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Manifestações de J.K. Rowling

Haran

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Não é de hoje que a JK é alvo de lacração indignação na internet. :hxhx: Acho que vale a pena um tópico. Eis a última:

jkrow.jpg
 
o engraçado é que volta e meia ela é alvo da lacração na internet, mas com constância semelhante resolve lacrar na internet inventando coisas em harry potter para agradar a galera. enfim, monstrinho da cultura pop atual, né. faz parte. pessoal cancela e celebra de um dia para o outro. como já dizia princess carolyn:

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Mas ela quer lacrar em que sentido? Até onde vi só quer dividir ideias sobre suas obras com os fãs... Se "lacrar" for no sentido de acenar para alguma causa politicamente correta "inventando coisas em Harry Potter", só lembro do Dumbledore/Grindewald, lááá em 2007. :think:
 
Cancelatio Totalus!

Já li e reli 10x as postagens e ainda não entendi o que essas pessoas viram de "transfóbico". Repudiam com a mesma pecha quem é verdadeiramente transfóbico e quem diz que sexo existe. E assim uma causa que é séria vai perdendo a sua credibilidade pelos seus próprios militantes - aliás, não a única.
 
Última edição:
Mas ela quer lacrar em que sentido? Até onde vi só quer dividir ideias sobre suas obras com os fãs... Se "lacrar" for no sentido de acenar para alguma causa politicamente correta "inventando coisas em Harry Potter", só lembro do Dumbledore/Grindewald, lááá em 2007. :think:



Cancelatio Totalus!

Já li e reli 10x as postagens e ainda não entendi o que essas pessoas viram de "transfóbico". Repudiam com a mesma pecha quem é verdadeiramente transfóbico e quem diz que sexo existe. E assim uma causa que é séria vai perdendo a sua credibilidade pelos seus próprios militantes - aliás, não a única.

eu acredito que o tamanho da fama da pessoa que fala a coisa acaba diminuindo a tolerância para o que é dito. é cíclico, é besta, é coisa de rede social. não sei se o comportamento das pessoas mudará com o tempo, mas por enquanto é isso: tem sempre uma celebridade para o pessoal tacar pedra e se sentir moralmente superior ao fazê-lo.

MAS: não tenho opinião formada sobre o que é ou não transfobia porque me falta conhecimento sobre o assunto e portanto eu tomaria muito cuidado para dizer o que é ou não "verdadeiramente" transfóbico. eu conheço pessoas trans que realmente se ofendem com gente que usar o útero como símbolo de feminilidade, por exemplo. e isso meio que passa no conteúdo do post que deu origem à treta, já que ela ligou a menstruação ao que define uma mulher. enfim, como disse, eu preciso me informar bem mais sobre as pautas da comunidade trans para opinar. mas sobre jk rowling em específico sendo cancelada isso pra mim já parece até dia da marmota, sei lá.
 
Achei o artigo meio sensasionalista... "Keep changing the canon", "addicted to adding Harry Potter lore"... Olhando apenas os fatos listados ali, de minha parte eu apenas diria que ela tentou expandir o universo criado por ela (o que é natural né, nova década, novos filmes, nova peça...) e não tem sido tão feliz enquanto artista... Normal ué, artistas acertam ou erram.... Mas na essência não vejo tanta diferença em relação a outros artistas, como Tolkien que divulgava detalhes sobre seu universo em cartas, GRRM fazia o mesmo via internet, George Lucas tentando reinventar Star Wars com suas prequels, etc.
 
No embalo da polêmica, esses dias vi no Twitter mesmo esse artigo, que reúne alguma das "presepadas" da JK Rowling (e escrito quando da escalação do Depp em Fantastic Beasts).

Apesar de longo e forçar muito em alguns pontos, eu achei interessante:
 
Eu não sei vocês mas eu acho conotações como "pessoas que menstruam" ou "pessoas de cor" extremamente preconceituosas.

Acho que o ambito da resposta dela foi muito mais nesse sentido do que em outro. Mas não sei como a comunidade trans se sente com afirmações que ligam menstruação e utero ao feminino.

Outra coisa é que isso cairia em um outro problema, devemos inferiorizar mulheres que se valorizam por essas duas coisas, ou proteger pessoas trans que se sentem ofendidas com isso? Parece uma discussão desnecessaria.

No caso da J.K. Rowling acabar entrando em uma discussão dessas, não é a primeira vez, e acho que isso só serviu para chamar atenção desnecessaria para ela.

