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Cite um trecho do livro que você está lendo! [Leia o 1º post]

Eu estou lendo Call Me by Your Name em inglês pela 1ª vez para testar meu inglês (autocrítica: preciso melhorar nos adjetivos) e também porque o livro tem linguagem fácil e ao mesmo tempo poetica:


“As I sat there working on transcriptions at my round table
in the morning, what I would have settled for was not his
friendship, not anything. Just to look up and find him there,
suntan lotion, straw hat, red bathing suit, lemonade. To look
up and find you there, Oliver. For the day will come soon
enough when I’ll look up and you’ll no longer be there.”
 
Eu estou lendo Call Me by Your Name em inglês pela 1ª vez para testar meu inglês (autocrítica: preciso melhorar nos adjetivos) e também porque o livro tem linguagem fácil e ao mesmo tempo poetica:


“As I sat there working on transcriptions at my round table
in the morning, what I would have settled for was not his
friendship, not anything. Just to look up and find him there,
suntan lotion, straw hat, red bathing suit, lemonade. To look
up and find you there, Oliver. For the day will come soon
enough when I’ll look up and you’ll no longer be there.”
Ler num idioma estrangeiro é um excelente exercício pra treinar.
 
Faz um ou dois meses que eu li o volume 5 mas já estou com saudade hehe. Série incrível! Bem que eu queria citar aqui um bom pedaço do final do segundo livro mas seria spoiler. Em todos os livros da série que eu li até agora o final é a melhor parte. Já terminou o volume 3?
Aliás, aqui no fórum além do tópico do seriado tem o dos livros também.
Eu também vou sentir saudades depois que terminar todos os livros, vai ser duro, hehe. Você pode citar, só esconder o trecho como spoiler, aí só lê quem quiser. Ainda não, tou mais ou menos na metade, aos poucos vou avançando, hehe. Eu sei, postei lá quando comecei a ler a série, preciso voltar a dar as caras por lá. :oops:
 
Esqueci de um detalhe: não dá pra citar sem eu estar com o livro aqui comigo haha! Quando eu li era emprestado e já devolvi...
Mas os capítulos finais do segundo livro são demais!​
 
“Somos bestas de carga, precisamos carregar um fardo para justificar nossa miserável existência”

Trecho de “12 regras para a vida” livro de Jordan Peterson. Psicólogo canadense sensacional. Sabe muito sobre cristianismo, contos de fada e outras histórias. Recomendo!
 
Lendo no momento (eu sei, eu sei, o Kafka eu termino logo mais...):

"— Vou morrer — disse com esforço. — Não me lastimo de uma sorte que partilho com as flores, os insetos e os astros. Num universo em que tudo passa como um sonho, seria detestável viver para sempre. Não me lastimo de que as coisas, os seres e os corações sejam perecíveis, pois uma parte de sua beleza é produto dessa fatalidade. O que me aflige é que todas essas coisas sejam únicas. No passado, a certeza de obter a cada instante de minha vida uma revelação que não se repetiria mais consistia no mais luminoso dos meus prazeres secretos. Hoje, morro envergonhado como um privilegiado que tivesse assistido sozinho a uma festa sublime que não aconteceria senão uma vez. [...]" —Marguerite Yourcenar, Contos orientais.
 
“A cali não significa que você nunca mais vai considerar uma pessoa bonita. Quando vir um sorriso sincero, você vai ver beleza. Ao ver um ato de coragem ou generosidade, você vai ver beleza. Acima de tudo, quando olhar para uma pessoa que ama, você vai ver beleza. Tudo o que a cali faz é impedir que você se distraia pela superfície. A verdadeira beleza é o que você vê com os olhos do amor, e isso é algo que nada pode obscurecer.”

História da Sua Vida e Outros Contos, Ted Chiang
 
"Você é boa com aqueles que são bons com você. É o que eu sempre quis ser. Se as pessoas fossem sempre gentis e obedientes para com aqueles que lhes são cruéis e injustos, as pessoas más sairiam sempre ganhando. Não temeriam nada e, assim, nunca se transformariam. Ao contrário, só iriam piorar. Quando somos agredidos sem razão, devemos agredir de volta, e com toda a força. Estou convicta disto: com força suficiente para ensinar à pessoa que nos agrediu a não fazer aquilo de novo".

Jane Eyre, de Charlotte Brontë.

