but individual, detached,
with no suggestion of its origin. And at once the vicissitudes of life
had become indifferent to me, its disasters innocuous, its brevity
illusory--this new sensation having had on me the effect which love has
of filling me with a precious essence; or rather this essence was not
in me, it was myself. I had ceased now to feel mediocre, accidental,
mortal. Whence could it have come to me, this all-powerful joy? I was
conscious that it was connected with the taste of tea and cake, but that
it infinitely transcended those savours, could not, indeed, be of the
same nature as theirs. Whence did it come? What did it signify? How
could I seize upon and define it?
Última edição:
Melian
Período composto por insubordinação.
Não necessariamente. Mas é o meu jeitinho de movimentar o tópico.
Melian
Período composto por insubordinação.
Ok, agora, cê precisa vencer.
Sim, vote no seu indicado. Depois, se você ganhar, eu te falo o que terá de fazer.
Giuseppe
Hey now
No título do tópico está literalmente em caps lock
---------------------------
Tá bom. Votem em mim que depois eu descubro o que é pra fazer. Tem gente que constrói toda uma carreira usando esse método, então por que não?
LEIA O 1º POST ANTES DE INDICAR
e eu não li nada antes de indicar.---------------------------
Tá bom. Votem em mim que depois eu descubro o que é pra fazer. Tem gente que constrói toda uma carreira usando esse método, então por que não?
Última edição:
Melian
Período composto por insubordinação.
Giuseppe
Hey now
Pelo jeito não é trollagem, todos os links que eu estou vendo na primeira página são mesmo biografias. Só não sei se a galera escreveu ou copiou de algum lugar. Tô confiando que escreveram porque tenho fé em vocês.
Vivendo e aprendendo: é por motivos assim que é importante ler o contrato antes de assinar.
Vivendo e aprendendo: é por motivos assim que é importante ler o contrato antes de assinar.
Melian
Período composto por insubordinação.
Não é trollagem, não, migo. Apesar de eu estar rindo, descontroladamente, é uma biografia, mesmo. A ideia do "Autor da Semana" foi minha, quando os dinossauros dominavam a Terra. O tópico aparece como criado pela "Administração" porque minha conta antiga foi excluída (e reincorporada à outra, no ano passado).
E você pode, sim, utilizar fontes para criar a biografia, mas o diferencial é o seu jeito de comentar os fatos, sabe? A articulação das informações com comentários seus, mesmo, suas impressões, de certo modo. Mas, ó, tirando o fato de que eu tô quase morrendo de rir, não se preocupe, é um tópico tranquilo, mesmo. Coisa simples. Não se cobre muito.
Paganus
Come to van, I have candy
Turgon
Mugiwara no Ichimi
No primeiro tópico está escrito que o @Caio de Exu está devendo um tópico do Guimarães Rosa. Tentou mudar de conta e nome de usuário, mas a lembrança continua no primeiro post. 
Melian
Período composto por insubordinação.
Que mané semana que vem! Pare de floodar e comece a escrever o tópico!
Mas aquilo foi no ano passado, normal que eu tenha esquecido.