Isso inclusive acaba sendo um alimento para a midia marrom, algo tipicamente britanico.

Sobre as mudanças no lore, eu não vejo problema, varios autores fazem ou fizeram isso e é um tipo de liberdade criativa que eles tem. O proprio Tolkien, ja li relatos, fazia isso em alguns pontos das suas obras quando estava vivo.
 
Última edição:
O que eu vejo de problema na postagem dela é o seguinte: uma pessoa que nasceu com o sexo biológico feminino, mas se identifica pelo gênero masculino ou seja, se identifica como um homem, mas que não fez a transição do sexo biológico é um homem que menstrua. Não significa dizer que todos os homens trans menstruam ou que todos iram se ofender com a fala dela mas, nos dias atuais, em que a luta por igualdade é tão forte, uma pessoa com a visibilidade dela poderia pensar melhor antes de falar de alguns assuntos que ela demonstra não ter conhecimento.
Na minha singela opinião, falar de pessoas que menstruam não é desmerecer a luta feminina, afinal de contas, se somos mulheres, somos pessoas, entendo mais como um incluir alguns que, de outra forma, ficariam excluídos. Mas, ei, isso é apenas a opinião de uma ilustre desconhecida.
 
Considerando mulheres 'cis' que não menstruam: mulheres idosas ou mulheres que por uma condição ou outra não menstruam independentemente da idade... Eu não imagino que elas se sentiriam excluídas em seu caráter feminino se o título do artigo fosse:

Criando um mundo mais igualitário pós-Covid-19 para mulheres: implicações da COVID para a saúde menstrual​

Simplesmente iriam pensar "sou mulher mas não me interessa, próximo". Ora, qualquer coisa que alguém for falar através do termo "mulheres" vai necessariamente não valer para um subgrupo de mulheres... Essa preocupação em não excluir transexuais a ponto de prejudicar o uso natural do termo "mulheres" passou do ponto... Não dá pra fingir que menstruar é uma característica casual das mulheres, como a cor do cabelo...

Ser mulher (ou homem) tem um forte componente biológico. Aliás, curiosamente, é esse componente que justifica o transexualismo, pois se sexo fosse só psicossocial, crianças não poderiam ter tendências transexuais tão intrínsecas e em idades tão tenras, essas tendências seriam apenas desajustes comportamentais. Não dá pra defender ao mesmo tempo que "ser mulher é uma construção social" ou "ser mulher ou homem vai de cada um" e o fenômeno transexualismo como hoje se entende.... Acho que a JK fala, no final das contas, favorece o transexualismo em sua essência, mas desfavorece o vocabulário politicamente correto que se tenta instalar sobre o assunto, e aí ela acaba malhada.

Daniel Radcliffe se manifestou:

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Acho ingratidão da parte dele pegar onda nessa malhação... E, ok, "transgender woman are woman"... JK falou o contrário? O que ela falou, a meu ver, vai na linha de apontar o forte componente biológico, objetivo, do sexo/gênero, em contraponto a componentes meramente psicológicos, subjetivos. Integrantes do movimento LGBT enxergam nisso um ataque ao transexualismo equivocadamente. E nisso eles vão na esteira de boa parte da militância feminista, que é pouco recepctiva a ideias que apontem para aspectos biológicos do comportamento feminino ou masculino.
 
Última edição:
Ora, qualquer coisa que alguém for falar através do termo "mulheres" vai necessariamente não valer para um subgrupo de mulheres.
Acho que este é o ponto. Daqui a pouco qualquer terminologia com menos de oitenta palavras para cobrir todas as ressalvas possíveis vai ser considerada politicamente incorreta.
 
Você não acha que usar a conotação "pessoas que menstruam" ou "pessoas de cor" é extremamente preconceituoso? Eu não sei, para mim fica a impressão que é agressivo do tipo aquelas ali são pessoas que menstruam ou pessoas de cor, quase como uma acusação.
Olha, eu acho que tem expressões que são preconceituosas, mas essas duas que você mencionou, eu não acho que sejam não. Sempre falo pras minhas crianças: não é o que você fala, é o jeito como você fala. Obviamente isso não se aplica a todas as palavras e expressões, eu acho que essas duas em questão podem ser usadas no pejorativo sim, mas depende muito de quem fala e como fala.