Estou relendo o livro, junto com a Bel e o Spartaco (passem lá no tópico, que é tipo uma edição não oficial do clube de leitura hahaha), e sempre acho esse trecho interessante, porque ele não reitera, de modo raso, o "olho por olho". Ele ele fala sobre um contexto de opressão e ensina que, enquanto o oprimido não reagir, o opressor continuará agindo livremente. Além disso, quando se fala sobre reagir ao invés de tratar bem quem te agride, fica bastante claro que isso pode funcionar como um reforço para a atitude do agressor. Se toda vez que ele te atacar, você aceitar o ataque como se o merecesse, ele nunca achará que precisa rever suas ações.
 
“A beleza é uma coisa terrível e horrível! Terrível porque indefinível, e impossível de definir porque Deus só nos propôs enigmas. Aí os extremos se tocam, aí todas as contradições convivem. Eu, meu irmão, sou muito ignorante, mas tenho pensado muito nisso. Existe um número formidável de mistérios! Um número excessivo de enigmas oprime o homem na Terra. Decifra-os como és capaz e sai enxuto da chuva. A beleza! Não posso, ademais, suportar que algum homem, até de coração superior e de inteligência elevada, comece pelo ideal de Madona mas termine no ideal de Sodoma. Ainda mais terrível é aquele que, já tendo o ideal de Sodoma na alma, não nega o ideal de Madona, e seu coração arde de fato por ele, arde de fato como seus puros anos juvenis. Não, o homem é vasto, vasto até demais; eu o faria mais estreito. Até o diabo sabe o que é isso, veja só! O que à mente parece desonra é tudo beleza para o coração. A beleza estará em Sodoma? Podes crer que é em Sodoma que ela está para a imensa maioria dos homens – conhecias ou não esse segredo? É horrível que a beleza seja uma coisa não só terrível, mas também misteriosa. Aí lutam o diabo e Deus, e o campo de batalha é o coração dos homens. Aliás, é a dor que ensina a gemer.” (p. 162)

DOSTOIÉVSKI, Fiódor. Os irmãos Karamázov. Tradução de Paulo Bezerra. 3. ed. São Paulo: Editora 34, 2012. v. 1.
 
"Eu não busco nenhuma verdade que não possa ser ensinada, nenhuma paz que não possa ser partilhada."
(Jornada Nas Estrelas: O Princípio Pandora - Carolyn Clowes)
 
Burlando as regras do tópico rs, e postando um trecho de um livro que eu já terminei de ler (Iracema). Essa parte em especial eu considero uma das mais bonitas se não a mais bonita da literatura que já li:


Verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba;
Verdes mares que brilhais como líquida esmeralda aos raios do Sol nascente, perlongando as alvas praias ensombradas
de coqueiros.
Serenai verdes mares, e alisai docemente a vaga impetuosa, para que o barco aventureiro manso resvale à flor das águas.
Onde vai a afouta jangada, que deixa rápida a costa cearense, aberta ao fresco terral a grande vela?
Onde vai como branca alcíone buscando o rochedo pátrio nas solidões do oceano?
Três entes respiram sobre o frágil lenho que vai singrando veloce, mar em fora;
Um jovem guerreiro cuja tez branca não cora o sangue americano; uma criança e um rafeiro que viram a luz no berço
das florestas, e brincam irmãos, filhos ambos da mesma terra selvagem.
A lufada intermitente traz da praia um eco vibrante, que ressoa entre o marulho das vagas:
— Iracema!...
 
Está demonstrado que o cérebro não pode se ocupar de duas idéias de uma vez. Quando um cérebro traduz, reza, conta, imagina, não pode sofrer. E quando sofre, não pode imaginar, contar, rezar, traduzir. Por isso mesmo, para atenuar as enxaquecas, é necessário que a tradução, a invenção, a oração, a conta precedam a dor. Quando aparece a dor, de nada serve imaginar, contar, rezar, traduzir. Para que a oração, a contagem, a imaginação, a tradução sejam analgésicos eficazes, é imperioso que o cérebro esteja convenientemente capturado por essas atividades mentais antes que as primeiras dores se manifestem. Assim, rezar equivale a dez gramas de paracetamol. Contar até cem, a cinqüenta gramas. Imaginar uma história, a setecentos e cinquenta. Traduzir, a duzentos e setenta e cinco.


Micróbios
, Diego Vecchio
 
Mas, ai de nós, a tragédia é que não sabemos ser livres — pedimos liberdade para nós mesmos em detrimento dos outros, e não queremos renunciar a nada de nós mesmos em prol do outro: isso seria usurpar nossos direitos e liberdades pessoais. Hoje, todos nós estamos contaminados por um egoísmo extraordinário, e isso não é liberdade: liberdade significa aprender a exigir apenas de si mesmo, não da vida ou dos outros, e saber como doar: significa sacrifício em nome do amor.