Acho que este é o ponto. Daqui a pouco qualquer terminologia com menos de oitenta palavras para cobrir todas as ressalvas possíveis vai ser considerada politicamente incorreta.
Mas gente, sério mesmo, vocês realmente veem tanto problema em trocar o termo mulheres por pessoas? É tão difícil assim? Mulheres são pessoas e, como já mencionado, nem toda mulher menstrua, seja por problemas, seja por escolha, seja por ser trans.
Veja bem, não estamos falando de trocar a palavra mulheres mulheres por uma "terminologia com oitenta palavras para cobrir todas as ressalvas possíveis", mas por uma outra palavra: pessoas. Se isso vai trazer algum alento na vida de alguém, se vai abarcar alguém que estava se sentindo excluído, é um problema tão grande?
 
Olha, eu acho que tem expressões que são preconceituosas, mas essas duas que você mencionou, eu não acho que sejam não. Sempre falo pras minhas crianças: não é o que você fala, é o jeito como você fala. Obviamente isso não se aplica a todas as palavras e expressões, eu acho que essas duas em questão podem ser usadas no pejorativo sim, mas depende muito de quem fala e como fala.

Sim, o jeito como você fala faz toda a diferença, acho que talvez sempre faço a ligação de frases com "pessoa de cor" com um jeito aspero de falar, e até preconceituoso. De qualquer maneira tento tomar cuidado com essas coisas, principalmente na internet, porque pela minha experiencia, na internet, atravéz da escrita, é muito mais dificil descobrir a entonação ou o jeito que esta sendo "falado" algo.

Edit. Tinha até deletado minha mensagem por que achei que tinha sido meio ofensivo na mensagem anterior.
 
De qualquer maneira tento tomar cuidado com essas coisas, principalmente na internet, porque pela minha experiencia, na internet, atravéz da escrita, é muito mais dificil descobrir a entonação ou o jeito que esta sendo "falado" algo.
Sim, por isso que muitas vezes eu deixo de discutir algum assunto que me interessa ou me manifestar até em posts de amigos, o risco de ser mal interpretado e entrar numa bolha de ódio é muito grande e eu não tenho mais paciência pra lidar com gente ignorante ou que finge não entender o que você está falando.
 
Não sei se o que é a Rowling falou é merda ou não, mas eu odeio essa cultura do cancelamento que tem tomado conta da internet (especialmente dos jovens) nos últimos tempos, nos últimos anos.

Alguém compartilhou no feed do facebook uma página "Memes literários" ou "Memes para quem gosta de livros" ou algo assim. Quando li o nome da página pensei que seria algo sobre memes engraçadinhos, do tipo aquele meme do Chico Buarque (Vou ler a Ilíada [rindo] / A tradução é do Odorico Mendes [triste]), sei lá, algo assim. Mas os "memes" da página são basicamente posts cancelando escritores, ainda que em forma de meme. É uma coisa chata pra caralho.
 
Não sei se o que é a Rowling falou é merda ou não, mas eu odeio essa cultura do cancelamento que tem tomado conta da internet (especialmente dos jovens) nos últimos tempos, nos últimos anos.

Alguém compartilhou no feed do facebook uma página "Memes literários" ou "Memes para quem gosta de livros" ou algo assim. Quando li o nome da página pensei que seria algo sobre memes engraçadinhos, do tipo aquele meme do Chico Buarque (Vou ler a Ilíada [rindo] / A tradução é do Odorico Mendes [triste]), sei lá, algo assim. Mas os "memes" da página são basicamente posts cancelando escritores, ainda que em forma de meme. É uma coisa chata pra caralho.

A galera tá numa cruzada pra cancelar a JK desde muito antes da cultura do cancelamento sequer ter forma. E por tudo que é motivo. Do mesmo jeito que cancelaram a Emma Watson, taxando a garota de "isentona". Mas eu enxergo isso como um fenômeno do twitter pra galera descontar suas frustrações quando o ídolo não segue a bússola moral convencionada pelo momento. Parece que a galera PRECISA que o ídolo mantenha um padrão de comportamento e pensamento extremamente rígido e a punição pro descumprimento é o cancelamento e a "decepção". Mas é isso: um fenômeno de gente frustrada que se recusa a entender que por trás da obra que eles tanto amam tem um ser humano cheio de falhas e absurdos.
 
A J.K. tem de conviver com a dor e a delícia de ser uma autora famosa numa época em que tudo o que se faz/diz é amplificado pelo alcance da internet. Eu acho que o discurso pode tanto construir quanto destruir. E também acho que a posição social que você ocupa, ou melhor, a posição que você ocupa no imaginário social vai determinar como as pessoas reagem ao que você diz.