Esculpir o Tempo, Andrei Tarkovsky
 
“Uma vez que, na Idade Moderna, erótico designava “o que tivesse relação com o amor”, como essa definição se materializaria em práticas? [...]

É também o caso do “namoro de escarrinho”, costume luso-brasileiro dos séculos XVII e XVIII, no qual o enamorado punha-se embaixo da janela da moça e não dizia nada, limitando-se a fungar à maneira de gente resfriada. Caso a declaração fosse correspondida, seguia-se uma cadeia de tosses, assoar de narizes e cuspidelas.”


:rofl::rofl::rofl:

Histórias Íntimas, Mary del Priore
 
Que livro fascinante O Retrato de Dorian Gray! Merece a fama. As passagens que eu marquei mais vezes são de Lorde Henry, cujos aforismos exortam um hedonismo extremo e frequentemente repugnante, mas que por vezes fazem a gente pensar. Desde que não nos deixemos influenciar malignamente como ao protagonista da obra, valem alguns momentos de excitação filosófica (mesmo que para discordar). Por exemplo:

"Quanto menos sincero for o homem, mais puramente intelectual será a ideia, pois, nesse caso, não será colorida por sua necessidades, nem por seus desejos, ou preconceitos. Gosto mais de pessoas do que de princípios, e gosto de pessoas sem princípios mais do que qualquer outra coisa na vida".

"A única diferença entre um capricho e uma paixão eterna é que o capricho dura um pouco mais".

"As pessoas gostam de dar aquilo de que elas próprias mais necessitam".

"Quando um homem comete um ato completamente estúpido, sempre o faz inspirado pelos mais nobres motivos".

"Se uma personalidade me fascina, acho deliciosa sua maneira de expressar-se, seja ela qual for".

"Sim, Dorian, você sempre gostará de mim. Significo para você todos os pecados que jamais teve coragem de cometer".

"Talvez uma pessoa nunca se sinta tão à vontade como quando representa um papel" (aqui já é uma narração psicológica do próprio Dorian, mas nitidamente influenciado por Harry).

"O homem que chama pá a uma pá deveria ser obrigado a usá-la" (exaltação da arte pela arte e desprezo pela literatura realista).
 
Última edição:
"Foi Joe Dillon que nos fez conhecer o Oeste selvagem. Possuía uma pequena biblioteca constituída de velhos números do The Union Jack, Pluck e The Halfpenny Marvel. Todas as tardes, após a escola, reuníamo-nos em seu quintal e organizávamos batalhas entre índios. Ele e Leo, seu irmão mais jovem, gordo e preguiçoso, defendiam o celeiro e o estábulo que tentávamos tomar de assalto ou, então, disputavam conosco luta aberta na grama. Mas por melhor que lutássemos jamais vencíamos cerco ou batalha e todos os combates terminavam com a dança da vitória de Joe Dillon. Seus pais iam toda manhã à missa das oito na rua Gardiner e o suave perfume da senhora Dillon perdurava no vestíbulo da casa. Dillon, contudo, brincava violento demais para nós, menores e mais tímidos. Parecia mesmo um índio ao cabriolar pelo quintal, uma velha chaleira na cabeça, batendo o punho numa lata e gritando:
- Ya! Yaka, yaka, yaka!
Ninguém acreditou quando disseram que ele tinha vocação para sacerdote. Entretanto, era verdade."

Dublinenses, James Joyce.
 
De Cem Dias entre Céu e Mar (Amyr Klink):

"Sem dúvida, este foi o maior risco que corri: não partir".

Esta frase é particularmente impactante vinda de quem atravessou o Atlântico sozinho num barco a remo.

O tipo de raciocínio que a gente só consegue fazer depois que completa uma grande tarefa ou sonho. Para quantas coisas de que a gente já desistiu ou nunca pôr seriamente em prática a gente poderia ter dito isso, ao fim, se tivesse insistido ou exitado?

"Nada é mais certo do que a chegada do bom tempo após uma tempestade que parece interminável. [...] Muito pior do que as escandalosas tempestades eram os momentos de tensão e expectativa provocados por traiçoeiras calmarias, quando as águas quietas e o vento morto traziam consigo a certeza de mudanças no tempo e de mar agitado pela frente".

O meu personagem favorito no livro é o Basil Hallward; é um dos únicos personagens lá que não é um psicopata.
Hahaha indeed.
 
Última edição:
Verdade ou mentira, muitas vezes o que se diz dos homens tem tanta importância em sua vida como o que estes realmente fazem.

Os Miseráveis
, Victor Hugo.
 

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