Se eu, uma completa desconhecida, tivesse citado a matéria comentando o que a J.K. comentou, provavelmente, não teria nenhuma repercussão. Isso não significaria que a minha fala não fosse problemática, mas sim que as pessoas não têm, a meu respeito, expectativas que têm no que tange aos seus autores preferidos.

"Ah, mas cada um que arque com as expectativas criadas". Sim e não. A J.K., passou da condição de autora para a função de autora, no sentido de "instauradora de uma discursividade". Não da maneira que faz com que, nas pegadas de Foucault, falemos que Marx é muito mais do que o autor de O Capital ou que Freud é muito mais do que o autor de Interpretação dos sonhos. Mas de instauradora de uma discursividade que alcançou um público adolescente que, hoje, é adulto e concebe a sua obra como um "lugar de conforto para pessoas diferentes".

E, na pegada do discurso, eu acredito que seja um desserviço tomar todo questionamento por "cancelamento". De igual modo, prefiro entender a perspectiva de uma esquerda que questiona discursos problemáticos como uma esquerda transformadora ao invés de uma esquerda lacradora. Eu acho que a fala do Daniel Radcliffe não foi desrespeitosa. Pelo contrário. Ele iniciou sua fala dizendo que poderiam pintar isso como uma briga, mas que não era isso, e que ele tinha consciência de que a J.K foi fundamental para que a vida dele tomasse os rumos que tomou.

A meu ver, ao se incomodar com o uso de "pessoas que menstruam", a J.K. assumiu um posicionamento discursivo que, no contexto em questão, foi problemático. Apontar isso não significa negar a existência de mulheres cis, que menstruam e lidam com as adversidades provocadas por isso; significa apontar para a existência de outras realidades, socialmente apagadas. Para mim, o uso de "pessoas que menstruam" teve, como objetivo, ser inclusivo, e a intervenção da J.K não foi inocente, não foi no sentido de dizer o óbvio, isto é, que mulheres cis - excluindo as que já passaram da menopausa, as histerectomizadas, as que têm alguma disfunção hormonal, entre outras - menstruam.

Na dinâmica discursiva, na qual um "eu" fala para um "tu", devemos considerar que se uma grande quantidade de pessoas que ocupa o lugar do "tu" entendeu uma coisa, talvez o "eu" que fala devesse repensar a sua maneira de falar. E se o discurso da J.K. recebeu mais críticas do que elogios, pode ser que ele não tenha sido tão tranquilo, assim. Ao rebater os questionamentos com falas do tipo: "eu estudei sobre pessoas trans", a J.K. não compreende que estudar, querer aprender sobre o outro para não agir de modo imbecil, é louvável, mas é aquela história: teoria orienta a prática, e a prática orienta a teoria. A dialética da práxis, especialmente para uma autora, logo, uma pessoa que navega no oceano da linguagem dentro de diversos discursos, precisa ser um exercício diário, que não pode ocorrer sem o ato de "ouvir o outro".
 
Ela soltou um textão:


Edit. Bom dei uma lida, ela explica mais ou menos o posicionamento dela, ela fala varias coisas como o fato dela estar se posicionando contra algumas leis que estão sendo aprovadas na escocia. (por exemplo de uma lei que da o direito a um homem ser considerado mulher apenas através de um certificado)

O motivo aparentemente é que ela teme aproveitadores, que vão usar essa lei para poder entrar em banheiros femininos e espaços femininos para se aproveitarem da situação.

Ela cita também que varias pesquisas que ela participou e as organizações dela participaram, mostraram que existem pessoas que estão se identificando como trans não pelo psicologico, e sim por pura influencia social.

Bom tem mais coisas, mas depois tento dar uma resumida para quem não tem o costume de ler em inglês.
 
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Já li e reli 10x as postagens e ainda não entendi o que essas pessoas viram de "transfóbico". Repudiam com a mesma pecha quem é verdadeiramente transfóbico e quem diz que sexo existe. E assim uma causa que é séria vai perdendo a sua credibilidade pelos seus próprios militantes - aliás, não a única.

Somos dois, li inúmeras vezes e não vi nada demais.

Agora o povo cancelando tudo que é filme/seriado está dando no saco.
 
Não vou entrar no mérito de analisar ou procurar pelo em ovo no que a JK escreveu.
Só sei que quanto mais tendência de "cancelamento", de "politicamente correto" entre outras coisas, mais distância e nojo vou criando das redes sociais altamente popularescas.
 

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